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Opinião|É de estarrecer


Continuamos na mediocridade de escolas que insistem numa série de disciplinas que nada trazem ao educando, a não ser o enfado, o desinteresse, o desalento

Por José Renato Nalini

Depois da abstenção nas eleições municipais, superior a um terço do eleitorado e maior do que aquela que ocorreu nos anos de Covid-19, outra notícia de assustar os incautos. Praticamente um quarto dos brasileiros entre vinte e cinco e trinta e quatro anos não estuda nem trabalha. Como talvez coincidam com os que não votaram, isso evidencia que há um terceiro “nem”: “não estou nem aí!”.

O Brasil insiste em fazer parte da OCDE, a poderosa Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, grupo de países mais desenvolvidos. Tem de ralar para conseguir entrar nessa comunidade. A média daquelas nações, para a juventude que não estuda nem participa do processo produtivo não chega a catorze por cento.

A situação é reflexo da educação de pouca qualidade, que continua a fornecer informações, mas não capacita para o trabalho. Se os brasileiros levassem o seu pacto fundamental a sério, a “Constituição Cidadã” de 5 de outubro de 1988, veriam que o constituinte conferiu um tratamento adequado ao tema educação. Repito qual mantra: educação é a chave para a resolução de todos os problemas brasileiros. Sem exceção.

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Pois a educação, na Constituição, é tratada como direito de todos, em qualquer idade, em qualquer situação, a pessoa tem legítimo direito a uma educação formal e informal. Esse direito de todos é dever do Estado, da família e da sociedade.

A família está ausente do processo educacional governamental. Não se abre espaço para uma efetiva participação familiar no desenvolvimento dos projetos de ensino e aprendizado. Verdade que, muitas vezes, a burocracia estatal repele a participação cidadã, porque prefere a zona de conforto para a perpetuação de praxes longevas e que não querem enfrentar o traumatismo das mudanças.

Mas pais responsáveis têm a obrigação de verificar se o filho está aprendendo alguma coisa e se essa “alguma coisa” vai servir para o desempenho profissional que lhe garanta subsistência própria e de sua família.

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O mundo mudou. Centenas de profissões estão condenadas a desaparecer. Milhares de outras são necessárias, mas a escola brasileira ainda não sabe como ensinar o educando a escolher uma opção que seja prazerosa, útil e rentável. As aulas prelecionais são muito insossas. Esquecem-se os responsáveis pela educação oficial que o mundo digital propicia a qualquer detentor de uma bugiganga eletrônica – e o Brasil possui mais celulares do que habitantes – o acesso a um dado atualizado, colorido, musical e atraente. Muito distante das aulas que os professores, muitos deles desalentados, oferecem ao alunado.

O Brasil precisa de cientistas. De pesquisadores. De gente que goste de matemática, física e química. Que enfrente a biologia e possa trazer alento para a Amazônia, que necessita de uma bioeconomia urgente.

O mundo da informática, da telemática, da eletrônica, da cibernética, da nanotecnologia, da telemedicina, de tantos outros trajetos novos, precisa de profissionais que substituam o pessoal não qualificado, que será engolido pela automação.

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O Brasil poderia ser um centro turístico universal. Mas não temos infraestrutura, não temos serviço de qualidade, não temos eficiência. Não temos formação de profissionais que possam satisfazer os ricos do planeta. Rico não gosta de maus tratos, de amadorismo, de improvisação.

O mundo das artes seria campo bastante promissor para o Brasil. Mas é urgente formar músicos, intérpretes, criadores de toda espécie artística. Vender quadros, esculturas, souvenirs, artesanato local, atingiria aquelas pessoas que podem percorrer o mundo e que gostam de lugares exóticos. O Brasil é um exotismo só. Até para brasileiros, conhecer outras partes do país é algo excitante.

É preciso atrair a juventude para fazer aquilo de que ela gosta. Fazer filmes, por exemplo. Fotografar. Dedicar-se à botânica, à silvicultura, à jardinagem. A gastronomia. A biodiversidade tupiniquim permitiria a criação de um parque gastronômico de valia extrema. Porém, continuamos na mediocridade de escolas que insistem numa série de disciplinas que nada trazem ao educando, a não ser o enfado, o desinteresse, o desalento. É por isso que as salas de aula do Ensino Médio são ociosas e os barzinhos das imediações repletos de quem prefere trocar ideia com os colegas a ouvir aquilo que não lhes atrai e que consideram uma perda de tempo.

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Será que um dia o Brasil vai acordar e oferecer educação realmente eficaz, efetiva e eficiente à sua juventude? Enquanto isso, países que passaram por guerras e por catástrofes dolorosas, dão a volta por cima e recuperam o seu verdadeiro desenvolvimento, que depende da educação.

