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Laranja de banco digital usado pelo PCC recebia auxílio emergencial na pandemia, diz PF


Operação Concierge, da Polícia Federal, descobriu que Antônio Tadeu Lerach, ‘sócio’ da fintech T10 Bank, canal da facção para lavar dinheiro do tráfico, declarou capital de R$ 1 milhão e se inscreveu no programa do governo federal em 2020 para pedir ajuda financeira durante período mais crítico da Covid-19; Estadão busca contato com defesa

Por Heitor Mazzoco, Marcelo Godoy e Fausto Macedo
Atualização:

Investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Concierge, deflagrada na quarta-feira, 28, aponta para um suposto laranja da fintech T10 Bank que recebeu auxilio emergencial em 2020, período mais crítico da pandemia de covid-19. É o que mostra relatório encaminhado à Justiça Federal de Campinas, interior paulista.

A fintech T10 Bank, que teria sido utilizada para lavar dinheiro e ocultar patrimônio do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi constituída em maio de 2020, por Antonio Tadeu Lerach. “Ou seja, apesar de figurar como sócio de dezenas de empresas e ter constituído capital social inicial no montante de R$ 1 milhão na abertura da T10 Bank, Antonio Tadeu Larach seria beneficiário de programa social do governo federal, destinado a pessoas vulneráveis”, diz trecho da investigação da Polícia Federal. O Estadão busca contato com os citados na Operação, que podem enviar manifestação para heitor.mazzoco@estadao.com, marcelo.godoy@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com.

Lerach foi excluído do quadro societário em fevereiro de 2021 para dar lugar a José Rodrigues Costa, Patrick Filipi Cozzi, Fábio de Biasi e Denis Arruda Ribeiro. Este, apontado como líder do T10 Bank. “Por conseguinte, causa estranheza que em um lapso tão curto de tempo a empresa tenha tido seu controle societário alterado, sugerindo que Antonio Tadeu Lerach não teria um real envolvimento com a empresa”, afirmam os investigadores.

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Polícia Federal se refere a Lerach como 'testa de ferro' da organização criminosa e 'laranja' em empresas Foto: Reprodução via PF

Diante dos dados levantados, os investigadores solicitaram Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Comunicações atípicas foram apontadas. “Sem causar surpresa, todos os envolvidos possuíam comunicações atípicas no COAF, um total de 138 comunicações, tendo a equipe de investigação analisado pormenorizadamente e materializado os indícios em duas informações policiais que acompanharam a representação pela quebra do sigilo fiscal e bancário”, diz trecho do relatório da PF.

Anúncio da T10 Bank destaca 'solução' para contas jurídicas bloqueadas Foto: Reprodução via PF
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A investigação aponta Lerach como “testa de ferro” da organização criminosa e “laranja” em diversas empresas. Segundo informações do relatório da PF, ele seria “interposta pessoa” de Denis Arruada em diversas empreendimentos de fachada. “O primeiro ponto é o patrimônio informado em suas Declarações de Imposto de Renda. A declaração do exercício 2019 informa rendimentos tributáveis de R$ 6 mil e bens e direitos no montante de R$ 1. Nos exercícios 2020 e 2021 (ele) foi omisso na entrega. Já no exercício 2022 indica recebimentos de pessoa física no montante de R$ 22,6 mil e bens e direitos no montante de R$ 120 mil”, cita a apuração.

Denis Arruda é citado como líder da T10 Bank, um dos alvos da Operação Concierge, que é investigada por auxiliar pessoas físicas e jurídicas com criação de contas invisíveis para evitar rastreamento das autoridades públicas, o que permite lavagem de dinheiro e evita bloqueio de valores. O PCC é apontado como cliente do grupo. A I9Pay também é uma fintech investigada na operação. De acordo com os dados da investigação, as empresas eram hospedadas em instituições financeiras de grande porte autorizadas pelo Banco Central (Bancos Bonsucesso e Rendimento). A T10 Bank não respondeu questionamentos do Estadão. A I9Pay negou as acusações. Os bancos dizem cooperar com as investigações.

