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Ibaneis depõe à PF e afirma que houve 'sabotagem' de plano de ação das forças de segurança para barrar marcha golpista


Durante duas horas e meia, nesta sexta, 13, governador do DF, afastado do cargo por suspeita de 'condutas omissivas e comissivas' que teriam facilitado a marcha dos radicais até a Praça dos Três Poderes no domingo, 8, prestou depoimento na Polícia Federal acompanhado de seus advogados, Cleber Lopes e Alberto Zacharias Toron

Por Rayssa Motta, Pepita Ortega e Fausto Macedo
Ibaneis Rocha deixa a PF após depoimento que durou cerca de duas horas e meia. Foto: Record TV

O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de duas horas e meia nesta sexta-feira, 12, sobre os atos golpistas que ocorreram na Praça dos Três Poderes.

O delegado responsável perguntou se ele sabia dos protestos e do risco de atos violentos. O emedebista negou ter sido omisso, mas afirmou que não tinha conhecimento da possibilidade de ações radicais.

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Ibaneis disse que os órgãos de segurança do governo Distrito Federal estavam cientes da manifestação e prepararam um protocolo integrado de ações. Ele também afirmou que ps responsáveis pela segurança do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF) participaram da criação desse protocolo. Ainda segundo o governador, como gestor, ele não esteve nas reuniões para elaboração desse plano e não tinha a atribuição de 'examinar em minúcias' questões operacionais de segurança.

O governador afastado negou conivência com as manifestações antidemocráticas e afirmou que, pouco antes da invasão aos prédios dos Poderes, recebeu a informação de que a situação estava controlada. Em áudio, o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício, delegado Fernando de Sousa Oliveira, disse que as coisas estavam transcorrendo de maneira 'tranquila, ordeira e pacífica'. A gravação foi compartilhada pelo governador com os investigadores.

Ibaneis declarou que recebeu mensagens do ministro da Justiça, Flávio Dino, alertando sobre a chegada de vários ônibus com manifestantes em Brasília. Ele disse que a informação foi repassada para a Secretaria de Segurança.

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Radicais atacaram Supremo, Planalto e Congresso. Foto: Wilton Júnior/Estadão

O governador contou que acompanhava os protestos pela televisão e que, assim que a manifestação começou a sair do controle, imediatamente entrou em contato com o secretário de Segurança em exercício e deu ordem para que todas as providências fossem tomadas para esvaziar o prédio do Congresso Nacional, o primeiro a ser invadido, e para prender os vândalos.

Ibaneis também foi questionado sobre a atuação das forças de segurança do Distrito Federal. A Polícia Militar não conteve os manifestantes. Ele afirmou que foi 'absolutamente surpreendido' pelo comportamento de alguns policiais militares, mas defendeu que não poderia ser responsabilizado pela 'sabotagem' ao comando.

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Em outro momento, o governador justificou a exoneração do então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que estava de férias nos Estados Unidos. Ele afirmou que 'perdeu a confiança' no ex-secretário, porque ele estava 'ausente' em meio aos protestos.

O governador afastado foi perguntado ainda sobre os acampamentos montados em frente ao QG do Exército, em Brasília. Ele afirmou que a área fica sob jurisdição das Forças Armadas. Também relatou que defendeu desmontar as estruturas antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que o comando do Exército foi contra a remoção. Ibaneis disse ainda que a equipe do petista tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos.

O depoimento foi marcado a pedido da própria defesa após o afastamento do governador, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes e confirmado por maioria no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados Cleber Lopes e Alberto Zacharias Toron, que representam Ibaneis Rocha, disseram ao blog que entregaram documentos que comprovam as informações prestadas por ele.

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"A nossa expectativa é a de que agora seja afastada essa tese de que o governador, em algum momento, pudesse ter concordado ou concorrido para a prática de qualquer ato antidemocrático", disse Lopes. "E também que a investigação seja capaz de encontrar qual foi a razão pela qual ocorreu esse processo que nós estamos classificando como um processo de sabotagem ao plano anteriormente estabelecido."

