Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Opinião|Entregue à bandidagem


Por José Renato Nalini*

É triste ouvir estrangeiros noticiarem que a nossa Amazônia foi entregue à bandidagem e que a principal destruidora de nosso maior patrimônio natural é a droga.

José Renato Nalini Foto: Werther Santana/Estadão

Quem afirma – e com autoridade – é o ex-Presidente da Colômbia, Iván Duque, quando esteve em Belém para a Conferência Internacional Amazônia e as Novas Economias.

continua após a publicidade

Nessa oportunidade, lembrou que a crise climática é a questão mais urgente a ser enfrentada pela humanidade. Esta é que corre risco de sobrevivência, não o planeta. A crise se acelera e não espera. Vai continuar a semear catástrofes, cada vez mais graves, sérias e letais.

A Amazônia é uma área estratégica, de seis milhões de quilômetros quadrados e habitada por cerca de cinquenta milhões de humanos, além da mais exuberante biodiversidade da Terra. Essa verdadeira usina, essencial para a bioeconomia, é um regulador para outros ecossistemas.

Observando-se o mapa da Amazônia Legal, verifica-se que nos últimos anos já perdemos território superior ao da França e da Alemanha somados. E isso mostra que falta pulso para o governo brasileiro, que não enfrenta a questão da insana irregularidade fundiária. Um percentual imenso da Amazônia é de terras públicas. Todas elas ilicitamente ocupadas por quadrilhas apátridas. O crime não tem compromisso com qualquer nacionalidade. Sua única pretensão é amealhar dinheiro.

continua após a publicidade

Como afirma Iván Duque, “a droga é a principal destruidora da selva e é também o principal fator por trás dos assassinatos de líderes sociais, ambientais e até mesmo de pessoal em processo de reinserção na sociedade. Quanto mais cocaína, menos paz”.

O ex-Presidente amealhou experiência durante sua vida pública e explica que, para cada hectare de coca que é semeado, dois ou três hectares de floresta tropical são destruídos. A cocaína é também a droga mais poluente para o meio ambiente, porque, para produzir um quilo de cocaína, é preciso usar vários galões de gasolina, vários quilos de cimento e, além disso, muitos produtos químicos acabam sendo jogados na selva”.

O pior é que há muito poucas pessoas condenadas por crimes ambientais. Um desmatamento colossal e ninguém preso por ecocídio. Enquanto isso, as prisões repletas de jovens que foram viciados, tiveram de traficar para manter o vício e acabam levando para o cárcere, numa sequência miserável, suas mães, irmãs, primas, namoradas e amantes.

continua após a publicidade

Uma deformação do sistema prisional. Quem deveria estar preso está solto. Quem deveria estar em processo de tratamento de saúde ou de acolhimento psicológico, para se integrar na sociedade civilizada e produtiva, permanece preso. Submetido à lei do cárcere e treinado para ser de fato um delinquente. Pois o Estado que promete assegurar a dignidade do encarcerado, o arremessa para os braços acolhedores da organização criminosa.

Não se protege a floresta com impunidade, com olhos vendados, com a omissão nessa política estatal da regularização fundiária que, por ter muitos pais, permanece órfã no Brasil. É o povo brasileiro que deixa de usufruir de algo que é seu, pois as terras públicas são de todos e de cada um, para entregá-las à mais violenta e cruel delinquência.

Cuidar do clima não é uma questão ideológica, outro viés pecaminoso que se edificou no Brasil nos últimos anos. É uma questão de sobrevivência da espécie humana e de todas as demais espécies vivas.

continua após a publicidade

A Justiça Climática precisa ser mais ativa. Não se pode julgar crimes ambientais na velha concepção da lide interindividual, em que há autor e réu. Nas questões ambientais, a vítima é uma comunidade difusa e abrangente. O constituinte de 1988 teve a coragem de erigir à condição de sujeito de direito o nascituro. Foi um avanço considerável, mas restou no discurso. Continua-se a julgar à luz do processo tradicional, sem lembrar que as vítimas que ainda não nasceram responderão por nossa incúria.

O Judiciário não consegue sequer fazer com que as multas simbólicas sejam efetivamente recolhidas ao Erário. Tudo prescreve, tudo merece anistia e em nome de uma visão distorcida, equivocada e caolha do que deva ser o agronegócio, destrói-se de forma inclemente o amanhã.

