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Juiz solta fundador da Qualicorp e todos os outros alvos da Lava Jato por caixa 2 de R$ 5 milhões a Serra


Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, atendeu pedidos apresentados pelas defesas dos empresários presos na última terça, 21, na Operação Paralelo 23

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
O fundador da Qualicorp José Seripieri Junior. Foto: Denise Andrade/Estadão

O juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou a soltura dos empresários José Seripieri Filho, fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp, Mino Mattos Mazzamati e Rosa Maria Garcia. Eles foram presos na última terça, 21, na Operação Paralelo 23, que mira o senador José Serra (PSDB-SP) por suposto caixa dois de R$ 5 milhões nas eleições de 2014.

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A decisão, proferida nesta sexta, 24, atendeu a pedidos dos defensores dos empresários e antecipou o fim das prisões temporárias.

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O juiz destacou que as medidas foram decretadas para assegurar o interrogatório e a produção de elementos de informação 'sem contaminação de elementos indiciários, tendo em vista o significativo poder de influência dos investigados sobre eventuais testemunhas e demais indivíduos envolvidos, bem como a possibilidade de dilapidação patrimonial'.

"Uma vez realizados os interrogatórios, a prisão temporária dos investigados deixa de consistir em medida imprescindível a continuidade das investigações conduzidas no Inquérito Policial", escreveu o magistrado na decisão.

As investigações da 'Lava Jato Eleitoral', que levaram os executivos à prisão, apontam que o Seripieri teria repassado a quantia milionária ao tucano por meio de 'estrutura financeira e societária' que ocultou as transferências das autoridades e órgãos de controle. Os demais empresários são acusados de serem operadores do esquema.

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O caso teria sido revelado pelo ex-diretor da Qualicorp, Elon Gomes de Almeida. Segundo a PF, Elon confidenciou que Seripieri fez três pagamentos, em setembro de 2014, para o custeio de despesas de campanha de José Serra ao Senado Federal. As fraudes teriam sido ocultadas por notas fiscais falsas, que detalhariam aquisição de licença de software e contratação de serviços gráficos que jamais foram realizados.

Suspensão. Nesta quinta, 23, a defesa de Serra apresentou reclamação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as investigações sobre o caso na Justiça Eleitoral de São Paulo. Segundo os advogados do parlamentar, o inquérito cita fatos relacionados ao seu atual mandato como senador, incluindo projetos de lei e requerimentos - o que viola a prerrogativa de foro privilegiado.

A reclamação de Serra está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes. A defesa do tucano pede que as investigações sejam suspensas e o caso remetido ao STF.

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Defesas. Após a deflagração da Paralelo 23, o senador José Serra lamentou o que chamou de 'espetacularização' da operação da PF e negou ter recebido caixa dois. "É ilegal, abusiva e acintosa a atuação dos órgãos de investigação no presente caso, ao tratar de fatos antigos, para gerar investigações sigilosas e desconhecidas do Senador e de sua Defesa e nas quais ele nunca teve a oportunidade de ser ouvido", afirmaram os advogados Sepúlveda Pertence e Flávia Rahal, que defendem o tucano.

Em nota, a Qualicorp afirmou que adotará 'as medidas necessárias para apuração completa dos fatos'. A defesa de José Seripieri Filho disse que os colaboradores não acusaram o empresário de ter feito caixa dois e que a decisão de fazer a doação dessa forma foi 'de um dos colaboradores'. "Portanto, não há qualquer razão ou fato, ainda que se considere a delação como prova (o que os Tribunais já rechaçaram inúmeras vezes), que justifique medidas tão graves", apontou o advogado Celso Vilardi.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA CELSO VILARDI, DEFENSOR DE JOSÉ SERIPIERI FILHO

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Nota de Celso Vilardi, advogado de José Seripieri Filho

O Juiz da Primeira Zona Eleitoral de São Paulo, Marco Antonio Martin Vargas, atendendo a um pedido da defesa, revogou a prisão temporária de José Seripieri Filho. Tratava-se de uma prisão injustificada. Menos mal que sua soltura tenha sido antecipada.

