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O robô da contabilidade errou?


Por Murillo Torelli
reference

Diariamente recebemos notícias que contabilidade está entre as profissões que no futuro vão acabar. Com a intensa transformação do mercado, novas tecnologias e inteligência artificial os robôs vão substituir os contadores na "execução de trabalhos rotineiros" como os lançamentos de documentos fiscais e conciliações. Segundo a E&Y os "bookkeepers" não serão mais necessários a partir de 2025.

Hoje todas as grandes empresas já utilizam muito a tecnologia na contabilidade, os "robôs" já executam os lançamentos contábeis repetitivos e elaboram suas conciliações, eles já fazem ou ajudam a contabilidade acontecer.

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Questiono se os novos "empregados" robôs estão fazendo seu trabalho bem feito?

Um exemplo de "trabalho bem feito por robôs", ou "não tão bem feito", foi divulgação que a CVC Brasil fez no primeiro dia de março de 2020 sobre erros contábeis.

A empresa divulgou um erro nas demonstrações contábeis de 2015 até 2019 na contabilização de ajustes relacionados à diferença entre os valores provisionados no momento da contratação dos serviços turísticos, para posterior transferência aos fornecedores dos serviços, e os valores efetivamente transferidos a tais fornecedores após a realização das viagens contratadas.

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Uma simples diferença entre a provisão no passivo e o pagamento por caixa, que deveria ser ajustada na demonstração de resultado do exercício. Aparentemente um erro simples de se verificar na conciliação de contas. Sistemas operacionais e robôs deveriam fazer essa conciliação de maneira muito rápida, lógica e intuitiva, pelo menos contadores humanos a fazem dessa forma.

A empresa de auditoria externa (KPMG) não apontou nenhuma ressalva às demonstrações financeiras da CVC Brasil, em seu parecer, relacionada com esse assunto, considero aqui que todo o trabalho de auditoria externa é realizado por amostragens que deveriam representar significativamente o toda a realidade.

Dentro do processo de evolução tecnológica da profissão, os auditores também utilizam a inteligência artificial e robôs no seu trabalho diário. Robôs que novamente não foram capazes de identificar a falha na contabilização e na conciliação da CVC Brasil.

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Diante dos fatos apresento mais dois questionamentos:

Os "empregados robôs" da CVC Brasil e da auditoria KPMG estão falhando?

Será que existem falhas nos controles interno de uma empresa como CVC Brasil?

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Entendo que tecnologia ainda está em um processo e evolução e é passível de falhas, mas uma falha "extremamente simples" como uma conciliação não é aceitável.

Os grandes prejudicados com uma falha como esta são os acionistas, que tiveram seus investimentos na CVC Brasil reduzidos em 50%, por conta do erro contábil e da tempestade perfeita junto com o coronavírus.

*Murillo Torelli é professor de ciências contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Diariamente recebemos notícias que contabilidade está entre as profissões que no futuro vão acabar. Com a intensa transformação do mercado, novas tecnologias e inteligência artificial os robôs vão substituir os contadores na "execução de trabalhos rotineiros" como os lançamentos de documentos fiscais e conciliações. Segundo a E&Y os "bookkeepers" não serão mais necessários a partir de 2025.

Hoje todas as grandes empresas já utilizam muito a tecnologia na contabilidade, os "robôs" já executam os lançamentos contábeis repetitivos e elaboram suas conciliações, eles já fazem ou ajudam a contabilidade acontecer.

Questiono se os novos "empregados" robôs estão fazendo seu trabalho bem feito?

Um exemplo de "trabalho bem feito por robôs", ou "não tão bem feito", foi divulgação que a CVC Brasil fez no primeiro dia de março de 2020 sobre erros contábeis.

A empresa divulgou um erro nas demonstrações contábeis de 2015 até 2019 na contabilização de ajustes relacionados à diferença entre os valores provisionados no momento da contratação dos serviços turísticos, para posterior transferência aos fornecedores dos serviços, e os valores efetivamente transferidos a tais fornecedores após a realização das viagens contratadas.

Uma simples diferença entre a provisão no passivo e o pagamento por caixa, que deveria ser ajustada na demonstração de resultado do exercício. Aparentemente um erro simples de se verificar na conciliação de contas. Sistemas operacionais e robôs deveriam fazer essa conciliação de maneira muito rápida, lógica e intuitiva, pelo menos contadores humanos a fazem dessa forma.

A empresa de auditoria externa (KPMG) não apontou nenhuma ressalva às demonstrações financeiras da CVC Brasil, em seu parecer, relacionada com esse assunto, considero aqui que todo o trabalho de auditoria externa é realizado por amostragens que deveriam representar significativamente o toda a realidade.

Dentro do processo de evolução tecnológica da profissão, os auditores também utilizam a inteligência artificial e robôs no seu trabalho diário. Robôs que novamente não foram capazes de identificar a falha na contabilização e na conciliação da CVC Brasil.

Diante dos fatos apresento mais dois questionamentos:

Os "empregados robôs" da CVC Brasil e da auditoria KPMG estão falhando?

Será que existem falhas nos controles interno de uma empresa como CVC Brasil?

Entendo que tecnologia ainda está em um processo e evolução e é passível de falhas, mas uma falha "extremamente simples" como uma conciliação não é aceitável.

Os grandes prejudicados com uma falha como esta são os acionistas, que tiveram seus investimentos na CVC Brasil reduzidos em 50%, por conta do erro contábil e da tempestade perfeita junto com o coronavírus.

