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Ensino superior pós-pandemia: quais as tendências do setor em 2021


Por Denise Campos
Denise Campos. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A pandemia da Covid-19 fez com que vários setores tivessem que repensar suas ações e como suas atividades eram desenvolvidas até então. O segmento da educação foi um dos mais atingidos pelas regras de isolamento social que foram impostas numa tentativa de minimizar o contágio da doença. Nesse contexto, a adaptação das instituições de ensino teve que acontecer em meio ao caos da pandemia. O momento antecipou a disrupção na educação e provocou uma mudança conceitual e estrutural nos modelos de ensino.

O mundo digital, a tecnologia e as ferramentas que facilitam o acesso à educação nesse novo contexto, se apresentaram não só como necessidade pontual, mas como uma realidade que exige de professores e alunos uma reavaliação de todo o processo educacional. Mas, como será o ensino superior após a pandemia do novo coronavírus?

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Essa é a pergunta que todos ainda estão pensando na resposta. Até aqui, a única certeza é que o setor não será mais como antes. As Universidade vão precisar se reorganizar e oferecer um modelo totalmente diferente do que tínhamos antes da pandemia, em que tanto o aluno quanto o professor possam estar cada vez mais conectados e onde o ensino possa acontecer de diferentes maneiras em ambientes diversos. Na verdade, isso já vinha acontecendo em algumas universidades, mas a virada de chave teve que ser para todos.

A necessidade de transformação já era evidente antes mesmo do aparecimento da pandemia, mas, ainda caminhava a passos curtos nas instituições do país. Poucas ofereciam um modelo de aprendizagem de fato inovador e transformador para o estudante. No atual contexto, por necessidade, as instituições precisaram se adaptar, oferecendo um modelo de ensino dinâmico, capaz de manter a atenção do aluno e seu interesse nos estudos. Foi necessário também desenvolver ações com o objetivo de sustentar a motivação dos professores para que a qualidade do ensino mantivesse o patamar. Após toda essa reestruturação, temos um legado e mais do que isso, uma ideia prática das iniciativas que podem apontar caminhos. Daqui para frente, à medida que a reabertura ocorrer em estados e municípios, o desafio será preservar a inovação obtida e, claro, aperfeiçoá-la. Mas, como fazer?

A internet facilitou o acesso a todo tipo de informação, mas para que essas informações se transformem em conhecimento significativo é necessário a facilitação de um docente qualificado, que tenha domínio no uso destas ferramentas e da tecnologia. O papel do docente passa a ser o de criar e fomentar um ambiente de aprendizado transformador, que favoreça a interação, a reflexão e o comprometimento real dos estudantes e demais envolvidos no processo da educação.

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No mundo pós-pandemia, para garantir o engajamento do estudante e ao mesmo tempo motivá-lo a esta nova forma de educação, será necessário a apresentação de um currículo personalizado, chamativo e ao mesmo tempo envolvente. Serão novos tempos, com diferentes desafios e o ensino precisará fomentar a esperança com possibilidades reais de inovação e transformação da sociedade. Todo o mercado mudou e com a educação não foi diferente. Temos novas tendências e inspirações para (re)significar a educação do Brasil.

O sistema educacional foi desafiado a adaptar os encontros presenciais e a expandir as possibilidades do mundo on-line. A fim de atender as necessidades do isolamento imposto pela pandemia, a adaptação das aulas para o ambiente digital-presencial se deu de forma rápida, encontrando uma série de obstáculos em um país tão desigual como o Brasil. Muitos perderam por não terem acesso a um equipamento de qualidade ou até mesmo a internet. Muitas instituições se mobilizaram para tentar oferecer a melhor estrutura para seus alunos, mas, não podemos dizer que isso aconteceu em 100% dos casos.

