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'Isso está me deixando a impressão que eles não sabem quem tem essa material'; leia diálogo de Glenn e o hacker


Ministério Público Federal transcreve conversa por telefone do jornalista e Luís Molição que, na avaliação do procurador que os denunciou por organização criminosa, lavagem de dinheiro e interceptações indicam envolvimento do fundador do Intercept Brasil na invasão de comunicações do ex-juiz Sérgio Moro e investigadores da Operação Lava Jato

Por Pedro Prata/SÃO PAULO e Patrick Camporez/BRASÍLIA

Na denúncia da Operação Spoofing, o Ministério Público Federal transcreve diálogo por telefone do jornalista Glenn Greenwald com o hacker Luiz Molição que, na avaliação do procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, indicam que o fundador do site Intercept Brasil sabia da ação ilícita. "Nesse momento, Molição deixa claro que as invasões e o monitoramento das comunicações telefônicas ainda eram realizadas e pede orientações ao jornalista sobre a possibilidade de 'baixar' o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo site The Intercept. Greenwald, então, indica que o grupo criminoso deve apagar as mensagens que já foram repassadas para o jornalista de forma a não ligá-los ao material ilícito", destaca o procurador.

 
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Além de Glenn e Molição, o Ministério Público Federal denunciou mais cinco acusados por hackeamento do ex-juiz Sérgio Moro e de procuradores da Operação Lava Jato.

Documento

DENÚNCIA

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O diálogo de Glenn e o hacker ocorreu pouco depois de ser divulgada a notícia de que o celular do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), havia sido invadido.

 

Para os procuradores, a transcrição deixa claro que Glenn recebeu parte das mensagens vazadas enquanto o grupo ainda atuava.

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A Procuradoria ainda anota que o jornalista tinha conhecimento da conduta criminosa e que 'buscou criar uma narrativa de 'proteção à fonte' que incentivou a continuidade delitiva'.

 

"Nesse diálogo, Molição deixa claro que ainda estão incorrendo na prática delituosa", diz o Ministério Público Federal, "e realizando o monitoramento ilegal das comunicações telefônicas de diversas contas do aplicativo Telegram e solicita 'orientações com Glenn Grenwald sobre se deveriam baixar ou não o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo The Intercept, tendo em vista que os investigados estariam monitorando diversas vítimas e elas poderiam apagar o conteúdo de suas contas."

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COM A PALAVRA, O ADVOGADO RAFAEL BORGES, QUE DEFENDE GLEEN GREENWALD

"Recebemos com perplexidade a informação de que há uma denúncia contra o jornalista Glenn Grenwald, cofundador do The Intercept. Trata-se de um expediente tosco que visa desrespeitar a autoridade da medida cautelar concedida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 601, do Supremo Tribunal Federal, para além de ferir a liberdade de imprensa e servir como instrumento de disputa política. Seu objetivo é depreciar o trabalho jornalístico de divulgação de mensagens realizado pela equipe do The Intercept Brasil em parceria com outros veículos da mídia nacional e estrangeira. Os advogados de Glenn Grenwald preparam a medida judicial cabível e pedirão que a Associação Brasileira de Imprensa, por sua importância e representatividade, cerre fileiras em defesa do jornalista agredido".

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COM A PALAVRA, LUIZ HENRIQUE MOLIÇÃO

A reportagem busca contato com a defesa do denunciado. O espaço está aberto para manifestações. (pedro.prata@estadao.com)

Na denúncia da Operação Spoofing, o Ministério Público Federal transcreve diálogo por telefone do jornalista Glenn Greenwald com o hacker Luiz Molição que, na avaliação do procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, indicam que o fundador do site Intercept Brasil sabia da ação ilícita. "Nesse momento, Molição deixa claro que as invasões e o monitoramento das comunicações telefônicas ainda eram realizadas e pede orientações ao jornalista sobre a possibilidade de 'baixar' o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo site The Intercept. Greenwald, então, indica que o grupo criminoso deve apagar as mensagens que já foram repassadas para o jornalista de forma a não ligá-los ao material ilícito", destaca o procurador.

 

Além de Glenn e Molição, o Ministério Público Federal denunciou mais cinco acusados por hackeamento do ex-juiz Sérgio Moro e de procuradores da Operação Lava Jato.

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DENÚNCIA

O diálogo de Glenn e o hacker ocorreu pouco depois de ser divulgada a notícia de que o celular do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), havia sido invadido.

 

Para os procuradores, a transcrição deixa claro que Glenn recebeu parte das mensagens vazadas enquanto o grupo ainda atuava.

