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‘Passarinheiros’ foram elo entre irmãos Brazão e matador de Marielle há 25 anos


Ronnie Lessa, ex-PM que executou vereadora e o motorista Anderson Gomes, diz que conheceu Domingos e Chiquinho Brazão via um miliciano que cavalgava no haras dos irmãos e um dono de criadouro de pássaros em Jacarepaguá ; ‘meu negócio era mais beber cerveja e jogar sinuca’

Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
O miliciano Macalé momentos antes de seu homicídio, em 2021 Foto: Polícia Federal

A relação entre os irmãos Brazão, apontados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, e o autor do crime, o ex-PM Ronnie Lessa começou 20 anos antes dos homicídios, em 1999. Em delação, o assassino narrou que conheceu Chiquinho e Domingos ‘em um ambiente de passarinho, cavalo e mata’, via Macalé, um miliciano próximo aos Brazão que era ‘passarinheiro nato’, e Santiago, dono de um criadouro em Jacarepaguá.

Segundo Lessa, o primeiro encontro com os Brazaõ se deu nesse ‘criatório de passarinhos, com a reprodução de curiós e bicudos’, na área da Chacrinha, na zona oeste do Rio. Lá morava ‘Santiago Gordo’, dono do criadouro, que morava a cerca de 50 metros do haras dos Brazão. Lessa tinha uma relação de proximidade com Santiago. Macalé também frequentava o local - sendo que, 18 anos depois, intermediou a suposta encomenda, pelos Brazão, do assassinato de Marielle.

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“Aquele ambiente ali de passarinho, cavalo e mata, porque é um lugar que se não tivesse favelizado era um lugar bonito, então aquele ambiente ali era uma coisa bacana até pra respirar, virou uma frequência. O Macalé, passarinheiro nato, eu me aventurava a ter um passarinho ou outro, mas meu negócio era mais beber cerveja e jogar sinuca e cerveja sempre gelada. Nesse ambiente eu conheci os Brazão, os rimãos, fui apresentado pelo Santiago nesse ambiente aí”, narrou.

Lessa indicou ainda que os laços foram ‘estreitados’ e eles passaram a jogar sinuca, mas ‘não periodicamente como fazia com Macalé e Santiago’. “A gente frequentava o mesmo ambiente, em frente o haras deles, menos de cinquenta metros, e logo na curva era a casa do Carlinhos, que era funcionário deles do haras. Esse era o ambiente ali, em volta das áreas que iriam ser exploradas”, indicou.

Segundo Lessa, Macalé era amigo dos Brazão, cavalgava com eles. “Macalé continuou nessa situação de passarinho desde sempre, e eu não, não tinha paciência para isso, eu não sabia nem limpar passarinho, as vezes ficava sujo”, narrou o ex-PM.

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A criação de passarinhos era um hobby compartilhado por Chiquinho e Macalé, segundo a Polícia Federal. A corporação destacou inclusive o vídeo que registrou o homicídio do miliciano, divulgado pelo Estadão. Na gravação, Macalé estava prestes a colocar em seu carro duas gaiolas de passarinho quando foi alvejado por tiros que culminaram em sua morte.

Com relação a Chiquinho, a PF destaca como o perfil do deputado nas redes sociais está vinculado a perfis de criatório de pássaros. Os investigadores citaram ainda um pronunciamento feito pelo deputado na Câmara em 2023, sobre a honra de receber o deputado estadual Marcelo Dino junto do presidente da Federação dos Ecos Passarinheiros.

Já quanto a Lessa e Domingos Brazão, a Polícia Federal não conseguiu provas os ligassem aos passarinhos, o que justificaria a baixa frequência do conselheiro do TCE do Rio nos eventos sobre o tema.

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De outro lado, a PF assentou que, apesar de não ser fanático pela criação de passarinhos, Lessa frequentava a casa de Santiago, com menos regularidade que Macalé e Chiquinho Brazão, para beber e jogar sinuca, por conta de seu estreito vínculo de amizade com o dono da casa.

“A relação de proximidade com Santiago não se espelhava na relação de Ronnie com os Irmãos Brazão, sobretudo em razão de seus encontros na Comandante Luís Souto serem esporádicos. Entretanto, conforme reconhecido por Lessa, quem mantinha uma próxima relação com o Clã Brazão era Macalé, o que converge, inclusive, para a necessidade de sua intermediação do negócio entre os mandantes e o sicário”, anotou a PF.

Santiago

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Em seu depoimento, o ex-PM ainda sugeriu aos investigadores da Operação Murder Inc. que conversassem com Dona Rose, mulher de Santiago. A Polícia Federal entendeu que as declarações dela iam de encontro aos relatos de Lessa.

Ela confirmou que Chiquinho Brazão frequentava sua cas por gostar de passarinhos e que seu marido - já falecido - frequentava o haras da família Brazão. Segundo ela, Santiago e Chiquinho eram muito próximos por serem ‘passarinheiros’.

Dona Rose narrou ainda que Macalé frequentava as reuniões de passarinho, e que sua rotweiller Jade não gostava dele. A mulher sustentou ainda que ‘não gostava das reuniões em razão dos assuntos que eram tratados, sempre com diversos palavrões etc.’.

