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Meyer Nigri diz que ‘nem lia’ mensagens que repassava a pedido de Bolsonaro; ‘fui usado’


Em entrevista ao Estadão, empresário fundador da Tecnisa nega cometimento de qualquer crime e diz que encaminhou textos com teor golpista, segundo a Polícia Federal, para ‘suscitar debates’ em ‘poucos grupos’ no WhatsApp

Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:
Empresário Meyer Nigri teve longa internação por complicações da covid-19 Foto: Christina Rufatto/Estadão

Ainda alvo do inquérito sobre supostos diálogos golpistas, o empresário Meyer Joseph Nigri afirma ter repassado mensagens a ‘pedido’ do ex-presidente Jair Bolsonaro para ‘suscitar debates’ em ‘poucos grupos’ no WhatsApp. Em entrevista ao Estadão, o fundador da Tecnisa diz que ‘não tinha conhecimento sobre a veracidade ou não do conteúdo’ das informações encaminhadas pelo ex-chefe do Executivo. “Confesso que, às vezes, nem lia a mensagem que repassava”, indicou. “Olhando retrospectivamente, considero que fui usado”, completou.

No celular de Nigri, os investigadores encontraram uma mensagem atribuída ao ex-presidente que pede ‘repasse ao máximo’ de um texto com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal e alegações sobre fraude nas urnas eletrônicas. À reportagem o empresário admitiu o repasse da mensagem, mas negou ter aderido à tese de Bolsonaro.

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“Jamais aleguei a existência de fraudes nas urnas eletrônicas, até porque não tenho conhecimento técnico. Apenas encaminhei algumas mensagens para fomentar o debate sobre o tema. Aliás, desconheço qualquer fraude nas urnas e reconheço a lisura do pleito ocorrido em 2022″, frisou.

Nigri ainda sustentou não ver ‘qualquer possível elo’ das mensagens com os atos golpistas de 8 de janeiro – ligação aventada pelos investigadores, que enxergam uma escalada de tensões culminando da depredação das dependências dos três Poderes. “Apenas encaminhei algumas mensagens em poucos grupos fechados de WhatsApp e chats privados com a finalidade de promover o debate. Não tenho esse poder”, afirmou o empresário.

O fundador da Tecnisa nega a prática de qualquer crime. Ressalta sua conduta ‘colaborativa’ com os investigadores e por isso não teme uma ordem de prisão. Ele seguirá na mira da Polícia Federal por pelo menos mais 60 dias: o ministro Alexandre de Moraes prorrogou o prazo do inquérito que o atinge.

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A extensão foi motivada pelo ‘vínculo’ mantido com Bolsonaro, visando inclusive a ‘disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito’, segundo a corporação.

Ao Estadão, o empresário diz que ‘já não se lembra ao certo’ como conheceu o ex-presidente e que tinha contatos ‘esporádicos’ com o ex-chefe do Executivo. “Nunca saí pra jantar com ele. A única vez que ele esteve em casa foi quando eu saí do hospital, após 160 dias de internação por conta da Covid que quase me levou à morte”, indica.

A Polícia Federal apontou indícios de uma ‘relação pessoal’ entre a família Bolsonaro e o empresário, citando evidências de uma visita à casa do fundador da Tecnisa, em 2021.

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Leia a íntegra da entrevista a seguir:

ESTADÃO: O ex-presidente enviou mensagem ao Sr. - ‘repasse ao máximo’ notícia que a Polícia Federal reputa falsa, com alegação sobre ‘fraudes nas urnas’. Foi uma ordem de Bolsonaro? Por que a acatou?

MEYER NIGRI: Não se tratou de ordem de Jair Bolsonaro, mas de um pedido. Apenas repassei algumas mensagens recebidas e para poucos grupos que já integrava, justamente para suscitar o debate sobre os temas, até porque não tinha conhecimento sobre a veracidade ou não do conteúdo dessas mensagens. Além disso, quando repassa uma mensagem não necessariamente concordava com seu conteúdo. Confesso que, às vezes, nem lia a mensagem que repassava.

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À PF, esclareci que, por vezes, encaminhei mensagens sem necessariamente concordar com elas ou mesmo lê-las. Caso típico foi a mensagem que questionava a eficácia das vacinas. Aliás, tomei três doses da vacina contra a Covid. Olhando retrospectivamente, considero que fui usado.

ESTADÃO: Para quem o sr. repassou mensagens com ataques ao STF e fake news a mando do ex-presidente? Qual sua intenção?

