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Opinião|Líbano: trégua recusada. Hezbollah estaria preparando terror igual ao do Hamas


Com a guerra contra o Hamas ainda em curso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resolveu, por pressões internas, alargar o conflito no Oriente Médio

Por Wálter Fanganiello Maierovitch
Atualização:

O direito internacional público, conhecido por direito das gentes, surge sempre como vítima em todas as guerras e violências.

No ano de 2004 e 2006 duas resoluções das Nações Unidas foram impostas e a envolver o Líbano. Na de 2004, determinou-se a retirada das forças invasoras da Síria. Os sírios estavam no Líbano desde 1995.

Como se sabe, o Parlamento libanês, por maioria, recusou-se a cumprir a Resolução das Nações Unidas. O então primeiro-ministro, Rafiq al-Hariri, em protesto à decisão do Parlamento libanês, renunciou e se colocou à frente dos grupos antissírios.

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Hariri, num ataque em 14 de fevereiro de 2005, foi para os ares. O atentado contra ele ocorreu no centro de Beirute, ao lado do hotel St. George. Além de Hariri, a explosão provocou outras 22 mortes. Foram detonados 1.000kg de TNT.

Diante do atentado, a Síria retirou as suas tropas e cessou a invasão. Só por isso, e não em obediência ao direito internacional.

Por causa do sequestro de dois soldados israelenses e dos bombardeios do Hezbollah, que significa numa tradução Partido de Deus e foi fundado em 1985, as tropas de Israel invadiram o sul do Líbano em 12 de julho de 2006. O alvo dos bombardeios era a região israelense da Galileia.

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Outra resolução das Nações Unidas, a de número 1.701, determinou a retirada de Israel e uma força de paz, a Unifil (United Nations Interim Force in Libanon) passou a controlar a fronteira.

A resolução 1.701 determinou o desarmamento do Hezbollah, ou seja, mais uma afronta ao direito internacional. Para se ter ideia, até 23 de setembro passado, quando do pesado ataque de Israel ao sul do Líbano e ao quartel-general do Hezbollah em Beirute, a organização xiita, teleguiada do Irã, contava com cerca de 160 mil mísseis armazenados: Israel informa já haver destruído metade.

CONFLITO ALARGADO

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Com a guerra contra o Hamas ainda em curso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resolveu, por pressões internas, alargar o conflito no Oriente Médio.

Diante disso, Netanyahu assumiu o risco de o estado teocrático do Irã entrar no conflito, em apoio às duas organizações que financia e adestra, o Hezbollah xiita e o Hamas sunita.

O Hamas está praticamente liquidado. Trata-se de organização terrorista que provocou a guerra com cerca de 40 mil combatentes. Estes, a integrar 5 brigadas, 24 batalhões e 120 companhias. O “exército” do Hamas é conhecido por Brigadas Al Quassam.

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Pelos especialistas em geoestratégia militar e pelos serviços secretos, o Hamas conta, no momento, com apenas um batalhão.

PROMESSA DE NASRALLAH

Quando ocorreu o terrorismo do 7 de outubro por parte do Hamas, com 1.200 judeus mortos e 240 israelenses sequestrados e feitos reféns, um fato de importância merece ser frisado.

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No dia seguinte ao ataque terrorista promovido pelo Hamas, ou seja, no dia 8 de outubro de 2023, o xeque supremo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, deu uma entrevista coletiva.

Nasrallah declarou apoio incondicional ao Hamas e ressaltou: “todos os dias o Hezbollah irá bombardear Israel”.

O prometido por Nasrallah foi cumprido. Os ataques aumentaram e cerca de 80 mil israelenses tiveram de deixar as suas casas, na região norte, da Galileia.

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A pressão sobre Netanyahu aumentou. Além de não conseguir libertar os reféns, cerca de 110 em mãos do Hamas, teve ele de garantir, diante do êxodo da Galileia, a volta aos lares, com segurança, dos cerca de 80 mil desalojados.

A pressão política aumentou. A legítima defesa de Israel, à luz do direito internacional, perdeu-se, pelo excesso na repulsa, com civis, palestinos e inocentes, mortos. Tem mais: pelo direito internacional, nas guerras, não se pode colocar civis em risco.

