A Polícia Federal esteve nesta manhã na residência de Joesley Batista, sócio do grupo que controla a JBS, dona da Friboi, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, onde cumpriu um mandado de busca e apreensão na Operação Sépsis, desdobramento da Lava Jato no Supremo que investiga as propinas pagas ao presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por empresas que receberam recursos do fundo FI-FGTS.
Além dele, imóveis do empresário Henrique Constantino, um dos donos da GOL, também foram alvo de mandados de busca e apreensão.
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A operação realizou buscas ainda na Eldorado, empresa da holding J&F, controladora da JBS, que fica no mesmo prédio da sede da Friboi em São Paulo, e na casa do lobista Milton Lyra. Ao todo foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, do lobista Lucio Bolonha Funaro, apontado pelo MPF como operador de Cunha, e 19 mandados de busca: 12 em São Paulo, 2 no Rio de Janeiro, 3 em Pernambuco e 2 no Distrito Federal.
A operação tem origem em duas delações premiadas: a do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e a do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello. Cleto afirma, em delação, que Eduardo Cunha ficou com 1% de negócio de R$ 940 milhões aprovado pelo FI-FGTS com a Eldorado.
Fabio Cleto contou que a negociação do aporte da Eldorado foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele por Funaro num jantar na casa do operador financeiro.
Além disso, o FI- FGTSpossuía, ao final do ano, passado R$ 1,149 bilhão em debêntures da Eldorado Brasil Celulose, conforme as demonstrações financeiras do fundo correspondente a 2015.
No demonstrativo financeiro citado consta que "os recursos captados por meio dessa emissão são destinados para o desenvolvimento do projeto de construção e implantação do tratamento de águas e efluentes relacionados ao projeto localizado na cidade de Três Lagoas-MS, bem como investimento em soluções para transporte rodoviário e hidroviário da emissora".
Nem Joesley Batista nem Henrique Constantino comentaram ainda a operação de hoje.
Pela manhã, a JBS se manifestou desta forma.
COM A PALAVRA, A JBS
COMUNICADO À IMPRENSA
JBS NÃO É ALVO DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL
São Paulo, 01 de julho de 2016 - A JBS comunica a seus acionistas e ao mercado em geral que, em relação às notícias veiculadas na data de hoje pela imprensa, a Companhia, bem como seus executivos, não é alvo e não está relacionada com a operação da Polícia Federal ocorrida na manhã de hoje.
COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE CONSTANTINO:
"A Via Rondon informa que, um de seus diretores, Henrique Constantino, foi procurado na manhã desta sexta-feira pelo MPF para apresentar a documentação pertinente a empréstimo tomado junto ao Fundo Investimentos FGTS, solicitação esta que foi prontamente atendida. Ressaltamos que a solicitação do MPF está relacionada unicamente com a Via Rondon e não possui qualquer relação com outras empresas da família Constantino."
COM A PALAVRA, A ELDORADO:
"A Eldorado confirma que a Polícia Federal realizou busca e apreensão em suas dependências em São Paulo na manhã de hoje. A companhia desconhece as razões e o objetivo desta ação e prestou todas as informações solicitadas. A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade. A companhia se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais. "