O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saiu em defesa do deputado Carlos Jordy (PL-RJ), alvo de buscas da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 18, na investigação sobre os atos golpistas do dia 8 de Janeiro, e criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação.
Flávio, filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que as cenas de violência na Praça dos Três Poderes foram desencadeadas pela postura “bélica” do ministro na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A postura de Alexandre de Morais (sic) no TSE foi o principal fator que levou ao 8/Jan. Presidência bélica, incompatível e de ‘gestos’”, escreveu o senador no X (antigo Twitter).
Coube a Moraes, como presidente do TSE, organizar as eleições de 2022. Um dos principais desafios enfrentados pelo ministro foi lidar com denúncias infundadas sobre as urnas eletrônicas. As notícias falsas do risco de fraude no processo eleitoral levaram o tribunal a condenar Jair Bolsonaro à inelegibilidade por oito anos.
Leia também
‘Piu Piu’, ‘Quelzinha Direita’, ‘CVC’: conheça os outros alvos da Lesa Pátria que pegou Jordy
‘Bom dia, meu líder, tem poder de parar tudo’, disse golpista a Jordy um dia após revés de Bolsonaro
‘A democracia é intocável, o STF não permitirá impunidade’, avisa Moraes
Carlos Jordy associa Alexandre de Moraes a ditadura: ‘Se julga o dono do Brasil’
Flávio também criticou a conduta de Moraes nas investigações do 8 de janeiro. O ministro é encarregado de 1345 processos criminais e de dezenas de inquéritos em curso sobre os atos golpistas. Em entrevista ao Estadão, no início do ano, Moraes afirmou o trabalho segue até que todos os envolvidos sejam responsabilizados.
“A forma como essa investigação está sendo conduzida é muito mais ‘lesa pátria’ que o próprio 8/Jan. A continuidade dela, além de autoritarismo e arrogância, é o mesmo que querer culpar a mulher que foi estuprada, ou seja, quem defende a democracia passou a ser o errado”, seguiu Flávio Bolsonaro.
Para o senador, a operação contra Jordy é “perseguição política”.
O deputado entrou na mira da Polícia Federal a partir de uma investigação sobre os bloqueios de rodovias organizados por bolsonaristas após o segundo turno das eleições de 2022. Mensagens recuperadas pela PF apontam que um dos articuladores do movimento em Campos dos Goytacazes (RJ) tinha canal aberto com Carlos Jordy e pedia orientações ao parlamentar.