A Procuradoria ainda anota que o jornalista tinha conhecimento da conduta criminosa e que 'buscou criar uma narrativa de 'proteção à fonte' que incentivou a continuidade delitiva'.

 

"Nesse diálogo, Molição deixa claro que ainda estão incorrendo na prática delituosa", diz o Ministério Público Federal, "e realizando o monitoramento ilegal das comunicações telefônicas de diversas contas do aplicativo Telegram e solicita 'orientações com Glenn Grenwald sobre se deveriam baixar ou não o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo The Intercept, tendo em vista que os investigados estariam monitorando diversas vítimas e elas poderiam apagar o conteúdo de suas contas."

 
 
 
 

COM A PALAVRA, O ADVOGADO RAFAEL BORGES, QUE DEFENDE GLEEN GREENWALD

"Recebemos com perplexidade a informação de que há uma denúncia contra o jornalista Glenn Grenwald, cofundador do The Intercept. Trata-se de um expediente tosco que visa desrespeitar a autoridade da medida cautelar concedida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 601, do Supremo Tribunal Federal, para além de ferir a liberdade de imprensa e servir como instrumento de disputa política. Seu objetivo é depreciar o trabalho jornalístico de divulgação de mensagens realizado pela equipe do The Intercept Brasil em parceria com outros veículos da mídia nacional e estrangeira. Os advogados de Glenn Grenwald preparam a medida judicial cabível e pedirão que a Associação Brasileira de Imprensa, por sua importância e representatividade, cerre fileiras em defesa do jornalista agredido".

COM A PALAVRA, LUIZ HENRIQUE MOLIÇÃO

A reportagem busca contato com a defesa do denunciado. O espaço está aberto para manifestações. (pedro.prata@estadao.com)

Na denúncia da Operação Spoofing, o Ministério Público Federal transcreve diálogo por telefone do jornalista Glenn Greenwald com o hacker Luiz Molição que, na avaliação do procurador Wellington Divino Marques de Oliveira, indicam que o fundador do site Intercept Brasil sabia da ação ilícita. "Nesse momento, Molição deixa claro que as invasões e o monitoramento das comunicações telefônicas ainda eram realizadas e pede orientações ao jornalista sobre a possibilidade de 'baixar' o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo site The Intercept. Greenwald, então, indica que o grupo criminoso deve apagar as mensagens que já foram repassadas para o jornalista de forma a não ligá-los ao material ilícito", destaca o procurador.

 

Além de Glenn e Molição, o Ministério Público Federal denunciou mais cinco acusados por hackeamento do ex-juiz Sérgio Moro e de procuradores da Operação Lava Jato.

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O diálogo de Glenn e o hacker ocorreu pouco depois de ser divulgada a notícia de que o celular do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), havia sido invadido.

 

Para os procuradores, a transcrição deixa claro que Glenn recebeu parte das mensagens vazadas enquanto o grupo ainda atuava.

A Procuradoria ainda anota que o jornalista tinha conhecimento da conduta criminosa e que 'buscou criar uma narrativa de 'proteção à fonte' que incentivou a continuidade delitiva'.

 

"Nesse diálogo, Molição deixa claro que ainda estão incorrendo na prática delituosa", diz o Ministério Público Federal, "e realizando o monitoramento ilegal das comunicações telefônicas de diversas contas do aplicativo Telegram e solicita 'orientações com Glenn Grenwald sobre se deveriam baixar ou não o conteúdo de contas do Telegram de outras pessoas antes da publicação das matérias pelo The Intercept, tendo em vista que os investigados estariam monitorando diversas vítimas e elas poderiam apagar o conteúdo de suas contas."

 
 
 
 

COM A PALAVRA, O ADVOGADO RAFAEL BORGES, QUE DEFENDE GLEEN GREENWALD

"Recebemos com perplexidade a informação de que há uma denúncia contra o jornalista Glenn Grenwald, cofundador do The Intercept. Trata-se de um expediente tosco que visa desrespeitar a autoridade da medida cautelar concedida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 601, do Supremo Tribunal Federal, para além de ferir a liberdade de imprensa e servir como instrumento de disputa política. Seu objetivo é depreciar o trabalho jornalístico de divulgação de mensagens realizado pela equipe do The Intercept Brasil em parceria com outros veículos da mídia nacional e estrangeira. Os advogados de Glenn Grenwald preparam a medida judicial cabível e pedirão que a Associação Brasileira de Imprensa, por sua importância e representatividade, cerre fileiras em defesa do jornalista agredido".

COM A PALAVRA, LUIZ HENRIQUE MOLIÇÃO

A reportagem busca contato com a defesa do denunciado. O espaço está aberto para manifestações. (pedro.prata@estadao.com)

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