O fundador da Qualicorp José Seripieri Junior. Foto: Denise Andrade/Estadão

O juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou a soltura dos empresários José Seripieri Filho, fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp, Mino Mattos Mazzamati e Rosa Maria Garcia. Eles foram presos na última terça, 21, na Operação Paralelo 23, que mira o senador José Serra (PSDB-SP) por suposto caixa dois de R$ 5 milhões nas eleições de 2014.

A decisão, proferida nesta sexta, 24, atendeu a pedidos dos defensores dos empresários e antecipou o fim das prisões temporárias.

O juiz destacou que as medidas foram decretadas para assegurar o interrogatório e a produção de elementos de informação 'sem contaminação de elementos indiciários, tendo em vista o significativo poder de influência dos investigados sobre eventuais testemunhas e demais indivíduos envolvidos, bem como a possibilidade de dilapidação patrimonial'.

"Uma vez realizados os interrogatórios, a prisão temporária dos investigados deixa de consistir em medida imprescindível a continuidade das investigações conduzidas no Inquérito Policial", escreveu o magistrado na decisão.

As investigações da 'Lava Jato Eleitoral', que levaram os executivos à prisão, apontam que o Seripieri teria repassado a quantia milionária ao tucano por meio de 'estrutura financeira e societária' que ocultou as transferências das autoridades e órgãos de controle. Os demais empresários são acusados de serem operadores do esquema.

O caso teria sido revelado pelo ex-diretor da Qualicorp, Elon Gomes de Almeida. Segundo a PF, Elon confidenciou que Seripieri fez três pagamentos, em setembro de 2014, para o custeio de despesas de campanha de José Serra ao Senado Federal. As fraudes teriam sido ocultadas por notas fiscais falsas, que detalhariam aquisição de licença de software e contratação de serviços gráficos que jamais foram realizados.

Suspensão. Nesta quinta, 23, a defesa de Serra apresentou reclamação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as investigações sobre o caso na Justiça Eleitoral de São Paulo. Segundo os advogados do parlamentar, o inquérito cita fatos relacionados ao seu atual mandato como senador, incluindo projetos de lei e requerimentos - o que viola a prerrogativa de foro privilegiado.

A reclamação de Serra está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes. A defesa do tucano pede que as investigações sejam suspensas e o caso remetido ao STF.

Defesas. Após a deflagração da Paralelo 23, o senador José Serra lamentou o que chamou de 'espetacularização' da operação da PF e negou ter recebido caixa dois. "É ilegal, abusiva e acintosa a atuação dos órgãos de investigação no presente caso, ao tratar de fatos antigos, para gerar investigações sigilosas e desconhecidas do Senador e de sua Defesa e nas quais ele nunca teve a oportunidade de ser ouvido", afirmaram os advogados Sepúlveda Pertence e Flávia Rahal, que defendem o tucano.

Em nota, a Qualicorp afirmou que adotará 'as medidas necessárias para apuração completa dos fatos'. A defesa de José Seripieri Filho disse que os colaboradores não acusaram o empresário de ter feito caixa dois e que a decisão de fazer a doação dessa forma foi 'de um dos colaboradores'. "Portanto, não há qualquer razão ou fato, ainda que se considere a delação como prova (o que os Tribunais já rechaçaram inúmeras vezes), que justifique medidas tão graves", apontou o advogado Celso Vilardi.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA CELSO VILARDI, DEFENSOR DE JOSÉ SERIPIERI FILHO

Nota de Celso Vilardi, advogado de José Seripieri Filho

O Juiz da Primeira Zona Eleitoral de São Paulo, Marco Antonio Martin Vargas, atendendo a um pedido da defesa, revogou a prisão temporária de José Seripieri Filho. Tratava-se de uma prisão injustificada. Menos mal que sua soltura tenha sido antecipada.

