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Obras de R$ 31 bilhões geraram propina ao PP, diz Youssef


Doleiro apresenta planilha que lista contratos de empreiteiras com a Petrobrás e nos quais operou pagamento de ‘comissões’ de 1%

Por Redação

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Fausto Macedo e Julia Affonso

O doleiro Alberto Youssef - peça-chave das investigações na Petrobrás - entregou em sua delação premiada planilha com registro de contratos que totalizam R$ 31,6 bilhões, assinados por empreiteiras do cartel a partir de 2004 para 11 obras da estatal. Segundo ele, do valor global desses contratos foram pagas propinas de 1% ao PP, um dos partidos mais contemplados pelo esquema de desvios na petrolífera. A planilha indica, em valores não corrigidos, pagamentos de R$ 316 milhões.

Investigadores da Operação Lava Jato acreditam que essa seria a cota do PP no esquema de corrupção desbaratado pela operação da Polícia Federal a partir de março de 2014. A planilha, registrada em duas folhas anexadas ao termo de delação do doleiro, indica 15 pagamentos da Petrobrás a empreiteiras do cartel.

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Revap, em São José dos Campos. Foto: Agência Petrobrás

Youssef citou 15 empreiteiras como pagadoras de "comissões". "Os pagamentos de comissões feitos pelas mesmas o foram tanto em espécie, como por intermédio de contratos feitos junto a GFD, junto às empresas de Leonardo Meirelles, dentre elas a KFC Hidrossemeadura", relatou. "Foram feitos pagamentos no exterior junto às contas de Leonardo Meirelles, em especial pela Odebrecht. Pode citar as contas das empresas RFY e DGX junto aos bancos Standardt Cartered e HSBC, em Hong Kong", detalhou.

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Além da Odebrecht, a planilha cita as empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Tomé Engenharia, Toyo Setal, Engevix, Galvão Engenharia, Serveng, Fidens, Construcap, MPE, Andrade Gutierrez, UTC, Mendes Júnior e Camargo Corrêa.

A GFD e as outras três empresas ligadas à Meirelles - também réu da Lava Jato - integravam a rede de lavagem de dinheiro criada por Youssef para operar os desvios na Petrobrás, por meio de notas frias, e regularizar esse dinheiro não declarado por meio de operações financeiras fictícias ou por intermédio do câmbio negro.

LEIA O TERMO DE DELAÇÃO DO DOLEIRO ALBERTO YOUSSEF COM A PLANILHA DOS CONTRATOS ALVOS DE PROPINA

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Obras. A planilha transcende o esquema de cartel nas obras da Refinaria Abreu e Lima (PE) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) - alvos iniciais da Lava Jato.

A obra que envolve o maior valor de propina da planilha - R$ 90 milhões - é da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). Segundo indica a planilha de Youssef, o valor da obra "era previsto" para R$ 3,5 bilhões e depois subiu para R$ 6,7 bilhões. "Mas foram R$ 9 bilhões ao todo." Disso, 1% era do PP.

VEJA TRECHO DA PLANILHA ENTREGUE POR YOUSSEF

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 Foto: Estadão

Segundo a Lava Jato, o PT arrecadava até 2% nesses contratos, por meio do ex-diretor de Serviços Renato Duque e do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Eles negam.

A contratação na Revap - 3.ª maior refinaria do País -, entre 2005 e 2012, foi para obras de ampliação e modernização. Youssef atribuiu o pagamento de "comissões" ao Consórcio BCV - formado pelas empreiteiras MPE, Camargo Corrêa e Promon - e à OAS. Todas são investigadas por formação de cartel.

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Outra obra da lista é a construção da Refinaria Premium I, em Bacabeira (MA), anunciada em 2010 e ainda inconclusa.

VEJA OUTRO TRECHO DA PLANILHA ENTREGUE POR YOUSSEF

 Foto: Estadão
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O doleiro registrou em sua delação que a planilha não representa a totalidade dos valores movimentados por ele em propina. O documento será aditado com novas informações.

A planilha cita ainda contratos das refinarias Landulpho Alves, na Bahia, Capuava, em Mauá (SP), Duque de Caxias, no Rio, Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, Gabriel Passos, em Minas, Isaac Sabbá, em Manaus, Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), e Paulínia (SP).

PP

O Partido Progressista informou em nota que está à disposição da Operação Lava Jato para "colaborar". "(O partido) somente poderá se posicionar após tomar conhecimento oficial sobre os depoimentos que envolvem a legenda. Entretanto, está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações."

