O inquérito sobre as joias sauditas recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e retidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, vai passar a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF).
O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) pediu a transferência da investigação na última sexta-feira, 11, quando a Polícia Federal (PF) fez buscas em endereços ligados a auxiliares do ex-presidente na Operação Lucas 12:2. A ação da PF trouxe a público suspeitas sobre um esquema de desvio e venda de presentes diplomáticos no governo Bolsonaro.
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O MPF alegou que a apreensão das joias doadas pelo regime saudita ao ex-presidente tem conexão com a investigação mais ampla a cargo da PF em Brasília. O pedido foi aceito nesta terça-feira, 15, pela Justiça Federal em Guarulhos, que determinou a transferência dos autos. A expectativa é que os inquéritos tramitem em conjunto no gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
A investigação nascida em São Paulo está mais avançado. A PF já ouviu o próprio Bolsonaro, o ex-ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, que liderou a comitiva que tentou entrar com as joias no Brasil sem declará-las à Receita Federal, e o tenente-coronel Mauro Cid, que tentou liberar os presentes.
A investigação de Brasília, por sua vez, tem maior potencial explosivo contra o ex-presidente. A PF já pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Bolsonaro. Moraes ainda não deliberou sobre a medida.