Moraes atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou a abertura de um inquérito para apurar se houve omissão ou conivência de autoridades do DF com os atos golpistas. O rol de investigados inclui, além do governador afastado Ibaneis Rocha e do ex-secretário de Segurança Pública interino, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante geral da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira, que tiveram as prisões preventivas decretadas pelo STF.

Leia a íntegra do depoimento:

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 Foto: Estadão
 Foto: Estadão
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 Foto: Estadão

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS ALBERTO ZACHARIAS TORON E CLEBER LOPES, QUE REPRESENTAM O GOVERNADOR AFASTADO

"O governador Ibaneis Rocha, espontaneamente, compareceu na data de hoje na Superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos a respeito dos trágicos acontecimentos ocorridos no último dia 08 no Distrito Federal.

Além de ter respondido a todas as indagações que lhe foram formuladas pela autoridade, teve a oportunidade de rechaçar definitivamente qualquer ideia de que tivesse alguma conivência com o vandalismo antidemocrático verificado no domingo. Sabia da experiência e treinamento da PM DF e foi uma verdadeira surpresa a inexistência de efetivos em número suficiente para conter os vândalos e, pior, que alguns PMs se confraternizaram com os manifestantes.

O governador espera que todo o ocorrido seja cabalmente apurado e as responsabilidades fiquem demonstradas."

Ibaneis Rocha deixa a PF após depoimento que durou cerca de duas horas e meia. Foto: Record TV

O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de duas horas e meia nesta sexta-feira, 12, sobre os atos golpistas que ocorreram na Praça dos Três Poderes.

O delegado responsável perguntou se ele sabia dos protestos e do risco de atos violentos. O emedebista negou ter sido omisso, mas afirmou que não tinha conhecimento da possibilidade de ações radicais.

Ibaneis disse que os órgãos de segurança do governo Distrito Federal estavam cientes da manifestação e prepararam um protocolo integrado de ações. Ele também afirmou que ps responsáveis pela segurança do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF) participaram da criação desse protocolo. Ainda segundo o governador, como gestor, ele não esteve nas reuniões para elaboração desse plano e não tinha a atribuição de 'examinar em minúcias' questões operacionais de segurança.

O governador afastado negou conivência com as manifestações antidemocráticas e afirmou que, pouco antes da invasão aos prédios dos Poderes, recebeu a informação de que a situação estava controlada. Em áudio, o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício, delegado Fernando de Sousa Oliveira, disse que as coisas estavam transcorrendo de maneira 'tranquila, ordeira e pacífica'. A gravação foi compartilhada pelo governador com os investigadores.

Ibaneis declarou que recebeu mensagens do ministro da Justiça, Flávio Dino, alertando sobre a chegada de vários ônibus com manifestantes em Brasília. Ele disse que a informação foi repassada para a Secretaria de Segurança.

Radicais atacaram Supremo, Planalto e Congresso. Foto: Wilton Júnior/Estadão

O governador contou que acompanhava os protestos pela televisão e que, assim que a manifestação começou a sair do controle, imediatamente entrou em contato com o secretário de Segurança em exercício e deu ordem para que todas as providências fossem tomadas para esvaziar o prédio do Congresso Nacional, o primeiro a ser invadido, e para prender os vândalos.

Ibaneis também foi questionado sobre a atuação das forças de segurança do Distrito Federal. A Polícia Militar não conteve os manifestantes. Ele afirmou que foi 'absolutamente surpreendido' pelo comportamento de alguns policiais militares, mas defendeu que não poderia ser responsabilizado pela 'sabotagem' ao comando.

Em outro momento, o governador justificou a exoneração do então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que estava de férias nos Estados Unidos. Ele afirmou que 'perdeu a confiança' no ex-secretário, porque ele estava 'ausente' em meio aos protestos.

