Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

O que Bolsonaro disse à PF? Entenda o depoimento em cinco pontos e leia a íntegra


Ex-presidente negou ter determinado fraude nos seus cartões de vacinação

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:
Bolsonaro negou ter envolvimento em fraudes em dados da vacinação Foto: WILTON JUNIOR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de quatro horas nesta terça-feira, 16, sobre o esquema de fraudes em dados de vacinação da covid-19 investigados na Operação Venire.

continua após a publicidade

Ele reafirmou que nunca se vacinou e negou ter envolvimento na adulteração das informações nos sistemas do Ministério da Saúde. Bolsonaro disse que nunca determinou as fraudes e que não sabia da manipulação de informações até a investigação vir a público. Também argumentou que, como chefe de Estado, não precisava apresentar comprovante de imunização em viagens internacionais.

O ex-presidente respondeu ainda sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que está preso preventivamente, e sobre as conversas golpistas descobertas pela PF na investigação.

Principais pontos do depoimento de Bolsonaro

continua após a publicidade

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente foi questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro. A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular de Mauro Cid.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro – o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

continua após a publicidade

O ex-presidente disse que não sabe usar o aplicativo e atribuiu ao ex-ajudante de ordens a administração de sua conta, mas não soube dizer quem acessou o computador do Planalto. Ele fez, no entanto, um desagravo a Mauro Cid: disse que não acredita no envolvimento do tenente-coronel nas fraudes. Declarou ainda que ‘não vislumbra qualquer relação entre a emissão do certificado falso e a alteração cadastral’ para inclusão do e-mail de Marcelo Câmara.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

continua após a publicidade

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF questionou Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Bolsonaro afirmou que o tenente-coronel cuidava de toda a sua ‘gestão pessoal’.

Mauro Cid deve ser ouvido na próxima quinta-feira. A mulher de Mauro Cid, Gabriela, presta depoimento na sexta.

continua após a publicidade

Conversas golpistas

Bolsonaro disse que não sabia do plano de golpe descoberto pela PF a partir das conversas entre o ex-major do Exército Ailton Barros e o coronel Elcio Franco.

O ex-presidente afirmou que mantinha conversas ‘esporádicas’ com Ailton Barros e que essa aproximação acontecia sobretudo em momentos eleitorais, mas negou ter tomado conhecimento de pautas antidemocráticas. Ele também declarou que nunca participou ou orientou qualquer investida contra as instituições democráticas.

continua após a publicidade

Filha

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes de ela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. Bolsonaro afirmou que a filha não foi imunizada, por orientação médica, e que não fez o cadastro dela no ConecteSUS.

Relação com outros investigados

O ex-presidente buscou se distanciar dos outros investigados na Operação Venire. Bolsonaro negou conhecer o ex-secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, que teria excluído os dados falsos após a emissão dos certificados de vacina, e afirmou que não é próximo do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Bolsonaro negou ter envolvimento em fraudes em dados da vacinação Foto: WILTON JUNIOR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de quatro horas nesta terça-feira, 16, sobre o esquema de fraudes em dados de vacinação da covid-19 investigados na Operação Venire.

Ele reafirmou que nunca se vacinou e negou ter envolvimento na adulteração das informações nos sistemas do Ministério da Saúde. Bolsonaro disse que nunca determinou as fraudes e que não sabia da manipulação de informações até a investigação vir a público. Também argumentou que, como chefe de Estado, não precisava apresentar comprovante de imunização em viagens internacionais.

O ex-presidente respondeu ainda sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que está preso preventivamente, e sobre as conversas golpistas descobertas pela PF na investigação.

Principais pontos do depoimento de Bolsonaro

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente foi questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro. A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular de Mauro Cid.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro – o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

O ex-presidente disse que não sabe usar o aplicativo e atribuiu ao ex-ajudante de ordens a administração de sua conta, mas não soube dizer quem acessou o computador do Planalto. Ele fez, no entanto, um desagravo a Mauro Cid: disse que não acredita no envolvimento do tenente-coronel nas fraudes. Declarou ainda que ‘não vislumbra qualquer relação entre a emissão do certificado falso e a alteração cadastral’ para inclusão do e-mail de Marcelo Câmara.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF questionou Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Bolsonaro afirmou que o tenente-coronel cuidava de toda a sua ‘gestão pessoal’.

Mauro Cid deve ser ouvido na próxima quinta-feira. A mulher de Mauro Cid, Gabriela, presta depoimento na sexta.

Conversas golpistas

Bolsonaro disse que não sabia do plano de golpe descoberto pela PF a partir das conversas entre o ex-major do Exército Ailton Barros e o coronel Elcio Franco.

O ex-presidente afirmou que mantinha conversas ‘esporádicas’ com Ailton Barros e que essa aproximação acontecia sobretudo em momentos eleitorais, mas negou ter tomado conhecimento de pautas antidemocráticas. Ele também declarou que nunca participou ou orientou qualquer investida contra as instituições democráticas.