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Sobre a relação entre Santiago e Lessa, Dona Rose narrou que seu marido e o ex-PM eram muito próximos, sendo que o primeiro convidou o hoje delator para sua festa de formatura no curso de Direito.

O miliciano Macalé momentos antes de seu homicídio, em 2021 Foto: Polícia Federal

A relação entre os irmãos Brazão, apontados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, e o autor do crime, o ex-PM Ronnie Lessa começou 20 anos antes dos homicídios, em 1999. Em delação, o assassino narrou que conheceu Chiquinho e Domingos ‘em um ambiente de passarinho, cavalo e mata’, via Macalé, um miliciano próximo aos Brazão que era ‘passarinheiro nato’, e Santiago, dono de um criadouro em Jacarepaguá.

Segundo Lessa, o primeiro encontro com os Brazaõ se deu nesse ‘criatório de passarinhos, com a reprodução de curiós e bicudos’, na área da Chacrinha, na zona oeste do Rio. Lá morava ‘Santiago Gordo’, dono do criadouro, que morava a cerca de 50 metros do haras dos Brazão. Lessa tinha uma relação de proximidade com Santiago. Macalé também frequentava o local - sendo que, 18 anos depois, intermediou a suposta encomenda, pelos Brazão, do assassinato de Marielle.

“Aquele ambiente ali de passarinho, cavalo e mata, porque é um lugar que se não tivesse favelizado era um lugar bonito, então aquele ambiente ali era uma coisa bacana até pra respirar, virou uma frequência. O Macalé, passarinheiro nato, eu me aventurava a ter um passarinho ou outro, mas meu negócio era mais beber cerveja e jogar sinuca e cerveja sempre gelada. Nesse ambiente eu conheci os Brazão, os rimãos, fui apresentado pelo Santiago nesse ambiente aí”, narrou.

Lessa indicou ainda que os laços foram ‘estreitados’ e eles passaram a jogar sinuca, mas ‘não periodicamente como fazia com Macalé e Santiago’. “A gente frequentava o mesmo ambiente, em frente o haras deles, menos de cinquenta metros, e logo na curva era a casa do Carlinhos, que era funcionário deles do haras. Esse era o ambiente ali, em volta das áreas que iriam ser exploradas”, indicou.

Segundo Lessa, Macalé era amigo dos Brazão, cavalgava com eles. “Macalé continuou nessa situação de passarinho desde sempre, e eu não, não tinha paciência para isso, eu não sabia nem limpar passarinho, as vezes ficava sujo”, narrou o ex-PM.

A criação de passarinhos era um hobby compartilhado por Chiquinho e Macalé, segundo a Polícia Federal. A corporação destacou inclusive o vídeo que registrou o homicídio do miliciano, divulgado pelo Estadão. Na gravação, Macalé estava prestes a colocar em seu carro duas gaiolas de passarinho quando foi alvejado por tiros que culminaram em sua morte.

Com relação a Chiquinho, a PF destaca como o perfil do deputado nas redes sociais está vinculado a perfis de criatório de pássaros. Os investigadores citaram ainda um pronunciamento feito pelo deputado na Câmara em 2023, sobre a honra de receber o deputado estadual Marcelo Dino junto do presidente da Federação dos Ecos Passarinheiros.

Já quanto a Lessa e Domingos Brazão, a Polícia Federal não conseguiu provas os ligassem aos passarinhos, o que justificaria a baixa frequência do conselheiro do TCE do Rio nos eventos sobre o tema.

De outro lado, a PF assentou que, apesar de não ser fanático pela criação de passarinhos, Lessa frequentava a casa de Santiago, com menos regularidade que Macalé e Chiquinho Brazão, para beber e jogar sinuca, por conta de seu estreito vínculo de amizade com o dono da casa.

“A relação de proximidade com Santiago não se espelhava na relação de Ronnie com os Irmãos Brazão, sobretudo em razão de seus encontros na Comandante Luís Souto serem esporádicos. Entretanto, conforme reconhecido por Lessa, quem mantinha uma próxima relação com o Clã Brazão era Macalé, o que converge, inclusive, para a necessidade de sua intermediação do negócio entre os mandantes e o sicário”, anotou a PF.

Santiago

Em seu depoimento, o ex-PM ainda sugeriu aos investigadores da Operação Murder Inc. que conversassem com Dona Rose, mulher de Santiago. A Polícia Federal entendeu que as declarações dela iam de encontro aos relatos de Lessa.

Ela confirmou que Chiquinho Brazão frequentava sua cas por gostar de passarinhos e que seu marido - já falecido - frequentava o haras da família Brazão. Segundo ela, Santiago e Chiquinho eram muito próximos por serem ‘passarinheiros’.

Dona Rose narrou ainda que Macalé frequentava as reuniões de passarinho, e que sua rotweiller Jade não gostava dele. A mulher sustentou ainda que ‘não gostava das reuniões em razão dos assuntos que eram tratados, sempre com diversos palavrões etc.’.

