O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendeu um pedido do procurador-geral da República Paulo Gonet e mandou a Polícia Federal abrir inquérito sobre a conduta do prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL), que encenou a decapitação do ministro numa guilhotina durante transmissão ao vivo no Instagram.
Conforme despacho assinado nesta segunda-feira, 29, Feltrin será investigado pela Polícia Federal por incitação ao crime. A PF tem 60 dias para apresentar um primeiro relatório sobre o caso ao STF.
Gonet pediu que os investigadores realizem a oitiva do prefeito e também analisem suas redes sociais, para “verificar se há registro de episódios similares”.
O caso foi distribuído ao gabinete de Moraes por prevenção ao inquérito que apura a autoria intelectual dos atos golpistas do 8 de Janeiro.
Ao pedir a abertura da investigação, o procurador lembrou das apurações em curso no STF sobre a “existência de organização criminosa responsável por ataques sistemáticos aos seus adversários, ao sistema eleitoral e às instituições públicas, por meio da propagação de notícias falsas e estímulo à violência contra autoridades da República”.
No vídeo sob investigação, Feltrin aparece ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, que visitou Farroupilha na quinta-feira, 25. Na gravação, um terceiro diz que “não gostou” de uma homenagem feita a Moraes. Em seguida, o prefeito diz que sua homenagem ao ministro seria colocá-lo em uma guilhotina.
“É só botar ele aqui na guilhotina. Está aqui a homenagem pra ele, ó”, afirma Feltrin. No vídeo, Bolsonaro puxa o ombro do prefeito enquanto ele manuseia a guilhotina.