Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Ex-executivos da Americanas cogitaram até ataque hacker para escamotear rombo de R$ 25 bi, diz MPF


Plano era alegar perdas com ataque cibernético ante a preocupação que as fraudes fossem tornadas públicas, o que acabou ocorrendo no início do ano passado

Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Fachada das loja Americanas na regiao central de Sao paulo. Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal conseguiram dissecar, nas investigações da Operação Disclosure, como ex-executivos das Lojas Americanas teriam operado fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões na varejista e ainda tentado escamotear o rombo, via ataque hacker, para alegar perdas, ante a preocupação que o caso viesse à tona - o que acabou ocorrendo no início do ano passado.

“Foram apresentadas diferentes alternativas para escamotear o rombo financeiro: incrementar o saldo do estoque para posteriormente efetuar baixa relevante de estoques por perda ou venda abaixo do custo original; baixar os ativos imobilizados e intangíveis com justificativa técnica de impairment; imputar perdas em resultado ao ataque cibernético sofrido pela B2W; ou incrementar as provisões para perdas ou para contingências”, diz relatório da PF.

continua após a publicidade

Segundo os investigadores, o núcleo sob suspeita, integrado pelo ex-CEO Miguel Gutierrez, praticou as ‘manobras fraudulentas’ de modo a alterar os resultados reais da empresa, para que então recebesse “vantagens indevidas com o pagamento de bônus por metas atingidas”.

A defesa de Gutierrez informou que ele ‘jamais praticou’ fraudes e que está colaborando com as investigações.

As operações também tinham o objetivo de elevar “de forma ilícita” a cotação das ações das Americanas, “pois, assim, gerariam ganhos financeiros não justificados, visto que alguns dos investigados tinham participação acionária nas empresas”, diz a PF.

continua após a publicidade

O Ministério Público Federal narra que, de um lado, as fraudes foram marcadas pela “inserção de receitas fictícias no balanço da empresa, bem como o uso de outros expedientes para maquiar os resultados”.

A investigação destaca que foram realizadas operações para gerar caixa de forma a impedir que o primeiro grupo de manobras fraudulentas fosse descoberto. No entanto, esse conjunto de transações não foi incluído nos demonstrativos contábeis ou foi incluído com informações insuficientes, disfarçando a real dívida da empresa, indica a Procuradoria.

A PF aponta que os ex-diretores da Americanas teriam fraudado operações de risco sacado - expediente no qual a empresa consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos.

continua após a publicidade

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC), incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor. No entanto, no caso da Americanas, foram contabilizadas VPCs que nunca existiram, diz a PF.

Os investigadores relatam que a suposta fraude teria se perpetuado por vários anos, até que, em agosto de 2022, foi anunciado que Miguel Gutierrez seria substituído na chefia da varejista.

Segundo o MPF, a movimentação deixou os investigados preocupados com a descoberta da possível fraude por parte do novo CEO, que sucedeu Gutierrez. Nessa ocasião, segundo a Procuradoria, o grupo teria teria tentado “diminuir as consequências da suposta fraude milionária discutindo estratégias que pudessem amenizar os danos que deveriam ser comunicados ao novo CEO”.

continua após a publicidade

A investigação aponta que foi cogitado até alegar perdas em razão de um ataque hacker.

O detalhamento da investigação da Operação Disclosure consta da decisão do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que deu aval para a PF sair às ruas nesta quinta, 27.

O magistrado mandou a corporação prender o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, mas os dois não foram localizados ainda. A PF tem a informação que eles estão no exterior. Seus nomes foram incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados.

continua após a publicidade
Trecho da decisão da Operação Disclosure Foto: Reprodução

COM A PALAVRA, A AMERICANAS

A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.

continua após a publicidade

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MIGUEL GUTIERREZ

“Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANNA CHRISTINA SAICALI

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa de Anna Saicali. O espaço está aberto para manifestação (pepita.ortega@estadao.com; fausto.macedo@estadao.com)

Fachada das loja Americanas na regiao central de Sao paulo. Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal conseguiram dissecar, nas investigações da Operação Disclosure, como ex-executivos das Lojas Americanas teriam operado fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões na varejista e ainda tentado escamotear o rombo, via ataque hacker, para alegar perdas, ante a preocupação que o caso viesse à tona - o que acabou ocorrendo no início do ano passado.