O aprendizado por sistema remoto requer habilidades que os estudantes, pelo menos uma maioria, dominam muito bem: o uso da tecnologia. Na mesma proporção da necessidade de domínio das tecnologias e ferramentas deste novo sistema de ensino, crescem também as exigências do mercado de trabalho, que requer profissionais já familiarizados, mas também comprometidos e até culturalmente acostumados à gestão do próprio tempo. O ensino híbrido leva em consideração que cada aprendiz tem uma história e aprende de forma diferente. Nesse contexto, a tecnologia é uma grande aliada que está em contínua renovação, permitindo diferentes formas de interação e utilização de metodologias. As atividades no ambiente digital podem acontecer de forma síncrona e assíncrona. Nos momentos assíncronos as leituras e atividades que devem ser realizadas são disponibilizadas em plataformas digitais e podem ser acessadas quando o aluno quiser. Já os momentos síncronos ocorrem quando professores e estudantes estão conectados ao mesmo tempo em uma mesma plataforma digital, normalmente em contato por videoconferência.

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Ensinar de forma autônoma e personalizada, priorizando o que realmente faz sentido para aluno, exige novos espaços físicos e principalmente virtuais. Vivemos o momento da "mão na massa", em que o aluno aprende na prática, em contato com empresas e profissionais atuantes no mercado que conseguem fazer com que esses estudantes passem por experiências reais, que são vividas no dia a dia do mercado de trabalho.

Outra tendência do ensino superior do pós-pandemia é que a universidade deixe de ter uma grade curricular linear e comum a todos os alunos de um determinado curso de graduação. Os currículos serão construídos a partir das competências que os estudantes precisam desenvolver para o atual mercado de trabalho, que por sua vez, tem valorizado profissionais que possuem diferentes habilidades e competências para atuarem em projetos diversos. Assim, as instituições de ensino superior, passarão a ofertar graduações compostas por nano cursos, com certificações para cada um deles e que desenvolva habilidades e competências requisitadas pelo mercado de trabalho.

O docente é vital em todo o processo de educação. É com o apoio dele que estudantes em formação se tornarão os profissionais do amanhã. É fundamental que este profissional invista cada vez mais na sua própria formação, se abrindo às inovações tecnológicas, às exigências dos novos ambientes físicos ou virtuais e a novas estratégias de ensino.

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No mundo globalizado, o ser humano tem se preocupado muito com o desenvolvimento de habilidade técnicas, mas essas habilidades poderão ser facilmente substituídas pela tecnologia e a inteligência artificial. Por isso, precisamos investir nas competências que só os humanos podem desenvolver, as socioemocionais, que são, por exemplo, empatia, criatividade, pensamento crítico, espírito inovador e empreendedor.

O papel das escolas e universidade é auxiliar o desenvolvimento dessas competências por meio da convivência, do autoconhecimento e da prática, pois elas são utilizadas diariamente e compõem o processo de formação integral do cidadão. Um estudo desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Educação da OCDE (OCDE-CERI) concluiu que a maior parte dos currículos dos países membros da OCDE inclui o desenvolvimento das competências socioemocionais como objetivos de aprendizagem. Outras competências socioemocionais que se mostraram imprescindíveis nesse momento de isolamento social, foram a solidariedade, o olhar mais cuidadoso com o que o outro precisa, ouvir o que o outro tem a dizer, capacidade de se adaptar a mudanças, flexibilidade e resiliência.

As universidades estarão ainda mais conectadas ao mercado de trabalho. O conceito de aprender na prática será mais valorizado e os ambientes de ensino não estarão mais restritos aos campis universitários. O ensino e a aprendizagem ocorrerão em diferentes ambientes dentro da sociedade e do mercado.

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Em um país em que a desigualdade social é tão evidente, será papel das instituições de ensino articular alternativas para desenvolver outras formas de financiamento e contribuir para que todos tenham acesso à educação. Um belo exemplo é permitir a quitação das mensalidades com pontuações adquiridas no envolvimento e desenvolvimento de projetos sociais, atividades de extensão, programas de monitoria, ou ainda a realização de serviços para as empresas parceiras da instituição. Depois de vivermos uma das maiores pandemias do século, características pessoais e mais humanas que vinham sendo esquecidas pelo mercado ganharam força e se tornaram vitais. Vale lembrar que o conhecimento não se esgota ou tampouco limita-se ao espaço físico ou ao tempo e as experiências também ajudarão na formação do profissional do futuro.