CONSTRUTORAS As construtoras envolvidas negaram, por meio de notas, qualquer envolvimento com os crimes de lavagem de dinheiro e desvios em contratos. A Odebrecht, a Camargo Corrêa,a Construcap, a Andrade Gutierrez e a UTC rechaçaram as acusações e negam propina no caso "A Odebrecht nega as alegações caluniosas".

A Camargo Corrêa informou que "repudia as acusações sem comprovação e reitera que segue à disposição das autoridades e tem prestado as informações solicitadas".

A Andrade Gutierrez divulgou que "nunca fez parte de qualquer acordo de favorecimento envolvendo partidos políticos" nas obras da Petrobrás.

"A UTC repudia veementemente boatos e tentativas de relacioná-la ao pagamento de propina."

A Mendes Júnior, não foi localizada, mas por meio da defesa do executivo Sérgio Cunha Mendes, tem sustentado nos autos da Lava Jato que foi vítima de "achaque" e apontou Alberto Youssef como um dos responsáveis.

A Tomé Engenharia disse que seus "relacionamentos comerciais sempre se deram no âmbito da mais estrita legalidade, e lisura."

Por meio de nota, a Construcap alegou que "jamais teve conhecimento de sua inclusão em qualquer lista de suposto pagamento de propina" e que "nunca pagou propinas visando à obtenção de contratos com a Petrobras, sempre tendo se valido de meios legítimos e idôneos para participar das suas licitações."

As demais não foram localizadas para comentar o caso.

 

 

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Fausto Macedo e Julia Affonso

O doleiro Alberto Youssef - peça-chave das investigações na Petrobrás - entregou em sua delação premiada planilha com registro de contratos que totalizam R$ 31,6 bilhões, assinados por empreiteiras do cartel a partir de 2004 para 11 obras da estatal. Segundo ele, do valor global desses contratos foram pagas propinas de 1% ao PP, um dos partidos mais contemplados pelo esquema de desvios na petrolífera. A planilha indica, em valores não corrigidos, pagamentos de R$ 316 milhões.

Investigadores da Operação Lava Jato acreditam que essa seria a cota do PP no esquema de corrupção desbaratado pela operação da Polícia Federal a partir de março de 2014. A planilha, registrada em duas folhas anexadas ao termo de delação do doleiro, indica 15 pagamentos da Petrobrás a empreiteiras do cartel.

Revap, em São José dos Campos. Foto: Agência Petrobrás

Youssef citou 15 empreiteiras como pagadoras de "comissões". "Os pagamentos de comissões feitos pelas mesmas o foram tanto em espécie, como por intermédio de contratos feitos junto a GFD, junto às empresas de Leonardo Meirelles, dentre elas a KFC Hidrossemeadura", relatou. "Foram feitos pagamentos no exterior junto às contas de Leonardo Meirelles, em especial pela Odebrecht. Pode citar as contas das empresas RFY e DGX junto aos bancos Standardt Cartered e HSBC, em Hong Kong", detalhou.

Além da Odebrecht, a planilha cita as empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Tomé Engenharia, Toyo Setal, Engevix, Galvão Engenharia, Serveng, Fidens, Construcap, MPE, Andrade Gutierrez, UTC, Mendes Júnior e Camargo Corrêa.

A GFD e as outras três empresas ligadas à Meirelles - também réu da Lava Jato - integravam a rede de lavagem de dinheiro criada por Youssef para operar os desvios na Petrobrás, por meio de notas frias, e regularizar esse dinheiro não declarado por meio de operações financeiras fictícias ou por intermédio do câmbio negro.

LEIA O TERMO DE DELAÇÃO DO DOLEIRO ALBERTO YOUSSEF COM A PLANILHA DOS CONTRATOS ALVOS DE PROPINA

Obras. A planilha transcende o esquema de cartel nas obras da Refinaria Abreu e Lima (PE) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) - alvos iniciais da Lava Jato.

A obra que envolve o maior valor de propina da planilha - R$ 90 milhões - é da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). Segundo indica a planilha de Youssef, o valor da obra "era previsto" para R$ 3,5 bilhões e depois subiu para R$ 6,7 bilhões. "Mas foram R$ 9 bilhões ao todo." Disso, 1% era do PP.

