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PF vê 'atuação orquestrada' de milícias digitais para promover ataques e fake news usando estrutura do 'gabinete do ódio'


Relatório parcial da investigação diz que organização criminosa investigada atua para promover desinformação e ataques com objetivo de 'obter vantagens para o próprio grupo ideológico e auferir lucros diretos ou indiretos'

Por Rayssa Motta/São Paulo e Weslley Galzo/Brasília

A Polícia Federal enviou nesta quinta-feira, 10, ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório parcial do inquérito das milícias digitais, que investiga aliados e apoiadores do governo, além do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), por ataques antidemocráticos e notícias falsas.

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A delegada federal Denisse Dias Rosas Ribeiro diz que os elementos colhidos até o momento corroboram a hipótese de uma 'atuação orquestrada' para promover desinformação e ataques contra adversários e instituições com objetivo de 'obter vantagens para o próprio grupo ideológico e auferir lucros diretos ou indiretos por canais diversos'.

"Para além de uma relação de causa e consequência e de suas repercussões criminais, o que distingue as condutas sob apuração da mera manifestação de opinião é o nítido propósito de manipular a audiência distorcendo dados, levando o público a erro e induzindo-o a aceitar como verdade aquilo que não possui lastro na realidade. Reforça essa afirmação a existência de informações indicadoras do uso de contas inautênticas automatizadas em massa (robots) para potencializar o alcance das mensagens difundidas", diz um trecho do documento.

 
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O modus operandi, segundo as conclusões parciais da PF, aponta para o uso da estrutura do chamado 'gabinete do ódio'.

Um dos exemplos citados no relatório é a campanha capitaneada pela militância bolsonarista em nome do tratamento precoce com medicamentos ineficazes contra a covid-19, como cloroquina e hidroxicloroquina, para tratar pacientes diagnosticados com a doença. A delegada também menciona a elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, 'inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar investigando todos'.

Na avaliação da delegada, novas diligências são necessárias para concluir a investigação. Até o momento, a PF identificou que a organização criminosa investigada age em quatro etapas: 1) eleição dos alvos; 2) preparação do conteúdo, separação de tarefas e definição dos canais usados para 'promover a amplificação do discurso'; 3) publicação simultânea de postagens com 'conteúdo ofensivo, inverídico e/ou deturpado'; 4) reverberação do conteúdo por meio da 'multiplicação cruzada das postagens por novas retransmissões'.

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Aberta em julho do ano passado, a investigação das milícias digitais nasceu derivada de outra frente de apuração contra aliados e apoiadores bolsonaristas: o inquérito dos atos antidemocráticos. Na ocasião, o caso precisou ser arquivado por determinação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Antes de encerrá-lo, porém, o ministro Alexandre de Moraes, na condição de relator, autorizou o intercâmbio de provas e mandou rastrear o que chamou de 'organização criminosa'.

A Polícia Federal enviou nesta quinta-feira, 10, ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório parcial do inquérito das milícias digitais, que investiga aliados e apoiadores do governo, além do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), por ataques antidemocráticos e notícias falsas.

A delegada federal Denisse Dias Rosas Ribeiro diz que os elementos colhidos até o momento corroboram a hipótese de uma 'atuação orquestrada' para promover desinformação e ataques contra adversários e instituições com objetivo de 'obter vantagens para o próprio grupo ideológico e auferir lucros diretos ou indiretos por canais diversos'.

"Para além de uma relação de causa e consequência e de suas repercussões criminais, o que distingue as condutas sob apuração da mera manifestação de opinião é o nítido propósito de manipular a audiência distorcendo dados, levando o público a erro e induzindo-o a aceitar como verdade aquilo que não possui lastro na realidade. Reforça essa afirmação a existência de informações indicadoras do uso de contas inautênticas automatizadas em massa (robots) para potencializar o alcance das mensagens difundidas", diz um trecho do documento.

 

O modus operandi, segundo as conclusões parciais da PF, aponta para o uso da estrutura do chamado 'gabinete do ódio'.

Um dos exemplos citados no relatório é a campanha capitaneada pela militância bolsonarista em nome do tratamento precoce com medicamentos ineficazes contra a covid-19, como cloroquina e hidroxicloroquina, para tratar pacientes diagnosticados com a doença. A delegada também menciona a elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, 'inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar investigando todos'.

Na avaliação da delegada, novas diligências são necessárias para concluir a investigação. Até o momento, a PF identificou que a organização criminosa investigada age em quatro etapas: 1) eleição dos alvos; 2) preparação do conteúdo, separação de tarefas e definição dos canais usados para 'promover a amplificação do discurso'; 3) publicação simultânea de postagens com 'conteúdo ofensivo, inverídico e/ou deturpado'; 4) reverberação do conteúdo por meio da 'multiplicação cruzada das postagens por novas retransmissões'.

Aberta em julho do ano passado, a investigação das milícias digitais nasceu derivada de outra frente de apuração contra aliados e apoiadores bolsonaristas: o inquérito dos atos antidemocráticos. Na ocasião, o caso precisou ser arquivado por determinação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Antes de encerrá-lo, porém, o ministro Alexandre de Moraes, na condição de relator, autorizou o intercâmbio de provas e mandou rastrear o que chamou de 'organização criminosa'.

A Polícia Federal enviou nesta quinta-feira, 10, ao Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório parcial do inquérito das milícias digitais, que investiga aliados e apoiadores do governo, além do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), por ataques antidemocráticos e notícias falsas.

A delegada federal Denisse Dias Rosas Ribeiro diz que os elementos colhidos até o momento corroboram a hipótese de uma 'atuação orquestrada' para promover desinformação e ataques contra adversários e instituições com objetivo de 'obter vantagens para o próprio grupo ideológico e auferir lucros diretos ou indiretos por canais diversos'.

"Para além de uma relação de causa e consequência e de suas repercussões criminais, o que distingue as condutas sob apuração da mera manifestação de opinião é o nítido propósito de manipular a audiência distorcendo dados, levando o público a erro e induzindo-o a aceitar como verdade aquilo que não possui lastro na realidade. Reforça essa afirmação a existência de informações indicadoras do uso de contas inautênticas automatizadas em massa (robots) para potencializar o alcance das mensagens difundidas", diz um trecho do documento.

 

O modus operandi, segundo as conclusões parciais da PF, aponta para o uso da estrutura do chamado 'gabinete do ódio'.

Um dos exemplos citados no relatório é a campanha capitaneada pela militância bolsonarista em nome do tratamento precoce com medicamentos ineficazes contra a covid-19, como cloroquina e hidroxicloroquina, para tratar pacientes diagnosticados com a doença. A delegada também menciona a elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, 'inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar investigando todos'.

Na avaliação da delegada, novas diligências são necessárias para concluir a investigação. Até o momento, a PF identificou que a organização criminosa investigada age em quatro etapas: 1) eleição dos alvos; 2) preparação do conteúdo, separação de tarefas e definição dos canais usados para 'promover a amplificação do discurso'; 3) publicação simultânea de postagens com 'conteúdo ofensivo, inverídico e/ou deturpado'; 4) reverberação do conteúdo por meio da 'multiplicação cruzada das postagens por novas retransmissões'.

Aberta em julho do ano passado, a investigação das milícias digitais nasceu derivada de outra frente de apuração contra aliados e apoiadores bolsonaristas: o inquérito dos atos antidemocráticos. Na ocasião, o caso precisou ser arquivado por determinação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Antes de encerrá-lo, porém, o ministro Alexandre de Moraes, na condição de relator, autorizou o intercâmbio de provas e mandou rastrear o que chamou de 'organização criminosa'.

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