“Foram apresentadas diferentes alternativas para escamotear o rombo financeiro: incrementar o saldo do estoque para posteriormente efetuar baixa relevante de estoques por perda ou venda abaixo do custo original; baixar os ativos imobilizados e intangíveis com justificativa técnica de impairment; imputar perdas em resultado ao ataque cibernético sofrido pela B2W; ou incrementar as provisões para perdas ou para contingências”, diz relatório da PF.

Segundo os investigadores, o núcleo sob suspeita, integrado pelo ex-CEO Miguel Gutierrez, praticou as ‘manobras fraudulentas’ de modo a alterar os resultados reais da empresa, para que então recebesse “vantagens indevidas com o pagamento de bônus por metas atingidas”.

A defesa de Gutierrez informou que ele ‘jamais praticou’ fraudes e que está colaborando com as investigações.

As operações também tinham o objetivo de elevar “de forma ilícita” a cotação das ações das Americanas, “pois, assim, gerariam ganhos financeiros não justificados, visto que alguns dos investigados tinham participação acionária nas empresas”, diz a PF.

O Ministério Público Federal narra que, de um lado, as fraudes foram marcadas pela “inserção de receitas fictícias no balanço da empresa, bem como o uso de outros expedientes para maquiar os resultados”.

A investigação destaca que foram realizadas operações para gerar caixa de forma a impedir que o primeiro grupo de manobras fraudulentas fosse descoberto. No entanto, esse conjunto de transações não foi incluído nos demonstrativos contábeis ou foi incluído com informações insuficientes, disfarçando a real dívida da empresa, indica a Procuradoria.

A PF aponta que os ex-diretores da Americanas teriam fraudado operações de risco sacado - expediente no qual a empresa consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos.

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC), incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor. No entanto, no caso da Americanas, foram contabilizadas VPCs que nunca existiram, diz a PF.

Os investigadores relatam que a suposta fraude teria se perpetuado por vários anos, até que, em agosto de 2022, foi anunciado que Miguel Gutierrez seria substituído na chefia da varejista.

Segundo o MPF, a movimentação deixou os investigados preocupados com a descoberta da possível fraude por parte do novo CEO, que sucedeu Gutierrez. Nessa ocasião, segundo a Procuradoria, o grupo teria teria tentado “diminuir as consequências da suposta fraude milionária discutindo estratégias que pudessem amenizar os danos que deveriam ser comunicados ao novo CEO”.

A investigação aponta que foi cogitado até alegar perdas em razão de um ataque hacker.

O detalhamento da investigação da Operação Disclosure consta da decisão do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que deu aval para a PF sair às ruas nesta quinta, 27.

O magistrado mandou a corporação prender o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, mas os dois não foram localizados ainda. A PF tem a informação que eles estão no exterior. Seus nomes foram incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados.

Trecho da decisão da Operação Disclosure Foto: Reprodução

COM A PALAVRA, A AMERICANAS

A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MIGUEL GUTIERREZ

“Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANNA CHRISTINA SAICALI

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa de Anna Saicali. O espaço está aberto para manifestação (pepita.ortega@estadao.com; fausto.macedo@estadao.com)

Fachada das loja Americanas na regiao central de Sao paulo. Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal conseguiram dissecar, nas investigações da Operação Disclosure, como ex-executivos das Lojas Americanas teriam operado fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões na varejista e ainda tentado escamotear o rombo, via ataque hacker, para alegar perdas, ante a preocupação que o caso viesse à tona - o que acabou ocorrendo no início do ano passado.

“Foram apresentadas diferentes alternativas para escamotear o rombo financeiro: incrementar o saldo do estoque para posteriormente efetuar baixa relevante de estoques por perda ou venda abaixo do custo original; baixar os ativos imobilizados e intangíveis com justificativa técnica de impairment; imputar perdas em resultado ao ataque cibernético sofrido pela B2W; ou incrementar as provisões para perdas ou para contingências”, diz relatório da PF.

Segundo os investigadores, o núcleo sob suspeita, integrado pelo ex-CEO Miguel Gutierrez, praticou as ‘manobras fraudulentas’ de modo a alterar os resultados reais da empresa, para que então recebesse “vantagens indevidas com o pagamento de bônus por metas atingidas”.

A defesa de Gutierrez informou que ele ‘jamais praticou’ fraudes e que está colaborando com as investigações.

As operações também tinham o objetivo de elevar “de forma ilícita” a cotação das ações das Americanas, “pois, assim, gerariam ganhos financeiros não justificados, visto que alguns dos investigados tinham participação acionária nas empresas”, diz a PF.

O Ministério Público Federal narra que, de um lado, as fraudes foram marcadas pela “inserção de receitas fictícias no balanço da empresa, bem como o uso de outros expedientes para maquiar os resultados”.

