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MP acusa ‘dono’ da Favela do Moinho e ex-candidata a vereadora do PT em nova ofensiva contra o PCC


Denúncia oferecida pelo Gaeco, braço do Ministério Público de São Paulo, na esteira da Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade), implica 11 pessoas por tráfico no centro da capital

Por Rayssa Motta, Marcelo Godoy e Fausto Macedo
Atualização:
Favela do Moinho era 'centro de comando' do PCC na região central de São Paulo, afirma MP. Foto: FELIPE RAU

O Ministério Público de São Paulo denunciou 11 pessoas por suspeita de envolvimento com as operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, que segundo os promotores se tornou o QG de todo o “ecossistema criminoso” da facção no centro da cidade.

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A denúncia atribui ao grupo os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e violação de comunicação.

Era na favela, próxima da linha férrea que corta a cidade da Barra Funda até a Luz e o Brás, que a facção mantinha estoques de drogas. Uma casa-bomba foi desmontada na Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade). Nela, os policiais encontraram cocaína, maconha, ecstasy, K9 e lança perfume.

O PCC também teria montado na comunidade uma espécie de “centro de comando” do domínio exercido na região central, incluindo a Cracolândia.

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O principal denunciado é Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas nos hotéis do centro de São Paulo e “dono” da Favela do Moinho.

A mulher dele, Raquel Maria Faustina Monteiro Moja, e seus irmãos, Alberto Monteiro Moja e Jefferson Francisco Moja Teixeira, também foram denunciados.

“Resta evidente que a Favela do Moinho é o local onde a organização criminosa, liderada pela família Moja, dominou territorialmente a região central de São Paulo, estabelecendo o seu ‘quartel general’ do ecossistema criminoso, com o depósito e comércio de entorpecentes, captação de sinais de rádios transmissores das forças policiais, a ‘manutenção da ordem e da disciplina’ exercida por meio dos ‘Tribunais do Crime’ e com a consequente lavagem de capitais do dinheiro obtido com a traficância”, diz um trecho da denúncia.

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Responsável pela investigação, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, cita pelo menos quatro empresas de fechada que teriam sido usadas pela família para lavar dinheiro do tráfico de drogas. São a hospedaria Barão de Piracicaba, a concessionária L&M Automóveis, o restaurante Sal Rosa e o ferro-velho Moinho.

Wellington Tavares Pereira e Alfredo da Silva Bertelli Prado, apontados como laranjas de Leo do Moinho, também foram denunciados.

Leo do Moinho é acusado de ser o patrão do PCC no centro de São Paulo. Foto: Reprodução / Estadão
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Ex-candidata a vereadora do PT

Outra denunciada é Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, líder comunitária que foi candidata a vereadora pelo PT em 2020, mas não se elegeu.

De acordo com a denúncia, Janaína é “peça fundamental” na organização criminosa. ”Ela garante o funcionamento da traficância na região central e exerce a condição de ‘disciplina’ para quem descumpre as determinações do comando central do crime”, afirma o Ministério Público.

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Quando as suspeitas vieram a público, o PT afirmou que ela filiou ao partido em 2019 para concorrer no ano seguinte a vereadora como representante da população em situação de rua e que “nunca mais participou de atividades partidárias”. “Na época da filiação não havia qualquer processo contra ela.”

Ingrid de Freitas e Ivan Rodrigues Ferreira também são acusados na denúncia de envolvimento com o tráfico na região da Cracolândia.

Janaína da Conceição Cerqueira Xavier já foi candidata a vereadora pelo PT. Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)/Reprodução
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Captação de sinais de rádios transmissores

A denúncia ainda avança sobre o núcleo que seria responsável por captar a frequência de rádios transmissores da Polícia Militar.

Valdecy Messias de Souza e Paulo Márcio Teixeira são acusados de vender aos criminosos aparelhos que davam acesso às comunicações e permitam que o PCC se antecipassem às operações policiais. Esses equipamentos ficavam instalados na Favela do Moinho.

“Esse nicho criminoso é de suma importância para funcionamento de toda organização criminosa, uma vez que permite aos criminosos se anteciparem a qualquer ação das forças estatais, obtendo informações privilegiadas de operações policiais para prosseguirem com a atividade de traficância dentro do fluxo central”, apontam os promotores do Gaeco.