Os radicais de direita, os religiosos, os supremacistas os messiânicos, e parte do direitista partido Likud de Netanyahu, integrantes da coalizão de sustentação de Netanyahu, ameaçaram retirar o apoio ao premiê. Com isso, o premiê cairia.

Não bastasse, os chamados messiânicos, com apoio em religiosos ortodoxos, querem a substituição do ministro da defesa, Yoav Galant, e a anexação da Cisjordânia, terra palestina: o absurdo argumento é que a Cisjordânia foi a terra dos reis de Israel.

Com base nos bombardeios constantes do Hezbollah ao norte de Israel, o premiê Netanyahu justificou o ataque ao Líbano, hoje no seu quarto dia.

Atenção: só no primeiro dia foram 500 mortes, incluindo 35 crianças (uma delas brasileira como informou e fez matéria o Estadão) e 58 mulheres. Só para comparar, em Gaza, tivemos 120 mortes por dia.

Os ataques ao Líbano, na verdade, integram a estratégia de Netanyahu, a tirar o sono do presidente Biden e da candidata e vice-presidente Kamala Harris. Lógico, a alegrar o ex-presidente Donald Trump, da mesma linha política de Netanyahu.

Segundo especialistas em geopolítica, diplomatas e operadores do direito internacional, Netanyahu é incontrolável e tudo faz para se manter no poder. E até para reparar a sua negligência, fato gerador do sucesso do ataque terrorista do Hamas.

Antes do início do bombardeamento do Líbano, o líder do Hamas foi morto no Irã, em operação dada como engendrada pelo Mossad, o serviço de inteligência de Israel.

Também antes, embora Netanyahu não admita, o Mossad executou, com violação ao direito internacional, em atentado à soberania libanesa e em ação de matriz terrorista, as explosões de pagers e walkie-talkies.

Netanyahu não admitiu as autorias para, evidentemente, não confessar as violações ao direito internacional.

TRÉGUA RECUSADA E TERROR REPETIDO

Netanyahu acabou de recusar proposta de trégua “ad interim”, por 21 dias (três semanas), apresentada em conjunto por França, Inglaterra e EUA.

O premier israelense quer de Nasrallah uma declaração pública de reconsideração à promessa de ataque diário a Israel, em apoio ao Hamas.

Deseja, ainda, o afastamento do Hezbollah da região da fronteira, de acordo com a linha estabelecida por Resolução da ONU: 14 km de distância, atrás das montanhas e sem visão da Galileia (para evitar os ataques mirados em residências, conforme acontecido).

Netanyahu fala em relatórios e verificações. Pelo apurado pela inteligência das forças militares de Israel, o Hezbollah preparava um ataque igual ao realizado pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023.

O serviço de inteligência do Exército atestou a existência, na fronteira norte, de uma rede de túneis construídos pelo Hezbollah, à semelhança com os feitos pelo Hamas e que foram usados na fuga dos terroristas.

Num pano rápido. No discurso desta semana feito na Assembleia-Geral da ONU, Netanyahu acenou com a paz e demonizou o Irã. Ficou claro possuir Netanyahu um discurso para cada ocasião. Só que o discurso feito na ONU não casa com as exigências da direta radical que sustenta Netanyahu como primeiro-ministro.

O direito internacional público, conhecido por direito das gentes, surge sempre como vítima em todas as guerras e violências.

No ano de 2004 e 2006 duas resoluções das Nações Unidas foram impostas e a envolver o Líbano. Na de 2004, determinou-se a retirada das forças invasoras da Síria. Os sírios estavam no Líbano desde 1995.

Como se sabe, o Parlamento libanês, por maioria, recusou-se a cumprir a Resolução das Nações Unidas. O então primeiro-ministro, Rafiq al-Hariri, em protesto à decisão do Parlamento libanês, renunciou e se colocou à frente dos grupos antissírios.

Hariri, num ataque em 14 de fevereiro de 2005, foi para os ares. O atentado contra ele ocorreu no centro de Beirute, ao lado do hotel St. George. Além de Hariri, a explosão provocou outras 22 mortes. Foram detonados 1.000kg de TNT.

