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‘Fantasmas’ e rachadinhas são práticas de corrupção mais repudiadas pelo eleitor, diz pesquisa


Levantamento do Instituto Não Aceito Corrupção mediu o grau de percepção e reprovação de diferentes práticas corruptas; tolerância da população é menor com desvios de políticos e agentes públicos

Por Rayssa Motta
Atualização:

Funcionários fantasma, rachadinha, nepotismo e compra de votos despontam como as práticas de corrupção mais repudiadas pelos brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Não Aceito Corrupção.

A corrupção aparece em oitavo lugar na lista de preocupações da população. Saúde, educação e segurança pública lideram o ranking.

Há uma variação geracional na percepção da corrupção. Com a idade, as pessoas parecem se tornar mais sensíveis ao tema, mostra o levantamento feito em parceria com a Agora Pesquisas. A preocupação também aumenta com a renda.

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A pesquisa buscou medir a aceitação de múltiplas práticas corruptas. Foram ouvidos 2026 eleitores, com idades entre 16 e 75 anos, de diferentes regiões, classes sociais e gêneros.

Os entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram que avaliar, com notas de 1 a 7, o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Quanto mais alta a nota, mais aceitável é a atitude (veja todos os cenários e médias de aprovação abaixo).

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As situações narradas aos entrevistados correspondem a uma lista de crimes – sonegação fiscal, peculato, nepotismo, falsidade ideológica, corrupção passiva, ativa e eleitoral, prevaricação, tráfico de influência, captação ilícita de votos, estelionato e furto.

Os exemplos foram pensados de acordo com quatro eixos de corrupção: de políticos e agentes públicos, de empresas, para obter benefícios pessoais e relacionados a serviços.

Os resultados mostram que a tolerância dos brasileiros é maior com atos de corrupção relacionados a serviços, como o pagamento de propina para se livrar de uma multa de trânsito. A maior reprovação envolve desvios da classe política.

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Para a cientista política Rita Biason, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretora do Instituto Não Aceito Corrupção, que participou da pesquisa, essa variação é decorrente da realidade econômica do País.

“Essa aceitação a determinadas práticas de corrupção vem de longa data, quando refere-se à possibilidade de socorrer determinado segmento da população”, explica.

“Tem relação com a carência e com a dificuldade de acesso a bens e serviços. Nós temos uma camada da população que não têm acesso a esses serviços, então isso se torna mais tolerável do que em relação ao político. Até porque o político tem um salário e um ganho a partir da arrecadação de impostos.”

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Compra de votos

Os entrevistados também foram questionados sobre a compra de votos. 62% disseram que conhecem alguém que trocou o voto por dinheiro e 54% relataram ter sofrido pelo menos uma tentativa direto de corrupção eleitoral nos últimos dez anos.

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O levantamento buscou mapear o preço médio do voto por região. Eis a conclusão:

  • Nordeste: R$ 124,62
  • Norte: R$ 138,83
  • Sudeste: R$ 139,58
  • Centro-Oeste: R$ 140,54
  • Sul: R$ 142,88

Para o Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção e procurador de Justiça em São Paulo, os dados evidenciam o desagio da Justiça Eleitoral no Brasil. “A compra de votos é algo real e concreto.”

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O procurador também acredita que o ranking das condutas de corrupção, de acordo com seu grau de reprovação, oferece uma pista importante para o poder público oferecer respostas à sociedade.

“Reafirma a importância de se dar respostas consistentes em relação a estes casos por parte do sistema de justiça, sob pena de agravar ainda mais o quadro de baixa credibilidade.”

Entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram que avaliar o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Foto: Reprodução/

Os cenários de corrupção da pesquisa e suas médias de aceitação:

  • Prevaricação: Um fiscal de trânsito relaxa a multa ao motorista por julgar que se trata de uma situação de emergência (ex: mulher dando a luz ou alguém passando mal) (5,2);
  • Corrupção passiva: Uma padaria ou restaurante convida policiais para refeições ou café de manhã cortesia (3,2);
  • Corrupção ativa: Um fornecedor aceita patrocinar eventos, como festas ou shows, em um hospital público a pedido do diretor do hospital (2,9);
  • Tráfico de influência: Um cidadão pede ajuda ao seu vizinho, que trabalha como servidor público, a fim de acelerar um processo (2,6);
  • Tráfico de influência: Um médico usa de sua influência para conseguir a internação da sua mãe doente em um hospital público (2,5);
  • Sonegação fiscal: Uma dona de casa não pede nota fiscal ou recibo para poder pagar menos por um produto ou serviço (2,4);
  • Furto: Cidadãos de bem que usam produtos ou serviços piratas (ex: “gatos” na rede elétrica ou na tv por assinatura) (2,3);
  • Corrupção ativa: Um vendedor ambulante sem licença consegue a liberação para trabalhar pagando um valor “mensal fixo” ao fiscal (2,3);
  • Sonegação fiscal: Uma grande empresa não declara receita para reduzir pagamento de impostos (2,1);
  • Corrupção ativa: Um comerciante paga anualmente um “extra por fora” para a fiscalização para poder manter seu negócio aberto (2,1);
  • Corrupção ativa: Uma empresa presenteia o diretor de um hospital público, como marketing para ser lembrada quando surgirem novos contratos (2,1);
  • Corrupção ativa: Um cidadão concorda em pagar uma “taxa de urgência” a funcionários públicos para acelerar o andamento dos processos em um órgão público (2,1);
  • Corrupção passiva: Um funcionário solicita um beneficio para favorecer um fornecedor durante um processo de licitação em um hospital (1,8);
  • Captação ilícita de sufrágio: Um candidato a vereador ou prefeito distribui remédios ou cestas básicas para a população pedindo em troca apoio na eleição (1,8);
  • Nepotismo: Um secretário municipal contrata, entre assessores de seu gabinete, alguns parentes de sua confiança (1,7);
  • Corrupção eleitoral: Um eleitor cobra apoio, serviços, materiais de construção, remédios ou até mesmo dinheiro para votar em um candidato (1,7);
  • Estelionato: Uma pessoa ou família recebe benefícios do governo, mesmo sabendo que não teria direito (Ex: Auxílio Emergencial ou Auxílio Brasil) (1,6);
  • Corrupção ativa: Um motorista oferece uma “ajuda financeira” ao guarda de trânsito para não ser multado (1,6);
  • Peculato: Um politico contrata um assessor, acordando que uma parte do salário do assessor será devolvido em dinheiro para o gabinete, em uma prática conhecida como “rachadinha” (1,4);
  • Falsidade ideológica: Alguém falsifica os documentos para obter algum tipo de vantagem (1,3);
  • Peculato: Um servidor público é nomeado para um cargo de confiança na prefeitura, recebe o salário todos os meses, mas nunca compareceu ao trabalho, conhecido como funcionário fantasma (1,2).

Funcionários fantasma, rachadinha, nepotismo e compra de votos despontam como as práticas de corrupção mais repudiadas pelos brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Não Aceito Corrupção.

A corrupção aparece em oitavo lugar na lista de preocupações da população. Saúde, educação e segurança pública lideram o ranking.

Há uma variação geracional na percepção da corrupção. Com a idade, as pessoas parecem se tornar mais sensíveis ao tema, mostra o levantamento feito em parceria com a Agora Pesquisas. A preocupação também aumenta com a renda.

A pesquisa buscou medir a aceitação de múltiplas práticas corruptas. Foram ouvidos 2026 eleitores, com idades entre 16 e 75 anos, de diferentes regiões, classes sociais e gêneros.

Os entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram que avaliar, com notas de 1 a 7, o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Quanto mais alta a nota, mais aceitável é a atitude (veja todos os cenários e médias de aprovação abaixo).

As situações narradas aos entrevistados correspondem a uma lista de crimes – sonegação fiscal, peculato, nepotismo, falsidade ideológica, corrupção passiva, ativa e eleitoral, prevaricação, tráfico de influência, captação ilícita de votos, estelionato e furto.

Os exemplos foram pensados de acordo com quatro eixos de corrupção: de políticos e agentes públicos, de empresas, para obter benefícios pessoais e relacionados a serviços.

Os resultados mostram que a tolerância dos brasileiros é maior com atos de corrupção relacionados a serviços, como o pagamento de propina para se livrar de uma multa de trânsito. A maior reprovação envolve desvios da classe política.

Para a cientista política Rita Biason, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretora do Instituto Não Aceito Corrupção, que participou da pesquisa, essa variação é decorrente da realidade econômica do País.

“Essa aceitação a determinadas práticas de corrupção vem de longa data, quando refere-se à possibilidade de socorrer determinado segmento da população”, explica.