MEYER NIGRI: Reitero que não foi a mando dele. Recebi como um pedido. Limitei-me a encaminhar algumas mensagens para poucos grupos fechados e conversas privadas no Whatsapp e, como dito, a intenção era somente fomentar o debate sobre os temas contidos nelas. Reitero, inclusive, que muitas vezes não lia as mensagens. Agora, faço o registro que se ofendi alguém por repassar mensagens que possam ofender a quem quer que seja, peço, publicamente, desculpas.

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ESTADÃO: Como o sr. conheceu Bolsonaro?

MEYER NIGRI: Já não me lembro ao certo como o conheci. Pode ter sido pelo meu filho que conhecia um filho de Bolsonaro, mas, passado tanto tempo, confesso que não me lembro.

ESTADÃO: São amigos?

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MEYER NIGRI: Tínhamos apenas contatos esporádicos, aliás, nunca saí pra jantar com ele. A única vez que ele esteve em casa foi quando eu saí do hospital, após 160 dias de internação por conta da Covid que quase me levou à morte. Aliás, ainda estou em processo de recuperação devido às sequelas.

ESTADÃO: A pedido da Polícia Federal o ministro Alexandre de Moraes prorrogou a investigação sobre o Sr e o empresário Luciano Hang por mais 60 dias. O Sr teme ser alvo de um mandado de prisão?

MEYER NIGRI: Tendo em vista que apenas repassei algumas mensagens para poucos grupos fechados de WhatsApp, com a única intenção de promover o debate de ideias sobre o conteúdo dela, com o qual muitas vezes não concordava, entendo que não pratiquei qualquer crime. Além do mais, tenho colaborado amplamente com as investigações, sempre me colocando à disposição das autoridades, e, portanto, essa ideia de prisão preventiva me parece descabida, mesmo porque ela é reservada para quem atrapalha as investigações.

Meyer Nigri, fundador da incorporadora Tecnisa Foto: Tiago Queiroz/Estadão

ESTADÃO: Qual a sua relação com o procurador Augusto Aras? Por que o sr. tentou interferir nas investigações que o citam?

MEYER NIGRI: Tenho relação de amizade com o Procurador Geral Augusto Aras e jamais tentei interferir na investigação. Apenas encaminhei a reportagem do site Metrópoles e lhe perguntei o que o ele pensava sobre aquilo. Isso não é interferir em coisa alguma. Reitero, forneci a senha do meu aparelho celular e respondi a todos os questionamentos das autoridades, a fim de esclarecer tudo o que fosse necessário e colaborar com as apurações.

ESTADÃO: Como foi a reunião com a vice-PGR Lindôra Araújo? O que os srs conversaram?

MEYER NIGRI: A reunião teve como objetivo apresentar à vice-PGR o CEO da instituição Stand With Us da qual também sou conselheiro. Esta instituição tem o objetivo de educar e esclarecer sobre o Estado de Israel e combater o antissemitismo.

ESTADÃO: 8 de janeiro, para o Sr, foi um ato antidemocrático? Por quê?

MEYER NIGRI: Não sou político ou jurista, mas deploro os atos de vandalismo, as invasões e todo tipo de manifestação que atente contra a democracia e o poder democraticamente constituído.

Tenho minha vida ligada a atos de filantropia, ajudando pessoas e instituições, e acredito no processo democrático. Por isso, nunca apoiei os atos de 7 de setembro e nem muito menos os atos de vandalismo de 8 de janeiro último, que deploro.

ESTADÃO: O sr. e o ex-presidente participam de outros grupos que defendem voto impresso e alegam fraudes nas urnas eletrônicas?

MEYER NIGRI: Não participo de grupos com Jair Bolsonaro e jamais aleguei a existência de fraudes nas urnas eletrônicas, até porque não tenho conhecimento técnico. Apenas encaminhei algumas mensagens para fomentar o debate sobre o tema. Aliás, desconheço qualquer fraude nas urnas e reconheço a lisura do pleito ocorrido em 2022.

ESTADÃO: Em sua avaliação existe um elo entre as mensagens disparadas por ordem de Bolsonaro e o 8 de janeiro?

MEYER NIGRI: Não vejo qualquer possível elo, tendo em vista que apenas encaminhei algumas mensagens em poucos grupos fechados de WhatsApp e chats privados com a finalidade de promover o debate. Não tenho esse poder. Sou apenas um engenheiro e sequer possuo qualquer conta em aplicativos de difusão em massa como Instagram, Facebook e linhas de transmissão no WhatsApp.

ESTADÃO: Acredita que o ex-presidente Bolsonaro será preso?

MEYER NIGRI: Não tenho conhecimento jurídico para responder a essa questão e sequer conheço as investigações para além das notícias de jornal.

ESTADÃO: O sr compartilha da ideia de Bolsonaro, segundo a qual todos os que o cercam entram na mira do Supremo e da Polícia Federal?