Essa é mais uma denúncia oferecida pelo Ministério Público na esteira da Operação Salus et Dignitas. Um grupo de guardas-civis metropolitanos já havia sido acusado formalmente pela extorsão de comerciantes e pela venda ilegal de armas na Cracolândia.

Favela do Moinho era 'centro de comando' do PCC na região central de São Paulo, afirma MP. Foto: FELIPE RAU

O Ministério Público de São Paulo denunciou 11 pessoas por suspeita de envolvimento com as operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, que segundo os promotores se tornou o QG de todo o “ecossistema criminoso” da facção no centro da cidade.

A denúncia atribui ao grupo os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e violação de comunicação.

Era na favela, próxima da linha férrea que corta a cidade da Barra Funda até a Luz e o Brás, que a facção mantinha estoques de drogas. Uma casa-bomba foi desmontada na Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade). Nela, os policiais encontraram cocaína, maconha, ecstasy, K9 e lança perfume.

O PCC também teria montado na comunidade uma espécie de “centro de comando” do domínio exercido na região central, incluindo a Cracolândia.

O principal denunciado é Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas nos hotéis do centro de São Paulo e “dono” da Favela do Moinho.

A mulher dele, Raquel Maria Faustina Monteiro Moja, e seus irmãos, Alberto Monteiro Moja e Jefferson Francisco Moja Teixeira, também foram denunciados.

“Resta evidente que a Favela do Moinho é o local onde a organização criminosa, liderada pela família Moja, dominou territorialmente a região central de São Paulo, estabelecendo o seu ‘quartel general’ do ecossistema criminoso, com o depósito e comércio de entorpecentes, captação de sinais de rádios transmissores das forças policiais, a ‘manutenção da ordem e da disciplina’ exercida por meio dos ‘Tribunais do Crime’ e com a consequente lavagem de capitais do dinheiro obtido com a traficância”, diz um trecho da denúncia.

Responsável pela investigação, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, cita pelo menos quatro empresas de fechada que teriam sido usadas pela família para lavar dinheiro do tráfico de drogas. São a hospedaria Barão de Piracicaba, a concessionária L&M Automóveis, o restaurante Sal Rosa e o ferro-velho Moinho.

Wellington Tavares Pereira e Alfredo da Silva Bertelli Prado, apontados como laranjas de Leo do Moinho, também foram denunciados.

Leo do Moinho é acusado de ser o patrão do PCC no centro de São Paulo. Foto: Reprodução / Estadão

Ex-candidata a vereadora do PT

Outra denunciada é Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, líder comunitária que foi candidata a vereadora pelo PT em 2020, mas não se elegeu.

De acordo com a denúncia, Janaína é “peça fundamental” na organização criminosa. ”Ela garante o funcionamento da traficância na região central e exerce a condição de ‘disciplina’ para quem descumpre as determinações do comando central do crime”, afirma o Ministério Público.

Quando as suspeitas vieram a público, o PT afirmou que ela filiou ao partido em 2019 para concorrer no ano seguinte a vereadora como representante da população em situação de rua e que “nunca mais participou de atividades partidárias”. “Na época da filiação não havia qualquer processo contra ela.”

Ingrid de Freitas e Ivan Rodrigues Ferreira também são acusados na denúncia de envolvimento com o tráfico na região da Cracolândia.

Janaína da Conceição Cerqueira Xavier já foi candidata a vereadora pelo PT. Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)/Reprodução

Captação de sinais de rádios transmissores

A denúncia ainda avança sobre o núcleo que seria responsável por captar a frequência de rádios transmissores da Polícia Militar.

Valdecy Messias de Souza e Paulo Márcio Teixeira são acusados de vender aos criminosos aparelhos que davam acesso às comunicações e permitam que o PCC se antecipassem às operações policiais. Esses equipamentos ficavam instalados na Favela do Moinho.

“Esse nicho criminoso é de suma importância para funcionamento de toda organização criminosa, uma vez que permite aos criminosos se anteciparem a qualquer ação das forças estatais, obtendo informações privilegiadas de operações policiais para prosseguirem com a atividade de traficância dentro do fluxo central”, apontam os promotores do Gaeco.