É de estarrecer a inação do Brasil diante desse quadro dantesco.

Depois da abstenção nas eleições municipais, superior a um terço do eleitorado e maior do que aquela que ocorreu nos anos de Covid-19, outra notícia de assustar os incautos. Praticamente um quarto dos brasileiros entre vinte e cinco e trinta e quatro anos não estuda nem trabalha. Como talvez coincidam com os que não votaram, isso evidencia que há um terceiro “nem”: “não estou nem aí!”.

O Brasil insiste em fazer parte da OCDE, a poderosa Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, grupo de países mais desenvolvidos. Tem de ralar para conseguir entrar nessa comunidade. A média daquelas nações, para a juventude que não estuda nem participa do processo produtivo não chega a catorze por cento.

A situação é reflexo da educação de pouca qualidade, que continua a fornecer informações, mas não capacita para o trabalho. Se os brasileiros levassem o seu pacto fundamental a sério, a “Constituição Cidadã” de 5 de outubro de 1988, veriam que o constituinte conferiu um tratamento adequado ao tema educação. Repito qual mantra: educação é a chave para a resolução de todos os problemas brasileiros. Sem exceção.

Pois a educação, na Constituição, é tratada como direito de todos, em qualquer idade, em qualquer situação, a pessoa tem legítimo direito a uma educação formal e informal. Esse direito de todos é dever do Estado, da família e da sociedade.

A família está ausente do processo educacional governamental. Não se abre espaço para uma efetiva participação familiar no desenvolvimento dos projetos de ensino e aprendizado. Verdade que, muitas vezes, a burocracia estatal repele a participação cidadã, porque prefere a zona de conforto para a perpetuação de praxes longevas e que não querem enfrentar o traumatismo das mudanças.

Mas pais responsáveis têm a obrigação de verificar se o filho está aprendendo alguma coisa e se essa “alguma coisa” vai servir para o desempenho profissional que lhe garanta subsistência própria e de sua família.

O mundo mudou. Centenas de profissões estão condenadas a desaparecer. Milhares de outras são necessárias, mas a escola brasileira ainda não sabe como ensinar o educando a escolher uma opção que seja prazerosa, útil e rentável. As aulas prelecionais são muito insossas. Esquecem-se os responsáveis pela educação oficial que o mundo digital propicia a qualquer detentor de uma bugiganga eletrônica – e o Brasil possui mais celulares do que habitantes – o acesso a um dado atualizado, colorido, musical e atraente. Muito distante das aulas que os professores, muitos deles desalentados, oferecem ao alunado.

O Brasil precisa de cientistas. De pesquisadores. De gente que goste de matemática, física e química. Que enfrente a biologia e possa trazer alento para a Amazônia, que necessita de uma bioeconomia urgente.

O mundo da informática, da telemática, da eletrônica, da cibernética, da nanotecnologia, da telemedicina, de tantos outros trajetos novos, precisa de profissionais que substituam o pessoal não qualificado, que será engolido pela automação.

O Brasil poderia ser um centro turístico universal. Mas não temos infraestrutura, não temos serviço de qualidade, não temos eficiência. Não temos formação de profissionais que possam satisfazer os ricos do planeta. Rico não gosta de maus tratos, de amadorismo, de improvisação.

O mundo das artes seria campo bastante promissor para o Brasil. Mas é urgente formar músicos, intérpretes, criadores de toda espécie artística. Vender quadros, esculturas, souvenirs, artesanato local, atingiria aquelas pessoas que podem percorrer o mundo e que gostam de lugares exóticos. O Brasil é um exotismo só. Até para brasileiros, conhecer outras partes do país é algo excitante.

É preciso atrair a juventude para fazer aquilo de que ela gosta. Fazer filmes, por exemplo. Fotografar. Dedicar-se à botânica, à silvicultura, à jardinagem. A gastronomia. A biodiversidade tupiniquim permitiria a criação de um parque gastronômico de valia extrema. Porém, continuamos na mediocridade de escolas que insistem numa série de disciplinas que nada trazem ao educando, a não ser o enfado, o desinteresse, o desalento. É por isso que as salas de aula do Ensino Médio são ociosas e os barzinhos das imediações repletos de quem prefere trocar ideia com os colegas a ouvir aquilo que não lhes atrai e que consideram uma perda de tempo.

Será que um dia o Brasil vai acordar e oferecer educação realmente eficaz, efetiva e eficiente à sua juventude? Enquanto isso, países que passaram por guerras e por catástrofes dolorosas, dão a volta por cima e recuperam o seu verdadeiro desenvolvimento, que depende da educação.