MEYER NIGRI: Não tenho conhecimento sobre essa ideia de Jair Bolsonaro, nem conhecimento suficiente para analisar esse tema. Posso dizer que confio na justiça e tenho plena certeza de que ficara devidamente demonstrado que não pratiquei crime algum.

ESTADÃO: Relatório da Polícia Federal diz que o sr, teria atuado junto a Bolsonaro para destravar uma MP de interesse do setor privado. É fato? Que Medida era essa? O então presidente acolheu? Por quê?

MEYER NIGRI: Paulo Uebel apresentou no SECOVI um projeto de desburocratização do setor imobiliário com a finalidade de redução do custo a moradia, que é do interesse de todos e especialmente das pessoas de baixa renda. Eu, além de conselheiro do SECOVI, atuava como líder de um setor imobiliário e falava em nome do SECOVI, obviamente que não para atender um interesse privado, mas o interesse da categoria e do povo em geral que se beneficiaria. Salvo erro de memória tratava-se da “MP da desburocratização da construção”. O presidente ouviu a reivindicação do SECOVI, mas não lhe deu andamento e desconheço os motivos.

Nunca me vali do eventual contato com o ex-presidente Bolsonaro para obter qualquer vantagem pessoal e nem mesmo para amigos. O caso de Paulo Uebel é bem revelador disso. Tratava-se de uma reivindicação à diminuição do valor das moradias, sobretudo de baixa renda, posta no âmbito do Sindicato de compra e venda de imóveis, SECOVI, em reunião pública da entidade. Como conselheiro do Sindicato e líder de um dos grupos, limitei-me a levar a reivindicação ao Presidente, mas sem êxito. Aliás, nunca obtive qualquer empréstimo junto a bancos ou entidades públicas.

ESTADÃO: Como se sentiu quando foi alvo da Operação da PF? E agora com a prorrogação do inquérito?

MEYER NIGRI: Foi uma surpresa e um abalo. Meus netos dormiam em casa e ficaram inquietos, mas não houve nenhuma situação de violência, os policiais, diga-se de passagem, foram extremamente profissionais e educados. Entreguei prontamente todos os aparelhos do meu uso pessoal e as senhas de acesso para não deixar dúvidas de que não tinha nada a esconder. Mesmo meu advogado, que rapidamente me acudiu naquele momento e ainda não tinha tido acesso a nada da investigação, tendo me aconselhado a não depor, concordei em prestar declarações para colaborar com as investigações.

Mais recentemente, fui chamado para depor perante o delegado federal de Brasília, mas de forma virtual, online, na PF de São Paulo. Fiz questão de ir à Brasília para falar na frente do próprio dr. Shor e respondi a todas as perguntas. Na essência, esclareci que nunca tive conta em redes sociais como Facebook, Instagram ou Twitter. Isso deixa claro que nunca quis disseminar “fake news” em massa de qualquer tipo. Melhor dizendo, só usei o Instagram uma vez por conta de uma palestra que proferi para uma entidade.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE REPRESENTA MEYER NIGRI

“O comportamento do empresário Meyer Nigri foi exemplar durante toda a investigação. Demonstrou absoluta transparência ao entregar as senhas de seus equipamentos e responder a todas as indagações que lhe foram feitas. É evidente que uma pessoa que não tem conta em Facebook, Instagram ou Twitter não é do tipo que se dedica à disseminação de fake news.”

Empresário Meyer Nigri teve longa internação por complicações da covid-19 Foto: Christina Rufatto/Estadão

Ainda alvo do inquérito sobre supostos diálogos golpistas, o empresário Meyer Joseph Nigri afirma ter repassado mensagens a ‘pedido’ do ex-presidente Jair Bolsonaro para ‘suscitar debates’ em ‘poucos grupos’ no WhatsApp. Em entrevista ao Estadão, o fundador da Tecnisa diz que ‘não tinha conhecimento sobre a veracidade ou não do conteúdo’ das informações encaminhadas pelo ex-chefe do Executivo. “Confesso que, às vezes, nem lia a mensagem que repassava”, indicou. “Olhando retrospectivamente, considero que fui usado”, completou.

No celular de Nigri, os investigadores encontraram uma mensagem atribuída ao ex-presidente que pede ‘repasse ao máximo’ de um texto com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal e alegações sobre fraude nas urnas eletrônicas. À reportagem o empresário admitiu o repasse da mensagem, mas negou ter aderido à tese de Bolsonaro.

“Jamais aleguei a existência de fraudes nas urnas eletrônicas, até porque não tenho conhecimento técnico. Apenas encaminhei algumas mensagens para fomentar o debate sobre o tema. Aliás, desconheço qualquer fraude nas urnas e reconheço a lisura do pleito ocorrido em 2022″, frisou.