O fundador da Qualicorp José Seripieri Junior. Foto: Denise Andrade/Estadão

O juiz Marco Antonio Martin Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou a soltura dos empresários José Seripieri Filho, fundador e ex-presidente da administradora de planos de saúde Qualicorp, Mino Mattos Mazzamati e Rosa Maria Garcia. Eles foram presos na última terça, 21, na Operação Paralelo 23, que mira o senador José Serra (PSDB-SP) por suposto caixa dois de R$ 5 milhões nas eleições de 2014.

A decisão, proferida nesta sexta, 24, atendeu a pedidos dos defensores dos empresários e antecipou o fim das prisões temporárias.

O juiz destacou que as medidas foram decretadas para assegurar o interrogatório e a produção de elementos de informação 'sem contaminação de elementos indiciários, tendo em vista o significativo poder de influência dos investigados sobre eventuais testemunhas e demais indivíduos envolvidos, bem como a possibilidade de dilapidação patrimonial'.

"Uma vez realizados os interrogatórios, a prisão temporária dos investigados deixa de consistir em medida imprescindível a continuidade das investigações conduzidas no Inquérito Policial", escreveu o magistrado na decisão.

As investigações da 'Lava Jato Eleitoral', que levaram os executivos à prisão, apontam que o Seripieri teria repassado a quantia milionária ao tucano por meio de 'estrutura financeira e societária' que ocultou as transferências das autoridades e órgãos de controle. Os demais empresários são acusados de serem operadores do esquema.

O caso teria sido revelado pelo ex-diretor da Qualicorp, Elon Gomes de Almeida. Segundo a PF, Elon confidenciou que Seripieri fez três pagamentos, em setembro de 2014, para o custeio de despesas de campanha de José Serra ao Senado Federal. As fraudes teriam sido ocultadas por notas fiscais falsas, que detalhariam aquisição de licença de software e contratação de serviços gráficos que jamais foram realizados.

Suspensão. Nesta quinta, 23, a defesa de Serra apresentou reclamação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender as investigações sobre o caso na Justiça Eleitoral de São Paulo. Segundo os advogados do parlamentar, o inquérito cita fatos relacionados ao seu atual mandato como senador, incluindo projetos de lei e requerimentos - o que viola a prerrogativa de foro privilegiado.

A reclamação de Serra está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes. A defesa do tucano pede que as investigações sejam suspensas e o caso remetido ao STF.

Defesas. Após a deflagração da Paralelo 23, o senador José Serra lamentou o que chamou de 'espetacularização' da operação da PF e negou ter recebido caixa dois. "É ilegal, abusiva e acintosa a atuação dos órgãos de investigação no presente caso, ao tratar de fatos antigos, para gerar investigações sigilosas e desconhecidas do Senador e de sua Defesa e nas quais ele nunca teve a oportunidade de ser ouvido", afirmaram os advogados Sepúlveda Pertence e Flávia Rahal, que defendem o tucano.

Em nota, a Qualicorp afirmou que adotará 'as medidas necessárias para apuração completa dos fatos'. A defesa de José Seripieri Filho disse que os colaboradores não acusaram o empresário de ter feito caixa dois e que a decisão de fazer a doação dessa forma foi 'de um dos colaboradores'. "Portanto, não há qualquer razão ou fato, ainda que se considere a delação como prova (o que os Tribunais já rechaçaram inúmeras vezes), que justifique medidas tão graves", apontou o advogado Celso Vilardi.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA CELSO VILARDI, DEFENSOR DE JOSÉ SERIPIERI FILHO

Nota de Celso Vilardi, advogado de José Seripieri Filho

O Juiz da Primeira Zona Eleitoral de São Paulo, Marco Antonio Martin Vargas, atendendo a um pedido da defesa, revogou a prisão temporária de José Seripieri Filho. Tratava-se de uma prisão injustificada. Menos mal que sua soltura tenha sido antecipada.

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