Ao autorizar as buscas da Operação Aletheia, que pegou Lula nesta sexta-feira, 4, o juiz federal Sérgio Moro determinou que a Polícia Federal extraísse da sede da OAS em Salvador, na Bahia, cópias dos e-mails do ex-presidente da empreiteira José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, condenado a 16 anos e quatro meses de prisão na Lava Jato por corrupção,lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A Polícia Federal e a Procuradoria da República suspeitam que a OAS bancou reformas milionárias em dois imóveis atribuídos ao ex-presidente, o sítio Santa Bárbara em Atibaia e o tríplex 164/A no Condomínio Solaris, no Guarujá.
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Próximo de Lula, Léo Pinheiro chegou a visitar pessoalmente as obras do tríplex quando presidia a empreiteira.
No celular do empreiteiro os investigadores já recuperaram várias mensagens citando políticos do alto escalão do governo e também da oposição que deram origem a desdobramentos da Lava Jato. Entre os políticos mencionados em mensagens com Léo Pinheiro estão o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e o senador do DEM José Agripino Maia.
No WhatsApp do empreiteiro a Polícia Federal identificou troca de mensagens com Paulo Gordilho, executivo da OAS. Os dois tratam supostamente da instalação da cozinha de alto padrão no tríplex do Condomínio Solaris.
Agora, o juiz Sérgio Moro quer acesso ao correio virtual do executivo e também aos e-mails de Luiz Gustavo Viana, que era da OAS na época da reforma do apartamento e do sítio de Atibaia para avançar nas investigações sobre o ex-presidente.
As suspeitas da força-tarefa da Lava Jato são de que o petista teria se beneficiado das reformas feitas pela OAS e também pela Odebrecht nos dois imóveis em troca de contratos bilionários que as empresas obtiveram com a Petrobrás entre 2004 e 2014.
Lula, por meio de seus advogados, nega taxativamente a propriedade do tríplex e do Santa Bárbara.
COM A PALAVRA, A ODEBRECHT
A Odebrecht confirma operação da Polícia Federal em escritório de São Paulo para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. A empresa está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento.
COM A PALAVRA, A OAS
A empreiteira informou que não iria comentar a Operação Alethea.