Se houver um futuro, o que está cada vez mais ameaçado de não ocorrer, as gerações que sobrevierem serão muito severas em relação à nossa inconsciência, insensibilidade, ignorância e conivência com a ilicitude. Haverá tempo de salvar a Amazônia e, com ela, toda a população do globo?

continua após a publicidade

*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras

É triste ouvir estrangeiros noticiarem que a nossa Amazônia foi entregue à bandidagem e que a principal destruidora de nosso maior patrimônio natural é a droga.

José Renato Nalini Foto: Werther Santana/Estadão

Quem afirma – e com autoridade – é o ex-Presidente da Colômbia, Iván Duque, quando esteve em Belém para a Conferência Internacional Amazônia e as Novas Economias.

Nessa oportunidade, lembrou que a crise climática é a questão mais urgente a ser enfrentada pela humanidade. Esta é que corre risco de sobrevivência, não o planeta. A crise se acelera e não espera. Vai continuar a semear catástrofes, cada vez mais graves, sérias e letais.

A Amazônia é uma área estratégica, de seis milhões de quilômetros quadrados e habitada por cerca de cinquenta milhões de humanos, além da mais exuberante biodiversidade da Terra. Essa verdadeira usina, essencial para a bioeconomia, é um regulador para outros ecossistemas.

Observando-se o mapa da Amazônia Legal, verifica-se que nos últimos anos já perdemos território superior ao da França e da Alemanha somados. E isso mostra que falta pulso para o governo brasileiro, que não enfrenta a questão da insana irregularidade fundiária. Um percentual imenso da Amazônia é de terras públicas. Todas elas ilicitamente ocupadas por quadrilhas apátridas. O crime não tem compromisso com qualquer nacionalidade. Sua única pretensão é amealhar dinheiro.

Como afirma Iván Duque, “a droga é a principal destruidora da selva e é também o principal fator por trás dos assassinatos de líderes sociais, ambientais e até mesmo de pessoal em processo de reinserção na sociedade. Quanto mais cocaína, menos paz”.

O ex-Presidente amealhou experiência durante sua vida pública e explica que, para cada hectare de coca que é semeado, dois ou três hectares de floresta tropical são destruídos. A cocaína é também a droga mais poluente para o meio ambiente, porque, para produzir um quilo de cocaína, é preciso usar vários galões de gasolina, vários quilos de cimento e, além disso, muitos produtos químicos acabam sendo jogados na selva”.

O pior é que há muito poucas pessoas condenadas por crimes ambientais. Um desmatamento colossal e ninguém preso por ecocídio. Enquanto isso, as prisões repletas de jovens que foram viciados, tiveram de traficar para manter o vício e acabam levando para o cárcere, numa sequência miserável, suas mães, irmãs, primas, namoradas e amantes.

Uma deformação do sistema prisional. Quem deveria estar preso está solto. Quem deveria estar em processo de tratamento de saúde ou de acolhimento psicológico, para se integrar na sociedade civilizada e produtiva, permanece preso. Submetido à lei do cárcere e treinado para ser de fato um delinquente. Pois o Estado que promete assegurar a dignidade do encarcerado, o arremessa para os braços acolhedores da organização criminosa.

Não se protege a floresta com impunidade, com olhos vendados, com a omissão nessa política estatal da regularização fundiária que, por ter muitos pais, permanece órfã no Brasil. É o povo brasileiro que deixa de usufruir de algo que é seu, pois as terras públicas são de todos e de cada um, para entregá-las à mais violenta e cruel delinquência.

Cuidar do clima não é uma questão ideológica, outro viés pecaminoso que se edificou no Brasil nos últimos anos. É uma questão de sobrevivência da espécie humana e de todas as demais espécies vivas.

A Justiça Climática precisa ser mais ativa. Não se pode julgar crimes ambientais na velha concepção da lide interindividual, em que há autor e réu. Nas questões ambientais, a vítima é uma comunidade difusa e abrangente. O constituinte de 1988 teve a coragem de erigir à condição de sujeito de direito o nascituro. Foi um avanço considerável, mas restou no discurso. Continua-se a julgar à luz do processo tradicional, sem lembrar que as vítimas que ainda não nasceram responderão por nossa incúria.

O Judiciário não consegue sequer fazer com que as multas simbólicas sejam efetivamente recolhidas ao Erário. Tudo prescreve, tudo merece anistia e em nome de uma visão distorcida, equivocada e caolha do que deva ser o agronegócio, destrói-se de forma inclemente o amanhã.

Se houver um futuro, o que está cada vez mais ameaçado de não ocorrer, as gerações que sobrevierem serão muito severas em relação à nossa inconsciência, insensibilidade, ignorância e conivência com a ilicitude. Haverá tempo de salvar a Amazônia e, com ela, toda a população do globo?