O governador afastado foi perguntado ainda sobre os acampamentos montados em frente ao QG do Exército, em Brasília. Ele afirmou que a área fica sob jurisdição das Forças Armadas. Também relatou que defendeu desmontar as estruturas antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que o comando do Exército foi contra a remoção. Ibaneis disse ainda que a equipe do petista tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos.

O depoimento foi marcado a pedido da própria defesa após o afastamento do governador, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes e confirmado por maioria no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados Cleber Lopes e Alberto Zacharias Toron, que representam Ibaneis Rocha, disseram ao blog que entregaram documentos que comprovam as informações prestadas por ele.

"A nossa expectativa é a de que agora seja afastada essa tese de que o governador, em algum momento, pudesse ter concordado ou concorrido para a prática de qualquer ato antidemocrático", disse Lopes. "E também que a investigação seja capaz de encontrar qual foi a razão pela qual ocorreu esse processo que nós estamos classificando como um processo de sabotagem ao plano anteriormente estabelecido."

Moraes atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou a abertura de um inquérito para apurar se houve omissão ou conivência de autoridades do DF com os atos golpistas. O rol de investigados inclui, além do governador afastado Ibaneis Rocha e do ex-secretário de Segurança Pública interino, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante geral da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira, que tiveram as prisões preventivas decretadas pelo STF.

Leia a íntegra do depoimento:

 Foto: Estadão
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COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS ALBERTO ZACHARIAS TORON E CLEBER LOPES, QUE REPRESENTAM O GOVERNADOR AFASTADO

"O governador Ibaneis Rocha, espontaneamente, compareceu na data de hoje na Superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos a respeito dos trágicos acontecimentos ocorridos no último dia 08 no Distrito Federal.

Além de ter respondido a todas as indagações que lhe foram formuladas pela autoridade, teve a oportunidade de rechaçar definitivamente qualquer ideia de que tivesse alguma conivência com o vandalismo antidemocrático verificado no domingo. Sabia da experiência e treinamento da PM DF e foi uma verdadeira surpresa a inexistência de efetivos em número suficiente para conter os vândalos e, pior, que alguns PMs se confraternizaram com os manifestantes.

O governador espera que todo o ocorrido seja cabalmente apurado e as responsabilidades fiquem demonstradas."

Ibaneis Rocha deixa a PF após depoimento que durou cerca de duas horas e meia. Foto: Record TV

O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de duas horas e meia nesta sexta-feira, 12, sobre os atos golpistas que ocorreram na Praça dos Três Poderes.

O delegado responsável perguntou se ele sabia dos protestos e do risco de atos violentos. O emedebista negou ter sido omisso, mas afirmou que não tinha conhecimento da possibilidade de ações radicais.

Ibaneis disse que os órgãos de segurança do governo Distrito Federal estavam cientes da manifestação e prepararam um protocolo integrado de ações. Ele também afirmou que ps responsáveis pela segurança do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF) participaram da criação desse protocolo. Ainda segundo o governador, como gestor, ele não esteve nas reuniões para elaboração desse plano e não tinha a atribuição de 'examinar em minúcias' questões operacionais de segurança.

O governador afastado negou conivência com as manifestações antidemocráticas e afirmou que, pouco antes da invasão aos prédios dos Poderes, recebeu a informação de que a situação estava controlada. Em áudio, o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício, delegado Fernando de Sousa Oliveira, disse que as coisas estavam transcorrendo de maneira 'tranquila, ordeira e pacífica'. A gravação foi compartilhada pelo governador com os investigadores.

Ibaneis declarou que recebeu mensagens do ministro da Justiça, Flávio Dino, alertando sobre a chegada de vários ônibus com manifestantes em Brasília. Ele disse que a informação foi repassada para a Secretaria de Segurança.

