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Bolsonaro diz à PF que não sabia de fraude em cartões de vacinação e que não orientou atos golpistas


Ex-presidente depôs por três horas sobre as suspeitas de participação no esquema de adulteração de carteiras de vacinação

Por Weslley Galzo
Atualização:
Bolsonaro deve prestar depoimento nesta terça-feira, 16, na investigação da Operação Venire Foto: Wilton Junior/Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro alegou à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 16, que jamais teve conhecimento do esquema de falsificação dos registros de vacinação e que tampouco sabia da adulteração do seu próprio documento e de sua filha.

Bolsonaro foi convocado para depor pela primeira vez no inquérito em que é investigado por suspeita de adulteração de carteiras de vacinação. O ex-presidente chegou à sede da PF, em Brasília, às 13h30 e só deixou o locou às 17h50. De acordo com seu assessor de imprensa, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) Fabia Wajngarten, Bolsonaro depôs por 3 horas e respondeu a todas as perguntas dos investigadores.

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Bolsonaro é o principal investigado no inquérito. A PF já identificou que os certificados de imunização do ex-presidente e da filha dele, Laura, foram adulterados. O celular pessoal de Bolsonaro foi apreendido.

Ele nega ter se vacinado. A primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que Laura também não foi imunizada contra a covid-19.

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No depoimento, Bolsonaro ainda disse os policiais que foi o responsável pela compra de 500 milhões de doses de vacinas e que “respeitou a liberdade de cada brasileiro de não tomar ou não” os imunizantes. Antes de ordenar a aquisição das vacinas, o ex-presidente não respondeu às reiteradas propostas das fabricantes que poderiam ter antecipado o inicio da campanha de imunização no País. Além disso, Bolsonaro encampou discursos antivacina ao ponto de associar a vacinação à contaminação pelo vírus do HIV.

Além de responder sobre as suspeitas de envolvimento no esquema de falsificação de registro do SUS, Bolsonaro também teve que dizer aos agentes da PF se houve envolvimento na tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, que contou com a presença massiva de seus apoiadores. A versão apresentada pelo ex-presidente, segundo publicação de Wajngarten no Twitter, foi de que ele jamais “orientou” ou “participou de qualquer ato de insurreição ou subervasão contra o Estado de Direito”

Certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro foi emitido pelo aplicativo ConecteSUS. Foto: Reprodução Foto: Foto: Reprodução
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Entenda em cinco pontos o que Bolsonaro precisa esclarecer

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente deve ser questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro.

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A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular do ex-ajudante de ordens presidencial, o tenente-coronel Mauro Cid, preso preventivamente na Operação Venire.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro – o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

Mauro Cid

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Braço direito do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF deve questionar Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou o braço-direito e uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Ele deve ser ouvido na próxima quinta-feira.

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O tenente coronel Mauro Cid foi preso preventivamente na Operação Venire. Foto: Dida Sampaio/Estadão Foto: Dida Sampaio/Estadão

Fraudes em Duque de Caxias e em São Paulo

A Polícia Federal investiga três registros falsos de vacinação contra a covid-19 inseridos no cartão do ex-presidente. As vacinas, que segundo a PF nunca foram aplicadas, constam como tendo sido ministradas em Duque de Caxias (RJ) e em São Paulo. Bolsonaro deve ser perguntado sobre onde estava nas datas.

Laura

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes dela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. A PF pretende questionar Bolsonaro sobre as fraudes envolvendo a adolescente.

Motivação política

A Polícia Federal acredita que as fraudes nos dados da vacinação tenham sido motivadas pela guerra ideológica travada pelo ex-presidente na pandemia. O objetivo, segundo a investigação, seria manter o núcleo duro bolsonarista ‘coeso’.

Os investigadores veem conexão com a investigação das milícias digitais, que se debruça sobre a atuação de grupos organizados na internet para espalhar ataques e notícias falsas. A PF chegou a dizer que as falsificações nos cartões de vacina são a ‘materialização no mundo real’ de uma estratégia que busca ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros.

Bolsonaro deve prestar depoimento nesta terça-feira, 16, na investigação da Operação Venire Foto: Wilton Junior/Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro alegou à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 16, que jamais teve conhecimento do esquema de falsificação dos registros de vacinação e que tampouco sabia da adulteração do seu próprio documento e de sua filha.

Bolsonaro foi convocado para depor pela primeira vez no inquérito em que é investigado por suspeita de adulteração de carteiras de vacinação. O ex-presidente chegou à sede da PF, em Brasília, às 13h30 e só deixou o locou às 17h50. De acordo com seu assessor de imprensa, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) Fabia Wajngarten, Bolsonaro depôs por 3 horas e respondeu a todas as perguntas dos investigadores.

Bolsonaro é o principal investigado no inquérito. A PF já identificou que os certificados de imunização do ex-presidente e da filha dele, Laura, foram adulterados. O celular pessoal de Bolsonaro foi apreendido.

Ele nega ter se vacinado. A primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que Laura também não foi imunizada contra a covid-19.

No depoimento, Bolsonaro ainda disse os policiais que foi o responsável pela compra de 500 milhões de doses de vacinas e que “respeitou a liberdade de cada brasileiro de não tomar ou não” os imunizantes. Antes de ordenar a aquisição das vacinas, o ex-presidente não respondeu às reiteradas propostas das fabricantes que poderiam ter antecipado o inicio da campanha de imunização no País. Além disso, Bolsonaro encampou discursos antivacina ao ponto de associar a vacinação à contaminação pelo vírus do HIV.

