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Opinião|Greenwashing e serviços essenciais


O que a administração de uma concessionária de serviços públicos faz para evitar que sua cadeia de fornecimento caia nessa armadilha? Como garantir que os fornecedores e subcontratados tenham incentivos para manter e reter mão de obra qualificada e entregar serviços de alta qualidade?

Por Roberto Neves Pedrosa Di Cillo

Um dos principais objetivos de qualquer empresa, especialmente no setor privado, é gerar valor para seus investidores. Isso inclui a capacidade de pagar dívidas, como as devidas a debenturistas, e atender outros credores, sempre visando o equilíbrio financeiro e a sustentabilidade econômica. No entanto, esse objetivo não pode ser dissociado da geração de valor para a sociedade e para todos os stakeholders que interagem com a empresa.

O equilíbrio entre a busca pelo lucro e a responsabilidade social é uma questão central, especialmente quando se fala de concessionárias de serviços públicos essenciais. Essas empresas têm uma função social clara, prevista tanto na legislação quanto na prática, e precisam harmonizar a geração de lucro com o cumprimento dessa função social. O desafio é encontrar o equilíbrio certo, de forma que os ganhos econômicos e a contribuição social andem lado a lado, gerando valor para toda a cadeia de interessados, a comunidade sobretudo.

De que adianta, por exemplo, uma empresa apresentar relatórios anuais repletos de imagens bonitas, depoimentos inspiradores e números impressionantes sobre geração de empregos, investimentos em energias renováveis e outras iniciativas socioambientais, se, ao mesmo tempo, ela espreme seus fornecedores até o limite?

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Relatórios bonitos e com fundamentos questionáveis são greenwashing, onde uma empresa projeta uma imagem superficialmente responsável, mas esconde práticas ruins em suas operações internas ou em sua cadeia de fornecimento.

É importante não personalizar a crítica a empresas ou seus administradores de forma isolada. No entanto, as concessionárias de serviços públicos essenciais precisam prestar ainda mais atenção à transparência em seus processos de escolha de fornecedores. Por exemplo: quais são os critérios usados? As contratações são baseadas apenas no menor preço ou também levam em consideração a melhor técnica? Qual o peso da sustentabilidade em toda a cadeia no processo decisório?

A opinião pública está cada vez mais atenta a essas questões, e sua influência sobre os resultados financeiros não deve ser subestimada. A transparência maior é uma obrigação ética e, ao mesmo tempo, uma estratégia inteligente de gestão de riscos. Qualquer ação que exponha a empresa ao escrutínio público, especialmente em tempos de crise, pode impactar negativamente sua reputação e, consequentemente, seu desempenho no mercado. Afinal, contratos vencem e podem não ser renovados. Podem até serem cancelados antes do tempo.

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A pressão por preços baixos é uma realidade tanto no âmbito corporativo quanto na vida pessoal. Porém, quando uma empresa força fornecedores a operarem com margens tão apertadas que se tornam insustentáveis, os resultados podem ser catastróficos. O que a administração de uma concessionária de serviços públicos faz para evitar que sua cadeia de fornecimento caia nessa armadilha? Como garantir que os fornecedores e subcontratados tenham incentivos para manter e reter mão de obra qualificada e entregar serviços de alta qualidade?

O cenário se agrava quando a empresa, ao invés de construir parcerias saudáveis, opta por multar, com base em contratos, fornecedores que já estão operando com margens mínimas, especialmente em contextos de crise. Isso pode levar a um ciclo vicioso de má performance, retrabalho e degradação dos serviços, o que afeta diretamente a qualidade dos serviços essenciais prestados à população.

Sem dúvida, há fornecedores gananciosos e empresas que também exploram suas próprias contratadas e subcontratadas. Mas o que a empresa no topo da cadeia está fazendo para garantir que suas contratadas tenham operações sustentáveis, inclusive do ponto de vista financeiro? Existem práticas de due diligence voltadas para a verificação de margens, custos e sustentabilidade dessas operações?

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A relação entre empresas e seus fornecedores é regulada por contratos, e bons contratos podem fazer a diferença em momentos de crise, sobretudo a sua aplicação, com razoabilidade. Cláusulas que permitam adaptações diante de eventos imprevistos ou crises previamente enfrentadas podem evitar rupturas na cadeia de fornecimento e garantir a continuidade dos serviços. Além disso, tratar serviços como manutenção preventiva e reparos como commodities, escolhendo fornecedores unicamente pelo menor preço, pode amplificar crises e fragilizar ainda mais a cadeia.

