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Opinião|Luta com luvas de sonetos


Uma curiosidade: Dante foi o único poeta italiano que combateu numa verdadeira batalha campal. Tinha 24 anos quando, em 11 de junho de 1289, esteve em Certomondo, onde se enfrentaram Guelfos e Guibelinos. Perdeu-se a carta em que Dante descreveu sua participação na luta em que os florentinos venceram

Por José Renato Nalini
Atualização:

Dante Alighieri, autor da “Divina Comédia”, é atemporal. Sobre ele e sua obra existem inúmeros livros. Um dos mais interessantes foi escrito por Giovanni Papini. Nos “prolegômenos” do livro, Papini logo anuncia que não pretendeu escrever como um professor para alunos, nem como crítico para críticos, nem como pedante para pedantes, nem como compilador preguiçoso para leitores preguiçosos. Sua empreitada “pretende, ao contrário, ser um livro vivo de um homem vivo em torno de um homem que, depois de morto, jamais cessou de viver”.

Critica tudo aquilo que já se escreveu sobre o florentino, pois “para entender Dante em suas alturas e profundezas; para entender Dante homem, poeta, profeta; Dante vivo e inteiro...é preciso aproximar-se da sua grandeza integral tanto quanto é possível a nós pequenos; é preciso possuir um espírito que seja, ao menos, reflexamente dantesco. E é justamente isto que falta, quase sempre, aos dantistas, aos dantólogos e aos dantômanos. São, esses, anêmicos a tratar de um sanguíneo; formigas a trepar num leão”.

Escrever sobre Dante é fácil. O que é difícil é captar sua alma. Pois “Dante é chama e fogo” e os que escrevem sobre ele “permanecem mornos ou frios, como se estivessem a tratar de destroços fósseis. É vida, e eles ficam inertes. É luz, e eles permanecem opacos. Dante é Pujança, e eles fracos e indolentes. É ardor de fé moral e messiânica, e eles são, geralmente, homens que nem de longe sentiram a tortura do divino. Mas, no dizer do próprio Dante, “é coisa enfadonha querer demonstrar o que é bastante claro”.

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A partir daí, Papini vai dissertando sobre “Dante, nosso irmão”. Ambos são florentinos, são toscanos, são católicos. “Dante legendário”, dizendo que as lendas exageram, deformam. Para Papini, é preciso fazer por Dante o que Sócrates fez pela filosofia: reconduzi-lo do céu à terra. Embora se tenham edificado monumentos majestosos, seria oportuno enxergá-lo em suas dimensões reais: “é tempo de remodelarmos sua figura autêntica de homem vivo. E isso não com o fim de rebaixá-lo, o que nele há de grandioso resiste a toda tentativa de nós outros pequenos – mas para melhor o entendermos. Um gigante, como é Alighieri, não precisa de saltos postiços, nem de pernas de pau”.

Acrescenta Papini que, “em cada homem, grande ou pequeno, há uma mistura, como dizia o poeta, de fogo e de esterco. Porém, só poderão ser grandíssimos, como Dante, aqueles homens que souberam livrar-se dos elementos ignóbeis ou souberam queimá-los para tornar mais viva a chama”.

Enfatiza o que chama de “bifrontismo” em Dante. Ele não é um monolito. Ao contrário: nele cabe tudo. A sabedoria oriental, o logos grego, a caritas cristã e a civilitas romana. É discípulo de Santo Tomás, mas deixa-se influenciar profundamente por Santo Agostinho, São Bernardo, São Boaventura, pelos místicos e pelos apocalípticos. “Em Dante, o coração era agostiniano e platônico; a cabeça aristotélico-tomista”.

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Uma curiosidade: Dante foi o único poeta italiano que combateu numa verdadeira batalha campal. Tinha 24 anos quando, em 11 de junho de 1289, esteve em Certomondo, onde se enfrentaram Guelfos e Guibelinos. Perdeu-se a carta em que Dante descreveu sua participação na luta em que os florentinos venceram.