*Denise Campos, vice-presidente Acadêmica da Ânima Educação

Denise Campos. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A pandemia da Covid-19 fez com que vários setores tivessem que repensar suas ações e como suas atividades eram desenvolvidas até então. O segmento da educação foi um dos mais atingidos pelas regras de isolamento social que foram impostas numa tentativa de minimizar o contágio da doença. Nesse contexto, a adaptação das instituições de ensino teve que acontecer em meio ao caos da pandemia. O momento antecipou a disrupção na educação e provocou uma mudança conceitual e estrutural nos modelos de ensino.

O mundo digital, a tecnologia e as ferramentas que facilitam o acesso à educação nesse novo contexto, se apresentaram não só como necessidade pontual, mas como uma realidade que exige de professores e alunos uma reavaliação de todo o processo educacional. Mas, como será o ensino superior após a pandemia do novo coronavírus?

Essa é a pergunta que todos ainda estão pensando na resposta. Até aqui, a única certeza é que o setor não será mais como antes. As Universidade vão precisar se reorganizar e oferecer um modelo totalmente diferente do que tínhamos antes da pandemia, em que tanto o aluno quanto o professor possam estar cada vez mais conectados e onde o ensino possa acontecer de diferentes maneiras em ambientes diversos. Na verdade, isso já vinha acontecendo em algumas universidades, mas a virada de chave teve que ser para todos.

A necessidade de transformação já era evidente antes mesmo do aparecimento da pandemia, mas, ainda caminhava a passos curtos nas instituições do país. Poucas ofereciam um modelo de aprendizagem de fato inovador e transformador para o estudante. No atual contexto, por necessidade, as instituições precisaram se adaptar, oferecendo um modelo de ensino dinâmico, capaz de manter a atenção do aluno e seu interesse nos estudos. Foi necessário também desenvolver ações com o objetivo de sustentar a motivação dos professores para que a qualidade do ensino mantivesse o patamar. Após toda essa reestruturação, temos um legado e mais do que isso, uma ideia prática das iniciativas que podem apontar caminhos. Daqui para frente, à medida que a reabertura ocorrer em estados e municípios, o desafio será preservar a inovação obtida e, claro, aperfeiçoá-la. Mas, como fazer?

A internet facilitou o acesso a todo tipo de informação, mas para que essas informações se transformem em conhecimento significativo é necessário a facilitação de um docente qualificado, que tenha domínio no uso destas ferramentas e da tecnologia. O papel do docente passa a ser o de criar e fomentar um ambiente de aprendizado transformador, que favoreça a interação, a reflexão e o comprometimento real dos estudantes e demais envolvidos no processo da educação.

No mundo pós-pandemia, para garantir o engajamento do estudante e ao mesmo tempo motivá-lo a esta nova forma de educação, será necessário a apresentação de um currículo personalizado, chamativo e ao mesmo tempo envolvente. Serão novos tempos, com diferentes desafios e o ensino precisará fomentar a esperança com possibilidades reais de inovação e transformação da sociedade. Todo o mercado mudou e com a educação não foi diferente. Temos novas tendências e inspirações para (re)significar a educação do Brasil.

O sistema educacional foi desafiado a adaptar os encontros presenciais e a expandir as possibilidades do mundo on-line. A fim de atender as necessidades do isolamento imposto pela pandemia, a adaptação das aulas para o ambiente digital-presencial se deu de forma rápida, encontrando uma série de obstáculos em um país tão desigual como o Brasil. Muitos perderam por não terem acesso a um equipamento de qualidade ou até mesmo a internet. Muitas instituições se mobilizaram para tentar oferecer a melhor estrutura para seus alunos, mas, não podemos dizer que isso aconteceu em 100% dos casos.