Filha

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes de ela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. Bolsonaro afirmou que a filha não foi imunizada, por orientação médica, e que não fez o cadastro dela no ConecteSUS.

Relação com outros investigados

O ex-presidente buscou se distanciar dos outros investigados na Operação Venire. Bolsonaro negou conhecer o ex-secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, que teria excluído os dados falsos após a emissão dos certificados de vacina, e afirmou que não é próximo do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Bolsonaro negou ter envolvimento em fraudes em dados da vacinação Foto: WILTON JUNIOR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de quatro horas nesta terça-feira, 16, sobre o esquema de fraudes em dados de vacinação da covid-19 investigados na Operação Venire.

Ele reafirmou que nunca se vacinou e negou ter envolvimento na adulteração das informações nos sistemas do Ministério da Saúde. Bolsonaro disse que nunca determinou as fraudes e que não sabia da manipulação de informações até a investigação vir a público. Também argumentou que, como chefe de Estado, não precisava apresentar comprovante de imunização em viagens internacionais.

O ex-presidente respondeu ainda sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que está preso preventivamente, e sobre as conversas golpistas descobertas pela PF na investigação.

Principais pontos do depoimento de Bolsonaro

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente foi questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro. A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular de Mauro Cid.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro – o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

O ex-presidente disse que não sabe usar o aplicativo e atribuiu ao ex-ajudante de ordens a administração de sua conta, mas não soube dizer quem acessou o computador do Planalto. Ele fez, no entanto, um desagravo a Mauro Cid: disse que não acredita no envolvimento do tenente-coronel nas fraudes. Declarou ainda que ‘não vislumbra qualquer relação entre a emissão do certificado falso e a alteração cadastral’ para inclusão do e-mail de Marcelo Câmara.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF questionou Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Bolsonaro afirmou que o tenente-coronel cuidava de toda a sua ‘gestão pessoal’.

Mauro Cid deve ser ouvido na próxima quinta-feira. A mulher de Mauro Cid, Gabriela, presta depoimento na sexta.

Conversas golpistas

Bolsonaro disse que não sabia do plano de golpe descoberto pela PF a partir das conversas entre o ex-major do Exército Ailton Barros e o coronel Elcio Franco.

O ex-presidente afirmou que mantinha conversas ‘esporádicas’ com Ailton Barros e que essa aproximação acontecia sobretudo em momentos eleitorais, mas negou ter tomado conhecimento de pautas antidemocráticas. Ele também declarou que nunca participou ou orientou qualquer investida contra as instituições democráticas.

Filha

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes de ela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. Bolsonaro afirmou que a filha não foi imunizada, por orientação médica, e que não fez o cadastro dela no ConecteSUS.

Relação com outros investigados

O ex-presidente buscou se distanciar dos outros investigados na Operação Venire. Bolsonaro negou conhecer o ex-secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, que teria excluído os dados falsos após a emissão dos certificados de vacina, e afirmou que não é próximo do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Bolsonaro negou ter envolvimento em fraudes em dados da vacinação Foto: WILTON JUNIOR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de quatro horas nesta terça-feira, 16, sobre o esquema de fraudes em dados de vacinação da covid-19 investigados na Operação Venire.

Ele reafirmou que nunca se vacinou e negou ter envolvimento na adulteração das informações nos sistemas do Ministério da Saúde. Bolsonaro disse que nunca determinou as fraudes e que não sabia da manipulação de informações até a investigação vir a público. Também argumentou que, como chefe de Estado, não precisava apresentar comprovante de imunização em viagens internacionais.

O ex-presidente respondeu ainda sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que está preso preventivamente, e sobre as conversas golpistas descobertas pela PF na investigação.

Principais pontos do depoimento de Bolsonaro

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente foi questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro. A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular de Mauro Cid.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro – o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

O ex-presidente disse que não sabe usar o aplicativo e atribuiu ao ex-ajudante de ordens a administração de sua conta, mas não soube dizer quem acessou o computador do Planalto. Ele fez, no entanto, um desagravo a Mauro Cid: disse que não acredita no envolvimento do tenente-coronel nas fraudes. Declarou ainda que ‘não vislumbra qualquer relação entre a emissão do certificado falso e a alteração cadastral’ para inclusão do e-mail de Marcelo Câmara.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF questionou Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Bolsonaro afirmou que o tenente-coronel cuidava de toda a sua ‘gestão pessoal’.

Mauro Cid deve ser ouvido na próxima quinta-feira. A mulher de Mauro Cid, Gabriela, presta depoimento na sexta.

Conversas golpistas

Bolsonaro disse que não sabia do plano de golpe descoberto pela PF a partir das conversas entre o ex-major do Exército Ailton Barros e o coronel Elcio Franco.

