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Opinião|Mauá e a navegação do Amazonas


A convite do ministro Monte Alegre, dispôs-se o patriota Mauá a encarregar-se da missão civilizadora que a navegação do Amazonas levaria em suas entranhas. Desde 1850 estava aberta uma concorrência para explorar tais serviços, ausente qualquer pretendente

Por José Renato Nalini

Ainda hoje, em 2024, fala-se que a Amazônia está abandonada à criminalidade internacional organizada e sua população conta apenas com Deus para sobreviver. Mas já houve quem se interessasse por incluí-la no espaço de civilização brasileira. Foi Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, que observou, em 1850, que o grande rio brasileiro ainda não tinha tráfego regular de embarcações. As populações ribeirinhas e indígenas estavam abandonadas à indiferença.

Enquanto os bandeirantes paulistas haviam assegurado a posse do grande território, os missionários fizeram gigantesca obra de redenção daquele povo, até que a nefasta ação de Pombal expulsasse os jesuítas do Brasil.

A convite do ministro Monte Alegre, dispôs-se o patriota Mauá a encarregar-se da missão civilizadora que a navegação do Amazonas levaria em suas entranhas. Desde 1850 estava aberta uma concorrência para explorar tais serviços, ausente qualquer pretendente. Foi por isso que o chefe de gabinete e ministro do Império, amigo pessoal de Mauá, instasse com ele para que, animado por intuitos patrióticos, se dispusesse a levar adiante o empreendimento.

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Ninguém queria arriscar capital nessa aventura. Mauá, para incentivar eventuais investidores, subscreveu muito mais do que a metade das ações. Iniciam-se os serviços e a procura mostrou que seriam necessários mais navios. Mauá tinha a exclusividade na exploração, mas o governo quis modificar os termos da concessão, para abrir o Amazonas ao comércio mundial. Mauá foi forçado a desistir do privilégio exclusivo. Enquanto isso, os Estados Unidos e a Inglaterra, em diplomacia agressiva, procurava conquistar a benevolência da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Venezuela, todos interessados em um caminho para o Atlântico.

A abertura do Amazonas só veio a ocorrer formalmente, junto com a do Tocantins, Tapajós, Madeira, Negro e São Francisco, em 1866, no ministério Zacarias.

Mauá sempre atraiu a ira dos invejosos. Como havia renunciado à exclusividade da exploração do transporte fluvial pelo Amazonas, para compensar a perda, havia uma compensação financeira que foi considerada excessiva. Houve inadequada comparação com a navegação costeira, entregue à Companhia Brasileira de Paquetes.

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Os serviços a cargo de Mauá eram considerados além da perfeição. Era a melhor empresa do gênero no Brasil. Muito superiores os seus préstimos, aos oferecidos pela companhia costeira. Sem dizer que Mauá permitia o atendimento a uma zona inteiramente recém-aberta, com tráfego pelo Amazonas e por seus afluentes, enquanto a costeira fazia o trajeto da Corte ao Pará, ligando a capital - Rio de Janeiro - a oito capitais das Províncias do Império. Era um rentável serviço de cabotagem, o mais lucrativo do Brasil.

Mauá era obrigado a prestar contas do que fazia na região até então abandonada. Foram vantagens incalculáveis, já que a arrecadação fiscal para o governo passou a ser sete vezes maior. Foram vinte e cinco anos de trabalho ininterrupto e de colheita de incompreensões. A companhia passou a se chamar Amazon Steam Navigation a partir de 1872 e, quando Mauá faliu, ele só possuía as mesmas ações que compunham o capital da empresa quando criada. Mais ainda, em seus cofres, direitos transferidos aos credores equivalentes a mais do que o dobro dos lucros que, em qualquer hipótese, ele pudesse extrair do fruto de seu trabalho.

O incompreendido Visconde de Mauá ainda trouxe para o Brasil o telégrafo submarino inglês, que lhe custou muito dinheiro e empenho. Não obteve qualquer vantagem econômica, senão fazer com que o Brasil pudesse contar com um instrumento de comunicação mais moderno e consentâneo com as necessidades do Império.

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Obtivera, de Rio Branco, a concessão para trazer ao país esse benefício. Foi o seu prestígio que obteve sucesso na corajosa iniciativa. Foi assim que convenceu a direção do cabo submarino que havia sido inaugurado nos Estados Unidos. E como não podia doar sua concessão, por impedimento legal, vendeu-a por “uma libra”! Sem ao menos reservar-se qualquer direito, sequer a expedir telegramas gratuitos.