O aprendizado por sistema remoto requer habilidades que os estudantes, pelo menos uma maioria, dominam muito bem: o uso da tecnologia. Na mesma proporção da necessidade de domínio das tecnologias e ferramentas deste novo sistema de ensino, crescem também as exigências do mercado de trabalho, que requer profissionais já familiarizados, mas também comprometidos e até culturalmente acostumados à gestão do próprio tempo. O ensino híbrido leva em consideração que cada aprendiz tem uma história e aprende de forma diferente. Nesse contexto, a tecnologia é uma grande aliada que está em contínua renovação, permitindo diferentes formas de interação e utilização de metodologias. As atividades no ambiente digital podem acontecer de forma síncrona e assíncrona. Nos momentos assíncronos as leituras e atividades que devem ser realizadas são disponibilizadas em plataformas digitais e podem ser acessadas quando o aluno quiser. Já os momentos síncronos ocorrem quando professores e estudantes estão conectados ao mesmo tempo em uma mesma plataforma digital, normalmente em contato por videoconferência.

Ensinar de forma autônoma e personalizada, priorizando o que realmente faz sentido para aluno, exige novos espaços físicos e principalmente virtuais. Vivemos o momento da "mão na massa", em que o aluno aprende na prática, em contato com empresas e profissionais atuantes no mercado que conseguem fazer com que esses estudantes passem por experiências reais, que são vividas no dia a dia do mercado de trabalho.

Outra tendência do ensino superior do pós-pandemia é que a universidade deixe de ter uma grade curricular linear e comum a todos os alunos de um determinado curso de graduação. Os currículos serão construídos a partir das competências que os estudantes precisam desenvolver para o atual mercado de trabalho, que por sua vez, tem valorizado profissionais que possuem diferentes habilidades e competências para atuarem em projetos diversos. Assim, as instituições de ensino superior, passarão a ofertar graduações compostas por nano cursos, com certificações para cada um deles e que desenvolva habilidades e competências requisitadas pelo mercado de trabalho.

O docente é vital em todo o processo de educação. É com o apoio dele que estudantes em formação se tornarão os profissionais do amanhã. É fundamental que este profissional invista cada vez mais na sua própria formação, se abrindo às inovações tecnológicas, às exigências dos novos ambientes físicos ou virtuais e a novas estratégias de ensino.

No mundo globalizado, o ser humano tem se preocupado muito com o desenvolvimento de habilidade técnicas, mas essas habilidades poderão ser facilmente substituídas pela tecnologia e a inteligência artificial. Por isso, precisamos investir nas competências que só os humanos podem desenvolver, as socioemocionais, que são, por exemplo, empatia, criatividade, pensamento crítico, espírito inovador e empreendedor.

O papel das escolas e universidade é auxiliar o desenvolvimento dessas competências por meio da convivência, do autoconhecimento e da prática, pois elas são utilizadas diariamente e compõem o processo de formação integral do cidadão. Um estudo desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Educação da OCDE (OCDE-CERI) concluiu que a maior parte dos currículos dos países membros da OCDE inclui o desenvolvimento das competências socioemocionais como objetivos de aprendizagem. Outras competências socioemocionais que se mostraram imprescindíveis nesse momento de isolamento social, foram a solidariedade, o olhar mais cuidadoso com o que o outro precisa, ouvir o que o outro tem a dizer, capacidade de se adaptar a mudanças, flexibilidade e resiliência.

As universidades estarão ainda mais conectadas ao mercado de trabalho. O conceito de aprender na prática será mais valorizado e os ambientes de ensino não estarão mais restritos aos campis universitários. O ensino e a aprendizagem ocorrerão em diferentes ambientes dentro da sociedade e do mercado.

Em um país em que a desigualdade social é tão evidente, será papel das instituições de ensino articular alternativas para desenvolver outras formas de financiamento e contribuir para que todos tenham acesso à educação. Um belo exemplo é permitir a quitação das mensalidades com pontuações adquiridas no envolvimento e desenvolvimento de projetos sociais, atividades de extensão, programas de monitoria, ou ainda a realização de serviços para as empresas parceiras da instituição. Depois de vivermos uma das maiores pandemias do século, características pessoais e mais humanas que vinham sendo esquecidas pelo mercado ganharam força e se tornaram vitais. Vale lembrar que o conhecimento não se esgota ou tampouco limita-se ao espaço físico ou ao tempo e as experiências também ajudarão na formação do profissional do futuro.