Nigri ainda sustentou não ver ‘qualquer possível elo’ das mensagens com os atos golpistas de 8 de janeiro – ligação aventada pelos investigadores, que enxergam uma escalada de tensões culminando da depredação das dependências dos três Poderes. “Apenas encaminhei algumas mensagens em poucos grupos fechados de WhatsApp e chats privados com a finalidade de promover o debate. Não tenho esse poder”, afirmou o empresário.

O fundador da Tecnisa nega a prática de qualquer crime. Ressalta sua conduta ‘colaborativa’ com os investigadores e por isso não teme uma ordem de prisão. Ele seguirá na mira da Polícia Federal por pelo menos mais 60 dias: o ministro Alexandre de Moraes prorrogou o prazo do inquérito que o atinge.

A extensão foi motivada pelo ‘vínculo’ mantido com Bolsonaro, visando inclusive a ‘disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito’, segundo a corporação.

Ao Estadão, o empresário diz que ‘já não se lembra ao certo’ como conheceu o ex-presidente e que tinha contatos ‘esporádicos’ com o ex-chefe do Executivo. “Nunca saí pra jantar com ele. A única vez que ele esteve em casa foi quando eu saí do hospital, após 160 dias de internação por conta da Covid que quase me levou à morte”, indica.

A Polícia Federal apontou indícios de uma ‘relação pessoal’ entre a família Bolsonaro e o empresário, citando evidências de uma visita à casa do fundador da Tecnisa, em 2021.

Leia a íntegra da entrevista a seguir:

ESTADÃO: O ex-presidente enviou mensagem ao Sr. - ‘repasse ao máximo’ notícia que a Polícia Federal reputa falsa, com alegação sobre ‘fraudes nas urnas’. Foi uma ordem de Bolsonaro? Por que a acatou?

MEYER NIGRI: Não se tratou de ordem de Jair Bolsonaro, mas de um pedido. Apenas repassei algumas mensagens recebidas e para poucos grupos que já integrava, justamente para suscitar o debate sobre os temas, até porque não tinha conhecimento sobre a veracidade ou não do conteúdo dessas mensagens. Além disso, quando repassa uma mensagem não necessariamente concordava com seu conteúdo. Confesso que, às vezes, nem lia a mensagem que repassava.

À PF, esclareci que, por vezes, encaminhei mensagens sem necessariamente concordar com elas ou mesmo lê-las. Caso típico foi a mensagem que questionava a eficácia das vacinas. Aliás, tomei três doses da vacina contra a Covid. Olhando retrospectivamente, considero que fui usado.

ESTADÃO: Para quem o sr. repassou mensagens com ataques ao STF e fake news a mando do ex-presidente? Qual sua intenção?

MEYER NIGRI: Reitero que não foi a mando dele. Recebi como um pedido. Limitei-me a encaminhar algumas mensagens para poucos grupos fechados e conversas privadas no Whatsapp e, como dito, a intenção era somente fomentar o debate sobre os temas contidos nelas. Reitero, inclusive, que muitas vezes não lia as mensagens. Agora, faço o registro que se ofendi alguém por repassar mensagens que possam ofender a quem quer que seja, peço, publicamente, desculpas.

ESTADÃO: Como o sr. conheceu Bolsonaro?

MEYER NIGRI: Já não me lembro ao certo como o conheci. Pode ter sido pelo meu filho que conhecia um filho de Bolsonaro, mas, passado tanto tempo, confesso que não me lembro.

ESTADÃO: São amigos?

MEYER NIGRI: Tínhamos apenas contatos esporádicos, aliás, nunca saí pra jantar com ele. A única vez que ele esteve em casa foi quando eu saí do hospital, após 160 dias de internação por conta da Covid que quase me levou à morte. Aliás, ainda estou em processo de recuperação devido às sequelas.

ESTADÃO: A pedido da Polícia Federal o ministro Alexandre de Moraes prorrogou a investigação sobre o Sr e o empresário Luciano Hang por mais 60 dias. O Sr teme ser alvo de um mandado de prisão?

MEYER NIGRI: Tendo em vista que apenas repassei algumas mensagens para poucos grupos fechados de WhatsApp, com a única intenção de promover o debate de ideias sobre o conteúdo dela, com o qual muitas vezes não concordava, entendo que não pratiquei qualquer crime. Além do mais, tenho colaborado amplamente com as investigações, sempre me colocando à disposição das autoridades, e, portanto, essa ideia de prisão preventiva me parece descabida, mesmo porque ela é reservada para quem atrapalha as investigações.