Esse o Mauá depois vilipendiado, traído, falido e pobre. Porque fez muito para o seu país. E este lhe pagou como de costume.

Ainda hoje, em 2024, fala-se que a Amazônia está abandonada à criminalidade internacional organizada e sua população conta apenas com Deus para sobreviver. Mas já houve quem se interessasse por incluí-la no espaço de civilização brasileira. Foi Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, que observou, em 1850, que o grande rio brasileiro ainda não tinha tráfego regular de embarcações. As populações ribeirinhas e indígenas estavam abandonadas à indiferença.

Enquanto os bandeirantes paulistas haviam assegurado a posse do grande território, os missionários fizeram gigantesca obra de redenção daquele povo, até que a nefasta ação de Pombal expulsasse os jesuítas do Brasil.

A convite do ministro Monte Alegre, dispôs-se o patriota Mauá a encarregar-se da missão civilizadora que a navegação do Amazonas levaria em suas entranhas. Desde 1850 estava aberta uma concorrência para explorar tais serviços, ausente qualquer pretendente. Foi por isso que o chefe de gabinete e ministro do Império, amigo pessoal de Mauá, instasse com ele para que, animado por intuitos patrióticos, se dispusesse a levar adiante o empreendimento.

Ninguém queria arriscar capital nessa aventura. Mauá, para incentivar eventuais investidores, subscreveu muito mais do que a metade das ações. Iniciam-se os serviços e a procura mostrou que seriam necessários mais navios. Mauá tinha a exclusividade na exploração, mas o governo quis modificar os termos da concessão, para abrir o Amazonas ao comércio mundial. Mauá foi forçado a desistir do privilégio exclusivo. Enquanto isso, os Estados Unidos e a Inglaterra, em diplomacia agressiva, procurava conquistar a benevolência da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Venezuela, todos interessados em um caminho para o Atlântico.

A abertura do Amazonas só veio a ocorrer formalmente, junto com a do Tocantins, Tapajós, Madeira, Negro e São Francisco, em 1866, no ministério Zacarias.

Mauá sempre atraiu a ira dos invejosos. Como havia renunciado à exclusividade da exploração do transporte fluvial pelo Amazonas, para compensar a perda, havia uma compensação financeira que foi considerada excessiva. Houve inadequada comparação com a navegação costeira, entregue à Companhia Brasileira de Paquetes.

Os serviços a cargo de Mauá eram considerados além da perfeição. Era a melhor empresa do gênero no Brasil. Muito superiores os seus préstimos, aos oferecidos pela companhia costeira. Sem dizer que Mauá permitia o atendimento a uma zona inteiramente recém-aberta, com tráfego pelo Amazonas e por seus afluentes, enquanto a costeira fazia o trajeto da Corte ao Pará, ligando a capital - Rio de Janeiro - a oito capitais das Províncias do Império. Era um rentável serviço de cabotagem, o mais lucrativo do Brasil.

Mauá era obrigado a prestar contas do que fazia na região até então abandonada. Foram vantagens incalculáveis, já que a arrecadação fiscal para o governo passou a ser sete vezes maior. Foram vinte e cinco anos de trabalho ininterrupto e de colheita de incompreensões. A companhia passou a se chamar Amazon Steam Navigation a partir de 1872 e, quando Mauá faliu, ele só possuía as mesmas ações que compunham o capital da empresa quando criada. Mais ainda, em seus cofres, direitos transferidos aos credores equivalentes a mais do que o dobro dos lucros que, em qualquer hipótese, ele pudesse extrair do fruto de seu trabalho.

O incompreendido Visconde de Mauá ainda trouxe para o Brasil o telégrafo submarino inglês, que lhe custou muito dinheiro e empenho. Não obteve qualquer vantagem econômica, senão fazer com que o Brasil pudesse contar com um instrumento de comunicação mais moderno e consentâneo com as necessidades do Império.

Obtivera, de Rio Branco, a concessão para trazer ao país esse benefício. Foi o seu prestígio que obteve sucesso na corajosa iniciativa. Foi assim que convenceu a direção do cabo submarino que havia sido inaugurado nos Estados Unidos. E como não podia doar sua concessão, por impedimento legal, vendeu-a por “uma libra”! Sem ao menos reservar-se qualquer direito, sequer a expedir telegramas gratuitos.