“Tem relação com a carência e com a dificuldade de acesso a bens e serviços. Nós temos uma camada da população que não têm acesso a esses serviços, então isso se torna mais tolerável do que em relação ao político. Até porque o político tem um salário e um ganho a partir da arrecadação de impostos.”

Compra de votos

Os entrevistados também foram questionados sobre a compra de votos. 62% disseram que conhecem alguém que trocou o voto por dinheiro e 54% relataram ter sofrido pelo menos uma tentativa direto de corrupção eleitoral nos últimos dez anos.

O levantamento buscou mapear o preço médio do voto por região. Eis a conclusão:

  • Nordeste: R$ 124,62
  • Norte: R$ 138,83
  • Sudeste: R$ 139,58
  • Centro-Oeste: R$ 140,54
  • Sul: R$ 142,88

Para o Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção e procurador de Justiça em São Paulo, os dados evidenciam o desagio da Justiça Eleitoral no Brasil. “A compra de votos é algo real e concreto.”

O procurador também acredita que o ranking das condutas de corrupção, de acordo com seu grau de reprovação, oferece uma pista importante para o poder público oferecer respostas à sociedade.

“Reafirma a importância de se dar respostas consistentes em relação a estes casos por parte do sistema de justiça, sob pena de agravar ainda mais o quadro de baixa credibilidade.”

Entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram que avaliar o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Foto: Reprodução/

Os cenários de corrupção da pesquisa e suas médias de aceitação:

  • Prevaricação: Um fiscal de trânsito relaxa a multa ao motorista por julgar que se trata de uma situação de emergência (ex: mulher dando a luz ou alguém passando mal) (5,2);
  • Corrupção passiva: Uma padaria ou restaurante convida policiais para refeições ou café de manhã cortesia (3,2);
  • Corrupção ativa: Um fornecedor aceita patrocinar eventos, como festas ou shows, em um hospital público a pedido do diretor do hospital (2,9);
  • Tráfico de influência: Um cidadão pede ajuda ao seu vizinho, que trabalha como servidor público, a fim de acelerar um processo (2,6);
  • Tráfico de influência: Um médico usa de sua influência para conseguir a internação da sua mãe doente em um hospital público (2,5);
  • Sonegação fiscal: Uma dona de casa não pede nota fiscal ou recibo para poder pagar menos por um produto ou serviço (2,4);
  • Furto: Cidadãos de bem que usam produtos ou serviços piratas (ex: “gatos” na rede elétrica ou na tv por assinatura) (2,3);
  • Corrupção ativa: Um vendedor ambulante sem licença consegue a liberação para trabalhar pagando um valor “mensal fixo” ao fiscal (2,3);
  • Sonegação fiscal: Uma grande empresa não declara receita para reduzir pagamento de impostos (2,1);
  • Corrupção ativa: Um comerciante paga anualmente um “extra por fora” para a fiscalização para poder manter seu negócio aberto (2,1);
  • Corrupção ativa: Uma empresa presenteia o diretor de um hospital público, como marketing para ser lembrada quando surgirem novos contratos (2,1);
  • Corrupção ativa: Um cidadão concorda em pagar uma “taxa de urgência” a funcionários públicos para acelerar o andamento dos processos em um órgão público (2,1);
  • Corrupção passiva: Um funcionário solicita um beneficio para favorecer um fornecedor durante um processo de licitação em um hospital (1,8);
  • Captação ilícita de sufrágio: Um candidato a vereador ou prefeito distribui remédios ou cestas básicas para a população pedindo em troca apoio na eleição (1,8);
  • Nepotismo: Um secretário municipal contrata, entre assessores de seu gabinete, alguns parentes de sua confiança (1,7);
  • Corrupção eleitoral: Um eleitor cobra apoio, serviços, materiais de construção, remédios ou até mesmo dinheiro para votar em um candidato (1,7);
  • Estelionato: Uma pessoa ou família recebe benefícios do governo, mesmo sabendo que não teria direito (Ex: Auxílio Emergencial ou Auxílio Brasil) (1,6);
  • Corrupção ativa: Um motorista oferece uma “ajuda financeira” ao guarda de trânsito para não ser multado (1,6);
  • Peculato: Um politico contrata um assessor, acordando que uma parte do salário do assessor será devolvido em dinheiro para o gabinete, em uma prática conhecida como “rachadinha” (1,4);
  • Falsidade ideológica: Alguém falsifica os documentos para obter algum tipo de vantagem (1,3);
  • Peculato: Um servidor público é nomeado para um cargo de confiança na prefeitura, recebe o salário todos os meses, mas nunca compareceu ao trabalho, conhecido como funcionário fantasma (1,2).