Meyer Nigri, fundador da incorporadora Tecnisa Foto: Tiago Queiroz/Estadão

ESTADÃO: Qual a sua relação com o procurador Augusto Aras? Por que o sr. tentou interferir nas investigações que o citam?

MEYER NIGRI: Tenho relação de amizade com o Procurador Geral Augusto Aras e jamais tentei interferir na investigação. Apenas encaminhei a reportagem do site Metrópoles e lhe perguntei o que o ele pensava sobre aquilo. Isso não é interferir em coisa alguma. Reitero, forneci a senha do meu aparelho celular e respondi a todos os questionamentos das autoridades, a fim de esclarecer tudo o que fosse necessário e colaborar com as apurações.

ESTADÃO: Como foi a reunião com a vice-PGR Lindôra Araújo? O que os srs conversaram?

MEYER NIGRI: A reunião teve como objetivo apresentar à vice-PGR o CEO da instituição Stand With Us da qual também sou conselheiro. Esta instituição tem o objetivo de educar e esclarecer sobre o Estado de Israel e combater o antissemitismo.

ESTADÃO: 8 de janeiro, para o Sr, foi um ato antidemocrático? Por quê?

MEYER NIGRI: Não sou político ou jurista, mas deploro os atos de vandalismo, as invasões e todo tipo de manifestação que atente contra a democracia e o poder democraticamente constituído.

Tenho minha vida ligada a atos de filantropia, ajudando pessoas e instituições, e acredito no processo democrático. Por isso, nunca apoiei os atos de 7 de setembro e nem muito menos os atos de vandalismo de 8 de janeiro último, que deploro.

ESTADÃO: O sr. e o ex-presidente participam de outros grupos que defendem voto impresso e alegam fraudes nas urnas eletrônicas?

MEYER NIGRI: Não participo de grupos com Jair Bolsonaro e jamais aleguei a existência de fraudes nas urnas eletrônicas, até porque não tenho conhecimento técnico. Apenas encaminhei algumas mensagens para fomentar o debate sobre o tema. Aliás, desconheço qualquer fraude nas urnas e reconheço a lisura do pleito ocorrido em 2022.

ESTADÃO: Em sua avaliação existe um elo entre as mensagens disparadas por ordem de Bolsonaro e o 8 de janeiro?

MEYER NIGRI: Não vejo qualquer possível elo, tendo em vista que apenas encaminhei algumas mensagens em poucos grupos fechados de WhatsApp e chats privados com a finalidade de promover o debate. Não tenho esse poder. Sou apenas um engenheiro e sequer possuo qualquer conta em aplicativos de difusão em massa como Instagram, Facebook e linhas de transmissão no WhatsApp.

ESTADÃO: Acredita que o ex-presidente Bolsonaro será preso?

MEYER NIGRI: Não tenho conhecimento jurídico para responder a essa questão e sequer conheço as investigações para além das notícias de jornal.

ESTADÃO: O sr compartilha da ideia de Bolsonaro, segundo a qual todos os que o cercam entram na mira do Supremo e da Polícia Federal?

MEYER NIGRI: Não tenho conhecimento sobre essa ideia de Jair Bolsonaro, nem conhecimento suficiente para analisar esse tema. Posso dizer que confio na justiça e tenho plena certeza de que ficara devidamente demonstrado que não pratiquei crime algum.

ESTADÃO: Relatório da Polícia Federal diz que o sr, teria atuado junto a Bolsonaro para destravar uma MP de interesse do setor privado. É fato? Que Medida era essa? O então presidente acolheu? Por quê?

MEYER NIGRI: Paulo Uebel apresentou no SECOVI um projeto de desburocratização do setor imobiliário com a finalidade de redução do custo a moradia, que é do interesse de todos e especialmente das pessoas de baixa renda. Eu, além de conselheiro do SECOVI, atuava como líder de um setor imobiliário e falava em nome do SECOVI, obviamente que não para atender um interesse privado, mas o interesse da categoria e do povo em geral que se beneficiaria. Salvo erro de memória tratava-se da “MP da desburocratização da construção”. O presidente ouviu a reivindicação do SECOVI, mas não lhe deu andamento e desconheço os motivos.

Nunca me vali do eventual contato com o ex-presidente Bolsonaro para obter qualquer vantagem pessoal e nem mesmo para amigos. O caso de Paulo Uebel é bem revelador disso. Tratava-se de uma reivindicação à diminuição do valor das moradias, sobretudo de baixa renda, posta no âmbito do Sindicato de compra e venda de imóveis, SECOVI, em reunião pública da entidade. Como conselheiro do Sindicato e líder de um dos grupos, limitei-me a levar a reivindicação ao Presidente, mas sem êxito. Aliás, nunca obtive qualquer empréstimo junto a bancos ou entidades públicas.