Quanto ao Dante rancoroso, é o episódio que envolveu um duelo poético entre ele e Forese Donati. Na verdade, foram, ao todo, seis sonetos de injúrias e ofensas. Três de Dante contra Forese e três deste contra Dante. Consta que foi Dante quem começou a provocar. Mas a última palavra foi de Forese. Isso aconteceu entre 1290, data da morte de Beatriz e 1296, morte de Forese.

Pouco se sabe de Forese, assim como não há registro do motivo que os levou a se digladiarem poeticamente. Dante acusa Forese de ser comilão e mau esposo, porque noctâmbulo. Por ser noctívago, Forese era acusado de ser ladrão. Estava tão encalacrado em dívidas, que poderia ser preso. Além disso, tinha a cara desfigurada e era bastardo e amante das cunhadas.

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Por sua vez, Forese imputa a Dante ser filho de um pai que, por uma culpa misteriosa, nem mesmo no túmulo teve paz. Diz que Dante vive de esmolas e à custa de hospitais e de ser um covarde, que sequer soube vingar-se das injúrias lançadas contra seu pai. Por último, um submisso que não se envergonhava de tornar-se amigo daqueles que o condenavam.

Quando Forese morreu, Dante lamentou. Tudo indica que o “duelo” foi um exercício lúdico entre dois fazedores de rimas. Não é por isso que Dante possa ser considerado rancoroso. Foi uma luta de boxe com luvas de sonetos.

Dante Alighieri, autor da “Divina Comédia”, é atemporal. Sobre ele e sua obra existem inúmeros livros. Um dos mais interessantes foi escrito por Giovanni Papini. Nos “prolegômenos” do livro, Papini logo anuncia que não pretendeu escrever como um professor para alunos, nem como crítico para críticos, nem como pedante para pedantes, nem como compilador preguiçoso para leitores preguiçosos. Sua empreitada “pretende, ao contrário, ser um livro vivo de um homem vivo em torno de um homem que, depois de morto, jamais cessou de viver”.

Critica tudo aquilo que já se escreveu sobre o florentino, pois “para entender Dante em suas alturas e profundezas; para entender Dante homem, poeta, profeta; Dante vivo e inteiro...é preciso aproximar-se da sua grandeza integral tanto quanto é possível a nós pequenos; é preciso possuir um espírito que seja, ao menos, reflexamente dantesco. E é justamente isto que falta, quase sempre, aos dantistas, aos dantólogos e aos dantômanos. São, esses, anêmicos a tratar de um sanguíneo; formigas a trepar num leão”.

Escrever sobre Dante é fácil. O que é difícil é captar sua alma. Pois “Dante é chama e fogo” e os que escrevem sobre ele “permanecem mornos ou frios, como se estivessem a tratar de destroços fósseis. É vida, e eles ficam inertes. É luz, e eles permanecem opacos. Dante é Pujança, e eles fracos e indolentes. É ardor de fé moral e messiânica, e eles são, geralmente, homens que nem de longe sentiram a tortura do divino. Mas, no dizer do próprio Dante, “é coisa enfadonha querer demonstrar o que é bastante claro”.

A partir daí, Papini vai dissertando sobre “Dante, nosso irmão”. Ambos são florentinos, são toscanos, são católicos. “Dante legendário”, dizendo que as lendas exageram, deformam. Para Papini, é preciso fazer por Dante o que Sócrates fez pela filosofia: reconduzi-lo do céu à terra. Embora se tenham edificado monumentos majestosos, seria oportuno enxergá-lo em suas dimensões reais: “é tempo de remodelarmos sua figura autêntica de homem vivo. E isso não com o fim de rebaixá-lo, o que nele há de grandioso resiste a toda tentativa de nós outros pequenos – mas para melhor o entendermos. Um gigante, como é Alighieri, não precisa de saltos postiços, nem de pernas de pau”.

Acrescenta Papini que, “em cada homem, grande ou pequeno, há uma mistura, como dizia o poeta, de fogo e de esterco. Porém, só poderão ser grandíssimos, como Dante, aqueles homens que souberam livrar-se dos elementos ignóbeis ou souberam queimá-los para tornar mais viva a chama”.