Denis Arruda Ribeiro, um dos sócios da T10 Bank, fintech acusada de atuar no mercado financeiro para ocultar lavagem de dinheiro do PCC Foto: Reprodução via PF
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Com a palavra, a Inove Global Group

Os advogados do Inove Global Group ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações. Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital.

Com a palavra, o BS2 (antigo Banco Bonsucesso)

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Irregularidades apontadas na operação Concierge não são atribuíveis ao BS2. O BS2 atua de forma ética e com rigor no monitoramento de suas operações e, por isso, compartilha as seguintes informações:

- O BS2 nunca prestou serviços para o T10Bank, fintech objeto de denúncias da Febraban por ofertar blindagem de conta e investigada pela Polícia Federal por atividade criminosa;

- A i9Pay possuía conta de sua titularidade no BS2 para liquidar pagamentos de seus clientes, estabelecimentos comerciais. Essa atuação da fintech como subcredenciadora, no setor de meios de pagamentos, não demanda autorização de funcionamento pelo Banco Central do Brasil;

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- Sobre os demais CNPJs (total de 197) citados na operação, apenas dois deles chegaram a ter conta no BS2, o que gerou alertas e informes ao Coaf sucedidos de bloqueio das operações, em períodos anteriores à Concierge;

- Ao contrário do noticiado, o BS2 tem controle individualizado das transações e estabelecimentos comerciais atendidos pela i9Pay, e sempre prestou tais informações aos órgãos competentes;

- Os documentos comprobatórios dos pontos acima foram disponibilizados às autoridades na quarta-feira, 28 de agosto, e demonstram que as possíveis atividades ilícitas cometidas pela i9Pay, apontadas pelas autoridades, não ocorreram com a ciência ou conivência do BS2;

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- Mesmo com a adoção das mais rigorosas exigências de cautela, não haveria como o BS2 tomar conhecimento sobre tais ilícitos, o que só aconteceu quando da deflagração da Operação Concierge;

- A partir desse fato, encerramos o serviço para a i9Pay, em consonância com o nosso Código de Ética e nossas Políticas de Compliance;

Seguimos colaborando ativamente com o fornecimento de informações para as autoridades.

Com a palavra, o Banco Rendimento

O Banco Rendimento segue todas as regulamentações do Banco Central e órgãos competentes, também aplicadas desde o início da relação com a T10 Bank, onde todas as avaliações recomendadas foram executadas. No momento da operação realizada hoje, o Banco Rendimento já não prestava mais os serviços mencionados para a T10 Bank. O Banco Rendimento está colaborando com as investigações.

Investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Concierge, deflagrada na quarta-feira, 28, aponta para um suposto laranja da fintech T10 Bank que recebeu auxilio emergencial em 2020, período mais crítico da pandemia de covid-19. É o que mostra relatório encaminhado à Justiça Federal de Campinas, interior paulista.

A fintech T10 Bank, que teria sido utilizada para lavar dinheiro e ocultar patrimônio do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi constituída em maio de 2020, por Antonio Tadeu Lerach. “Ou seja, apesar de figurar como sócio de dezenas de empresas e ter constituído capital social inicial no montante de R$ 1 milhão na abertura da T10 Bank, Antonio Tadeu Larach seria beneficiário de programa social do governo federal, destinado a pessoas vulneráveis”, diz trecho da investigação da Polícia Federal. O Estadão busca contato com os citados na Operação, que podem enviar manifestação para heitor.mazzoco@estadao.com, marcelo.godoy@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com.

Lerach foi excluído do quadro societário em fevereiro de 2021 para dar lugar a José Rodrigues Costa, Patrick Filipi Cozzi, Fábio de Biasi e Denis Arruda Ribeiro. Este, apontado como líder do T10 Bank. “Por conseguinte, causa estranheza que em um lapso tão curto de tempo a empresa tenha tido seu controle societário alterado, sugerindo que Antonio Tadeu Lerach não teria um real envolvimento com a empresa”, afirmam os investigadores.