A investigação destaca que foram realizadas operações para gerar caixa de forma a impedir que o primeiro grupo de manobras fraudulentas fosse descoberto. No entanto, esse conjunto de transações não foi incluído nos demonstrativos contábeis ou foi incluído com informações insuficientes, disfarçando a real dívida da empresa, indica a Procuradoria.

A PF aponta que os ex-diretores da Americanas teriam fraudado operações de risco sacado - expediente no qual a empresa consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos.

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC), incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor. No entanto, no caso da Americanas, foram contabilizadas VPCs que nunca existiram, diz a PF.

Os investigadores relatam que a suposta fraude teria se perpetuado por vários anos, até que, em agosto de 2022, foi anunciado que Miguel Gutierrez seria substituído na chefia da varejista.

Segundo o MPF, a movimentação deixou os investigados preocupados com a descoberta da possível fraude por parte do novo CEO, que sucedeu Gutierrez. Nessa ocasião, segundo a Procuradoria, o grupo teria teria tentado “diminuir as consequências da suposta fraude milionária discutindo estratégias que pudessem amenizar os danos que deveriam ser comunicados ao novo CEO”.

A investigação aponta que foi cogitado até alegar perdas em razão de um ataque hacker.

O detalhamento da investigação da Operação Disclosure consta da decisão do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que deu aval para a PF sair às ruas nesta quinta, 27.

O magistrado mandou a corporação prender o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, mas os dois não foram localizados ainda. A PF tem a informação que eles estão no exterior. Seus nomes foram incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados.

Trecho da decisão da Operação Disclosure Foto: Reprodução

COM A PALAVRA, A AMERICANAS

A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MIGUEL GUTIERREZ

“Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANNA CHRISTINA SAICALI

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa de Anna Saicali. O espaço está aberto para manifestação (pepita.ortega@estadao.com; fausto.macedo@estadao.com)

Fachada das loja Americanas na regiao central de Sao paulo. Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal conseguiram dissecar, nas investigações da Operação Disclosure, como ex-executivos das Lojas Americanas teriam operado fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões na varejista e ainda tentado escamotear o rombo, via ataque hacker, para alegar perdas, ante a preocupação que o caso viesse à tona - o que acabou ocorrendo no início do ano passado.

“Foram apresentadas diferentes alternativas para escamotear o rombo financeiro: incrementar o saldo do estoque para posteriormente efetuar baixa relevante de estoques por perda ou venda abaixo do custo original; baixar os ativos imobilizados e intangíveis com justificativa técnica de impairment; imputar perdas em resultado ao ataque cibernético sofrido pela B2W; ou incrementar as provisões para perdas ou para contingências”, diz relatório da PF.

Segundo os investigadores, o núcleo sob suspeita, integrado pelo ex-CEO Miguel Gutierrez, praticou as ‘manobras fraudulentas’ de modo a alterar os resultados reais da empresa, para que então recebesse “vantagens indevidas com o pagamento de bônus por metas atingidas”.

A defesa de Gutierrez informou que ele ‘jamais praticou’ fraudes e que está colaborando com as investigações.

As operações também tinham o objetivo de elevar “de forma ilícita” a cotação das ações das Americanas, “pois, assim, gerariam ganhos financeiros não justificados, visto que alguns dos investigados tinham participação acionária nas empresas”, diz a PF.

O Ministério Público Federal narra que, de um lado, as fraudes foram marcadas pela “inserção de receitas fictícias no balanço da empresa, bem como o uso de outros expedientes para maquiar os resultados”.

A investigação destaca que foram realizadas operações para gerar caixa de forma a impedir que o primeiro grupo de manobras fraudulentas fosse descoberto. No entanto, esse conjunto de transações não foi incluído nos demonstrativos contábeis ou foi incluído com informações insuficientes, disfarçando a real dívida da empresa, indica a Procuradoria.

A PF aponta que os ex-diretores da Americanas teriam fraudado operações de risco sacado - expediente no qual a empresa consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos.

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC), incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor. No entanto, no caso da Americanas, foram contabilizadas VPCs que nunca existiram, diz a PF.

Os investigadores relatam que a suposta fraude teria se perpetuado por vários anos, até que, em agosto de 2022, foi anunciado que Miguel Gutierrez seria substituído na chefia da varejista.