Enfatiza o que chama de “bifrontismo” em Dante. Ele não é um monolito. Ao contrário: nele cabe tudo. A sabedoria oriental, o logos grego, a caritas cristã e a civilitas romana. É discípulo de Santo Tomás, mas deixa-se influenciar profundamente por Santo Agostinho, São Bernardo, São Boaventura, pelos místicos e pelos apocalípticos. “Em Dante, o coração era agostiniano e platônico; a cabeça aristotélico-tomista”.

Uma curiosidade: Dante foi o único poeta italiano que combateu numa verdadeira batalha campal. Tinha 24 anos quando, em 11 de junho de 1289, esteve em Certomondo, onde se enfrentaram Guelfos e Guibelinos. Perdeu-se a carta em que Dante descreveu sua participação na luta em que os florentinos venceram.

Quanto ao Dante rancoroso, é o episódio que envolveu um duelo poético entre ele e Forese Donati. Na verdade, foram, ao todo, seis sonetos de injúrias e ofensas. Três de Dante contra Forese e três deste contra Dante. Consta que foi Dante quem começou a provocar. Mas a última palavra foi de Forese. Isso aconteceu entre 1290, data da morte de Beatriz e 1296, morte de Forese.

Pouco se sabe de Forese, assim como não há registro do motivo que os levou a se digladiarem poeticamente. Dante acusa Forese de ser comilão e mau esposo, porque noctâmbulo. Por ser noctívago, Forese era acusado de ser ladrão. Estava tão encalacrado em dívidas, que poderia ser preso. Além disso, tinha a cara desfigurada e era bastardo e amante das cunhadas.

Por sua vez, Forese imputa a Dante ser filho de um pai que, por uma culpa misteriosa, nem mesmo no túmulo teve paz. Diz que Dante vive de esmolas e à custa de hospitais e de ser um covarde, que sequer soube vingar-se das injúrias lançadas contra seu pai. Por último, um submisso que não se envergonhava de tornar-se amigo daqueles que o condenavam.

Quando Forese morreu, Dante lamentou. Tudo indica que o “duelo” foi um exercício lúdico entre dois fazedores de rimas. Não é por isso que Dante possa ser considerado rancoroso. Foi uma luta de boxe com luvas de sonetos.

Dante Alighieri, autor da “Divina Comédia”, é atemporal. Sobre ele e sua obra existem inúmeros livros. Um dos mais interessantes foi escrito por Giovanni Papini. Nos “prolegômenos” do livro, Papini logo anuncia que não pretendeu escrever como um professor para alunos, nem como crítico para críticos, nem como pedante para pedantes, nem como compilador preguiçoso para leitores preguiçosos. Sua empreitada “pretende, ao contrário, ser um livro vivo de um homem vivo em torno de um homem que, depois de morto, jamais cessou de viver”.

Critica tudo aquilo que já se escreveu sobre o florentino, pois “para entender Dante em suas alturas e profundezas; para entender Dante homem, poeta, profeta; Dante vivo e inteiro...é preciso aproximar-se da sua grandeza integral tanto quanto é possível a nós pequenos; é preciso possuir um espírito que seja, ao menos, reflexamente dantesco. E é justamente isto que falta, quase sempre, aos dantistas, aos dantólogos e aos dantômanos. São, esses, anêmicos a tratar de um sanguíneo; formigas a trepar num leão”.

Escrever sobre Dante é fácil. O que é difícil é captar sua alma. Pois “Dante é chama e fogo” e os que escrevem sobre ele “permanecem mornos ou frios, como se estivessem a tratar de destroços fósseis. É vida, e eles ficam inertes. É luz, e eles permanecem opacos. Dante é Pujança, e eles fracos e indolentes. É ardor de fé moral e messiânica, e eles são, geralmente, homens que nem de longe sentiram a tortura do divino. Mas, no dizer do próprio Dante, “é coisa enfadonha querer demonstrar o que é bastante claro”.