Diante do atentado, a Síria retirou as suas tropas e cessou a invasão. Só por isso, e não em obediência ao direito internacional.

Por causa do sequestro de dois soldados israelenses e dos bombardeios do Hezbollah, que significa numa tradução Partido de Deus e foi fundado em 1985, as tropas de Israel invadiram o sul do Líbano em 12 de julho de 2006. O alvo dos bombardeios era a região israelense da Galileia.

Outra resolução das Nações Unidas, a de número 1.701, determinou a retirada de Israel e uma força de paz, a Unifil (United Nations Interim Force in Libanon) passou a controlar a fronteira.

A resolução 1.701 determinou o desarmamento do Hezbollah, ou seja, mais uma afronta ao direito internacional. Para se ter ideia, até 23 de setembro passado, quando do pesado ataque de Israel ao sul do Líbano e ao quartel-general do Hezbollah em Beirute, a organização xiita, teleguiada do Irã, contava com cerca de 160 mil mísseis armazenados: Israel informa já haver destruído metade.

CONFLITO ALARGADO

Com a guerra contra o Hamas ainda em curso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resolveu, por pressões internas, alargar o conflito no Oriente Médio.

Diante disso, Netanyahu assumiu o risco de o estado teocrático do Irã entrar no conflito, em apoio às duas organizações que financia e adestra, o Hezbollah xiita e o Hamas sunita.

O Hamas está praticamente liquidado. Trata-se de organização terrorista que provocou a guerra com cerca de 40 mil combatentes. Estes, a integrar 5 brigadas, 24 batalhões e 120 companhias. O “exército” do Hamas é conhecido por Brigadas Al Quassam.

Pelos especialistas em geoestratégia militar e pelos serviços secretos, o Hamas conta, no momento, com apenas um batalhão.

PROMESSA DE NASRALLAH

Quando ocorreu o terrorismo do 7 de outubro por parte do Hamas, com 1.200 judeus mortos e 240 israelenses sequestrados e feitos reféns, um fato de importância merece ser frisado.

No dia seguinte ao ataque terrorista promovido pelo Hamas, ou seja, no dia 8 de outubro de 2023, o xeque supremo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, deu uma entrevista coletiva.

Nasrallah declarou apoio incondicional ao Hamas e ressaltou: “todos os dias o Hezbollah irá bombardear Israel”.

O prometido por Nasrallah foi cumprido. Os ataques aumentaram e cerca de 80 mil israelenses tiveram de deixar as suas casas, na região norte, da Galileia.

A pressão sobre Netanyahu aumentou. Além de não conseguir libertar os reféns, cerca de 110 em mãos do Hamas, teve ele de garantir, diante do êxodo da Galileia, a volta aos lares, com segurança, dos cerca de 80 mil desalojados.

A pressão política aumentou. A legítima defesa de Israel, à luz do direito internacional, perdeu-se, pelo excesso na repulsa, com civis, palestinos e inocentes, mortos. Tem mais: pelo direito internacional, nas guerras, não se pode colocar civis em risco.

Os radicais de direita, os religiosos, os supremacistas os messiânicos, e parte do direitista partido Likud de Netanyahu, integrantes da coalizão de sustentação de Netanyahu, ameaçaram retirar o apoio ao premiê. Com isso, o premiê cairia.

Não bastasse, os chamados messiânicos, com apoio em religiosos ortodoxos, querem a substituição do ministro da defesa, Yoav Galant, e a anexação da Cisjordânia, terra palestina: o absurdo argumento é que a Cisjordânia foi a terra dos reis de Israel.

Com base nos bombardeios constantes do Hezbollah ao norte de Israel, o premiê Netanyahu justificou o ataque ao Líbano, hoje no seu quarto dia.

Atenção: só no primeiro dia foram 500 mortes, incluindo 35 crianças (uma delas brasileira como informou e fez matéria o Estadão) e 58 mulheres. Só para comparar, em Gaza, tivemos 120 mortes por dia.