*Murillo Torelli é professor de ciências contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Diariamente recebemos notícias que contabilidade está entre as profissões que no futuro vão acabar. Com a intensa transformação do mercado, novas tecnologias e inteligência artificial os robôs vão substituir os contadores na "execução de trabalhos rotineiros" como os lançamentos de documentos fiscais e conciliações. Segundo a E&Y os "bookkeepers" não serão mais necessários a partir de 2025.

Hoje todas as grandes empresas já utilizam muito a tecnologia na contabilidade, os "robôs" já executam os lançamentos contábeis repetitivos e elaboram suas conciliações, eles já fazem ou ajudam a contabilidade acontecer.

Questiono se os novos "empregados" robôs estão fazendo seu trabalho bem feito?

Um exemplo de "trabalho bem feito por robôs", ou "não tão bem feito", foi divulgação que a CVC Brasil fez no primeiro dia de março de 2020 sobre erros contábeis.

A empresa divulgou um erro nas demonstrações contábeis de 2015 até 2019 na contabilização de ajustes relacionados à diferença entre os valores provisionados no momento da contratação dos serviços turísticos, para posterior transferência aos fornecedores dos serviços, e os valores efetivamente transferidos a tais fornecedores após a realização das viagens contratadas.

Uma simples diferença entre a provisão no passivo e o pagamento por caixa, que deveria ser ajustada na demonstração de resultado do exercício. Aparentemente um erro simples de se verificar na conciliação de contas. Sistemas operacionais e robôs deveriam fazer essa conciliação de maneira muito rápida, lógica e intuitiva, pelo menos contadores humanos a fazem dessa forma.

A empresa de auditoria externa (KPMG) não apontou nenhuma ressalva às demonstrações financeiras da CVC Brasil, em seu parecer, relacionada com esse assunto, considero aqui que todo o trabalho de auditoria externa é realizado por amostragens que deveriam representar significativamente o toda a realidade.

Dentro do processo de evolução tecnológica da profissão, os auditores também utilizam a inteligência artificial e robôs no seu trabalho diário. Robôs que novamente não foram capazes de identificar a falha na contabilização e na conciliação da CVC Brasil.

Diante dos fatos apresento mais dois questionamentos:

Os "empregados robôs" da CVC Brasil e da auditoria KPMG estão falhando?

Será que existem falhas nos controles interno de uma empresa como CVC Brasil?

Entendo que tecnologia ainda está em um processo e evolução e é passível de falhas, mas uma falha "extremamente simples" como uma conciliação não é aceitável.

Os grandes prejudicados com uma falha como esta são os acionistas, que tiveram seus investimentos na CVC Brasil reduzidos em 50%, por conta do erro contábil e da tempestade perfeita junto com o coronavírus.

*Murillo Torelli é professor de ciências contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Diariamente recebemos notícias que contabilidade está entre as profissões que no futuro vão acabar. Com a intensa transformação do mercado, novas tecnologias e inteligência artificial os robôs vão substituir os contadores na "execução de trabalhos rotineiros" como os lançamentos de documentos fiscais e conciliações. Segundo a E&Y os "bookkeepers" não serão mais necessários a partir de 2025.

Hoje todas as grandes empresas já utilizam muito a tecnologia na contabilidade, os "robôs" já executam os lançamentos contábeis repetitivos e elaboram suas conciliações, eles já fazem ou ajudam a contabilidade acontecer.

Questiono se os novos "empregados" robôs estão fazendo seu trabalho bem feito?

Um exemplo de "trabalho bem feito por robôs", ou "não tão bem feito", foi divulgação que a CVC Brasil fez no primeiro dia de março de 2020 sobre erros contábeis.

A empresa divulgou um erro nas demonstrações contábeis de 2015 até 2019 na contabilização de ajustes relacionados à diferença entre os valores provisionados no momento da contratação dos serviços turísticos, para posterior transferência aos fornecedores dos serviços, e os valores efetivamente transferidos a tais fornecedores após a realização das viagens contratadas.

Uma simples diferença entre a provisão no passivo e o pagamento por caixa, que deveria ser ajustada na demonstração de resultado do exercício. Aparentemente um erro simples de se verificar na conciliação de contas. Sistemas operacionais e robôs deveriam fazer essa conciliação de maneira muito rápida, lógica e intuitiva, pelo menos contadores humanos a fazem dessa forma.

A empresa de auditoria externa (KPMG) não apontou nenhuma ressalva às demonstrações financeiras da CVC Brasil, em seu parecer, relacionada com esse assunto, considero aqui que todo o trabalho de auditoria externa é realizado por amostragens que deveriam representar significativamente o toda a realidade.

Dentro do processo de evolução tecnológica da profissão, os auditores também utilizam a inteligência artificial e robôs no seu trabalho diário. Robôs que novamente não foram capazes de identificar a falha na contabilização e na conciliação da CVC Brasil.

Diante dos fatos apresento mais dois questionamentos:

Os "empregados robôs" da CVC Brasil e da auditoria KPMG estão falhando?

Será que existem falhas nos controles interno de uma empresa como CVC Brasil?

Entendo que tecnologia ainda está em um processo e evolução e é passível de falhas, mas uma falha "extremamente simples" como uma conciliação não é aceitável.

Os grandes prejudicados com uma falha como esta são os acionistas, que tiveram seus investimentos na CVC Brasil reduzidos em 50%, por conta do erro contábil e da tempestade perfeita junto com o coronavírus.

*Murillo Torelli é professor de ciências contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie

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