ESTADÃO: Como se sentiu quando foi alvo da Operação da PF? E agora com a prorrogação do inquérito?

MEYER NIGRI: Foi uma surpresa e um abalo. Meus netos dormiam em casa e ficaram inquietos, mas não houve nenhuma situação de violência, os policiais, diga-se de passagem, foram extremamente profissionais e educados. Entreguei prontamente todos os aparelhos do meu uso pessoal e as senhas de acesso para não deixar dúvidas de que não tinha nada a esconder. Mesmo meu advogado, que rapidamente me acudiu naquele momento e ainda não tinha tido acesso a nada da investigação, tendo me aconselhado a não depor, concordei em prestar declarações para colaborar com as investigações.

Mais recentemente, fui chamado para depor perante o delegado federal de Brasília, mas de forma virtual, online, na PF de São Paulo. Fiz questão de ir à Brasília para falar na frente do próprio dr. Shor e respondi a todas as perguntas. Na essência, esclareci que nunca tive conta em redes sociais como Facebook, Instagram ou Twitter. Isso deixa claro que nunca quis disseminar “fake news” em massa de qualquer tipo. Melhor dizendo, só usei o Instagram uma vez por conta de uma palestra que proferi para uma entidade.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE REPRESENTA MEYER NIGRI

“O comportamento do empresário Meyer Nigri foi exemplar durante toda a investigação. Demonstrou absoluta transparência ao entregar as senhas de seus equipamentos e responder a todas as indagações que lhe foram feitas. É evidente que uma pessoa que não tem conta em Facebook, Instagram ou Twitter não é do tipo que se dedica à disseminação de fake news.”

Empresário Meyer Nigri teve longa internação por complicações da covid-19 Foto: Christina Rufatto/Estadão

Ainda alvo do inquérito sobre supostos diálogos golpistas, o empresário Meyer Joseph Nigri afirma ter repassado mensagens a ‘pedido’ do ex-presidente Jair Bolsonaro para ‘suscitar debates’ em ‘poucos grupos’ no WhatsApp. Em entrevista ao Estadão, o fundador da Tecnisa diz que ‘não tinha conhecimento sobre a veracidade ou não do conteúdo’ das informações encaminhadas pelo ex-chefe do Executivo. “Confesso que, às vezes, nem lia a mensagem que repassava”, indicou. “Olhando retrospectivamente, considero que fui usado”, completou.

No celular de Nigri, os investigadores encontraram uma mensagem atribuída ao ex-presidente que pede ‘repasse ao máximo’ de um texto com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal e alegações sobre fraude nas urnas eletrônicas. À reportagem o empresário admitiu o repasse da mensagem, mas negou ter aderido à tese de Bolsonaro.

“Jamais aleguei a existência de fraudes nas urnas eletrônicas, até porque não tenho conhecimento técnico. Apenas encaminhei algumas mensagens para fomentar o debate sobre o tema. Aliás, desconheço qualquer fraude nas urnas e reconheço a lisura do pleito ocorrido em 2022″, frisou.

Nigri ainda sustentou não ver ‘qualquer possível elo’ das mensagens com os atos golpistas de 8 de janeiro – ligação aventada pelos investigadores, que enxergam uma escalada de tensões culminando da depredação das dependências dos três Poderes. “Apenas encaminhei algumas mensagens em poucos grupos fechados de WhatsApp e chats privados com a finalidade de promover o debate. Não tenho esse poder”, afirmou o empresário.

O fundador da Tecnisa nega a prática de qualquer crime. Ressalta sua conduta ‘colaborativa’ com os investigadores e por isso não teme uma ordem de prisão. Ele seguirá na mira da Polícia Federal por pelo menos mais 60 dias: o ministro Alexandre de Moraes prorrogou o prazo do inquérito que o atinge.

A extensão foi motivada pelo ‘vínculo’ mantido com Bolsonaro, visando inclusive a ‘disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito’, segundo a corporação.

Ao Estadão, o empresário diz que ‘já não se lembra ao certo’ como conheceu o ex-presidente e que tinha contatos ‘esporádicos’ com o ex-chefe do Executivo. “Nunca saí pra jantar com ele. A única vez que ele esteve em casa foi quando eu saí do hospital, após 160 dias de internação por conta da Covid que quase me levou à morte”, indica.

A Polícia Federal apontou indícios de uma ‘relação pessoal’ entre a família Bolsonaro e o empresário, citando evidências de uma visita à casa do fundador da Tecnisa, em 2021.

Leia a íntegra da entrevista a seguir:

ESTADÃO: O ex-presidente enviou mensagem ao Sr. - ‘repasse ao máximo’ notícia que a Polícia Federal reputa falsa, com alegação sobre ‘fraudes nas urnas’. Foi uma ordem de Bolsonaro? Por que a acatou?