*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras

É triste ouvir estrangeiros noticiarem que a nossa Amazônia foi entregue à bandidagem e que a principal destruidora de nosso maior patrimônio natural é a droga.

José Renato Nalini Foto: Werther Santana/Estadão

Quem afirma – e com autoridade – é o ex-Presidente da Colômbia, Iván Duque, quando esteve em Belém para a Conferência Internacional Amazônia e as Novas Economias.

Nessa oportunidade, lembrou que a crise climática é a questão mais urgente a ser enfrentada pela humanidade. Esta é que corre risco de sobrevivência, não o planeta. A crise se acelera e não espera. Vai continuar a semear catástrofes, cada vez mais graves, sérias e letais.

A Amazônia é uma área estratégica, de seis milhões de quilômetros quadrados e habitada por cerca de cinquenta milhões de humanos, além da mais exuberante biodiversidade da Terra. Essa verdadeira usina, essencial para a bioeconomia, é um regulador para outros ecossistemas.

Observando-se o mapa da Amazônia Legal, verifica-se que nos últimos anos já perdemos território superior ao da França e da Alemanha somados. E isso mostra que falta pulso para o governo brasileiro, que não enfrenta a questão da insana irregularidade fundiária. Um percentual imenso da Amazônia é de terras públicas. Todas elas ilicitamente ocupadas por quadrilhas apátridas. O crime não tem compromisso com qualquer nacionalidade. Sua única pretensão é amealhar dinheiro.

Como afirma Iván Duque, “a droga é a principal destruidora da selva e é também o principal fator por trás dos assassinatos de líderes sociais, ambientais e até mesmo de pessoal em processo de reinserção na sociedade. Quanto mais cocaína, menos paz”.

O ex-Presidente amealhou experiência durante sua vida pública e explica que, para cada hectare de coca que é semeado, dois ou três hectares de floresta tropical são destruídos. A cocaína é também a droga mais poluente para o meio ambiente, porque, para produzir um quilo de cocaína, é preciso usar vários galões de gasolina, vários quilos de cimento e, além disso, muitos produtos químicos acabam sendo jogados na selva”.

O pior é que há muito poucas pessoas condenadas por crimes ambientais. Um desmatamento colossal e ninguém preso por ecocídio. Enquanto isso, as prisões repletas de jovens que foram viciados, tiveram de traficar para manter o vício e acabam levando para o cárcere, numa sequência miserável, suas mães, irmãs, primas, namoradas e amantes.

Uma deformação do sistema prisional. Quem deveria estar preso está solto. Quem deveria estar em processo de tratamento de saúde ou de acolhimento psicológico, para se integrar na sociedade civilizada e produtiva, permanece preso. Submetido à lei do cárcere e treinado para ser de fato um delinquente. Pois o Estado que promete assegurar a dignidade do encarcerado, o arremessa para os braços acolhedores da organização criminosa.

Não se protege a floresta com impunidade, com olhos vendados, com a omissão nessa política estatal da regularização fundiária que, por ter muitos pais, permanece órfã no Brasil. É o povo brasileiro que deixa de usufruir de algo que é seu, pois as terras públicas são de todos e de cada um, para entregá-las à mais violenta e cruel delinquência.

Cuidar do clima não é uma questão ideológica, outro viés pecaminoso que se edificou no Brasil nos últimos anos. É uma questão de sobrevivência da espécie humana e de todas as demais espécies vivas.

A Justiça Climática precisa ser mais ativa. Não se pode julgar crimes ambientais na velha concepção da lide interindividual, em que há autor e réu. Nas questões ambientais, a vítima é uma comunidade difusa e abrangente. O constituinte de 1988 teve a coragem de erigir à condição de sujeito de direito o nascituro. Foi um avanço considerável, mas restou no discurso. Continua-se a julgar à luz do processo tradicional, sem lembrar que as vítimas que ainda não nasceram responderão por nossa incúria.

O Judiciário não consegue sequer fazer com que as multas simbólicas sejam efetivamente recolhidas ao Erário. Tudo prescreve, tudo merece anistia e em nome de uma visão distorcida, equivocada e caolha do que deva ser o agronegócio, destrói-se de forma inclemente o amanhã.

Se houver um futuro, o que está cada vez mais ameaçado de não ocorrer, as gerações que sobrevierem serão muito severas em relação à nossa inconsciência, insensibilidade, ignorância e conivência com a ilicitude. Haverá tempo de salvar a Amazônia e, com ela, toda a população do globo?

