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Fraudes nas Americanas eram tratadas internamente como ‘soluções criativas’, dizem delatores


Em colaboração premiada, Flávia Carneiro e Marcelo Nunes, ex-executivos da companhia, relataram que diferentes senhas teriam sido cunhadas pela antiga diretoria para se referir aos ajustes fraudulentos

Por Rayssa Motta, Fausto Macedo e Pepita Ortega
Atualização:

As fraudes contábeis que segundo dois ex-executivos das Lojas Americanas eram operadas para manter as ações da rede em alta eram tratadas internamente em códigos. Diferentes senhas foram cunhadas pela antiga diretoria para se referir aos ajustes, como “alavancas”, “botões”, “oportunidades”, “soluções criativas” ou “extras”.

Os detalhes foram confidenciados à Polícia Federal (PF) por Flávia Carneiro, ex-superintendente da companhia, e por Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro da empresa, que fecharam acordos de delação premiada.

Para operar as fraudes, ainda de acordo com as delações, haviam diferentes artifícios, como o lançamento de verbas de propaganda cooperada (espécie de crédito para o comerciante) que não existiam, a omissão dos juros de operações de risco sacado e a reclassificação de despesas como investimentos.

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As fraudes seriam operadas ao final de cada trimestre para aproximar os resultados reais das expectativas do mercado. Documentos nomeados “verdes e vermelhos” seriam a base das fraudes.

Trecho da decisão que autorizou a PF a deflagrar a Operação Disclosure. Foto: Reprodução/processo judicial

Os delatores narraram que, nos processos de fechamento, os diretores e CEOs envolvidos nas fraudes já esperavam que ambos fizessem sugestões de “ajustes visando aproximar o resultado original/real do orçado”.

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As delações foram o ponto de partida da Operação Disclosure, deflagrada pela PF nesta quinta-feira, 27, para aprofundar a investigação e prender o ex-CEO da Americanas, Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali. Eles estão foragidos e foram incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol.

Os investigadores acreditam que as fraudes ultrapassam R$ 25,3 bilhões. Os crimes investigados são manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

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COM A PALAVRA, A AMERICANAS

“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MIGUEL GUTIERREZ

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“Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios.”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANNA SAICALI

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa da ex-diretora das Lojas Americanas. O espaço está aberto para manifestação dela e dos outros citados na Operação Disclosure (rayssa.motta@estadao.com; fausto.macedo@estadao.com).

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As fraudes contábeis que segundo dois ex-executivos das Lojas Americanas eram operadas para manter as ações da rede em alta eram tratadas internamente em códigos. Diferentes senhas foram cunhadas pela antiga diretoria para se referir aos ajustes, como “alavancas”, “botões”, “oportunidades”, “soluções criativas” ou “extras”.

Os detalhes foram confidenciados à Polícia Federal (PF) por Flávia Carneiro, ex-superintendente da companhia, e por Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro da empresa, que fecharam acordos de delação premiada.

Para operar as fraudes, ainda de acordo com as delações, haviam diferentes artifícios, como o lançamento de verbas de propaganda cooperada (espécie de crédito para o comerciante) que não existiam, a omissão dos juros de operações de risco sacado e a reclassificação de despesas como investimentos.

As fraudes seriam operadas ao final de cada trimestre para aproximar os resultados reais das expectativas do mercado. Documentos nomeados “verdes e vermelhos” seriam a base das fraudes.

Trecho da decisão que autorizou a PF a deflagrar a Operação Disclosure. Foto: Reprodução/processo judicial

Os delatores narraram que, nos processos de fechamento, os diretores e CEOs envolvidos nas fraudes já esperavam que ambos fizessem sugestões de “ajustes visando aproximar o resultado original/real do orçado”.

As delações foram o ponto de partida da Operação Disclosure, deflagrada pela PF nesta quinta-feira, 27, para aprofundar a investigação e prender o ex-CEO da Americanas, Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali. Eles estão foragidos e foram incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol.

Os investigadores acreditam que as fraudes ultrapassam R$ 25,3 bilhões. Os crimes investigados são manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

COM A PALAVRA, A AMERICANAS

“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MIGUEL GUTIERREZ

“Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios.”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANNA SAICALI

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa da ex-diretora das Lojas Americanas. O espaço está aberto para manifestação dela e dos outros citados na Operação Disclosure (rayssa.motta@estadao.com; fausto.macedo@estadao.com).

As fraudes contábeis que segundo dois ex-executivos das Lojas Americanas eram operadas para manter as ações da rede em alta eram tratadas internamente em códigos. Diferentes senhas foram cunhadas pela antiga diretoria para se referir aos ajustes, como “alavancas”, “botões”, “oportunidades”, “soluções criativas” ou “extras”.

Os detalhes foram confidenciados à Polícia Federal (PF) por Flávia Carneiro, ex-superintendente da companhia, e por Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro da empresa, que fecharam acordos de delação premiada.

Para operar as fraudes, ainda de acordo com as delações, haviam diferentes artifícios, como o lançamento de verbas de propaganda cooperada (espécie de crédito para o comerciante) que não existiam, a omissão dos juros de operações de risco sacado e a reclassificação de despesas como investimentos.

As fraudes seriam operadas ao final de cada trimestre para aproximar os resultados reais das expectativas do mercado. Documentos nomeados “verdes e vermelhos” seriam a base das fraudes.

Trecho da decisão que autorizou a PF a deflagrar a Operação Disclosure. Foto: Reprodução/processo judicial

Os delatores narraram que, nos processos de fechamento, os diretores e CEOs envolvidos nas fraudes já esperavam que ambos fizessem sugestões de “ajustes visando aproximar o resultado original/real do orçado”.

As delações foram o ponto de partida da Operação Disclosure, deflagrada pela PF nesta quinta-feira, 27, para aprofundar a investigação e prender o ex-CEO da Americanas, Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali. Eles estão foragidos e foram incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol.

Os investigadores acreditam que as fraudes ultrapassam R$ 25,3 bilhões. Os crimes investigados são manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

COM A PALAVRA, A AMERICANAS

“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE MIGUEL GUTIERREZ

“Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios.”

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANNA SAICALI

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa da ex-diretora das Lojas Americanas. O espaço está aberto para manifestação dela e dos outros citados na Operação Disclosure (rayssa.motta@estadao.com; fausto.macedo@estadao.com).

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