A partir daí, Papini vai dissertando sobre “Dante, nosso irmão”. Ambos são florentinos, são toscanos, são católicos. “Dante legendário”, dizendo que as lendas exageram, deformam. Para Papini, é preciso fazer por Dante o que Sócrates fez pela filosofia: reconduzi-lo do céu à terra. Embora se tenham edificado monumentos majestosos, seria oportuno enxergá-lo em suas dimensões reais: “é tempo de remodelarmos sua figura autêntica de homem vivo. E isso não com o fim de rebaixá-lo, o que nele há de grandioso resiste a toda tentativa de nós outros pequenos – mas para melhor o entendermos. Um gigante, como é Alighieri, não precisa de saltos postiços, nem de pernas de pau”.

Acrescenta Papini que, “em cada homem, grande ou pequeno, há uma mistura, como dizia o poeta, de fogo e de esterco. Porém, só poderão ser grandíssimos, como Dante, aqueles homens que souberam livrar-se dos elementos ignóbeis ou souberam queimá-los para tornar mais viva a chama”.

Enfatiza o que chama de “bifrontismo” em Dante. Ele não é um monolito. Ao contrário: nele cabe tudo. A sabedoria oriental, o logos grego, a caritas cristã e a civilitas romana. É discípulo de Santo Tomás, mas deixa-se influenciar profundamente por Santo Agostinho, São Bernardo, São Boaventura, pelos místicos e pelos apocalípticos. “Em Dante, o coração era agostiniano e platônico; a cabeça aristotélico-tomista”.

Uma curiosidade: Dante foi o único poeta italiano que combateu numa verdadeira batalha campal. Tinha 24 anos quando, em 11 de junho de 1289, esteve em Certomondo, onde se enfrentaram Guelfos e Guibelinos. Perdeu-se a carta em que Dante descreveu sua participação na luta em que os florentinos venceram.

Quanto ao Dante rancoroso, é o episódio que envolveu um duelo poético entre ele e Forese Donati. Na verdade, foram, ao todo, seis sonetos de injúrias e ofensas. Três de Dante contra Forese e três deste contra Dante. Consta que foi Dante quem começou a provocar. Mas a última palavra foi de Forese. Isso aconteceu entre 1290, data da morte de Beatriz e 1296, morte de Forese.

Pouco se sabe de Forese, assim como não há registro do motivo que os levou a se digladiarem poeticamente. Dante acusa Forese de ser comilão e mau esposo, porque noctâmbulo. Por ser noctívago, Forese era acusado de ser ladrão. Estava tão encalacrado em dívidas, que poderia ser preso. Além disso, tinha a cara desfigurada e era bastardo e amante das cunhadas.

Por sua vez, Forese imputa a Dante ser filho de um pai que, por uma culpa misteriosa, nem mesmo no túmulo teve paz. Diz que Dante vive de esmolas e à custa de hospitais e de ser um covarde, que sequer soube vingar-se das injúrias lançadas contra seu pai. Por último, um submisso que não se envergonhava de tornar-se amigo daqueles que o condenavam.

Quando Forese morreu, Dante lamentou. Tudo indica que o “duelo” foi um exercício lúdico entre dois fazedores de rimas. Não é por isso que Dante possa ser considerado rancoroso. Foi uma luta de boxe com luvas de sonetos.

Dante Alighieri, autor da “Divina Comédia”, é atemporal. Sobre ele e sua obra existem inúmeros livros. Um dos mais interessantes foi escrito por Giovanni Papini. Nos “prolegômenos” do livro, Papini logo anuncia que não pretendeu escrever como um professor para alunos, nem como crítico para críticos, nem como pedante para pedantes, nem como compilador preguiçoso para leitores preguiçosos. Sua empreitada “pretende, ao contrário, ser um livro vivo de um homem vivo em torno de um homem que, depois de morto, jamais cessou de viver”.

Critica tudo aquilo que já se escreveu sobre o florentino, pois “para entender Dante em suas alturas e profundezas; para entender Dante homem, poeta, profeta; Dante vivo e inteiro...é preciso aproximar-se da sua grandeza integral tanto quanto é possível a nós pequenos; é preciso possuir um espírito que seja, ao menos, reflexamente dantesco. E é justamente isto que falta, quase sempre, aos dantistas, aos dantólogos e aos dantômanos. São, esses, anêmicos a tratar de um sanguíneo; formigas a trepar num leão”.