Polícia Federal se refere a Lerach como 'testa de ferro' da organização criminosa e 'laranja' em empresas Foto: Reprodução via PF

Diante dos dados levantados, os investigadores solicitaram Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Comunicações atípicas foram apontadas. “Sem causar surpresa, todos os envolvidos possuíam comunicações atípicas no COAF, um total de 138 comunicações, tendo a equipe de investigação analisado pormenorizadamente e materializado os indícios em duas informações policiais que acompanharam a representação pela quebra do sigilo fiscal e bancário”, diz trecho do relatório da PF.

Anúncio da T10 Bank destaca 'solução' para contas jurídicas bloqueadas Foto: Reprodução via PF

A investigação aponta Lerach como “testa de ferro” da organização criminosa e “laranja” em diversas empresas. Segundo informações do relatório da PF, ele seria “interposta pessoa” de Denis Arruada em diversas empreendimentos de fachada. “O primeiro ponto é o patrimônio informado em suas Declarações de Imposto de Renda. A declaração do exercício 2019 informa rendimentos tributáveis de R$ 6 mil e bens e direitos no montante de R$ 1. Nos exercícios 2020 e 2021 (ele) foi omisso na entrega. Já no exercício 2022 indica recebimentos de pessoa física no montante de R$ 22,6 mil e bens e direitos no montante de R$ 120 mil”, cita a apuração.

Denis Arruda é citado como líder da T10 Bank, um dos alvos da Operação Concierge, que é investigada por auxiliar pessoas físicas e jurídicas com criação de contas invisíveis para evitar rastreamento das autoridades públicas, o que permite lavagem de dinheiro e evita bloqueio de valores. O PCC é apontado como cliente do grupo. A I9Pay também é uma fintech investigada na operação. De acordo com os dados da investigação, as empresas eram hospedadas em instituições financeiras de grande porte autorizadas pelo Banco Central (Bancos Bonsucesso e Rendimento). A T10 Bank não respondeu questionamentos do Estadão. A I9Pay negou as acusações. Os bancos dizem cooperar com as investigações.

Denis Arruda Ribeiro, um dos sócios da T10 Bank, fintech acusada de atuar no mercado financeiro para ocultar lavagem de dinheiro do PCC Foto: Reprodução via PF

Com a palavra, a Inove Global Group

Os advogados do Inove Global Group ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações. Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital.

Com a palavra, o BS2 (antigo Banco Bonsucesso)

Irregularidades apontadas na operação Concierge não são atribuíveis ao BS2. O BS2 atua de forma ética e com rigor no monitoramento de suas operações e, por isso, compartilha as seguintes informações:

- O BS2 nunca prestou serviços para o T10Bank, fintech objeto de denúncias da Febraban por ofertar blindagem de conta e investigada pela Polícia Federal por atividade criminosa;

- A i9Pay possuía conta de sua titularidade no BS2 para liquidar pagamentos de seus clientes, estabelecimentos comerciais. Essa atuação da fintech como subcredenciadora, no setor de meios de pagamentos, não demanda autorização de funcionamento pelo Banco Central do Brasil;

- Sobre os demais CNPJs (total de 197) citados na operação, apenas dois deles chegaram a ter conta no BS2, o que gerou alertas e informes ao Coaf sucedidos de bloqueio das operações, em períodos anteriores à Concierge;

- Ao contrário do noticiado, o BS2 tem controle individualizado das transações e estabelecimentos comerciais atendidos pela i9Pay, e sempre prestou tais informações aos órgãos competentes;

- Os documentos comprobatórios dos pontos acima foram disponibilizados às autoridades na quarta-feira, 28 de agosto, e demonstram que as possíveis atividades ilícitas cometidas pela i9Pay, apontadas pelas autoridades, não ocorreram com a ciência ou conivência do BS2;

- Mesmo com a adoção das mais rigorosas exigências de cautela, não haveria como o BS2 tomar conhecimento sobre tais ilícitos, o que só aconteceu quando da deflagração da Operação Concierge;

- A partir desse fato, encerramos o serviço para a i9Pay, em consonância com o nosso Código de Ética e nossas Políticas de Compliance;

Seguimos colaborando ativamente com o fornecimento de informações para as autoridades.

