O italiano Nicola Assisi, o 'Fantasma da Calábria', apontado como integrante do braço na América do Sul da Ndrangheta, máfia calabresa, vai passar por audiência de custódia na tarde desta terça, 9, na Justiça Federal em Santos. O filho dele, Patrick Assisi, também será ouvido. Eles foram presos nesta segunda, 8, por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo, para fins de extradição para a Itália.
Pai e filho foram localizados em um apartamento de cobertura na Praia Grande, litoral paulista.
A PF apreendeu com os italianos R$ 770 mil, US$ 24,4 mil e mais 6,1 mil euros em dinheiro vivo, além de uma pistola calibre 40, duas calibre 380, 41 munições calibre 380, 14 aparelhos celulares, 1 telefone satelital, 3 notebooks, 1 Ipad, 1 impressora, HDs externos e pendrives, 1 modem portátil, 5 relógios de luxo, documentos falsos, cartões de crédito, 2 veículos e também 3,973 kg de pó branco, que seria cocaína.
Segundo a PF, 'o grupo mafioso, baseado na região da Calábria, no sul de Itália, controla 40% dos envios globais de cocaína, sendo o principal esquema criminoso importador para a Europa'.
"Um dos presos já tem condenação por tráfico e associação para tráfico de drogas na Itália (com pena fixada em 14 anos de prisão)". Um dos presos é Nicola Assisi.
Assisi é considerado um dos maiores traficantes de drogas do mundo. Em 2016, o jornal Corriere Della Calabria publicou reportagem em que classificava como 'o fantasma da Calábria que enche a Itália de cocaína'.
O superintendente da PF no Paraná, Luciano Flores, afirmou que ele é 'um dos principais elos da máfia italiana Ndrangheta, e estava no Brasil há bastante tempo, ha duas décadas foragido'.
"Procurado pela Interpol, já residiu em outros países, como em Portugal, onde chegou a ser preso e fugiu. Passaportes falsos e e documentos falsos foram apreendidos na residência onde morava no litoral de São Paulo."
Em razão dos aparatos de contrainteligência do italiano, Flores diz que foi necessária uma 'operação bastante complexa' para efetuar a prisão de Assisi e seu filho.
"O outro, filho do primeiro criminoso, ocupava ao menos três apartamentos na cobertura de prédio de alto padrão, no litoral paulista", afirma a PF.
De acordo com a corporação, 'ambos estavam foragidos desde de 2014, havendo notícia de que passaram por Portugal e Argentina, utilizando-se de nomes falsos'.
"A cobertura onde foram presos possuía sofisticado sistema de vigilância, com câmera dome 360 na área externa, o que possibilitava identificar todos as pessoas que acessavam o prédio".