Uma boa governança corporativa é essencial para enfrentar esses desafios. A criação de comitês especializados, com poderes ampliados e acesso direto à alta administração, pode ser uma ferramenta eficaz na gestão de crises e na promoção de práticas mais sustentáveis. Comitês de sustentabilidade, por exemplo, têm o potencial de influenciar positivamente as decisões da empresa, mas precisam ser mais que meramente consultivos e precisam estar instalados. Quando esses comitês estão posicionados em níveis hierárquicos baixos ou têm funções limitadas, perdem a capacidade de causar impacto real.

E surge a questão: quais garantias a empresa oferece aos membros de seus comitês, sejam eles consultivos ou deliberativos, para que possam atuar sem receio de perder suas posições ou empregos? Essa pergunta é especialmente relevante no contexto de concessionárias de serviços públicos essenciais, onde a sustentabilidade deve ser uma prioridade, mas muitas vezes pode ser vista como um custo extra, e não como um investimento de longo prazo.

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Em última análise, a chave para evitar o greenwashing e garantir a sustentabilidade em serviços essenciais é a transparência.

Transparência começa nas escolhas dos fornecedores e passa pelas práticas de governança e nos compromissos assumidos perante a sociedade. Empresas que adotam uma abordagem que integra a sustentabilidade em suas operações e que tratam seus fornecedores como parceiros, assumindo efetivamente a responsabilidade por eles, têm mais chances de sucesso a longo prazo, inclusive sucesso na manutenção de uma concessão.

Ganhar a confiança de consumidores e garantir a prestação de serviços de alta qualidade pode ser, também, o caminho para poder cobrar tarifas maiores em revisões tarifárias. E o contrário é bastante verdadeiro: irritem consumidores prestando serviços de baixa qualidade e sofram essas empresas com revisões tarifárias piores para elas.

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Este texto reflete única e exclusivamente a opinião do(a) autor(a) e não representa a visão do Instituto Não Aceito Corrupção (Inac). Esta série é uma parceria entre o Blog do Fausto Macedo e o Instituto Não Aceito Corrupção. Os artigos têm publicação periódica

Um dos principais objetivos de qualquer empresa, especialmente no setor privado, é gerar valor para seus investidores. Isso inclui a capacidade de pagar dívidas, como as devidas a debenturistas, e atender outros credores, sempre visando o equilíbrio financeiro e a sustentabilidade econômica. No entanto, esse objetivo não pode ser dissociado da geração de valor para a sociedade e para todos os stakeholders que interagem com a empresa.

O equilíbrio entre a busca pelo lucro e a responsabilidade social é uma questão central, especialmente quando se fala de concessionárias de serviços públicos essenciais. Essas empresas têm uma função social clara, prevista tanto na legislação quanto na prática, e precisam harmonizar a geração de lucro com o cumprimento dessa função social. O desafio é encontrar o equilíbrio certo, de forma que os ganhos econômicos e a contribuição social andem lado a lado, gerando valor para toda a cadeia de interessados, a comunidade sobretudo.

De que adianta, por exemplo, uma empresa apresentar relatórios anuais repletos de imagens bonitas, depoimentos inspiradores e números impressionantes sobre geração de empregos, investimentos em energias renováveis e outras iniciativas socioambientais, se, ao mesmo tempo, ela espreme seus fornecedores até o limite?

Relatórios bonitos e com fundamentos questionáveis são greenwashing, onde uma empresa projeta uma imagem superficialmente responsável, mas esconde práticas ruins em suas operações internas ou em sua cadeia de fornecimento.

É importante não personalizar a crítica a empresas ou seus administradores de forma isolada. No entanto, as concessionárias de serviços públicos essenciais precisam prestar ainda mais atenção à transparência em seus processos de escolha de fornecedores. Por exemplo: quais são os critérios usados? As contratações são baseadas apenas no menor preço ou também levam em consideração a melhor técnica? Qual o peso da sustentabilidade em toda a cadeia no processo decisório?

A opinião pública está cada vez mais atenta a essas questões, e sua influência sobre os resultados financeiros não deve ser subestimada. A transparência maior é uma obrigação ética e, ao mesmo tempo, uma estratégia inteligente de gestão de riscos. Qualquer ação que exponha a empresa ao escrutínio público, especialmente em tempos de crise, pode impactar negativamente sua reputação e, consequentemente, seu desempenho no mercado. Afinal, contratos vencem e podem não ser renovados. Podem até serem cancelados antes do tempo.

A pressão por preços baixos é uma realidade tanto no âmbito corporativo quanto na vida pessoal. Porém, quando uma empresa força fornecedores a operarem com margens tão apertadas que se tornam insustentáveis, os resultados podem ser catastróficos. O que a administração de uma concessionária de serviços públicos faz para evitar que sua cadeia de fornecimento caia nessa armadilha? Como garantir que os fornecedores e subcontratados tenham incentivos para manter e reter mão de obra qualificada e entregar serviços de alta qualidade?