Com a palavra, o Banco Rendimento

O Banco Rendimento segue todas as regulamentações do Banco Central e órgãos competentes, também aplicadas desde o início da relação com a T10 Bank, onde todas as avaliações recomendadas foram executadas. No momento da operação realizada hoje, o Banco Rendimento já não prestava mais os serviços mencionados para a T10 Bank. O Banco Rendimento está colaborando com as investigações.

Investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Concierge, deflagrada na quarta-feira, 28, aponta para um suposto laranja da fintech T10 Bank que recebeu auxilio emergencial em 2020, período mais crítico da pandemia de covid-19. É o que mostra relatório encaminhado à Justiça Federal de Campinas, interior paulista.

A fintech T10 Bank, que teria sido utilizada para lavar dinheiro e ocultar patrimônio do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi constituída em maio de 2020, por Antonio Tadeu Lerach. “Ou seja, apesar de figurar como sócio de dezenas de empresas e ter constituído capital social inicial no montante de R$ 1 milhão na abertura da T10 Bank, Antonio Tadeu Larach seria beneficiário de programa social do governo federal, destinado a pessoas vulneráveis”, diz trecho da investigação da Polícia Federal. O Estadão busca contato com os citados na Operação, que podem enviar manifestação para heitor.mazzoco@estadao.com, marcelo.godoy@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com.

Lerach foi excluído do quadro societário em fevereiro de 2021 para dar lugar a José Rodrigues Costa, Patrick Filipi Cozzi, Fábio de Biasi e Denis Arruda Ribeiro. Este, apontado como líder do T10 Bank. “Por conseguinte, causa estranheza que em um lapso tão curto de tempo a empresa tenha tido seu controle societário alterado, sugerindo que Antonio Tadeu Lerach não teria um real envolvimento com a empresa”, afirmam os investigadores.

Polícia Federal se refere a Lerach como 'testa de ferro' da organização criminosa e 'laranja' em empresas Foto: Reprodução via PF

Diante dos dados levantados, os investigadores solicitaram Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Comunicações atípicas foram apontadas. “Sem causar surpresa, todos os envolvidos possuíam comunicações atípicas no COAF, um total de 138 comunicações, tendo a equipe de investigação analisado pormenorizadamente e materializado os indícios em duas informações policiais que acompanharam a representação pela quebra do sigilo fiscal e bancário”, diz trecho do relatório da PF.

Anúncio da T10 Bank destaca 'solução' para contas jurídicas bloqueadas Foto: Reprodução via PF

A investigação aponta Lerach como “testa de ferro” da organização criminosa e “laranja” em diversas empresas. Segundo informações do relatório da PF, ele seria “interposta pessoa” de Denis Arruada em diversas empreendimentos de fachada. “O primeiro ponto é o patrimônio informado em suas Declarações de Imposto de Renda. A declaração do exercício 2019 informa rendimentos tributáveis de R$ 6 mil e bens e direitos no montante de R$ 1. Nos exercícios 2020 e 2021 (ele) foi omisso na entrega. Já no exercício 2022 indica recebimentos de pessoa física no montante de R$ 22,6 mil e bens e direitos no montante de R$ 120 mil”, cita a apuração.

Denis Arruda é citado como líder da T10 Bank, um dos alvos da Operação Concierge, que é investigada por auxiliar pessoas físicas e jurídicas com criação de contas invisíveis para evitar rastreamento das autoridades públicas, o que permite lavagem de dinheiro e evita bloqueio de valores. O PCC é apontado como cliente do grupo. A I9Pay também é uma fintech investigada na operação. De acordo com os dados da investigação, as empresas eram hospedadas em instituições financeiras de grande porte autorizadas pelo Banco Central (Bancos Bonsucesso e Rendimento). A T10 Bank não respondeu questionamentos do Estadão. A I9Pay negou as acusações. Os bancos dizem cooperar com as investigações.

Denis Arruda Ribeiro, um dos sócios da T10 Bank, fintech acusada de atuar no mercado financeiro para ocultar lavagem de dinheiro do PCC Foto: Reprodução via PF

Com a palavra, a Inove Global Group

Os advogados do Inove Global Group ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações. Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital.