Os ataques ao Líbano, na verdade, integram a estratégia de Netanyahu, a tirar o sono do presidente Biden e da candidata e vice-presidente Kamala Harris. Lógico, a alegrar o ex-presidente Donald Trump, da mesma linha política de Netanyahu.

Segundo especialistas em geopolítica, diplomatas e operadores do direito internacional, Netanyahu é incontrolável e tudo faz para se manter no poder. E até para reparar a sua negligência, fato gerador do sucesso do ataque terrorista do Hamas.

Antes do início do bombardeamento do Líbano, o líder do Hamas foi morto no Irã, em operação dada como engendrada pelo Mossad, o serviço de inteligência de Israel.

Também antes, embora Netanyahu não admita, o Mossad executou, com violação ao direito internacional, em atentado à soberania libanesa e em ação de matriz terrorista, as explosões de pagers e walkie-talkies.

Netanyahu não admitiu as autorias para, evidentemente, não confessar as violações ao direito internacional.

TRÉGUA RECUSADA E TERROR REPETIDO

Netanyahu acabou de recusar proposta de trégua “ad interim”, por 21 dias (três semanas), apresentada em conjunto por França, Inglaterra e EUA.

O premier israelense quer de Nasrallah uma declaração pública de reconsideração à promessa de ataque diário a Israel, em apoio ao Hamas.

Deseja, ainda, o afastamento do Hezbollah da região da fronteira, de acordo com a linha estabelecida por Resolução da ONU: 14 km de distância, atrás das montanhas e sem visão da Galileia (para evitar os ataques mirados em residências, conforme acontecido).

Netanyahu fala em relatórios e verificações. Pelo apurado pela inteligência das forças militares de Israel, o Hezbollah preparava um ataque igual ao realizado pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023.

O serviço de inteligência do Exército atestou a existência, na fronteira norte, de uma rede de túneis construídos pelo Hezbollah, à semelhança com os feitos pelo Hamas e que foram usados na fuga dos terroristas.

Num pano rápido. No discurso desta semana feito na Assembleia-Geral da ONU, Netanyahu acenou com a paz e demonizou o Irã. Ficou claro possuir Netanyahu um discurso para cada ocasião. Só que o discurso feito na ONU não casa com as exigências da direta radical que sustenta Netanyahu como primeiro-ministro.

O direito internacional público, conhecido por direito das gentes, surge sempre como vítima em todas as guerras e violências.

No ano de 2004 e 2006 duas resoluções das Nações Unidas foram impostas e a envolver o Líbano. Na de 2004, determinou-se a retirada das forças invasoras da Síria. Os sírios estavam no Líbano desde 1995.

Como se sabe, o Parlamento libanês, por maioria, recusou-se a cumprir a Resolução das Nações Unidas. O então primeiro-ministro, Rafiq al-Hariri, em protesto à decisão do Parlamento libanês, renunciou e se colocou à frente dos grupos antissírios.

Hariri, num ataque em 14 de fevereiro de 2005, foi para os ares. O atentado contra ele ocorreu no centro de Beirute, ao lado do hotel St. George. Além de Hariri, a explosão provocou outras 22 mortes. Foram detonados 1.000kg de TNT.

Diante do atentado, a Síria retirou as suas tropas e cessou a invasão. Só por isso, e não em obediência ao direito internacional.

Por causa do sequestro de dois soldados israelenses e dos bombardeios do Hezbollah, que significa numa tradução Partido de Deus e foi fundado em 1985, as tropas de Israel invadiram o sul do Líbano em 12 de julho de 2006. O alvo dos bombardeios era a região israelense da Galileia.

Outra resolução das Nações Unidas, a de número 1.701, determinou a retirada de Israel e uma força de paz, a Unifil (United Nations Interim Force in Libanon) passou a controlar a fronteira.

A resolução 1.701 determinou o desarmamento do Hezbollah, ou seja, mais uma afronta ao direito internacional. Para se ter ideia, até 23 de setembro passado, quando do pesado ataque de Israel ao sul do Líbano e ao quartel-general do Hezbollah em Beirute, a organização xiita, teleguiada do Irã, contava com cerca de 160 mil mísseis armazenados: Israel informa já haver destruído metade.