VEJA TRECHO DA PLANILHA ENTREGUE POR YOUSSEF

 Foto: Estadão

Segundo a Lava Jato, o PT arrecadava até 2% nesses contratos, por meio do ex-diretor de Serviços Renato Duque e do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Eles negam.

A contratação na Revap - 3.ª maior refinaria do País -, entre 2005 e 2012, foi para obras de ampliação e modernização. Youssef atribuiu o pagamento de "comissões" ao Consórcio BCV - formado pelas empreiteiras MPE, Camargo Corrêa e Promon - e à OAS. Todas são investigadas por formação de cartel.

Outra obra da lista é a construção da Refinaria Premium I, em Bacabeira (MA), anunciada em 2010 e ainda inconclusa.

VEJA OUTRO TRECHO DA PLANILHA ENTREGUE POR YOUSSEF

 Foto: Estadão

O doleiro registrou em sua delação que a planilha não representa a totalidade dos valores movimentados por ele em propina. O documento será aditado com novas informações.

A planilha cita ainda contratos das refinarias Landulpho Alves, na Bahia, Capuava, em Mauá (SP), Duque de Caxias, no Rio, Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, Gabriel Passos, em Minas, Isaac Sabbá, em Manaus, Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), e Paulínia (SP).

PP

O Partido Progressista informou em nota que está à disposição da Operação Lava Jato para "colaborar". "(O partido) somente poderá se posicionar após tomar conhecimento oficial sobre os depoimentos que envolvem a legenda. Entretanto, está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações."

CONSTRUTORAS As construtoras envolvidas negaram, por meio de notas, qualquer envolvimento com os crimes de lavagem de dinheiro e desvios em contratos. A Odebrecht, a Camargo Corrêa,a Construcap, a Andrade Gutierrez e a UTC rechaçaram as acusações e negam propina no caso "A Odebrecht nega as alegações caluniosas".

A Camargo Corrêa informou que "repudia as acusações sem comprovação e reitera que segue à disposição das autoridades e tem prestado as informações solicitadas".

A Andrade Gutierrez divulgou que "nunca fez parte de qualquer acordo de favorecimento envolvendo partidos políticos" nas obras da Petrobrás.

"A UTC repudia veementemente boatos e tentativas de relacioná-la ao pagamento de propina."

A Mendes Júnior, não foi localizada, mas por meio da defesa do executivo Sérgio Cunha Mendes, tem sustentado nos autos da Lava Jato que foi vítima de "achaque" e apontou Alberto Youssef como um dos responsáveis.

A Tomé Engenharia disse que seus "relacionamentos comerciais sempre se deram no âmbito da mais estrita legalidade, e lisura."

Por meio de nota, a Construcap alegou que "jamais teve conhecimento de sua inclusão em qualquer lista de suposto pagamento de propina" e que "nunca pagou propinas visando à obtenção de contratos com a Petrobras, sempre tendo se valido de meios legítimos e idôneos para participar das suas licitações."

As demais não foram localizadas para comentar o caso.

 

 

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Fausto Macedo e Julia Affonso

O doleiro Alberto Youssef - peça-chave das investigações na Petrobrás - entregou em sua delação premiada planilha com registro de contratos que totalizam R$ 31,6 bilhões, assinados por empreiteiras do cartel a partir de 2004 para 11 obras da estatal. Segundo ele, do valor global desses contratos foram pagas propinas de 1% ao PP, um dos partidos mais contemplados pelo esquema de desvios na petrolífera. A planilha indica, em valores não corrigidos, pagamentos de R$ 316 milhões.

Investigadores da Operação Lava Jato acreditam que essa seria a cota do PP no esquema de corrupção desbaratado pela operação da Polícia Federal a partir de março de 2014. A planilha, registrada em duas folhas anexadas ao termo de delação do doleiro, indica 15 pagamentos da Petrobrás a empreiteiras do cartel.

Revap, em São José dos Campos. Foto: Agência Petrobrás

Youssef citou 15 empreiteiras como pagadoras de "comissões". "Os pagamentos de comissões feitos pelas mesmas o foram tanto em espécie, como por intermédio de contratos feitos junto a GFD, junto às empresas de Leonardo Meirelles, dentre elas a KFC Hidrossemeadura", relatou. "Foram feitos pagamentos no exterior junto às contas de Leonardo Meirelles, em especial pela Odebrecht. Pode citar as contas das empresas RFY e DGX junto aos bancos Standardt Cartered e HSBC, em Hong Kong", detalhou.