MEYER NIGRI: Não se tratou de ordem de Jair Bolsonaro, mas de um pedido. Apenas repassei algumas mensagens recebidas e para poucos grupos que já integrava, justamente para suscitar o debate sobre os temas, até porque não tinha conhecimento sobre a veracidade ou não do conteúdo dessas mensagens. Além disso, quando repassa uma mensagem não necessariamente concordava com seu conteúdo. Confesso que, às vezes, nem lia a mensagem que repassava.

À PF, esclareci que, por vezes, encaminhei mensagens sem necessariamente concordar com elas ou mesmo lê-las. Caso típico foi a mensagem que questionava a eficácia das vacinas. Aliás, tomei três doses da vacina contra a Covid. Olhando retrospectivamente, considero que fui usado.

ESTADÃO: Para quem o sr. repassou mensagens com ataques ao STF e fake news a mando do ex-presidente? Qual sua intenção?

MEYER NIGRI: Reitero que não foi a mando dele. Recebi como um pedido. Limitei-me a encaminhar algumas mensagens para poucos grupos fechados e conversas privadas no Whatsapp e, como dito, a intenção era somente fomentar o debate sobre os temas contidos nelas. Reitero, inclusive, que muitas vezes não lia as mensagens. Agora, faço o registro que se ofendi alguém por repassar mensagens que possam ofender a quem quer que seja, peço, publicamente, desculpas.

ESTADÃO: Como o sr. conheceu Bolsonaro?

MEYER NIGRI: Já não me lembro ao certo como o conheci. Pode ter sido pelo meu filho que conhecia um filho de Bolsonaro, mas, passado tanto tempo, confesso que não me lembro.

ESTADÃO: São amigos?

MEYER NIGRI: Tínhamos apenas contatos esporádicos, aliás, nunca saí pra jantar com ele. A única vez que ele esteve em casa foi quando eu saí do hospital, após 160 dias de internação por conta da Covid que quase me levou à morte. Aliás, ainda estou em processo de recuperação devido às sequelas.

ESTADÃO: A pedido da Polícia Federal o ministro Alexandre de Moraes prorrogou a investigação sobre o Sr e o empresário Luciano Hang por mais 60 dias. O Sr teme ser alvo de um mandado de prisão?

MEYER NIGRI: Tendo em vista que apenas repassei algumas mensagens para poucos grupos fechados de WhatsApp, com a única intenção de promover o debate de ideias sobre o conteúdo dela, com o qual muitas vezes não concordava, entendo que não pratiquei qualquer crime. Além do mais, tenho colaborado amplamente com as investigações, sempre me colocando à disposição das autoridades, e, portanto, essa ideia de prisão preventiva me parece descabida, mesmo porque ela é reservada para quem atrapalha as investigações.

Meyer Nigri, fundador da incorporadora Tecnisa Foto: Tiago Queiroz/Estadão

ESTADÃO: Qual a sua relação com o procurador Augusto Aras? Por que o sr. tentou interferir nas investigações que o citam?

MEYER NIGRI: Tenho relação de amizade com o Procurador Geral Augusto Aras e jamais tentei interferir na investigação. Apenas encaminhei a reportagem do site Metrópoles e lhe perguntei o que o ele pensava sobre aquilo. Isso não é interferir em coisa alguma. Reitero, forneci a senha do meu aparelho celular e respondi a todos os questionamentos das autoridades, a fim de esclarecer tudo o que fosse necessário e colaborar com as apurações.

ESTADÃO: Como foi a reunião com a vice-PGR Lindôra Araújo? O que os srs conversaram?

MEYER NIGRI: A reunião teve como objetivo apresentar à vice-PGR o CEO da instituição Stand With Us da qual também sou conselheiro. Esta instituição tem o objetivo de educar e esclarecer sobre o Estado de Israel e combater o antissemitismo.

ESTADÃO: 8 de janeiro, para o Sr, foi um ato antidemocrático? Por quê?

MEYER NIGRI: Não sou político ou jurista, mas deploro os atos de vandalismo, as invasões e todo tipo de manifestação que atente contra a democracia e o poder democraticamente constituído.

Tenho minha vida ligada a atos de filantropia, ajudando pessoas e instituições, e acredito no processo democrático. Por isso, nunca apoiei os atos de 7 de setembro e nem muito menos os atos de vandalismo de 8 de janeiro último, que deploro.

ESTADÃO: O sr. e o ex-presidente participam de outros grupos que defendem voto impresso e alegam fraudes nas urnas eletrônicas?

