"Imprensa não é fácil", afirmou o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na conversa que hoje é tida por ele como uma das provas de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal. O comentário foi feito após Bolsonaro enviar a Moro um print da capa do Estadão desta quinta-feira, 23.
A reportagem principal foi sobre um revés imposto pela ala militar do Palácio do Planalto à equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o lançamento do programa de recuperação econômica pós-covid 19 que prevê aumento dos gastos com investimentos públicos para os próximos anos.
Chamado de pró-Brasil, o programa, que chegou a ser apelidado inicialmente de Plano Marshall brasileiro, prevê um incremento de R$ 300 bilhões - R$ 250 bilhões em concessões e parceria público privada e outros R$ 50 bilhões de investimento públicos. A coordenação será do ministro Braga Netto. A equipe do ministro Paulo Guedes, por outro lado, afirmou que não tinha dinheiro para concretizar o plano.
O diálogo precedeu a citação, por Bolsonaro, de investigações contra deputados aliados no inquéritos das fake news, como justificativa para trocar o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Moro afirma que o presidente fazia pressão para obter acesso a e interferir em investigações.