Além da Odebrecht, a planilha cita as empreiteiras OAS, Queiroz Galvão, Tomé Engenharia, Toyo Setal, Engevix, Galvão Engenharia, Serveng, Fidens, Construcap, MPE, Andrade Gutierrez, UTC, Mendes Júnior e Camargo Corrêa.

A GFD e as outras três empresas ligadas à Meirelles - também réu da Lava Jato - integravam a rede de lavagem de dinheiro criada por Youssef para operar os desvios na Petrobrás, por meio de notas frias, e regularizar esse dinheiro não declarado por meio de operações financeiras fictícias ou por intermédio do câmbio negro.

LEIA O TERMO DE DELAÇÃO DO DOLEIRO ALBERTO YOUSSEF COM A PLANILHA DOS CONTRATOS ALVOS DE PROPINA

Obras. A planilha transcende o esquema de cartel nas obras da Refinaria Abreu e Lima (PE) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) - alvos iniciais da Lava Jato.

A obra que envolve o maior valor de propina da planilha - R$ 90 milhões - é da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). Segundo indica a planilha de Youssef, o valor da obra "era previsto" para R$ 3,5 bilhões e depois subiu para R$ 6,7 bilhões. "Mas foram R$ 9 bilhões ao todo." Disso, 1% era do PP.

VEJA TRECHO DA PLANILHA ENTREGUE POR YOUSSEF

 Foto: Estadão

Segundo a Lava Jato, o PT arrecadava até 2% nesses contratos, por meio do ex-diretor de Serviços Renato Duque e do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Eles negam.

A contratação na Revap - 3.ª maior refinaria do País -, entre 2005 e 2012, foi para obras de ampliação e modernização. Youssef atribuiu o pagamento de "comissões" ao Consórcio BCV - formado pelas empreiteiras MPE, Camargo Corrêa e Promon - e à OAS. Todas são investigadas por formação de cartel.

Outra obra da lista é a construção da Refinaria Premium I, em Bacabeira (MA), anunciada em 2010 e ainda inconclusa.

VEJA OUTRO TRECHO DA PLANILHA ENTREGUE POR YOUSSEF

 Foto: Estadão

O doleiro registrou em sua delação que a planilha não representa a totalidade dos valores movimentados por ele em propina. O documento será aditado com novas informações.

A planilha cita ainda contratos das refinarias Landulpho Alves, na Bahia, Capuava, em Mauá (SP), Duque de Caxias, no Rio, Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, Gabriel Passos, em Minas, Isaac Sabbá, em Manaus, Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, Presidente Bernardes, em Cubatão (SP), e Paulínia (SP).

PP

O Partido Progressista informou em nota que está à disposição da Operação Lava Jato para "colaborar". "(O partido) somente poderá se posicionar após tomar conhecimento oficial sobre os depoimentos que envolvem a legenda. Entretanto, está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações."

CONSTRUTORAS As construtoras envolvidas negaram, por meio de notas, qualquer envolvimento com os crimes de lavagem de dinheiro e desvios em contratos. A Odebrecht, a Camargo Corrêa,a Construcap, a Andrade Gutierrez e a UTC rechaçaram as acusações e negam propina no caso "A Odebrecht nega as alegações caluniosas".

A Camargo Corrêa informou que "repudia as acusações sem comprovação e reitera que segue à disposição das autoridades e tem prestado as informações solicitadas".

A Andrade Gutierrez divulgou que "nunca fez parte de qualquer acordo de favorecimento envolvendo partidos políticos" nas obras da Petrobrás.

"A UTC repudia veementemente boatos e tentativas de relacioná-la ao pagamento de propina."

A Mendes Júnior, não foi localizada, mas por meio da defesa do executivo Sérgio Cunha Mendes, tem sustentado nos autos da Lava Jato que foi vítima de "achaque" e apontou Alberto Youssef como um dos responsáveis.

A Tomé Engenharia disse que seus "relacionamentos comerciais sempre se deram no âmbito da mais estrita legalidade, e lisura."

Por meio de nota, a Construcap alegou que "jamais teve conhecimento de sua inclusão em qualquer lista de suposto pagamento de propina" e que "nunca pagou propinas visando à obtenção de contratos com a Petrobras, sempre tendo se valido de meios legítimos e idôneos para participar das suas licitações."

As demais não foram localizadas para comentar o caso.

 

 

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