Radicais atacaram Supremo, Planalto e Congresso. Foto: Wilton Júnior/Estadão

O governador contou que acompanhava os protestos pela televisão e que, assim que a manifestação começou a sair do controle, imediatamente entrou em contato com o secretário de Segurança em exercício e deu ordem para que todas as providências fossem tomadas para esvaziar o prédio do Congresso Nacional, o primeiro a ser invadido, e para prender os vândalos.

Ibaneis também foi questionado sobre a atuação das forças de segurança do Distrito Federal. A Polícia Militar não conteve os manifestantes. Ele afirmou que foi 'absolutamente surpreendido' pelo comportamento de alguns policiais militares, mas defendeu que não poderia ser responsabilizado pela 'sabotagem' ao comando.

Em outro momento, o governador justificou a exoneração do então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que estava de férias nos Estados Unidos. Ele afirmou que 'perdeu a confiança' no ex-secretário, porque ele estava 'ausente' em meio aos protestos.

O governador afastado foi perguntado ainda sobre os acampamentos montados em frente ao QG do Exército, em Brasília. Ele afirmou que a área fica sob jurisdição das Forças Armadas. Também relatou que defendeu desmontar as estruturas antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que o comando do Exército foi contra a remoção. Ibaneis disse ainda que a equipe do petista tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos.

O depoimento foi marcado a pedido da própria defesa após o afastamento do governador, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes e confirmado por maioria no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados Cleber Lopes e Alberto Zacharias Toron, que representam Ibaneis Rocha, disseram ao blog que entregaram documentos que comprovam as informações prestadas por ele.

"A nossa expectativa é a de que agora seja afastada essa tese de que o governador, em algum momento, pudesse ter concordado ou concorrido para a prática de qualquer ato antidemocrático", disse Lopes. "E também que a investigação seja capaz de encontrar qual foi a razão pela qual ocorreu esse processo que nós estamos classificando como um processo de sabotagem ao plano anteriormente estabelecido."

Moraes atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou a abertura de um inquérito para apurar se houve omissão ou conivência de autoridades do DF com os atos golpistas. O rol de investigados inclui, além do governador afastado Ibaneis Rocha e do ex-secretário de Segurança Pública interino, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante geral da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira, que tiveram as prisões preventivas decretadas pelo STF.

Leia a íntegra do depoimento:

 Foto: Estadão
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COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS ALBERTO ZACHARIAS TORON E CLEBER LOPES, QUE REPRESENTAM O GOVERNADOR AFASTADO

"O governador Ibaneis Rocha, espontaneamente, compareceu na data de hoje na Superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos a respeito dos trágicos acontecimentos ocorridos no último dia 08 no Distrito Federal.

Além de ter respondido a todas as indagações que lhe foram formuladas pela autoridade, teve a oportunidade de rechaçar definitivamente qualquer ideia de que tivesse alguma conivência com o vandalismo antidemocrático verificado no domingo. Sabia da experiência e treinamento da PM DF e foi uma verdadeira surpresa a inexistência de efetivos em número suficiente para conter os vândalos e, pior, que alguns PMs se confraternizaram com os manifestantes.

O governador espera que todo o ocorrido seja cabalmente apurado e as responsabilidades fiquem demonstradas."

Ibaneis Rocha deixa a PF após depoimento que durou cerca de duas horas e meia. Foto: Record TV

O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de duas horas e meia nesta sexta-feira, 12, sobre os atos golpistas que ocorreram na Praça dos Três Poderes.

O delegado responsável perguntou se ele sabia dos protestos e do risco de atos violentos. O emedebista negou ter sido omisso, mas afirmou que não tinha conhecimento da possibilidade de ações radicais.

Ibaneis disse que os órgãos de segurança do governo Distrito Federal estavam cientes da manifestação e prepararam um protocolo integrado de ações. Ele também afirmou que ps responsáveis pela segurança do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF) participaram da criação desse protocolo. Ainda segundo o governador, como gestor, ele não esteve nas reuniões para elaboração desse plano e não tinha a atribuição de 'examinar em minúcias' questões operacionais de segurança.