Além de responder sobre as suspeitas de envolvimento no esquema de falsificação de registro do SUS, Bolsonaro também teve que dizer aos agentes da PF se houve envolvimento na tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, que contou com a presença massiva de seus apoiadores. A versão apresentada pelo ex-presidente, segundo publicação de Wajngarten no Twitter, foi de que ele jamais “orientou” ou “participou de qualquer ato de insurreição ou subervasão contra o Estado de Direito”

Certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro foi emitido pelo aplicativo ConecteSUS. Foto: Reprodução Foto: Foto: Reprodução

Entenda em cinco pontos o que Bolsonaro precisa esclarecer

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente deve ser questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro.

A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular do ex-ajudante de ordens presidencial, o tenente-coronel Mauro Cid, preso preventivamente na Operação Venire.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro – o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF deve questionar Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou o braço-direito e uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Ele deve ser ouvido na próxima quinta-feira.

O tenente coronel Mauro Cid foi preso preventivamente na Operação Venire. Foto: Dida Sampaio/Estadão Foto: Dida Sampaio/Estadão

Fraudes em Duque de Caxias e em São Paulo

A Polícia Federal investiga três registros falsos de vacinação contra a covid-19 inseridos no cartão do ex-presidente. As vacinas, que segundo a PF nunca foram aplicadas, constam como tendo sido ministradas em Duque de Caxias (RJ) e em São Paulo. Bolsonaro deve ser perguntado sobre onde estava nas datas.

Laura

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes dela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. A PF pretende questionar Bolsonaro sobre as fraudes envolvendo a adolescente.

Motivação política

A Polícia Federal acredita que as fraudes nos dados da vacinação tenham sido motivadas pela guerra ideológica travada pelo ex-presidente na pandemia. O objetivo, segundo a investigação, seria manter o núcleo duro bolsonarista ‘coeso’.

Os investigadores veem conexão com a investigação das milícias digitais, que se debruça sobre a atuação de grupos organizados na internet para espalhar ataques e notícias falsas. A PF chegou a dizer que as falsificações nos cartões de vacina são a ‘materialização no mundo real’ de uma estratégia que busca ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros.

Bolsonaro deve prestar depoimento nesta terça-feira, 16, na investigação da Operação Venire Foto: Wilton Junior/Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro alegou à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 16, que jamais teve conhecimento do esquema de falsificação dos registros de vacinação e que tampouco sabia da adulteração do seu próprio documento e de sua filha.

Bolsonaro foi convocado para depor pela primeira vez no inquérito em que é investigado por suspeita de adulteração de carteiras de vacinação. O ex-presidente chegou à sede da PF, em Brasília, às 13h30 e só deixou o locou às 17h50. De acordo com seu assessor de imprensa, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) Fabia Wajngarten, Bolsonaro depôs por 3 horas e respondeu a todas as perguntas dos investigadores.

Bolsonaro é o principal investigado no inquérito. A PF já identificou que os certificados de imunização do ex-presidente e da filha dele, Laura, foram adulterados. O celular pessoal de Bolsonaro foi apreendido.

Ele nega ter se vacinado. A primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que Laura também não foi imunizada contra a covid-19.

No depoimento, Bolsonaro ainda disse os policiais que foi o responsável pela compra de 500 milhões de doses de vacinas e que “respeitou a liberdade de cada brasileiro de não tomar ou não” os imunizantes. Antes de ordenar a aquisição das vacinas, o ex-presidente não respondeu às reiteradas propostas das fabricantes que poderiam ter antecipado o inicio da campanha de imunização no País. Além disso, Bolsonaro encampou discursos antivacina ao ponto de associar a vacinação à contaminação pelo vírus do HIV.

Além de responder sobre as suspeitas de envolvimento no esquema de falsificação de registro do SUS, Bolsonaro também teve que dizer aos agentes da PF se houve envolvimento na tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, que contou com a presença massiva de seus apoiadores. A versão apresentada pelo ex-presidente, segundo publicação de Wajngarten no Twitter, foi de que ele jamais “orientou” ou “participou de qualquer ato de insurreição ou subervasão contra o Estado de Direito”

Certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro foi emitido pelo aplicativo ConecteSUS. Foto: Reprodução Foto: Foto: Reprodução

Entenda em cinco pontos o que Bolsonaro precisa esclarecer

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente deve ser questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro.

A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular do ex-ajudante de ordens presidencial, o tenente-coronel Mauro Cid, preso preventivamente na Operação Venire.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro – o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF deve questionar Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou o braço-direito e uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Ele deve ser ouvido na próxima quinta-feira.

O tenente coronel Mauro Cid foi preso preventivamente na Operação Venire. Foto: Dida Sampaio/Estadão Foto: Dida Sampaio/Estadão

Fraudes em Duque de Caxias e em São Paulo

A Polícia Federal investiga três registros falsos de vacinação contra a covid-19 inseridos no cartão do ex-presidente. As vacinas, que segundo a PF nunca foram aplicadas, constam como tendo sido ministradas em Duque de Caxias (RJ) e em São Paulo. Bolsonaro deve ser perguntado sobre onde estava nas datas.

Laura

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes dela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. A PF pretende questionar Bolsonaro sobre as fraudes envolvendo a adolescente.

Motivação política

A Polícia Federal acredita que as fraudes nos dados da vacinação tenham sido motivadas pela guerra ideológica travada pelo ex-presidente na pandemia. O objetivo, segundo a investigação, seria manter o núcleo duro bolsonarista ‘coeso’.

Os investigadores veem conexão com a investigação das milícias digitais, que se debruça sobre a atuação de grupos organizados na internet para espalhar ataques e notícias falsas. A PF chegou a dizer que as falsificações nos cartões de vacina são a ‘materialização no mundo real’ de uma estratégia que busca ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros.

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