MEYER NIGRI: Não participo de grupos com Jair Bolsonaro e jamais aleguei a existência de fraudes nas urnas eletrônicas, até porque não tenho conhecimento técnico. Apenas encaminhei algumas mensagens para fomentar o debate sobre o tema. Aliás, desconheço qualquer fraude nas urnas e reconheço a lisura do pleito ocorrido em 2022.

ESTADÃO: Em sua avaliação existe um elo entre as mensagens disparadas por ordem de Bolsonaro e o 8 de janeiro?

MEYER NIGRI: Não vejo qualquer possível elo, tendo em vista que apenas encaminhei algumas mensagens em poucos grupos fechados de WhatsApp e chats privados com a finalidade de promover o debate. Não tenho esse poder. Sou apenas um engenheiro e sequer possuo qualquer conta em aplicativos de difusão em massa como Instagram, Facebook e linhas de transmissão no WhatsApp.

ESTADÃO: Acredita que o ex-presidente Bolsonaro será preso?

MEYER NIGRI: Não tenho conhecimento jurídico para responder a essa questão e sequer conheço as investigações para além das notícias de jornal.

ESTADÃO: O sr compartilha da ideia de Bolsonaro, segundo a qual todos os que o cercam entram na mira do Supremo e da Polícia Federal?

MEYER NIGRI: Não tenho conhecimento sobre essa ideia de Jair Bolsonaro, nem conhecimento suficiente para analisar esse tema. Posso dizer que confio na justiça e tenho plena certeza de que ficara devidamente demonstrado que não pratiquei crime algum.

ESTADÃO: Relatório da Polícia Federal diz que o sr, teria atuado junto a Bolsonaro para destravar uma MP de interesse do setor privado. É fato? Que Medida era essa? O então presidente acolheu? Por quê?

MEYER NIGRI: Paulo Uebel apresentou no SECOVI um projeto de desburocratização do setor imobiliário com a finalidade de redução do custo a moradia, que é do interesse de todos e especialmente das pessoas de baixa renda. Eu, além de conselheiro do SECOVI, atuava como líder de um setor imobiliário e falava em nome do SECOVI, obviamente que não para atender um interesse privado, mas o interesse da categoria e do povo em geral que se beneficiaria. Salvo erro de memória tratava-se da “MP da desburocratização da construção”. O presidente ouviu a reivindicação do SECOVI, mas não lhe deu andamento e desconheço os motivos.

Nunca me vali do eventual contato com o ex-presidente Bolsonaro para obter qualquer vantagem pessoal e nem mesmo para amigos. O caso de Paulo Uebel é bem revelador disso. Tratava-se de uma reivindicação à diminuição do valor das moradias, sobretudo de baixa renda, posta no âmbito do Sindicato de compra e venda de imóveis, SECOVI, em reunião pública da entidade. Como conselheiro do Sindicato e líder de um dos grupos, limitei-me a levar a reivindicação ao Presidente, mas sem êxito. Aliás, nunca obtive qualquer empréstimo junto a bancos ou entidades públicas.

ESTADÃO: Como se sentiu quando foi alvo da Operação da PF? E agora com a prorrogação do inquérito?

MEYER NIGRI: Foi uma surpresa e um abalo. Meus netos dormiam em casa e ficaram inquietos, mas não houve nenhuma situação de violência, os policiais, diga-se de passagem, foram extremamente profissionais e educados. Entreguei prontamente todos os aparelhos do meu uso pessoal e as senhas de acesso para não deixar dúvidas de que não tinha nada a esconder. Mesmo meu advogado, que rapidamente me acudiu naquele momento e ainda não tinha tido acesso a nada da investigação, tendo me aconselhado a não depor, concordei em prestar declarações para colaborar com as investigações.

Mais recentemente, fui chamado para depor perante o delegado federal de Brasília, mas de forma virtual, online, na PF de São Paulo. Fiz questão de ir à Brasília para falar na frente do próprio dr. Shor e respondi a todas as perguntas. Na essência, esclareci que nunca tive conta em redes sociais como Facebook, Instagram ou Twitter. Isso deixa claro que nunca quis disseminar “fake news” em massa de qualquer tipo. Melhor dizendo, só usei o Instagram uma vez por conta de uma palestra que proferi para uma entidade.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA ALBERTO ZACHARIAS TORON, QUE REPRESENTA MEYER NIGRI

“O comportamento do empresário Meyer Nigri foi exemplar durante toda a investigação. Demonstrou absoluta transparência ao entregar as senhas de seus equipamentos e responder a todas as indagações que lhe foram feitas. É evidente que uma pessoa que não tem conta em Facebook, Instagram ou Twitter não é do tipo que se dedica à disseminação de fake news.”

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