CONFLITO ALARGADO

Com a guerra contra o Hamas ainda em curso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resolveu, por pressões internas, alargar o conflito no Oriente Médio.

Diante disso, Netanyahu assumiu o risco de o estado teocrático do Irã entrar no conflito, em apoio às duas organizações que financia e adestra, o Hezbollah xiita e o Hamas sunita.

O Hamas está praticamente liquidado. Trata-se de organização terrorista que provocou a guerra com cerca de 40 mil combatentes. Estes, a integrar 5 brigadas, 24 batalhões e 120 companhias. O “exército” do Hamas é conhecido por Brigadas Al Quassam.

Pelos especialistas em geoestratégia militar e pelos serviços secretos, o Hamas conta, no momento, com apenas um batalhão.

PROMESSA DE NASRALLAH

Quando ocorreu o terrorismo do 7 de outubro por parte do Hamas, com 1.200 judeus mortos e 240 israelenses sequestrados e feitos reféns, um fato de importância merece ser frisado.

No dia seguinte ao ataque terrorista promovido pelo Hamas, ou seja, no dia 8 de outubro de 2023, o xeque supremo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, deu uma entrevista coletiva.

Nasrallah declarou apoio incondicional ao Hamas e ressaltou: “todos os dias o Hezbollah irá bombardear Israel”.

O prometido por Nasrallah foi cumprido. Os ataques aumentaram e cerca de 80 mil israelenses tiveram de deixar as suas casas, na região norte, da Galileia.

A pressão sobre Netanyahu aumentou. Além de não conseguir libertar os reféns, cerca de 110 em mãos do Hamas, teve ele de garantir, diante do êxodo da Galileia, a volta aos lares, com segurança, dos cerca de 80 mil desalojados.

A pressão política aumentou. A legítima defesa de Israel, à luz do direito internacional, perdeu-se, pelo excesso na repulsa, com civis, palestinos e inocentes, mortos. Tem mais: pelo direito internacional, nas guerras, não se pode colocar civis em risco.

Os radicais de direita, os religiosos, os supremacistas os messiânicos, e parte do direitista partido Likud de Netanyahu, integrantes da coalizão de sustentação de Netanyahu, ameaçaram retirar o apoio ao premiê. Com isso, o premiê cairia.

Não bastasse, os chamados messiânicos, com apoio em religiosos ortodoxos, querem a substituição do ministro da defesa, Yoav Galant, e a anexação da Cisjordânia, terra palestina: o absurdo argumento é que a Cisjordânia foi a terra dos reis de Israel.

Com base nos bombardeios constantes do Hezbollah ao norte de Israel, o premiê Netanyahu justificou o ataque ao Líbano, hoje no seu quarto dia.

Atenção: só no primeiro dia foram 500 mortes, incluindo 35 crianças (uma delas brasileira como informou e fez matéria o Estadão) e 58 mulheres. Só para comparar, em Gaza, tivemos 120 mortes por dia.

Os ataques ao Líbano, na verdade, integram a estratégia de Netanyahu, a tirar o sono do presidente Biden e da candidata e vice-presidente Kamala Harris. Lógico, a alegrar o ex-presidente Donald Trump, da mesma linha política de Netanyahu.

Segundo especialistas em geopolítica, diplomatas e operadores do direito internacional, Netanyahu é incontrolável e tudo faz para se manter no poder. E até para reparar a sua negligência, fato gerador do sucesso do ataque terrorista do Hamas.

Antes do início do bombardeamento do Líbano, o líder do Hamas foi morto no Irã, em operação dada como engendrada pelo Mossad, o serviço de inteligência de Israel.

Também antes, embora Netanyahu não admita, o Mossad executou, com violação ao direito internacional, em atentado à soberania libanesa e em ação de matriz terrorista, as explosões de pagers e walkie-talkies.

Netanyahu não admitiu as autorias para, evidentemente, não confessar as violações ao direito internacional.

TRÉGUA RECUSADA E TERROR REPETIDO

Netanyahu acabou de recusar proposta de trégua “ad interim”, por 21 dias (três semanas), apresentada em conjunto por França, Inglaterra e EUA.