Funcionários fantasma, rachadinha, nepotismo e compra de votos despontam como as práticas de corrupção mais repudiadas pelos brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Não Aceito Corrupção.

A corrupção aparece em oitavo lugar na lista de preocupações da população. Saúde, educação e segurança pública lideram o ranking.

Há uma variação geracional na percepção da corrupção. Com a idade, as pessoas parecem se tornar mais sensíveis ao tema, mostra o levantamento feito em parceria com a Agora Pesquisas. A preocupação também aumenta com a renda.

A pesquisa buscou medir a aceitação de múltiplas práticas corruptas. Foram ouvidos 2026 eleitores, com idades entre 16 e 75 anos, de diferentes regiões, classes sociais e gêneros.

Os entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram que avaliar, com notas de 1 a 7, o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Quanto mais alta a nota, mais aceitável é a atitude (veja todos os cenários e médias de aprovação abaixo).

As situações narradas aos entrevistados correspondem a uma lista de crimes – sonegação fiscal, peculato, nepotismo, falsidade ideológica, corrupção passiva, ativa e eleitoral, prevaricação, tráfico de influência, captação ilícita de votos, estelionato e furto.

Os exemplos foram pensados de acordo com quatro eixos de corrupção: de políticos e agentes públicos, de empresas, para obter benefícios pessoais e relacionados a serviços.

Os resultados mostram que a tolerância dos brasileiros é maior com atos de corrupção relacionados a serviços, como o pagamento de propina para se livrar de uma multa de trânsito. A maior reprovação envolve desvios da classe política.

Para a cientista política Rita Biason, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretora do Instituto Não Aceito Corrupção, que participou da pesquisa, essa variação é decorrente da realidade econômica do País.

“Essa aceitação a determinadas práticas de corrupção vem de longa data, quando refere-se à possibilidade de socorrer determinado segmento da população”, explica.

“Tem relação com a carência e com a dificuldade de acesso a bens e serviços. Nós temos uma camada da população que não têm acesso a esses serviços, então isso se torna mais tolerável do que em relação ao político. Até porque o político tem um salário e um ganho a partir da arrecadação de impostos.”

Compra de votos

Os entrevistados também foram questionados sobre a compra de votos. 62% disseram que conhecem alguém que trocou o voto por dinheiro e 54% relataram ter sofrido pelo menos uma tentativa direto de corrupção eleitoral nos últimos dez anos.

O levantamento buscou mapear o preço médio do voto por região. Eis a conclusão:

  • Nordeste: R$ 124,62
  • Norte: R$ 138,83
  • Sudeste: R$ 139,58
  • Centro-Oeste: R$ 140,54
  • Sul: R$ 142,88

Para o Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção e procurador de Justiça em São Paulo, os dados evidenciam o desagio da Justiça Eleitoral no Brasil. “A compra de votos é algo real e concreto.”

O procurador também acredita que o ranking das condutas de corrupção, de acordo com seu grau de reprovação, oferece uma pista importante para o poder público oferecer respostas à sociedade.

“Reafirma a importância de se dar respostas consistentes em relação a estes casos por parte do sistema de justiça, sob pena de agravar ainda mais o quadro de baixa credibilidade.”

Entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram que avaliar o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Foto: Reprodução/

Os cenários de corrupção da pesquisa e suas médias de aceitação:

  • Prevaricação: Um fiscal de trânsito relaxa a multa ao motorista por julgar que se trata de uma situação de emergência (ex: mulher dando a luz ou alguém passando mal) (5,2);
  • Corrupção passiva: Uma padaria ou restaurante convida policiais para refeições ou café de manhã cortesia (3,2);
  • Corrupção ativa: Um fornecedor aceita patrocinar eventos, como festas ou shows, em um hospital público a pedido do diretor do hospital (2,9);
  • Tráfico de influência: Um cidadão pede ajuda ao seu vizinho, que trabalha como servidor público, a fim de acelerar um processo (2,6);
  • Tráfico de influência: Um médico usa de sua influência para conseguir a internação da sua mãe doente em um hospital público (2,5);
  • Sonegação fiscal: Uma dona de casa não pede nota fiscal ou recibo para poder pagar menos por um produto ou serviço (2,4);
  • Furto: Cidadãos de bem que usam produtos ou serviços piratas (ex: “gatos” na rede elétrica ou na tv por assinatura) (2,3);
  • Corrupção ativa: Um vendedor ambulante sem licença consegue a liberação para trabalhar pagando um valor “mensal fixo” ao fiscal (2,3);
  • Sonegação fiscal: Uma grande empresa não declara receita para reduzir pagamento de impostos (2,1);
  • Corrupção ativa: Um comerciante paga anualmente um “extra por fora” para a fiscalização para poder manter seu negócio aberto (2,1);
  • Corrupção ativa: Uma empresa presenteia o diretor de um hospital público, como marketing para ser lembrada quando surgirem novos contratos (2,1);
  • Corrupção ativa: Um cidadão concorda em pagar uma “taxa de urgência” a funcionários públicos para acelerar o andamento dos processos em um órgão público (2,1);
  • Corrupção passiva: Um funcionário solicita um beneficio para favorecer um fornecedor durante um processo de licitação em um hospital (1,8);
  • Captação ilícita de sufrágio: Um candidato a vereador ou prefeito distribui remédios ou cestas básicas para a população pedindo em troca apoio na eleição (1,8);
  • Nepotismo: Um secretário municipal contrata, entre assessores de seu gabinete, alguns parentes de sua confiança (1,7);
  • Corrupção eleitoral: Um eleitor cobra apoio, serviços, materiais de construção, remédios ou até mesmo dinheiro para votar em um candidato (1,7);
  • Estelionato: Uma pessoa ou família recebe benefícios do governo, mesmo sabendo que não teria direito (Ex: Auxílio Emergencial ou Auxílio Brasil) (1,6);
  • Corrupção ativa: Um motorista oferece uma “ajuda financeira” ao guarda de trânsito para não ser multado (1,6);
  • Peculato: Um politico contrata um assessor, acordando que uma parte do salário do assessor será devolvido em dinheiro para o gabinete, em uma prática conhecida como “rachadinha” (1,4);
  • Falsidade ideológica: Alguém falsifica os documentos para obter algum tipo de vantagem (1,3);
  • Peculato: Um servidor público é nomeado para um cargo de confiança na prefeitura, recebe o salário todos os meses, mas nunca compareceu ao trabalho, conhecido como funcionário fantasma (1,2).

Funcionários fantasma, rachadinha, nepotismo e compra de votos despontam como as práticas de corrupção mais repudiadas pelos brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Não Aceito Corrupção.

A corrupção aparece em oitavo lugar na lista de preocupações da população. Saúde, educação e segurança pública lideram o ranking.

Há uma variação geracional na percepção da corrupção. Com a idade, as pessoas parecem se tornar mais sensíveis ao tema, mostra o levantamento feito em parceria com a Agora Pesquisas. A preocupação também aumenta com a renda.

A pesquisa buscou medir a aceitação de múltiplas práticas corruptas. Foram ouvidos 2026 eleitores, com idades entre 16 e 75 anos, de diferentes regiões, classes sociais e gêneros.

Os entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram que avaliar, com notas de 1 a 7, o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Quanto mais alta a nota, mais aceitável é a atitude (veja todos os cenários e médias de aprovação abaixo).

As situações narradas aos entrevistados correspondem a uma lista de crimes – sonegação fiscal, peculato, nepotismo, falsidade ideológica, corrupção passiva, ativa e eleitoral, prevaricação, tráfico de influência, captação ilícita de votos, estelionato e furto.

Os exemplos foram pensados de acordo com quatro eixos de corrupção: de políticos e agentes públicos, de empresas, para obter benefícios pessoais e relacionados a serviços.

Os resultados mostram que a tolerância dos brasileiros é maior com atos de corrupção relacionados a serviços, como o pagamento de propina para se livrar de uma multa de trânsito. A maior reprovação envolve desvios da classe política.

Para a cientista política Rita Biason, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretora do Instituto Não Aceito Corrupção, que participou da pesquisa, essa variação é decorrente da realidade econômica do País.

“Essa aceitação a determinadas práticas de corrupção vem de longa data, quando refere-se à possibilidade de socorrer determinado segmento da população”, explica.

“Tem relação com a carência e com a dificuldade de acesso a bens e serviços. Nós temos uma camada da população que não têm acesso a esses serviços, então isso se torna mais tolerável do que em relação ao político. Até porque o político tem um salário e um ganho a partir da arrecadação de impostos.”