*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras

É triste ouvir estrangeiros noticiarem que a nossa Amazônia foi entregue à bandidagem e que a principal destruidora de nosso maior patrimônio natural é a droga.

José Renato Nalini Foto: Werther Santana/Estadão

Quem afirma – e com autoridade – é o ex-Presidente da Colômbia, Iván Duque, quando esteve em Belém para a Conferência Internacional Amazônia e as Novas Economias.

Nessa oportunidade, lembrou que a crise climática é a questão mais urgente a ser enfrentada pela humanidade. Esta é que corre risco de sobrevivência, não o planeta. A crise se acelera e não espera. Vai continuar a semear catástrofes, cada vez mais graves, sérias e letais.

A Amazônia é uma área estratégica, de seis milhões de quilômetros quadrados e habitada por cerca de cinquenta milhões de humanos, além da mais exuberante biodiversidade da Terra. Essa verdadeira usina, essencial para a bioeconomia, é um regulador para outros ecossistemas.

Observando-se o mapa da Amazônia Legal, verifica-se que nos últimos anos já perdemos território superior ao da França e da Alemanha somados. E isso mostra que falta pulso para o governo brasileiro, que não enfrenta a questão da insana irregularidade fundiária. Um percentual imenso da Amazônia é de terras públicas. Todas elas ilicitamente ocupadas por quadrilhas apátridas. O crime não tem compromisso com qualquer nacionalidade. Sua única pretensão é amealhar dinheiro.

Como afirma Iván Duque, “a droga é a principal destruidora da selva e é também o principal fator por trás dos assassinatos de líderes sociais, ambientais e até mesmo de pessoal em processo de reinserção na sociedade. Quanto mais cocaína, menos paz”.

O ex-Presidente amealhou experiência durante sua vida pública e explica que, para cada hectare de coca que é semeado, dois ou três hectares de floresta tropical são destruídos. A cocaína é também a droga mais poluente para o meio ambiente, porque, para produzir um quilo de cocaína, é preciso usar vários galões de gasolina, vários quilos de cimento e, além disso, muitos produtos químicos acabam sendo jogados na selva”.

O pior é que há muito poucas pessoas condenadas por crimes ambientais. Um desmatamento colossal e ninguém preso por ecocídio. Enquanto isso, as prisões repletas de jovens que foram viciados, tiveram de traficar para manter o vício e acabam levando para o cárcere, numa sequência miserável, suas mães, irmãs, primas, namoradas e amantes.

Uma deformação do sistema prisional. Quem deveria estar preso está solto. Quem deveria estar em processo de tratamento de saúde ou de acolhimento psicológico, para se integrar na sociedade civilizada e produtiva, permanece preso. Submetido à lei do cárcere e treinado para ser de fato um delinquente. Pois o Estado que promete assegurar a dignidade do encarcerado, o arremessa para os braços acolhedores da organização criminosa.

Não se protege a floresta com impunidade, com olhos vendados, com a omissão nessa política estatal da regularização fundiária que, por ter muitos pais, permanece órfã no Brasil. É o povo brasileiro que deixa de usufruir de algo que é seu, pois as terras públicas são de todos e de cada um, para entregá-las à mais violenta e cruel delinquência.

Cuidar do clima não é uma questão ideológica, outro viés pecaminoso que se edificou no Brasil nos últimos anos. É uma questão de sobrevivência da espécie humana e de todas as demais espécies vivas.

A Justiça Climática precisa ser mais ativa. Não se pode julgar crimes ambientais na velha concepção da lide interindividual, em que há autor e réu. Nas questões ambientais, a vítima é uma comunidade difusa e abrangente. O constituinte de 1988 teve a coragem de erigir à condição de sujeito de direito o nascituro. Foi um avanço considerável, mas restou no discurso. Continua-se a julgar à luz do processo tradicional, sem lembrar que as vítimas que ainda não nasceram responderão por nossa incúria.

O Judiciário não consegue sequer fazer com que as multas simbólicas sejam efetivamente recolhidas ao Erário. Tudo prescreve, tudo merece anistia e em nome de uma visão distorcida, equivocada e caolha do que deva ser o agronegócio, destrói-se de forma inclemente o amanhã.

Se houver um futuro, o que está cada vez mais ameaçado de não ocorrer, as gerações que sobrevierem serão muito severas em relação à nossa inconsciência, insensibilidade, ignorância e conivência com a ilicitude. Haverá tempo de salvar a Amazônia e, com ela, toda a população do globo?

*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras

Opinião por José Renato Nalini*

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.