O premier israelense quer de Nasrallah uma declaração pública de reconsideração à promessa de ataque diário a Israel, em apoio ao Hamas.

Deseja, ainda, o afastamento do Hezbollah da região da fronteira, de acordo com a linha estabelecida por Resolução da ONU: 14 km de distância, atrás das montanhas e sem visão da Galileia (para evitar os ataques mirados em residências, conforme acontecido).

Netanyahu fala em relatórios e verificações. Pelo apurado pela inteligência das forças militares de Israel, o Hezbollah preparava um ataque igual ao realizado pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023.

O serviço de inteligência do Exército atestou a existência, na fronteira norte, de uma rede de túneis construídos pelo Hezbollah, à semelhança com os feitos pelo Hamas e que foram usados na fuga dos terroristas.

Num pano rápido. No discurso desta semana feito na Assembleia-Geral da ONU, Netanyahu acenou com a paz e demonizou o Irã. Ficou claro possuir Netanyahu um discurso para cada ocasião. Só que o discurso feito na ONU não casa com as exigências da direta radical que sustenta Netanyahu como primeiro-ministro.

O direito internacional público, conhecido por direito das gentes, surge sempre como vítima em todas as guerras e violências.

No ano de 2004 e 2006 duas resoluções das Nações Unidas foram impostas e a envolver o Líbano. Na de 2004, determinou-se a retirada das forças invasoras da Síria. Os sírios estavam no Líbano desde 1995.

Como se sabe, o Parlamento libanês, por maioria, recusou-se a cumprir a Resolução das Nações Unidas. O então primeiro-ministro, Rafiq al-Hariri, em protesto à decisão do Parlamento libanês, renunciou e se colocou à frente dos grupos antissírios.

Hariri, num ataque em 14 de fevereiro de 2005, foi para os ares. O atentado contra ele ocorreu no centro de Beirute, ao lado do hotel St. George. Além de Hariri, a explosão provocou outras 22 mortes. Foram detonados 1.000kg de TNT.

Diante do atentado, a Síria retirou as suas tropas e cessou a invasão. Só por isso, e não em obediência ao direito internacional.

Por causa do sequestro de dois soldados israelenses e dos bombardeios do Hezbollah, que significa numa tradução Partido de Deus e foi fundado em 1985, as tropas de Israel invadiram o sul do Líbano em 12 de julho de 2006. O alvo dos bombardeios era a região israelense da Galileia.

Outra resolução das Nações Unidas, a de número 1.701, determinou a retirada de Israel e uma força de paz, a Unifil (United Nations Interim Force in Libanon) passou a controlar a fronteira.

A resolução 1.701 determinou o desarmamento do Hezbollah, ou seja, mais uma afronta ao direito internacional. Para se ter ideia, até 23 de setembro passado, quando do pesado ataque de Israel ao sul do Líbano e ao quartel-general do Hezbollah em Beirute, a organização xiita, teleguiada do Irã, contava com cerca de 160 mil mísseis armazenados: Israel informa já haver destruído metade.

CONFLITO ALARGADO

Com a guerra contra o Hamas ainda em curso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, resolveu, por pressões internas, alargar o conflito no Oriente Médio.

Diante disso, Netanyahu assumiu o risco de o estado teocrático do Irã entrar no conflito, em apoio às duas organizações que financia e adestra, o Hezbollah xiita e o Hamas sunita.

O Hamas está praticamente liquidado. Trata-se de organização terrorista que provocou a guerra com cerca de 40 mil combatentes. Estes, a integrar 5 brigadas, 24 batalhões e 120 companhias. O “exército” do Hamas é conhecido por Brigadas Al Quassam.

Pelos especialistas em geoestratégia militar e pelos serviços secretos, o Hamas conta, no momento, com apenas um batalhão.

PROMESSA DE NASRALLAH

Quando ocorreu o terrorismo do 7 de outubro por parte do Hamas, com 1.200 judeus mortos e 240 israelenses sequestrados e feitos reféns, um fato de importância merece ser frisado.

No dia seguinte ao ataque terrorista promovido pelo Hamas, ou seja, no dia 8 de outubro de 2023, o xeque supremo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, deu uma entrevista coletiva.