Esse o Mauá depois vilipendiado, traído, falido e pobre. Porque fez muito para o seu país. E este lhe pagou como de costume.

Ainda hoje, em 2024, fala-se que a Amazônia está abandonada à criminalidade internacional organizada e sua população conta apenas com Deus para sobreviver. Mas já houve quem se interessasse por incluí-la no espaço de civilização brasileira. Foi Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, que observou, em 1850, que o grande rio brasileiro ainda não tinha tráfego regular de embarcações. As populações ribeirinhas e indígenas estavam abandonadas à indiferença.

Enquanto os bandeirantes paulistas haviam assegurado a posse do grande território, os missionários fizeram gigantesca obra de redenção daquele povo, até que a nefasta ação de Pombal expulsasse os jesuítas do Brasil.

A convite do ministro Monte Alegre, dispôs-se o patriota Mauá a encarregar-se da missão civilizadora que a navegação do Amazonas levaria em suas entranhas. Desde 1850 estava aberta uma concorrência para explorar tais serviços, ausente qualquer pretendente. Foi por isso que o chefe de gabinete e ministro do Império, amigo pessoal de Mauá, instasse com ele para que, animado por intuitos patrióticos, se dispusesse a levar adiante o empreendimento.

Ninguém queria arriscar capital nessa aventura. Mauá, para incentivar eventuais investidores, subscreveu muito mais do que a metade das ações. Iniciam-se os serviços e a procura mostrou que seriam necessários mais navios. Mauá tinha a exclusividade na exploração, mas o governo quis modificar os termos da concessão, para abrir o Amazonas ao comércio mundial. Mauá foi forçado a desistir do privilégio exclusivo. Enquanto isso, os Estados Unidos e a Inglaterra, em diplomacia agressiva, procurava conquistar a benevolência da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Venezuela, todos interessados em um caminho para o Atlântico.

A abertura do Amazonas só veio a ocorrer formalmente, junto com a do Tocantins, Tapajós, Madeira, Negro e São Francisco, em 1866, no ministério Zacarias.

Mauá sempre atraiu a ira dos invejosos. Como havia renunciado à exclusividade da exploração do transporte fluvial pelo Amazonas, para compensar a perda, havia uma compensação financeira que foi considerada excessiva. Houve inadequada comparação com a navegação costeira, entregue à Companhia Brasileira de Paquetes.

Os serviços a cargo de Mauá eram considerados além da perfeição. Era a melhor empresa do gênero no Brasil. Muito superiores os seus préstimos, aos oferecidos pela companhia costeira. Sem dizer que Mauá permitia o atendimento a uma zona inteiramente recém-aberta, com tráfego pelo Amazonas e por seus afluentes, enquanto a costeira fazia o trajeto da Corte ao Pará, ligando a capital - Rio de Janeiro - a oito capitais das Províncias do Império. Era um rentável serviço de cabotagem, o mais lucrativo do Brasil.

Mauá era obrigado a prestar contas do que fazia na região até então abandonada. Foram vantagens incalculáveis, já que a arrecadação fiscal para o governo passou a ser sete vezes maior. Foram vinte e cinco anos de trabalho ininterrupto e de colheita de incompreensões. A companhia passou a se chamar Amazon Steam Navigation a partir de 1872 e, quando Mauá faliu, ele só possuía as mesmas ações que compunham o capital da empresa quando criada. Mais ainda, em seus cofres, direitos transferidos aos credores equivalentes a mais do que o dobro dos lucros que, em qualquer hipótese, ele pudesse extrair do fruto de seu trabalho.

O incompreendido Visconde de Mauá ainda trouxe para o Brasil o telégrafo submarino inglês, que lhe custou muito dinheiro e empenho. Não obteve qualquer vantagem econômica, senão fazer com que o Brasil pudesse contar com um instrumento de comunicação mais moderno e consentâneo com as necessidades do Império.

Obtivera, de Rio Branco, a concessão para trazer ao país esse benefício. Foi o seu prestígio que obteve sucesso na corajosa iniciativa. Foi assim que convenceu a direção do cabo submarino que havia sido inaugurado nos Estados Unidos. E como não podia doar sua concessão, por impedimento legal, vendeu-a por “uma libra”! Sem ao menos reservar-se qualquer direito, sequer a expedir telegramas gratuitos.