Escrever sobre Dante é fácil. O que é difícil é captar sua alma. Pois “Dante é chama e fogo” e os que escrevem sobre ele “permanecem mornos ou frios, como se estivessem a tratar de destroços fósseis. É vida, e eles ficam inertes. É luz, e eles permanecem opacos. Dante é Pujança, e eles fracos e indolentes. É ardor de fé moral e messiânica, e eles são, geralmente, homens que nem de longe sentiram a tortura do divino. Mas, no dizer do próprio Dante, “é coisa enfadonha querer demonstrar o que é bastante claro”.

A partir daí, Papini vai dissertando sobre “Dante, nosso irmão”. Ambos são florentinos, são toscanos, são católicos. “Dante legendário”, dizendo que as lendas exageram, deformam. Para Papini, é preciso fazer por Dante o que Sócrates fez pela filosofia: reconduzi-lo do céu à terra. Embora se tenham edificado monumentos majestosos, seria oportuno enxergá-lo em suas dimensões reais: “é tempo de remodelarmos sua figura autêntica de homem vivo. E isso não com o fim de rebaixá-lo, o que nele há de grandioso resiste a toda tentativa de nós outros pequenos – mas para melhor o entendermos. Um gigante, como é Alighieri, não precisa de saltos postiços, nem de pernas de pau”.

Acrescenta Papini que, “em cada homem, grande ou pequeno, há uma mistura, como dizia o poeta, de fogo e de esterco. Porém, só poderão ser grandíssimos, como Dante, aqueles homens que souberam livrar-se dos elementos ignóbeis ou souberam queimá-los para tornar mais viva a chama”.

Enfatiza o que chama de “bifrontismo” em Dante. Ele não é um monolito. Ao contrário: nele cabe tudo. A sabedoria oriental, o logos grego, a caritas cristã e a civilitas romana. É discípulo de Santo Tomás, mas deixa-se influenciar profundamente por Santo Agostinho, São Bernardo, São Boaventura, pelos místicos e pelos apocalípticos. “Em Dante, o coração era agostiniano e platônico; a cabeça aristotélico-tomista”.

Uma curiosidade: Dante foi o único poeta italiano que combateu numa verdadeira batalha campal. Tinha 24 anos quando, em 11 de junho de 1289, esteve em Certomondo, onde se enfrentaram Guelfos e Guibelinos. Perdeu-se a carta em que Dante descreveu sua participação na luta em que os florentinos venceram.

Quanto ao Dante rancoroso, é o episódio que envolveu um duelo poético entre ele e Forese Donati. Na verdade, foram, ao todo, seis sonetos de injúrias e ofensas. Três de Dante contra Forese e três deste contra Dante. Consta que foi Dante quem começou a provocar. Mas a última palavra foi de Forese. Isso aconteceu entre 1290, data da morte de Beatriz e 1296, morte de Forese.

Pouco se sabe de Forese, assim como não há registro do motivo que os levou a se digladiarem poeticamente. Dante acusa Forese de ser comilão e mau esposo, porque noctâmbulo. Por ser noctívago, Forese era acusado de ser ladrão. Estava tão encalacrado em dívidas, que poderia ser preso. Além disso, tinha a cara desfigurada e era bastardo e amante das cunhadas.

Por sua vez, Forese imputa a Dante ser filho de um pai que, por uma culpa misteriosa, nem mesmo no túmulo teve paz. Diz que Dante vive de esmolas e à custa de hospitais e de ser um covarde, que sequer soube vingar-se das injúrias lançadas contra seu pai. Por último, um submisso que não se envergonhava de tornar-se amigo daqueles que o condenavam.

Quando Forese morreu, Dante lamentou. Tudo indica que o “duelo” foi um exercício lúdico entre dois fazedores de rimas. Não é por isso que Dante possa ser considerado rancoroso. Foi uma luta de boxe com luvas de sonetos.

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