Nasrallah declarou apoio incondicional ao Hamas e ressaltou: “todos os dias o Hezbollah irá bombardear Israel”.

O prometido por Nasrallah foi cumprido. Os ataques aumentaram e cerca de 80 mil israelenses tiveram de deixar as suas casas, na região norte, da Galileia.

A pressão sobre Netanyahu aumentou. Além de não conseguir libertar os reféns, cerca de 110 em mãos do Hamas, teve ele de garantir, diante do êxodo da Galileia, a volta aos lares, com segurança, dos cerca de 80 mil desalojados.

A pressão política aumentou. A legítima defesa de Israel, à luz do direito internacional, perdeu-se, pelo excesso na repulsa, com civis, palestinos e inocentes, mortos. Tem mais: pelo direito internacional, nas guerras, não se pode colocar civis em risco.

Os radicais de direita, os religiosos, os supremacistas os messiânicos, e parte do direitista partido Likud de Netanyahu, integrantes da coalizão de sustentação de Netanyahu, ameaçaram retirar o apoio ao premiê. Com isso, o premiê cairia.

Não bastasse, os chamados messiânicos, com apoio em religiosos ortodoxos, querem a substituição do ministro da defesa, Yoav Galant, e a anexação da Cisjordânia, terra palestina: o absurdo argumento é que a Cisjordânia foi a terra dos reis de Israel.

Com base nos bombardeios constantes do Hezbollah ao norte de Israel, o premiê Netanyahu justificou o ataque ao Líbano, hoje no seu quarto dia.

Atenção: só no primeiro dia foram 500 mortes, incluindo 35 crianças (uma delas brasileira como informou e fez matéria o Estadão) e 58 mulheres. Só para comparar, em Gaza, tivemos 120 mortes por dia.

Os ataques ao Líbano, na verdade, integram a estratégia de Netanyahu, a tirar o sono do presidente Biden e da candidata e vice-presidente Kamala Harris. Lógico, a alegrar o ex-presidente Donald Trump, da mesma linha política de Netanyahu.

Segundo especialistas em geopolítica, diplomatas e operadores do direito internacional, Netanyahu é incontrolável e tudo faz para se manter no poder. E até para reparar a sua negligência, fato gerador do sucesso do ataque terrorista do Hamas.

Antes do início do bombardeamento do Líbano, o líder do Hamas foi morto no Irã, em operação dada como engendrada pelo Mossad, o serviço de inteligência de Israel.

Também antes, embora Netanyahu não admita, o Mossad executou, com violação ao direito internacional, em atentado à soberania libanesa e em ação de matriz terrorista, as explosões de pagers e walkie-talkies.

Netanyahu não admitiu as autorias para, evidentemente, não confessar as violações ao direito internacional.

TRÉGUA RECUSADA E TERROR REPETIDO

Netanyahu acabou de recusar proposta de trégua “ad interim”, por 21 dias (três semanas), apresentada em conjunto por França, Inglaterra e EUA.

O premier israelense quer de Nasrallah uma declaração pública de reconsideração à promessa de ataque diário a Israel, em apoio ao Hamas.

Deseja, ainda, o afastamento do Hezbollah da região da fronteira, de acordo com a linha estabelecida por Resolução da ONU: 14 km de distância, atrás das montanhas e sem visão da Galileia (para evitar os ataques mirados em residências, conforme acontecido).

Netanyahu fala em relatórios e verificações. Pelo apurado pela inteligência das forças militares de Israel, o Hezbollah preparava um ataque igual ao realizado pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023.

O serviço de inteligência do Exército atestou a existência, na fronteira norte, de uma rede de túneis construídos pelo Hezbollah, à semelhança com os feitos pelo Hamas e que foram usados na fuga dos terroristas.

Num pano rápido. No discurso desta semana feito na Assembleia-Geral da ONU, Netanyahu acenou com a paz e demonizou o Irã. Ficou claro possuir Netanyahu um discurso para cada ocasião. Só que o discurso feito na ONU não casa com as exigências da direta radical que sustenta Netanyahu como primeiro-ministro.

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