Essa é mais uma denúncia oferecida pelo Ministério Público na esteira da Operação Salus et Dignitas. Um grupo de guardas-civis metropolitanos já havia sido acusado formalmente pela extorsão de comerciantes e pela venda ilegal de armas na Cracolândia.

Favela do Moinho era 'centro de comando' do PCC na região central de São Paulo, afirma MP. Foto: FELIPE RAU

O Ministério Público de São Paulo denunciou 11 pessoas por suspeita de envolvimento com as operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, que segundo os promotores se tornou o QG de todo o “ecossistema criminoso” da facção no centro da cidade.

A denúncia atribui ao grupo os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e violação de comunicação.

Era na favela, próxima da linha férrea que corta a cidade da Barra Funda até a Luz e o Brás, que a facção mantinha estoques de drogas. Uma casa-bomba foi desmontada na Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade). Nela, os policiais encontraram cocaína, maconha, ecstasy, K9 e lança perfume.

O PCC também teria montado na comunidade uma espécie de “centro de comando” do domínio exercido na região central, incluindo a Cracolândia.

O principal denunciado é Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas nos hotéis do centro de São Paulo e “dono” da Favela do Moinho.

A mulher dele, Raquel Maria Faustina Monteiro Moja, e seus irmãos, Alberto Monteiro Moja e Jefferson Francisco Moja Teixeira, também foram denunciados.

“Resta evidente que a Favela do Moinho é o local onde a organização criminosa, liderada pela família Moja, dominou territorialmente a região central de São Paulo, estabelecendo o seu ‘quartel general’ do ecossistema criminoso, com o depósito e comércio de entorpecentes, captação de sinais de rádios transmissores das forças policiais, a ‘manutenção da ordem e da disciplina’ exercida por meio dos ‘Tribunais do Crime’ e com a consequente lavagem de capitais do dinheiro obtido com a traficância”, diz um trecho da denúncia.

Responsável pela investigação, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, cita pelo menos quatro empresas de fechada que teriam sido usadas pela família para lavar dinheiro do tráfico de drogas. São a hospedaria Barão de Piracicaba, a concessionária L&M Automóveis, o restaurante Sal Rosa e o ferro-velho Moinho.

Wellington Tavares Pereira e Alfredo da Silva Bertelli Prado, apontados como laranjas de Leo do Moinho, também foram denunciados.

Leo do Moinho é acusado de ser o patrão do PCC no centro de São Paulo. Foto: Reprodução / Estadão

Ex-candidata a vereadora do PT

Outra denunciada é Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, líder comunitária que foi candidata a vereadora pelo PT em 2020, mas não se elegeu.

De acordo com a denúncia, Janaína é “peça fundamental” na organização criminosa. ”Ela garante o funcionamento da traficância na região central e exerce a condição de ‘disciplina’ para quem descumpre as determinações do comando central do crime”, afirma o Ministério Público.

Quando as suspeitas vieram a público, o PT afirmou que ela filiou ao partido em 2019 para concorrer no ano seguinte a vereadora como representante da população em situação de rua e que “nunca mais participou de atividades partidárias”. “Na época da filiação não havia qualquer processo contra ela.”

Ingrid de Freitas e Ivan Rodrigues Ferreira também são acusados na denúncia de envolvimento com o tráfico na região da Cracolândia.

Janaína da Conceição Cerqueira Xavier já foi candidata a vereadora pelo PT. Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)/Reprodução

Captação de sinais de rádios transmissores

A denúncia ainda avança sobre o núcleo que seria responsável por captar a frequência de rádios transmissores da Polícia Militar.

Valdecy Messias de Souza e Paulo Márcio Teixeira são acusados de vender aos criminosos aparelhos que davam acesso às comunicações e permitam que o PCC se antecipassem às operações policiais. Esses equipamentos ficavam instalados na Favela do Moinho.

“Esse nicho criminoso é de suma importância para funcionamento de toda organização criminosa, uma vez que permite aos criminosos se anteciparem a qualquer ação das forças estatais, obtendo informações privilegiadas de operações policiais para prosseguirem com a atividade de traficância dentro do fluxo central”, apontam os promotores do Gaeco.

Essa é mais uma denúncia oferecida pelo Ministério Público na esteira da Operação Salus et Dignitas. Um grupo de guardas-civis metropolitanos já havia sido acusado formalmente pela extorsão de comerciantes e pela venda ilegal de armas na Cracolândia.