Compra de votos

Os entrevistados também foram questionados sobre a compra de votos. 62% disseram que conhecem alguém que trocou o voto por dinheiro e 54% relataram ter sofrido pelo menos uma tentativa direto de corrupção eleitoral nos últimos dez anos.

O levantamento buscou mapear o preço médio do voto por região. Eis a conclusão:

  • Nordeste: R$ 124,62
  • Norte: R$ 138,83
  • Sudeste: R$ 139,58
  • Centro-Oeste: R$ 140,54
  • Sul: R$ 142,88

Para o Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção e procurador de Justiça em São Paulo, os dados evidenciam o desagio da Justiça Eleitoral no Brasil. “A compra de votos é algo real e concreto.”

O procurador também acredita que o ranking das condutas de corrupção, de acordo com seu grau de reprovação, oferece uma pista importante para o poder público oferecer respostas à sociedade.

“Reafirma a importância de se dar respostas consistentes em relação a estes casos por parte do sistema de justiça, sob pena de agravar ainda mais o quadro de baixa credibilidade.”

Entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram que avaliar o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Foto: Reprodução/

Os cenários de corrupção da pesquisa e suas médias de aceitação:

  • Prevaricação: Um fiscal de trânsito relaxa a multa ao motorista por julgar que se trata de uma situação de emergência (ex: mulher dando a luz ou alguém passando mal) (5,2);
  • Corrupção passiva: Uma padaria ou restaurante convida policiais para refeições ou café de manhã cortesia (3,2);
  • Corrupção ativa: Um fornecedor aceita patrocinar eventos, como festas ou shows, em um hospital público a pedido do diretor do hospital (2,9);
  • Tráfico de influência: Um cidadão pede ajuda ao seu vizinho, que trabalha como servidor público, a fim de acelerar um processo (2,6);
  • Tráfico de influência: Um médico usa de sua influência para conseguir a internação da sua mãe doente em um hospital público (2,5);
  • Sonegação fiscal: Uma dona de casa não pede nota fiscal ou recibo para poder pagar menos por um produto ou serviço (2,4);
  • Furto: Cidadãos de bem que usam produtos ou serviços piratas (ex: “gatos” na rede elétrica ou na tv por assinatura) (2,3);
  • Corrupção ativa: Um vendedor ambulante sem licença consegue a liberação para trabalhar pagando um valor “mensal fixo” ao fiscal (2,3);
  • Sonegação fiscal: Uma grande empresa não declara receita para reduzir pagamento de impostos (2,1);
  • Corrupção ativa: Um comerciante paga anualmente um “extra por fora” para a fiscalização para poder manter seu negócio aberto (2,1);
  • Corrupção ativa: Uma empresa presenteia o diretor de um hospital público, como marketing para ser lembrada quando surgirem novos contratos (2,1);
  • Corrupção ativa: Um cidadão concorda em pagar uma “taxa de urgência” a funcionários públicos para acelerar o andamento dos processos em um órgão público (2,1);
  • Corrupção passiva: Um funcionário solicita um beneficio para favorecer um fornecedor durante um processo de licitação em um hospital (1,8);
  • Captação ilícita de sufrágio: Um candidato a vereador ou prefeito distribui remédios ou cestas básicas para a população pedindo em troca apoio na eleição (1,8);
  • Nepotismo: Um secretário municipal contrata, entre assessores de seu gabinete, alguns parentes de sua confiança (1,7);
  • Corrupção eleitoral: Um eleitor cobra apoio, serviços, materiais de construção, remédios ou até mesmo dinheiro para votar em um candidato (1,7);
  • Estelionato: Uma pessoa ou família recebe benefícios do governo, mesmo sabendo que não teria direito (Ex: Auxílio Emergencial ou Auxílio Brasil) (1,6);
  • Corrupção ativa: Um motorista oferece uma “ajuda financeira” ao guarda de trânsito para não ser multado (1,6);
  • Peculato: Um politico contrata um assessor, acordando que uma parte do salário do assessor será devolvido em dinheiro para o gabinete, em uma prática conhecida como “rachadinha” (1,4);
  • Falsidade ideológica: Alguém falsifica os documentos para obter algum tipo de vantagem (1,3);
  • Peculato: Um servidor público é nomeado para um cargo de confiança na prefeitura, recebe o salário todos os meses, mas nunca compareceu ao trabalho, conhecido como funcionário fantasma (1,2).
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