Segundo o MPF, a movimentação deixou os investigados preocupados com a descoberta da possível fraude por parte do novo CEO, que sucedeu Gutierrez. Nessa ocasião, segundo a Procuradoria, o grupo teria teria tentado “diminuir as consequências da suposta fraude milionária discutindo estratégias que pudessem amenizar os danos que deveriam ser comunicados ao novo CEO”.

A investigação aponta que foi cogitado até alegar perdas em razão de um ataque hacker.

O detalhamento da investigação da Operação Disclosure consta da decisão do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que deu aval para a PF sair às ruas nesta quinta, 27.

O magistrado mandou a corporação prender o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, mas os dois não foram localizados ainda. A PF tem a informação que eles estão no exterior. Seus nomes foram incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados.

Trecho da decisão da Operação Disclosure Foto: Reprodução

COM A PALAVRA, A AMERICANAS

A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MIGUEL GUTIERREZ

“Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANNA CHRISTINA SAICALI

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa de Anna Saicali. O espaço está aberto para manifestação (pepita.ortega@estadao.com; fausto.macedo@estadao.com)

Fachada das loja Americanas na regiao central de Sao paulo. Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal conseguiram dissecar, nas investigações da Operação Disclosure, como ex-executivos das Lojas Americanas teriam operado fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões na varejista e ainda tentado escamotear o rombo, via ataque hacker, para alegar perdas, ante a preocupação que o caso viesse à tona - o que acabou ocorrendo no início do ano passado.

“Foram apresentadas diferentes alternativas para escamotear o rombo financeiro: incrementar o saldo do estoque para posteriormente efetuar baixa relevante de estoques por perda ou venda abaixo do custo original; baixar os ativos imobilizados e intangíveis com justificativa técnica de impairment; imputar perdas em resultado ao ataque cibernético sofrido pela B2W; ou incrementar as provisões para perdas ou para contingências”, diz relatório da PF.

Segundo os investigadores, o núcleo sob suspeita, integrado pelo ex-CEO Miguel Gutierrez, praticou as ‘manobras fraudulentas’ de modo a alterar os resultados reais da empresa, para que então recebesse “vantagens indevidas com o pagamento de bônus por metas atingidas”.

A defesa de Gutierrez informou que ele ‘jamais praticou’ fraudes e que está colaborando com as investigações.

As operações também tinham o objetivo de elevar “de forma ilícita” a cotação das ações das Americanas, “pois, assim, gerariam ganhos financeiros não justificados, visto que alguns dos investigados tinham participação acionária nas empresas”, diz a PF.

O Ministério Público Federal narra que, de um lado, as fraudes foram marcadas pela “inserção de receitas fictícias no balanço da empresa, bem como o uso de outros expedientes para maquiar os resultados”.

A investigação destaca que foram realizadas operações para gerar caixa de forma a impedir que o primeiro grupo de manobras fraudulentas fosse descoberto. No entanto, esse conjunto de transações não foi incluído nos demonstrativos contábeis ou foi incluído com informações insuficientes, disfarçando a real dívida da empresa, indica a Procuradoria.

A PF aponta que os ex-diretores da Americanas teriam fraudado operações de risco sacado - expediente no qual a empresa consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos.

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC), incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor. No entanto, no caso da Americanas, foram contabilizadas VPCs que nunca existiram, diz a PF.

Os investigadores relatam que a suposta fraude teria se perpetuado por vários anos, até que, em agosto de 2022, foi anunciado que Miguel Gutierrez seria substituído na chefia da varejista.

Segundo o MPF, a movimentação deixou os investigados preocupados com a descoberta da possível fraude por parte do novo CEO, que sucedeu Gutierrez. Nessa ocasião, segundo a Procuradoria, o grupo teria teria tentado “diminuir as consequências da suposta fraude milionária discutindo estratégias que pudessem amenizar os danos que deveriam ser comunicados ao novo CEO”.

A investigação aponta que foi cogitado até alegar perdas em razão de um ataque hacker.

O detalhamento da investigação da Operação Disclosure consta da decisão do juiz Márcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que deu aval para a PF sair às ruas nesta quinta, 27.

O magistrado mandou a corporação prender o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, mas os dois não foram localizados ainda. A PF tem a informação que eles estão no exterior. Seus nomes foram incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados.

Trecho da decisão da Operação Disclosure Foto: Reprodução

COM A PALAVRA, A AMERICANAS

A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MIGUEL GUTIERREZ

“Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANNA CHRISTINA SAICALI

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa de Anna Saicali. O espaço está aberto para manifestação (pepita.ortega@estadao.com; fausto.macedo@estadao.com)

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.