Favela do Moinho era 'centro de comando' do PCC na região central de São Paulo, afirma MP. Foto: FELIPE RAU

O Ministério Público de São Paulo denunciou 11 pessoas por suspeita de envolvimento com as operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, que segundo os promotores se tornou o QG de todo o “ecossistema criminoso” da facção no centro da cidade.

A denúncia atribui ao grupo os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e violação de comunicação.

Era na favela, próxima da linha férrea que corta a cidade da Barra Funda até a Luz e o Brás, que a facção mantinha estoques de drogas. Uma casa-bomba foi desmontada na Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade). Nela, os policiais encontraram cocaína, maconha, ecstasy, K9 e lança perfume.

O PCC também teria montado na comunidade uma espécie de “centro de comando” do domínio exercido na região central, incluindo a Cracolândia.

O principal denunciado é Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas nos hotéis do centro de São Paulo e “dono” da Favela do Moinho.

A mulher dele, Raquel Maria Faustina Monteiro Moja, e seus irmãos, Alberto Monteiro Moja e Jefferson Francisco Moja Teixeira, também foram denunciados.

“Resta evidente que a Favela do Moinho é o local onde a organização criminosa, liderada pela família Moja, dominou territorialmente a região central de São Paulo, estabelecendo o seu ‘quartel general’ do ecossistema criminoso, com o depósito e comércio de entorpecentes, captação de sinais de rádios transmissores das forças policiais, a ‘manutenção da ordem e da disciplina’ exercida por meio dos ‘Tribunais do Crime’ e com a consequente lavagem de capitais do dinheiro obtido com a traficância”, diz um trecho da denúncia.

Responsável pela investigação, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, cita pelo menos quatro empresas de fechada que teriam sido usadas pela família para lavar dinheiro do tráfico de drogas. São a hospedaria Barão de Piracicaba, a concessionária L&M Automóveis, o restaurante Sal Rosa e o ferro-velho Moinho.

Wellington Tavares Pereira e Alfredo da Silva Bertelli Prado, apontados como laranjas de Leo do Moinho, também foram denunciados.

Leo do Moinho é acusado de ser o patrão do PCC no centro de São Paulo. Foto: Reprodução / Estadão

Ex-candidata a vereadora do PT

Outra denunciada é Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, líder comunitária que foi candidata a vereadora pelo PT em 2020, mas não se elegeu.

De acordo com a denúncia, Janaína é “peça fundamental” na organização criminosa. ”Ela garante o funcionamento da traficância na região central e exerce a condição de ‘disciplina’ para quem descumpre as determinações do comando central do crime”, afirma o Ministério Público.

Quando as suspeitas vieram a público, o PT afirmou que ela filiou ao partido em 2019 para concorrer no ano seguinte a vereadora como representante da população em situação de rua e que “nunca mais participou de atividades partidárias”. “Na época da filiação não havia qualquer processo contra ela.”

Ingrid de Freitas e Ivan Rodrigues Ferreira também são acusados na denúncia de envolvimento com o tráfico na região da Cracolândia.

Janaína da Conceição Cerqueira Xavier já foi candidata a vereadora pelo PT. Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)/Reprodução

Captação de sinais de rádios transmissores

A denúncia ainda avança sobre o núcleo que seria responsável por captar a frequência de rádios transmissores da Polícia Militar.

Valdecy Messias de Souza e Paulo Márcio Teixeira são acusados de vender aos criminosos aparelhos que davam acesso às comunicações e permitam que o PCC se antecipassem às operações policiais. Esses equipamentos ficavam instalados na Favela do Moinho.

“Esse nicho criminoso é de suma importância para funcionamento de toda organização criminosa, uma vez que permite aos criminosos se anteciparem a qualquer ação das forças estatais, obtendo informações privilegiadas de operações policiais para prosseguirem com a atividade de traficância dentro do fluxo central”, apontam os promotores do Gaeco.

Essa é mais uma denúncia oferecida pelo Ministério Público na esteira da Operação Salus et Dignitas. Um grupo de guardas-civis metropolitanos já havia sido acusado formalmente pela extorsão de comerciantes e pela venda ilegal de armas na Cracolândia.