O cenário se agrava quando a empresa, ao invés de construir parcerias saudáveis, opta por multar, com base em contratos, fornecedores que já estão operando com margens mínimas, especialmente em contextos de crise. Isso pode levar a um ciclo vicioso de má performance, retrabalho e degradação dos serviços, o que afeta diretamente a qualidade dos serviços essenciais prestados à população.

Sem dúvida, há fornecedores gananciosos e empresas que também exploram suas próprias contratadas e subcontratadas. Mas o que a empresa no topo da cadeia está fazendo para garantir que suas contratadas tenham operações sustentáveis, inclusive do ponto de vista financeiro? Existem práticas de due diligence voltadas para a verificação de margens, custos e sustentabilidade dessas operações?

A relação entre empresas e seus fornecedores é regulada por contratos, e bons contratos podem fazer a diferença em momentos de crise, sobretudo a sua aplicação, com razoabilidade. Cláusulas que permitam adaptações diante de eventos imprevistos ou crises previamente enfrentadas podem evitar rupturas na cadeia de fornecimento e garantir a continuidade dos serviços. Além disso, tratar serviços como manutenção preventiva e reparos como commodities, escolhendo fornecedores unicamente pelo menor preço, pode amplificar crises e fragilizar ainda mais a cadeia.

Uma boa governança corporativa é essencial para enfrentar esses desafios. A criação de comitês especializados, com poderes ampliados e acesso direto à alta administração, pode ser uma ferramenta eficaz na gestão de crises e na promoção de práticas mais sustentáveis. Comitês de sustentabilidade, por exemplo, têm o potencial de influenciar positivamente as decisões da empresa, mas precisam ser mais que meramente consultivos e precisam estar instalados. Quando esses comitês estão posicionados em níveis hierárquicos baixos ou têm funções limitadas, perdem a capacidade de causar impacto real.

E surge a questão: quais garantias a empresa oferece aos membros de seus comitês, sejam eles consultivos ou deliberativos, para que possam atuar sem receio de perder suas posições ou empregos? Essa pergunta é especialmente relevante no contexto de concessionárias de serviços públicos essenciais, onde a sustentabilidade deve ser uma prioridade, mas muitas vezes pode ser vista como um custo extra, e não como um investimento de longo prazo.

Em última análise, a chave para evitar o greenwashing e garantir a sustentabilidade em serviços essenciais é a transparência.

Transparência começa nas escolhas dos fornecedores e passa pelas práticas de governança e nos compromissos assumidos perante a sociedade. Empresas que adotam uma abordagem que integra a sustentabilidade em suas operações e que tratam seus fornecedores como parceiros, assumindo efetivamente a responsabilidade por eles, têm mais chances de sucesso a longo prazo, inclusive sucesso na manutenção de uma concessão.

Ganhar a confiança de consumidores e garantir a prestação de serviços de alta qualidade pode ser, também, o caminho para poder cobrar tarifas maiores em revisões tarifárias. E o contrário é bastante verdadeiro: irritem consumidores prestando serviços de baixa qualidade e sofram essas empresas com revisões tarifárias piores para elas.

Este texto reflete única e exclusivamente a opinião do(a) autor(a) e não representa a visão do Instituto Não Aceito Corrupção (Inac). Esta série é uma parceria entre o Blog do Fausto Macedo e o Instituto Não Aceito Corrupção. Os artigos têm publicação periódica

Um dos principais objetivos de qualquer empresa, especialmente no setor privado, é gerar valor para seus investidores. Isso inclui a capacidade de pagar dívidas, como as devidas a debenturistas, e atender outros credores, sempre visando o equilíbrio financeiro e a sustentabilidade econômica. No entanto, esse objetivo não pode ser dissociado da geração de valor para a sociedade e para todos os stakeholders que interagem com a empresa.

O equilíbrio entre a busca pelo lucro e a responsabilidade social é uma questão central, especialmente quando se fala de concessionárias de serviços públicos essenciais. Essas empresas têm uma função social clara, prevista tanto na legislação quanto na prática, e precisam harmonizar a geração de lucro com o cumprimento dessa função social. O desafio é encontrar o equilíbrio certo, de forma que os ganhos econômicos e a contribuição social andem lado a lado, gerando valor para toda a cadeia de interessados, a comunidade sobretudo.

De que adianta, por exemplo, uma empresa apresentar relatórios anuais repletos de imagens bonitas, depoimentos inspiradores e números impressionantes sobre geração de empregos, investimentos em energias renováveis e outras iniciativas socioambientais, se, ao mesmo tempo, ela espreme seus fornecedores até o limite?

Relatórios bonitos e com fundamentos questionáveis são greenwashing, onde uma empresa projeta uma imagem superficialmente responsável, mas esconde práticas ruins em suas operações internas ou em sua cadeia de fornecimento.