Sobre a relação entre Santiago e Lessa, Dona Rose narrou que seu marido e o ex-PM eram muito próximos, sendo que o primeiro convidou o hoje delator para sua festa de formatura no curso de Direito.

O miliciano Macalé momentos antes de seu homicídio, em 2021 Foto: Polícia Federal

A relação entre os irmãos Brazão, apontados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, e o autor do crime, o ex-PM Ronnie Lessa começou 20 anos antes dos homicídios, em 1999. Em delação, o assassino narrou que conheceu Chiquinho e Domingos ‘em um ambiente de passarinho, cavalo e mata’, via Macalé, um miliciano próximo aos Brazão que era ‘passarinheiro nato’, e Santiago, dono de um criadouro em Jacarepaguá.

Segundo Lessa, o primeiro encontro com os Brazaõ se deu nesse ‘criatório de passarinhos, com a reprodução de curiós e bicudos’, na área da Chacrinha, na zona oeste do Rio. Lá morava ‘Santiago Gordo’, dono do criadouro, que morava a cerca de 50 metros do haras dos Brazão. Lessa tinha uma relação de proximidade com Santiago. Macalé também frequentava o local - sendo que, 18 anos depois, intermediou a suposta encomenda, pelos Brazão, do assassinato de Marielle.

“Aquele ambiente ali de passarinho, cavalo e mata, porque é um lugar que se não tivesse favelizado era um lugar bonito, então aquele ambiente ali era uma coisa bacana até pra respirar, virou uma frequência. O Macalé, passarinheiro nato, eu me aventurava a ter um passarinho ou outro, mas meu negócio era mais beber cerveja e jogar sinuca e cerveja sempre gelada. Nesse ambiente eu conheci os Brazão, os rimãos, fui apresentado pelo Santiago nesse ambiente aí”, narrou.

Lessa indicou ainda que os laços foram ‘estreitados’ e eles passaram a jogar sinuca, mas ‘não periodicamente como fazia com Macalé e Santiago’. “A gente frequentava o mesmo ambiente, em frente o haras deles, menos de cinquenta metros, e logo na curva era a casa do Carlinhos, que era funcionário deles do haras. Esse era o ambiente ali, em volta das áreas que iriam ser exploradas”, indicou.

Segundo Lessa, Macalé era amigo dos Brazão, cavalgava com eles. “Macalé continuou nessa situação de passarinho desde sempre, e eu não, não tinha paciência para isso, eu não sabia nem limpar passarinho, as vezes ficava sujo”, narrou o ex-PM.

A criação de passarinhos era um hobby compartilhado por Chiquinho e Macalé, segundo a Polícia Federal. A corporação destacou inclusive o vídeo que registrou o homicídio do miliciano, divulgado pelo Estadão. Na gravação, Macalé estava prestes a colocar em seu carro duas gaiolas de passarinho quando foi alvejado por tiros que culminaram em sua morte.

Com relação a Chiquinho, a PF destaca como o perfil do deputado nas redes sociais está vinculado a perfis de criatório de pássaros. Os investigadores citaram ainda um pronunciamento feito pelo deputado na Câmara em 2023, sobre a honra de receber o deputado estadual Marcelo Dino junto do presidente da Federação dos Ecos Passarinheiros.

Já quanto a Lessa e Domingos Brazão, a Polícia Federal não conseguiu provas os ligassem aos passarinhos, o que justificaria a baixa frequência do conselheiro do TCE do Rio nos eventos sobre o tema.

De outro lado, a PF assentou que, apesar de não ser fanático pela criação de passarinhos, Lessa frequentava a casa de Santiago, com menos regularidade que Macalé e Chiquinho Brazão, para beber e jogar sinuca, por conta de seu estreito vínculo de amizade com o dono da casa.

“A relação de proximidade com Santiago não se espelhava na relação de Ronnie com os Irmãos Brazão, sobretudo em razão de seus encontros na Comandante Luís Souto serem esporádicos. Entretanto, conforme reconhecido por Lessa, quem mantinha uma próxima relação com o Clã Brazão era Macalé, o que converge, inclusive, para a necessidade de sua intermediação do negócio entre os mandantes e o sicário”, anotou a PF.

Santiago

Em seu depoimento, o ex-PM ainda sugeriu aos investigadores da Operação Murder Inc. que conversassem com Dona Rose, mulher de Santiago. A Polícia Federal entendeu que as declarações dela iam de encontro aos relatos de Lessa.

Ela confirmou que Chiquinho Brazão frequentava sua cas por gostar de passarinhos e que seu marido - já falecido - frequentava o haras da família Brazão. Segundo ela, Santiago e Chiquinho eram muito próximos por serem ‘passarinheiros’.

Dona Rose narrou ainda que Macalé frequentava as reuniões de passarinho, e que sua rotweiller Jade não gostava dele. A mulher sustentou ainda que ‘não gostava das reuniões em razão dos assuntos que eram tratados, sempre com diversos palavrões etc.’.

Sobre a relação entre Santiago e Lessa, Dona Rose narrou que seu marido e o ex-PM eram muito próximos, sendo que o primeiro convidou o hoje delator para sua festa de formatura no curso de Direito.

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