A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta quarta-feira, 22, uma operação batizada 'Sequaz' contra uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando assassinatos e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal. Até o momento, nove investigados foram presos. O senador Sergio Moro (União Brasil), ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, era um dos alvos da facção, segundo investigadores. Os criminosos se referiam ao ex-juiz com o codinome 'Tóquio'.
A ordem para deflagrar a operação partiu da juíza Gabriela Hardt, que foi substituta de Moro na 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba na Operação Lava Jato.
O blog teve acesso a documentos que os investigadores da Operação Sequaz localizaram na posse de suspeitos de integrarem o grupo que pretendia sequestrar e matar autoridades.
Entre esses documentos dois chamaram a atenção dos policiais mobilizados na ação para sufocar a célula da facção encarregada dos ataques: uma planilha da contabilidade do grupo, incluindo gastos realizados com o planejamento e monitoramento de alvos, e um manuscrito com a descrição minuciosa das armas e munições que seriam usadas.
Nas redes sociais, na manhã desta quarta, Moro comentou a atuação das forças de segurança. O senador afirmou que ele e sua família estariam entre os alvos de 'planos de retaliação do PCC'.
À época em que Moro era ministro da Justiça, ele coordenou a transferência e isolamento de lideranças da facção para presídios federais.
Outro alvo na mira dos planos do PCC é um promotor de Justiça, segundo o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública). Trata-se de Lincoln Gakya, integrante do Ministério Público de São Paulo. O promotor, responsável por uma série de investigações que atingem a facção, e Moro eram as únicas autoridades alvo da quadrilha.
Segundo o ministro Flávio Dino, a fase ostensiva da Sequaz foi aberta após os investigadores verificarem que estavam sendo montadas, em São Paulo e no Paraná, 'equipes para a prática de atos violentos'.
Com relação especificamente ao ex-ministro Sérgio Moro, chamou atenção dos investigadores da PF já haver atos de montagem de estruturas para perpretação de crimes no Paraná. "Havia por exemplo compartimentos sendo preparados em casas, compartimentos falsos, paredes falsas. E eles poderiam ser desde para armazenar armamento, droga, como para guardar pessoas".
Na operação aberta nesta manhã, cerca de 120 agentes foram às ruas cumprir 11 mandados de prisão - sete preventivas e quatro temporárias - em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná. Nove investigados já foram capturados.
O efetivo vasculha 24 endereços ligados a investigados. A apuração foi aberta pela Delegacia da PF em Cascavel, no interior do Paraná, que reuniu os primeiros dados sobre os planos da facção. As ordens foram expedidas pela 9.ª Vara Federal de Curitiba.
A PF encontrou em um dos endereços alvo de busca e apreensão em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, um 'fundo falso' em uma parede de uma residência.
De acordo com a PF, o nome da operação, 'Sequaz', faz referência 'ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém'. O termo foi utilizado em razão do 'método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações as possíveis vítimas', diz a corporação.
Veja as imagens da operação