Favela do Moinho era 'centro de comando' do PCC na região central de São Paulo, afirma MP. Foto: FELIPE RAU

O Ministério Público de São Paulo denunciou 11 pessoas por suspeita de envolvimento com as operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, que segundo os promotores se tornou o QG de todo o “ecossistema criminoso” da facção no centro da cidade.

A denúncia atribui ao grupo os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro, organização criminosa e violação de comunicação.

Era na favela, próxima da linha férrea que corta a cidade da Barra Funda até a Luz e o Brás, que a facção mantinha estoques de drogas. Uma casa-bomba foi desmontada na Operação Salus et Dignitas (Segurança e Dignidade). Nela, os policiais encontraram cocaína, maconha, ecstasy, K9 e lança perfume.

O PCC também teria montado na comunidade uma espécie de “centro de comando” do domínio exercido na região central, incluindo a Cracolândia.

O principal denunciado é Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Leo do Moinho, acusado de ser o chefe do tráfico de drogas nos hotéis do centro de São Paulo e “dono” da Favela do Moinho.

A mulher dele, Raquel Maria Faustina Monteiro Moja, e seus irmãos, Alberto Monteiro Moja e Jefferson Francisco Moja Teixeira, também foram denunciados.

“Resta evidente que a Favela do Moinho é o local onde a organização criminosa, liderada pela família Moja, dominou territorialmente a região central de São Paulo, estabelecendo o seu ‘quartel general’ do ecossistema criminoso, com o depósito e comércio de entorpecentes, captação de sinais de rádios transmissores das forças policiais, a ‘manutenção da ordem e da disciplina’ exercida por meio dos ‘Tribunais do Crime’ e com a consequente lavagem de capitais do dinheiro obtido com a traficância”, diz um trecho da denúncia.

Responsável pela investigação, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, cita pelo menos quatro empresas de fechada que teriam sido usadas pela família para lavar dinheiro do tráfico de drogas. São a hospedaria Barão de Piracicaba, a concessionária L&M Automóveis, o restaurante Sal Rosa e o ferro-velho Moinho.

Wellington Tavares Pereira e Alfredo da Silva Bertelli Prado, apontados como laranjas de Leo do Moinho, também foram denunciados.

Leo do Moinho é acusado de ser o patrão do PCC no centro de São Paulo. Foto: Reprodução / Estadão

Ex-candidata a vereadora do PT

Outra denunciada é Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, líder comunitária que foi candidata a vereadora pelo PT em 2020, mas não se elegeu.

De acordo com a denúncia, Janaína é “peça fundamental” na organização criminosa. ”Ela garante o funcionamento da traficância na região central e exerce a condição de ‘disciplina’ para quem descumpre as determinações do comando central do crime”, afirma o Ministério Público.

Quando as suspeitas vieram a público, o PT afirmou que ela filiou ao partido em 2019 para concorrer no ano seguinte a vereadora como representante da população em situação de rua e que “nunca mais participou de atividades partidárias”. “Na época da filiação não havia qualquer processo contra ela.”

Ingrid de Freitas e Ivan Rodrigues Ferreira também são acusados na denúncia de envolvimento com o tráfico na região da Cracolândia.

Janaína da Conceição Cerqueira Xavier já foi candidata a vereadora pelo PT. Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)/Reprodução

Captação de sinais de rádios transmissores

A denúncia ainda avança sobre o núcleo que seria responsável por captar a frequência de rádios transmissores da Polícia Militar.

Valdecy Messias de Souza e Paulo Márcio Teixeira são acusados de vender aos criminosos aparelhos que davam acesso às comunicações e permitam que o PCC se antecipassem às operações policiais. Esses equipamentos ficavam instalados na Favela do Moinho.

“Esse nicho criminoso é de suma importância para funcionamento de toda organização criminosa, uma vez que permite aos criminosos se anteciparem a qualquer ação das forças estatais, obtendo informações privilegiadas de operações policiais para prosseguirem com a atividade de traficância dentro do fluxo central”, apontam os promotores do Gaeco.

Essa é mais uma denúncia oferecida pelo Ministério Público na esteira da Operação Salus et Dignitas. Um grupo de guardas-civis metropolitanos já havia sido acusado formalmente pela extorsão de comerciantes e pela venda ilegal de armas na Cracolândia.

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