*Denise Campos, vice-presidente Acadêmica da Ânima Educação

Denise Campos. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A pandemia da Covid-19 fez com que vários setores tivessem que repensar suas ações e como suas atividades eram desenvolvidas até então. O segmento da educação foi um dos mais atingidos pelas regras de isolamento social que foram impostas numa tentativa de minimizar o contágio da doença. Nesse contexto, a adaptação das instituições de ensino teve que acontecer em meio ao caos da pandemia. O momento antecipou a disrupção na educação e provocou uma mudança conceitual e estrutural nos modelos de ensino.

O mundo digital, a tecnologia e as ferramentas que facilitam o acesso à educação nesse novo contexto, se apresentaram não só como necessidade pontual, mas como uma realidade que exige de professores e alunos uma reavaliação de todo o processo educacional. Mas, como será o ensino superior após a pandemia do novo coronavírus?

Essa é a pergunta que todos ainda estão pensando na resposta. Até aqui, a única certeza é que o setor não será mais como antes. As Universidade vão precisar se reorganizar e oferecer um modelo totalmente diferente do que tínhamos antes da pandemia, em que tanto o aluno quanto o professor possam estar cada vez mais conectados e onde o ensino possa acontecer de diferentes maneiras em ambientes diversos. Na verdade, isso já vinha acontecendo em algumas universidades, mas a virada de chave teve que ser para todos.

A necessidade de transformação já era evidente antes mesmo do aparecimento da pandemia, mas, ainda caminhava a passos curtos nas instituições do país. Poucas ofereciam um modelo de aprendizagem de fato inovador e transformador para o estudante. No atual contexto, por necessidade, as instituições precisaram se adaptar, oferecendo um modelo de ensino dinâmico, capaz de manter a atenção do aluno e seu interesse nos estudos. Foi necessário também desenvolver ações com o objetivo de sustentar a motivação dos professores para que a qualidade do ensino mantivesse o patamar. Após toda essa reestruturação, temos um legado e mais do que isso, uma ideia prática das iniciativas que podem apontar caminhos. Daqui para frente, à medida que a reabertura ocorrer em estados e municípios, o desafio será preservar a inovação obtida e, claro, aperfeiçoá-la. Mas, como fazer?

A internet facilitou o acesso a todo tipo de informação, mas para que essas informações se transformem em conhecimento significativo é necessário a facilitação de um docente qualificado, que tenha domínio no uso destas ferramentas e da tecnologia. O papel do docente passa a ser o de criar e fomentar um ambiente de aprendizado transformador, que favoreça a interação, a reflexão e o comprometimento real dos estudantes e demais envolvidos no processo da educação.

No mundo pós-pandemia, para garantir o engajamento do estudante e ao mesmo tempo motivá-lo a esta nova forma de educação, será necessário a apresentação de um currículo personalizado, chamativo e ao mesmo tempo envolvente. Serão novos tempos, com diferentes desafios e o ensino precisará fomentar a esperança com possibilidades reais de inovação e transformação da sociedade. Todo o mercado mudou e com a educação não foi diferente. Temos novas tendências e inspirações para (re)significar a educação do Brasil.

O sistema educacional foi desafiado a adaptar os encontros presenciais e a expandir as possibilidades do mundo on-line. A fim de atender as necessidades do isolamento imposto pela pandemia, a adaptação das aulas para o ambiente digital-presencial se deu de forma rápida, encontrando uma série de obstáculos em um país tão desigual como o Brasil. Muitos perderam por não terem acesso a um equipamento de qualidade ou até mesmo a internet. Muitas instituições se mobilizaram para tentar oferecer a melhor estrutura para seus alunos, mas, não podemos dizer que isso aconteceu em 100% dos casos.