Com a palavra, o BS2 (antigo Banco Bonsucesso)

Irregularidades apontadas na operação Concierge não são atribuíveis ao BS2. O BS2 atua de forma ética e com rigor no monitoramento de suas operações e, por isso, compartilha as seguintes informações:

- O BS2 nunca prestou serviços para o T10Bank, fintech objeto de denúncias da Febraban por ofertar blindagem de conta e investigada pela Polícia Federal por atividade criminosa;

- A i9Pay possuía conta de sua titularidade no BS2 para liquidar pagamentos de seus clientes, estabelecimentos comerciais. Essa atuação da fintech como subcredenciadora, no setor de meios de pagamentos, não demanda autorização de funcionamento pelo Banco Central do Brasil;

- Sobre os demais CNPJs (total de 197) citados na operação, apenas dois deles chegaram a ter conta no BS2, o que gerou alertas e informes ao Coaf sucedidos de bloqueio das operações, em períodos anteriores à Concierge;

- Ao contrário do noticiado, o BS2 tem controle individualizado das transações e estabelecimentos comerciais atendidos pela i9Pay, e sempre prestou tais informações aos órgãos competentes;

- Os documentos comprobatórios dos pontos acima foram disponibilizados às autoridades na quarta-feira, 28 de agosto, e demonstram que as possíveis atividades ilícitas cometidas pela i9Pay, apontadas pelas autoridades, não ocorreram com a ciência ou conivência do BS2;

- Mesmo com a adoção das mais rigorosas exigências de cautela, não haveria como o BS2 tomar conhecimento sobre tais ilícitos, o que só aconteceu quando da deflagração da Operação Concierge;

- A partir desse fato, encerramos o serviço para a i9Pay, em consonância com o nosso Código de Ética e nossas Políticas de Compliance;

Seguimos colaborando ativamente com o fornecimento de informações para as autoridades.

Com a palavra, o Banco Rendimento

O Banco Rendimento segue todas as regulamentações do Banco Central e órgãos competentes, também aplicadas desde o início da relação com a T10 Bank, onde todas as avaliações recomendadas foram executadas. No momento da operação realizada hoje, o Banco Rendimento já não prestava mais os serviços mencionados para a T10 Bank. O Banco Rendimento está colaborando com as investigações.

Investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Concierge, deflagrada na quarta-feira, 28, aponta para um suposto laranja da fintech T10 Bank que recebeu auxilio emergencial em 2020, período mais crítico da pandemia de covid-19. É o que mostra relatório encaminhado à Justiça Federal de Campinas, interior paulista.

A fintech T10 Bank, que teria sido utilizada para lavar dinheiro e ocultar patrimônio do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi constituída em maio de 2020, por Antonio Tadeu Lerach. “Ou seja, apesar de figurar como sócio de dezenas de empresas e ter constituído capital social inicial no montante de R$ 1 milhão na abertura da T10 Bank, Antonio Tadeu Larach seria beneficiário de programa social do governo federal, destinado a pessoas vulneráveis”, diz trecho da investigação da Polícia Federal. O Estadão busca contato com os citados na Operação, que podem enviar manifestação para heitor.mazzoco@estadao.com, marcelo.godoy@estadao.com e fausto.macedo@estadao.com.

Lerach foi excluído do quadro societário em fevereiro de 2021 para dar lugar a José Rodrigues Costa, Patrick Filipi Cozzi, Fábio de Biasi e Denis Arruda Ribeiro. Este, apontado como líder do T10 Bank. “Por conseguinte, causa estranheza que em um lapso tão curto de tempo a empresa tenha tido seu controle societário alterado, sugerindo que Antonio Tadeu Lerach não teria um real envolvimento com a empresa”, afirmam os investigadores.

Polícia Federal se refere a Lerach como 'testa de ferro' da organização criminosa e 'laranja' em empresas Foto: Reprodução via PF

Diante dos dados levantados, os investigadores solicitaram Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Comunicações atípicas foram apontadas. “Sem causar surpresa, todos os envolvidos possuíam comunicações atípicas no COAF, um total de 138 comunicações, tendo a equipe de investigação analisado pormenorizadamente e materializado os indícios em duas informações policiais que acompanharam a representação pela quebra do sigilo fiscal e bancário”, diz trecho do relatório da PF.