Esse o Mauá depois vilipendiado, traído, falido e pobre. Porque fez muito para o seu país. E este lhe pagou como de costume.

Ainda hoje, em 2024, fala-se que a Amazônia está abandonada à criminalidade internacional organizada e sua população conta apenas com Deus para sobreviver. Mas já houve quem se interessasse por incluí-la no espaço de civilização brasileira. Foi Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, que observou, em 1850, que o grande rio brasileiro ainda não tinha tráfego regular de embarcações. As populações ribeirinhas e indígenas estavam abandonadas à indiferença.

Enquanto os bandeirantes paulistas haviam assegurado a posse do grande território, os missionários fizeram gigantesca obra de redenção daquele povo, até que a nefasta ação de Pombal expulsasse os jesuítas do Brasil.

A convite do ministro Monte Alegre, dispôs-se o patriota Mauá a encarregar-se da missão civilizadora que a navegação do Amazonas levaria em suas entranhas. Desde 1850 estava aberta uma concorrência para explorar tais serviços, ausente qualquer pretendente. Foi por isso que o chefe de gabinete e ministro do Império, amigo pessoal de Mauá, instasse com ele para que, animado por intuitos patrióticos, se dispusesse a levar adiante o empreendimento.

Ninguém queria arriscar capital nessa aventura. Mauá, para incentivar eventuais investidores, subscreveu muito mais do que a metade das ações. Iniciam-se os serviços e a procura mostrou que seriam necessários mais navios. Mauá tinha a exclusividade na exploração, mas o governo quis modificar os termos da concessão, para abrir o Amazonas ao comércio mundial. Mauá foi forçado a desistir do privilégio exclusivo. Enquanto isso, os Estados Unidos e a Inglaterra, em diplomacia agressiva, procurava conquistar a benevolência da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Venezuela, todos interessados em um caminho para o Atlântico.

A abertura do Amazonas só veio a ocorrer formalmente, junto com a do Tocantins, Tapajós, Madeira, Negro e São Francisco, em 1866, no ministério Zacarias.

Mauá sempre atraiu a ira dos invejosos. Como havia renunciado à exclusividade da exploração do transporte fluvial pelo Amazonas, para compensar a perda, havia uma compensação financeira que foi considerada excessiva. Houve inadequada comparação com a navegação costeira, entregue à Companhia Brasileira de Paquetes.

Os serviços a cargo de Mauá eram considerados além da perfeição. Era a melhor empresa do gênero no Brasil. Muito superiores os seus préstimos, aos oferecidos pela companhia costeira. Sem dizer que Mauá permitia o atendimento a uma zona inteiramente recém-aberta, com tráfego pelo Amazonas e por seus afluentes, enquanto a costeira fazia o trajeto da Corte ao Pará, ligando a capital - Rio de Janeiro - a oito capitais das Províncias do Império. Era um rentável serviço de cabotagem, o mais lucrativo do Brasil.

Mauá era obrigado a prestar contas do que fazia na região até então abandonada. Foram vantagens incalculáveis, já que a arrecadação fiscal para o governo passou a ser sete vezes maior. Foram vinte e cinco anos de trabalho ininterrupto e de colheita de incompreensões. A companhia passou a se chamar Amazon Steam Navigation a partir de 1872 e, quando Mauá faliu, ele só possuía as mesmas ações que compunham o capital da empresa quando criada. Mais ainda, em seus cofres, direitos transferidos aos credores equivalentes a mais do que o dobro dos lucros que, em qualquer hipótese, ele pudesse extrair do fruto de seu trabalho.

O incompreendido Visconde de Mauá ainda trouxe para o Brasil o telégrafo submarino inglês, que lhe custou muito dinheiro e empenho. Não obteve qualquer vantagem econômica, senão fazer com que o Brasil pudesse contar com um instrumento de comunicação mais moderno e consentâneo com as necessidades do Império.

Obtivera, de Rio Branco, a concessão para trazer ao país esse benefício. Foi o seu prestígio que obteve sucesso na corajosa iniciativa. Foi assim que convenceu a direção do cabo submarino que havia sido inaugurado nos Estados Unidos. E como não podia doar sua concessão, por impedimento legal, vendeu-a por “uma libra”! Sem ao menos reservar-se qualquer direito, sequer a expedir telegramas gratuitos.

Esse o Mauá depois vilipendiado, traído, falido e pobre. Porque fez muito para o seu país. E este lhe pagou como de costume.

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