O aprendizado por sistema remoto requer habilidades que os estudantes, pelo menos uma maioria, dominam muito bem: o uso da tecnologia. Na mesma proporção da necessidade de domínio das tecnologias e ferramentas deste novo sistema de ensino, crescem também as exigências do mercado de trabalho, que requer profissionais já familiarizados, mas também comprometidos e até culturalmente acostumados à gestão do próprio tempo. O ensino híbrido leva em consideração que cada aprendiz tem uma história e aprende de forma diferente. Nesse contexto, a tecnologia é uma grande aliada que está em contínua renovação, permitindo diferentes formas de interação e utilização de metodologias. As atividades no ambiente digital podem acontecer de forma síncrona e assíncrona. Nos momentos assíncronos as leituras e atividades que devem ser realizadas são disponibilizadas em plataformas digitais e podem ser acessadas quando o aluno quiser. Já os momentos síncronos ocorrem quando professores e estudantes estão conectados ao mesmo tempo em uma mesma plataforma digital, normalmente em contato por videoconferência.

Ensinar de forma autônoma e personalizada, priorizando o que realmente faz sentido para aluno, exige novos espaços físicos e principalmente virtuais. Vivemos o momento da "mão na massa", em que o aluno aprende na prática, em contato com empresas e profissionais atuantes no mercado que conseguem fazer com que esses estudantes passem por experiências reais, que são vividas no dia a dia do mercado de trabalho.

Outra tendência do ensino superior do pós-pandemia é que a universidade deixe de ter uma grade curricular linear e comum a todos os alunos de um determinado curso de graduação. Os currículos serão construídos a partir das competências que os estudantes precisam desenvolver para o atual mercado de trabalho, que por sua vez, tem valorizado profissionais que possuem diferentes habilidades e competências para atuarem em projetos diversos. Assim, as instituições de ensino superior, passarão a ofertar graduações compostas por nano cursos, com certificações para cada um deles e que desenvolva habilidades e competências requisitadas pelo mercado de trabalho.

O docente é vital em todo o processo de educação. É com o apoio dele que estudantes em formação se tornarão os profissionais do amanhã. É fundamental que este profissional invista cada vez mais na sua própria formação, se abrindo às inovações tecnológicas, às exigências dos novos ambientes físicos ou virtuais e a novas estratégias de ensino.

No mundo globalizado, o ser humano tem se preocupado muito com o desenvolvimento de habilidade técnicas, mas essas habilidades poderão ser facilmente substituídas pela tecnologia e a inteligência artificial. Por isso, precisamos investir nas competências que só os humanos podem desenvolver, as socioemocionais, que são, por exemplo, empatia, criatividade, pensamento crítico, espírito inovador e empreendedor.

O papel das escolas e universidade é auxiliar o desenvolvimento dessas competências por meio da convivência, do autoconhecimento e da prática, pois elas são utilizadas diariamente e compõem o processo de formação integral do cidadão. Um estudo desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Educação da OCDE (OCDE-CERI) concluiu que a maior parte dos currículos dos países membros da OCDE inclui o desenvolvimento das competências socioemocionais como objetivos de aprendizagem. Outras competências socioemocionais que se mostraram imprescindíveis nesse momento de isolamento social, foram a solidariedade, o olhar mais cuidadoso com o que o outro precisa, ouvir o que o outro tem a dizer, capacidade de se adaptar a mudanças, flexibilidade e resiliência.

As universidades estarão ainda mais conectadas ao mercado de trabalho. O conceito de aprender na prática será mais valorizado e os ambientes de ensino não estarão mais restritos aos campis universitários. O ensino e a aprendizagem ocorrerão em diferentes ambientes dentro da sociedade e do mercado.

Em um país em que a desigualdade social é tão evidente, será papel das instituições de ensino articular alternativas para desenvolver outras formas de financiamento e contribuir para que todos tenham acesso à educação. Um belo exemplo é permitir a quitação das mensalidades com pontuações adquiridas no envolvimento e desenvolvimento de projetos sociais, atividades de extensão, programas de monitoria, ou ainda a realização de serviços para as empresas parceiras da instituição. Depois de vivermos uma das maiores pandemias do século, características pessoais e mais humanas que vinham sendo esquecidas pelo mercado ganharam força e se tornaram vitais. Vale lembrar que o conhecimento não se esgota ou tampouco limita-se ao espaço físico ou ao tempo e as experiências também ajudarão na formação do profissional do futuro.

*Denise Campos, vice-presidente Acadêmica da Ânima Educação

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