Anúncio da T10 Bank destaca 'solução' para contas jurídicas bloqueadas Foto: Reprodução via PF

A investigação aponta Lerach como “testa de ferro” da organização criminosa e “laranja” em diversas empresas. Segundo informações do relatório da PF, ele seria “interposta pessoa” de Denis Arruada em diversas empreendimentos de fachada. “O primeiro ponto é o patrimônio informado em suas Declarações de Imposto de Renda. A declaração do exercício 2019 informa rendimentos tributáveis de R$ 6 mil e bens e direitos no montante de R$ 1. Nos exercícios 2020 e 2021 (ele) foi omisso na entrega. Já no exercício 2022 indica recebimentos de pessoa física no montante de R$ 22,6 mil e bens e direitos no montante de R$ 120 mil”, cita a apuração.

Denis Arruda é citado como líder da T10 Bank, um dos alvos da Operação Concierge, que é investigada por auxiliar pessoas físicas e jurídicas com criação de contas invisíveis para evitar rastreamento das autoridades públicas, o que permite lavagem de dinheiro e evita bloqueio de valores. O PCC é apontado como cliente do grupo. A I9Pay também é uma fintech investigada na operação. De acordo com os dados da investigação, as empresas eram hospedadas em instituições financeiras de grande porte autorizadas pelo Banco Central (Bancos Bonsucesso e Rendimento). A T10 Bank não respondeu questionamentos do Estadão. A I9Pay negou as acusações. Os bancos dizem cooperar com as investigações.

Denis Arruda Ribeiro, um dos sócios da T10 Bank, fintech acusada de atuar no mercado financeiro para ocultar lavagem de dinheiro do PCC Foto: Reprodução via PF

Com a palavra, a Inove Global Group

Os advogados do Inove Global Group ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações. Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital.

Com a palavra, o BS2 (antigo Banco Bonsucesso)

Irregularidades apontadas na operação Concierge não são atribuíveis ao BS2. O BS2 atua de forma ética e com rigor no monitoramento de suas operações e, por isso, compartilha as seguintes informações:

- O BS2 nunca prestou serviços para o T10Bank, fintech objeto de denúncias da Febraban por ofertar blindagem de conta e investigada pela Polícia Federal por atividade criminosa;

- A i9Pay possuía conta de sua titularidade no BS2 para liquidar pagamentos de seus clientes, estabelecimentos comerciais. Essa atuação da fintech como subcredenciadora, no setor de meios de pagamentos, não demanda autorização de funcionamento pelo Banco Central do Brasil;

- Sobre os demais CNPJs (total de 197) citados na operação, apenas dois deles chegaram a ter conta no BS2, o que gerou alertas e informes ao Coaf sucedidos de bloqueio das operações, em períodos anteriores à Concierge;

- Ao contrário do noticiado, o BS2 tem controle individualizado das transações e estabelecimentos comerciais atendidos pela i9Pay, e sempre prestou tais informações aos órgãos competentes;

- Os documentos comprobatórios dos pontos acima foram disponibilizados às autoridades na quarta-feira, 28 de agosto, e demonstram que as possíveis atividades ilícitas cometidas pela i9Pay, apontadas pelas autoridades, não ocorreram com a ciência ou conivência do BS2;

- Mesmo com a adoção das mais rigorosas exigências de cautela, não haveria como o BS2 tomar conhecimento sobre tais ilícitos, o que só aconteceu quando da deflagração da Operação Concierge;

- A partir desse fato, encerramos o serviço para a i9Pay, em consonância com o nosso Código de Ética e nossas Políticas de Compliance;

Seguimos colaborando ativamente com o fornecimento de informações para as autoridades.

Com a palavra, o Banco Rendimento

O Banco Rendimento segue todas as regulamentações do Banco Central e órgãos competentes, também aplicadas desde o início da relação com a T10 Bank, onde todas as avaliações recomendadas foram executadas. No momento da operação realizada hoje, o Banco Rendimento já não prestava mais os serviços mencionados para a T10 Bank. O Banco Rendimento está colaborando com as investigações.

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