É importante não personalizar a crítica a empresas ou seus administradores de forma isolada. No entanto, as concessionárias de serviços públicos essenciais precisam prestar ainda mais atenção à transparência em seus processos de escolha de fornecedores. Por exemplo: quais são os critérios usados? As contratações são baseadas apenas no menor preço ou também levam em consideração a melhor técnica? Qual o peso da sustentabilidade em toda a cadeia no processo decisório?

A opinião pública está cada vez mais atenta a essas questões, e sua influência sobre os resultados financeiros não deve ser subestimada. A transparência maior é uma obrigação ética e, ao mesmo tempo, uma estratégia inteligente de gestão de riscos. Qualquer ação que exponha a empresa ao escrutínio público, especialmente em tempos de crise, pode impactar negativamente sua reputação e, consequentemente, seu desempenho no mercado. Afinal, contratos vencem e podem não ser renovados. Podem até serem cancelados antes do tempo.

A pressão por preços baixos é uma realidade tanto no âmbito corporativo quanto na vida pessoal. Porém, quando uma empresa força fornecedores a operarem com margens tão apertadas que se tornam insustentáveis, os resultados podem ser catastróficos. O que a administração de uma concessionária de serviços públicos faz para evitar que sua cadeia de fornecimento caia nessa armadilha? Como garantir que os fornecedores e subcontratados tenham incentivos para manter e reter mão de obra qualificada e entregar serviços de alta qualidade?

O cenário se agrava quando a empresa, ao invés de construir parcerias saudáveis, opta por multar, com base em contratos, fornecedores que já estão operando com margens mínimas, especialmente em contextos de crise. Isso pode levar a um ciclo vicioso de má performance, retrabalho e degradação dos serviços, o que afeta diretamente a qualidade dos serviços essenciais prestados à população.

Sem dúvida, há fornecedores gananciosos e empresas que também exploram suas próprias contratadas e subcontratadas. Mas o que a empresa no topo da cadeia está fazendo para garantir que suas contratadas tenham operações sustentáveis, inclusive do ponto de vista financeiro? Existem práticas de due diligence voltadas para a verificação de margens, custos e sustentabilidade dessas operações?

A relação entre empresas e seus fornecedores é regulada por contratos, e bons contratos podem fazer a diferença em momentos de crise, sobretudo a sua aplicação, com razoabilidade. Cláusulas que permitam adaptações diante de eventos imprevistos ou crises previamente enfrentadas podem evitar rupturas na cadeia de fornecimento e garantir a continuidade dos serviços. Além disso, tratar serviços como manutenção preventiva e reparos como commodities, escolhendo fornecedores unicamente pelo menor preço, pode amplificar crises e fragilizar ainda mais a cadeia.

Uma boa governança corporativa é essencial para enfrentar esses desafios. A criação de comitês especializados, com poderes ampliados e acesso direto à alta administração, pode ser uma ferramenta eficaz na gestão de crises e na promoção de práticas mais sustentáveis. Comitês de sustentabilidade, por exemplo, têm o potencial de influenciar positivamente as decisões da empresa, mas precisam ser mais que meramente consultivos e precisam estar instalados. Quando esses comitês estão posicionados em níveis hierárquicos baixos ou têm funções limitadas, perdem a capacidade de causar impacto real.

E surge a questão: quais garantias a empresa oferece aos membros de seus comitês, sejam eles consultivos ou deliberativos, para que possam atuar sem receio de perder suas posições ou empregos? Essa pergunta é especialmente relevante no contexto de concessionárias de serviços públicos essenciais, onde a sustentabilidade deve ser uma prioridade, mas muitas vezes pode ser vista como um custo extra, e não como um investimento de longo prazo.

Em última análise, a chave para evitar o greenwashing e garantir a sustentabilidade em serviços essenciais é a transparência.

Transparência começa nas escolhas dos fornecedores e passa pelas práticas de governança e nos compromissos assumidos perante a sociedade. Empresas que adotam uma abordagem que integra a sustentabilidade em suas operações e que tratam seus fornecedores como parceiros, assumindo efetivamente a responsabilidade por eles, têm mais chances de sucesso a longo prazo, inclusive sucesso na manutenção de uma concessão.

Ganhar a confiança de consumidores e garantir a prestação de serviços de alta qualidade pode ser, também, o caminho para poder cobrar tarifas maiores em revisões tarifárias. E o contrário é bastante verdadeiro: irritem consumidores prestando serviços de baixa qualidade e sofram essas empresas com revisões tarifárias piores para elas.

Este texto reflete única e exclusivamente a opinião do(a) autor(a) e não representa a visão do Instituto Não Aceito Corrupção (Inac). Esta série é uma parceria entre o Blog do Fausto Macedo e o Instituto Não Aceito Corrupção. Os artigos têm publicação periódica

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