É de estarrecer a inação do Brasil diante desse quadro dantesco.

Depois da abstenção nas eleições municipais, superior a um terço do eleitorado e maior do que aquela que ocorreu nos anos de Covid-19, outra notícia de assustar os incautos. Praticamente um quarto dos brasileiros entre vinte e cinco e trinta e quatro anos não estuda nem trabalha. Como talvez coincidam com os que não votaram, isso evidencia que há um terceiro “nem”: “não estou nem aí!”.

O Brasil insiste em fazer parte da OCDE, a poderosa Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, grupo de países mais desenvolvidos. Tem de ralar para conseguir entrar nessa comunidade. A média daquelas nações, para a juventude que não estuda nem participa do processo produtivo não chega a catorze por cento.

A situação é reflexo da educação de pouca qualidade, que continua a fornecer informações, mas não capacita para o trabalho. Se os brasileiros levassem o seu pacto fundamental a sério, a “Constituição Cidadã” de 5 de outubro de 1988, veriam que o constituinte conferiu um tratamento adequado ao tema educação. Repito qual mantra: educação é a chave para a resolução de todos os problemas brasileiros. Sem exceção.

Pois a educação, na Constituição, é tratada como direito de todos, em qualquer idade, em qualquer situação, a pessoa tem legítimo direito a uma educação formal e informal. Esse direito de todos é dever do Estado, da família e da sociedade.

A família está ausente do processo educacional governamental. Não se abre espaço para uma efetiva participação familiar no desenvolvimento dos projetos de ensino e aprendizado. Verdade que, muitas vezes, a burocracia estatal repele a participação cidadã, porque prefere a zona de conforto para a perpetuação de praxes longevas e que não querem enfrentar o traumatismo das mudanças.

Mas pais responsáveis têm a obrigação de verificar se o filho está aprendendo alguma coisa e se essa “alguma coisa” vai servir para o desempenho profissional que lhe garanta subsistência própria e de sua família.

O mundo mudou. Centenas de profissões estão condenadas a desaparecer. Milhares de outras são necessárias, mas a escola brasileira ainda não sabe como ensinar o educando a escolher uma opção que seja prazerosa, útil e rentável. As aulas prelecionais são muito insossas. Esquecem-se os responsáveis pela educação oficial que o mundo digital propicia a qualquer detentor de uma bugiganga eletrônica – e o Brasil possui mais celulares do que habitantes – o acesso a um dado atualizado, colorido, musical e atraente. Muito distante das aulas que os professores, muitos deles desalentados, oferecem ao alunado.

O Brasil precisa de cientistas. De pesquisadores. De gente que goste de matemática, física e química. Que enfrente a biologia e possa trazer alento para a Amazônia, que necessita de uma bioeconomia urgente.

O mundo da informática, da telemática, da eletrônica, da cibernética, da nanotecnologia, da telemedicina, de tantos outros trajetos novos, precisa de profissionais que substituam o pessoal não qualificado, que será engolido pela automação.

O Brasil poderia ser um centro turístico universal. Mas não temos infraestrutura, não temos serviço de qualidade, não temos eficiência. Não temos formação de profissionais que possam satisfazer os ricos do planeta. Rico não gosta de maus tratos, de amadorismo, de improvisação.

O mundo das artes seria campo bastante promissor para o Brasil. Mas é urgente formar músicos, intérpretes, criadores de toda espécie artística. Vender quadros, esculturas, souvenirs, artesanato local, atingiria aquelas pessoas que podem percorrer o mundo e que gostam de lugares exóticos. O Brasil é um exotismo só. Até para brasileiros, conhecer outras partes do país é algo excitante.

É preciso atrair a juventude para fazer aquilo de que ela gosta. Fazer filmes, por exemplo. Fotografar. Dedicar-se à botânica, à silvicultura, à jardinagem. A gastronomia. A biodiversidade tupiniquim permitiria a criação de um parque gastronômico de valia extrema. Porém, continuamos na mediocridade de escolas que insistem numa série de disciplinas que nada trazem ao educando, a não ser o enfado, o desinteresse, o desalento. É por isso que as salas de aula do Ensino Médio são ociosas e os barzinhos das imediações repletos de quem prefere trocar ideia com os colegas a ouvir aquilo que não lhes atrai e que consideram uma perda de tempo.

Será que um dia o Brasil vai acordar e oferecer educação realmente eficaz, efetiva e eficiente à sua juventude? Enquanto isso, países que passaram por guerras e por catástrofes dolorosas, dão a volta por cima e recuperam o seu verdadeiro desenvolvimento, que depende da educação.

É de estarrecer a inação do Brasil diante desse quadro dantesco.

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