Ao cumprir 9 mandados de prisão preventiva, 4 de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, a operação Eficiência mira crimes de lavagem de dinheiro e ocultação no exterior de aproximadamente US$ 100 milhões. Segundo a Polícia Federal, boa parte desses valores já foi repatriada. A operação é resultado de uma investigação em parceria da PF, Ministério Público Federal e Receita Federal.
Segunda fase da Calicute, que por sua vez é um desdobramento da Lava Jato, a Eficiência tem autorização para prender o empresário Eike Batista, que segundo seu advogado está fora do Rio, e o vice-presidente de futebol do Flamengo Flávio Godinho, ex-braço direito de Eike. Além dos dois, são alvos de prisão preventiva o ex-governador Sergio Cabral, já preso em Bangu, Sergio Castro, apontado como operador do esquema, Francisco Assis, o doleiro Álvaro Galliez, Thiago Aragão, ex-sócio da esposa de Cabral, e pessoas ligadas a Cabral que já estão presas.
A investigação mira pagamentos de propina envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral. O irmão de Cabral, Maurício de Oliveira Cabral Santos, e Suzana Neves Cabral, sua ex-mulher, são alvos de condução coercitiva.
Todas as diligências tiveram origem nos desdobramentos da investigação sob tutela do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Na fase de hoje, as informações foram coletadas em dois acordos de colaboração que abordaram os detalhes do esquema de lavagem de dinheiro por trás dos desvios praticados pelo grupo do ex-governador Sérgio Cabral.
Calicute
Sergio Cabral (PMDB) está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, desde novembro do ano passado. O ex-governador foi detido na primeira fase da operação Calicute em seu apartamento, no Leblon. Segundo os investigadores, Cabral era o líder de um grupo criminoso que angariava propina junto a empreiteiras com contratos no governo estadual.
O MPF calcula que os desvios em grandes obras como a reforma do Maracanã, a construção do Arco Metropolitano e reurbanização em favelas da cidade tenham causado um prejuízo de cerca de R$ 220 milhões aos cofres públicos.
Arquivo X
Eike Batista já havia prestado depoimento à força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba. No depoimento, o ex-presidente do Conselho de Administração da OSX declarou que, em 1 de novembro de 2012, recebeu pedido de um então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, Guido Mantega, para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do PT. Mantega teve a prisão decretada por conta das declarações de Eike na fase Arquivo X, deflagrada em 22 de setembro de 2016.