O agente aposentado da Polícia Federal Newton Ishii, conhecido como o 'japonês da federal', agora dá palestras remuneradas. Ele ficou conhecido por suas aparições ao lado de famosos alvos da Operação Lava Jato no momento em que eram conduzidos à carceragem da Polícia Federal.
Em um dos anúncios, Ishii aparece de terno e gravata, mas com os seus inseparáveis óculos escuros. "Palestras motivacionais na sua empresa", diz o cartaz, que o classifica como 'consultor, palestrante e escritor', e que também replica o apelido que o tornou famoso.
Em razão de problemas de agenda do 'japonês da federal', uma de suas palestras, no Teatro Municipal de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, chegou a ser adiada no dia 14 de outubro, sem previsão para ser retomada. O tema seria 'bastidores da "Lava Jato" a as consequências para o país'. O evento teria duração de uma hora. No texto de divulgação do evento, consta ainda que ele dá consultorias em compliance.
Com a imagem muitas vezes atrelada às ações da Lava Jato, Ishii chegou a inspirar marchinhas e máscaras no carnaval de 2016. "Ai meu Deus, me dei mal, bateu na minha porta o Japonês da Federal", diz a música.
Ele também chegou a ser, em 2016, preso, e, depois, liberado com o uso de tornozeleira eletrônica, para cumprir quatro anos e seis meses de pena por descaminho e corrupção.
A ação decorre da Operação Sucuri, deflagrada contra 23 policiais em 2003 para apurar um esquema formado por agentes da PF e da Receita Federal que facilitava o contrabando de produtos ilegais na fronteira com o Paraguai em Foz do Iguaçu (PR).
Em fevereiro de 2018, ele deixou o cargo para viver sua aposentadoria. Após se aposentar, chegou a presidir o diretório estadual do PEN no Paraná. Em 2018 foi lançada sua biografia, entitulada "O Carcereiro".