O governador afastado negou conivência com as manifestações antidemocráticas e afirmou que, pouco antes da invasão aos prédios dos Poderes, recebeu a informação de que a situação estava controlada. Em áudio, o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em exercício, delegado Fernando de Sousa Oliveira, disse que as coisas estavam transcorrendo de maneira 'tranquila, ordeira e pacífica'. A gravação foi compartilhada pelo governador com os investigadores.

Ibaneis declarou que recebeu mensagens do ministro da Justiça, Flávio Dino, alertando sobre a chegada de vários ônibus com manifestantes em Brasília. Ele disse que a informação foi repassada para a Secretaria de Segurança.

Radicais atacaram Supremo, Planalto e Congresso. Foto: Wilton Júnior/Estadão

O governador contou que acompanhava os protestos pela televisão e que, assim que a manifestação começou a sair do controle, imediatamente entrou em contato com o secretário de Segurança em exercício e deu ordem para que todas as providências fossem tomadas para esvaziar o prédio do Congresso Nacional, o primeiro a ser invadido, e para prender os vândalos.

Ibaneis também foi questionado sobre a atuação das forças de segurança do Distrito Federal. A Polícia Militar não conteve os manifestantes. Ele afirmou que foi 'absolutamente surpreendido' pelo comportamento de alguns policiais militares, mas defendeu que não poderia ser responsabilizado pela 'sabotagem' ao comando.

Em outro momento, o governador justificou a exoneração do então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, que estava de férias nos Estados Unidos. Ele afirmou que 'perdeu a confiança' no ex-secretário, porque ele estava 'ausente' em meio aos protestos.

O governador afastado foi perguntado ainda sobre os acampamentos montados em frente ao QG do Exército, em Brasília. Ele afirmou que a área fica sob jurisdição das Forças Armadas. Também relatou que defendeu desmontar as estruturas antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que o comando do Exército foi contra a remoção. Ibaneis disse ainda que a equipe do petista tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos.

O depoimento foi marcado a pedido da própria defesa após o afastamento do governador, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes e confirmado por maioria no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados Cleber Lopes e Alberto Zacharias Toron, que representam Ibaneis Rocha, disseram ao blog que entregaram documentos que comprovam as informações prestadas por ele.

"A nossa expectativa é a de que agora seja afastada essa tese de que o governador, em algum momento, pudesse ter concordado ou concorrido para a prática de qualquer ato antidemocrático", disse Lopes. "E também que a investigação seja capaz de encontrar qual foi a razão pela qual ocorreu esse processo que nós estamos classificando como um processo de sabotagem ao plano anteriormente estabelecido."

Moraes atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou a abertura de um inquérito para apurar se houve omissão ou conivência de autoridades do DF com os atos golpistas. O rol de investigados inclui, além do governador afastado Ibaneis Rocha e do ex-secretário de Segurança Pública interino, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante geral da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira, que tiveram as prisões preventivas decretadas pelo STF.

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 Foto: Estadão
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COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS ALBERTO ZACHARIAS TORON E CLEBER LOPES, QUE REPRESENTAM O GOVERNADOR AFASTADO

"O governador Ibaneis Rocha, espontaneamente, compareceu na data de hoje na Superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos a respeito dos trágicos acontecimentos ocorridos no último dia 08 no Distrito Federal.

Além de ter respondido a todas as indagações que lhe foram formuladas pela autoridade, teve a oportunidade de rechaçar definitivamente qualquer ideia de que tivesse alguma conivência com o vandalismo antidemocrático verificado no domingo. Sabia da experiência e treinamento da PM DF e foi uma verdadeira surpresa a inexistência de efetivos em número suficiente para conter os vândalos e, pior, que alguns PMs se confraternizaram com os manifestantes.

O governador espera que todo o ocorrido seja cabalmente apurado e as responsabilidades fiquem demonstradas."

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