O ex-presidente afirmou que mantinha conversas ‘esporádicas’ com Ailton Barros e que essa aproximação acontecia sobretudo em momentos eleitorais, mas negou ter tomado conhecimento de pautas antidemocráticas. Ele também declarou que nunca participou ou orientou qualquer investida contra as instituições democráticas.

Filha

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes de ela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. Bolsonaro afirmou que a filha não foi imunizada, por orientação médica, e que não fez o cadastro dela no ConecteSUS.

Relação com outros investigados

O ex-presidente buscou se distanciar dos outros investigados na Operação Venire. Bolsonaro negou conhecer o ex-secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, que teria excluído os dados falsos após a emissão dos certificados de vacina, e afirmou que não é próximo do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Bolsonaro negou ter envolvimento em fraudes em dados da vacinação Foto: WILTON JUNIOR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) por cerca de quatro horas nesta terça-feira, 16, sobre o esquema de fraudes em dados de vacinação da covid-19 investigados na Operação Venire.

Ele reafirmou que nunca se vacinou e negou ter envolvimento na adulteração das informações nos sistemas do Ministério da Saúde. Bolsonaro disse que nunca determinou as fraudes e que não sabia da manipulação de informações até a investigação vir a público. Também argumentou que, como chefe de Estado, não precisava apresentar comprovante de imunização em viagens internacionais.

O ex-presidente respondeu ainda sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, que está preso preventivamente, e sobre as conversas golpistas descobertas pela PF na investigação.

Principais pontos do depoimento de Bolsonaro

Conta no ConecteSUS

O ex-presidente foi questionado sobre quem tinha acesso à sua conta no aplicativo ConecteSUS. A plataforma foi usada por um computador registrado no Palácio do Planalto para emitir os cartões falsos de vacina em nome de Bolsonaro. A PF identificou ainda um acesso ao perfil pelo celular de Mauro Cid.

O e-mail funcional do ex-ajudante de ordens estava vinculado ao perfil de Bolsonaro na plataforma. O e-mail pessoal do coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência da República, também foi usado, em uma atualização do cadastro – o que na avaliação dos investigadores enfraquece a versão de que Mauro Cid agiu sozinho. Câmara continuou assessorando Bolsonaro após o governo.

O ex-presidente disse que não sabe usar o aplicativo e atribuiu ao ex-ajudante de ordens a administração de sua conta, mas não soube dizer quem acessou o computador do Planalto. Ele fez, no entanto, um desagravo a Mauro Cid: disse que não acredita no envolvimento do tenente-coronel nas fraudes. Declarou ainda que ‘não vislumbra qualquer relação entre a emissão do certificado falso e a alteração cadastral’ para inclusão do e-mail de Marcelo Câmara.

Mauro Cid

Braço direito do ex-presidente, Mauro Cid foi pivô de investigação. O inquérito teve como ponto de partida a quebra do seu sigilo de mensagem. A PF acredita que ele tenha tentado fraudar os cartões de vacina da mulher e das filhas.

O objetivo, segundo o inquérito, seria burlar a exigência do comprovante de vacinação para viagens internacionais. As restrições sanitárias entraram em vigor no auge da pandemia.

A PF questionou Bolsonaro sobre a relação com seu ex-ajudante de ordens. Durante o governo, Mauro Cid se tornou uma espécie ‘faz-tudo’ do ex-presidente. Bolsonaro afirmou que o tenente-coronel cuidava de toda a sua ‘gestão pessoal’.

Mauro Cid deve ser ouvido na próxima quinta-feira. A mulher de Mauro Cid, Gabriela, presta depoimento na sexta.

Conversas golpistas

Bolsonaro disse que não sabia do plano de golpe descoberto pela PF a partir das conversas entre o ex-major do Exército Ailton Barros e o coronel Elcio Franco.

O ex-presidente afirmou que mantinha conversas ‘esporádicas’ com Ailton Barros e que essa aproximação acontecia sobretudo em momentos eleitorais, mas negou ter tomado conhecimento de pautas antidemocráticas. Ele também declarou que nunca participou ou orientou qualquer investida contra as instituições democráticas.

Filha

O certificado de vacinação contra a covid-19 da filha mais nova do ex-presidente, Laura Firmo Bolsonaro, de 12 anos, foi emitido em inglês pelo aplicativo ConecteSUS no dia 27 de dezembro de 2022, um dia antes de ela embarcar para Miami, nos Estados Unidos.

A Polícia Federal defende que o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro respondam pela falsificação do certificado de vacinação da filha. Isso porque Laura é menor de idade. Bolsonaro afirmou que a filha não foi imunizada, por orientação médica, e que não fez o cadastro dela no ConecteSUS.

Relação com outros investigados

O ex-presidente buscou se distanciar dos outros investigados na Operação Venire. Bolsonaro negou conhecer o ex-secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, que teria excluído os dados falsos após a emissão dos certificados de vacina, e afirmou que não é próximo do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.