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PF investiga se juiz comprou fazenda de R$ 30 milhões e até avião com propina


Paulo Afonso de Oliveira, da 2.ª Vara Cível de Campo Grande, foi afastado do cargo na Operação Ultima Ratio sob suspeita de ligação com esquema de venda de sentenças; Estadão busca contato com magistrado

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

Além de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, um juiz de primeira instância também está na mira da Polícia Federal na Operação Última Ratio – investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças na Corte estadual. É Paulo Afonso de Oliveira, da 2.ª Vara Cível de Campo Grande, magistrado com duas décadas de carreira.

O Estadão busca contato com a defesa.

Um caso antigo, que já havia sido investigado administrativamente e dado como encerrado, colocou o juiz no centro das suspeitas de venda de sentenças.

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Em 2018, Paulo Afonso de Oliveira reconheceu uma dívida que nunca existiu, no valor de R$ 5 milhões, em nome de um engenheiro aposentado. Também mandou executar os bens e as contas bancárias dele para assegurar o pagamento. A decisão tomou como base notas promissórias falsas, ignorando alertas de fraude.

Posteriormente, ficou comprovado que o aposentado foi vítima de estelionatários, o que levou o juiz a reconhecer o “erro judicial”.

Para a Polícia Federal, houve mais do que um erro. Os investigadores da Operação Ultima Ratio estão convencidos de que o magistrado foi “corrompido” e de que esse não foi um caso “isolado”.

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O golpe no aposentado foi operado pela advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, que chegou a ser presa na investigação. Ela foi condenada na primeira e na segunda instâncias, mas conseguiu reverter a sentença no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base em um critério técnico. O STJ reconheceu que não existe o crime de “estelionato judiciário”.

Os juízes Paulo Afonso de Oliveira e Aldo Ferreira da Silva Júnior compartilharam titularidade de conta bancária. Foto: Reprodução/processo judicial

A advogada é casada com o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Mato Grosso do Sul por suspeita de corrupção.

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A Polícia Federal descobriu que os dois juízes, Paulo Afonso de Oliveira e Aldo Ferreira da Silva Júnior, têm amizade de longa data. Segundo a investigação, os dois chegaram a compartilhar a titularidade de uma conta no Banco do Brasil, entre 2003 e 2006.

Além da relação de “grande proximidade”, nas palavras da PF, outra descoberta em torno do processo chamou a atenção dos investigadores. Três dias após autorizar o saque de R$ 5 milhões do aposentado, o juiz recebeu em sua conta pessoal um depósito de R$ 100 mil em espécie. A origem e o portador do dinheiro ainda não foram identificados.

As movimentações financeiras do juiz Paulo Afonso de Oliveira também levantaram suspeitas de lavagem de dinheiro e sonegação. Segundo a PF, há registro de “movimentações vultosas em espécie” em um padrão “incomum para um servidor público”.

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“Considerando a dificuldade de contar altos valores, risco quanto à segurança, sendo prática geralmente adotada por quem deseja ocultar a origem ou o destino do dinheiro, indicando a possibilidade de ilicitude”, afirma a Polícia Federal na representação que desencadeou a Operação Ultima Ratio.

Escritura de apartamento do juiz Paulo Afonso de Oliveira, investigado na Operação Ultima Ratio. Foto: Reprodução/Processo judicial
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A PF decidiu analisar de perto o patrimônio do magistrado e identificou a compra de imóveis e até de uma aeronave com dinheiro vivo. Os bens teriam sido declarados à Receita Federal por valores menores do que efetivamente valem.

Um dos bens é um apartamento em Campo Grande, que segundo a escritura vale R$ 943 mil. Em 2017, o juiz declarou ter pago R$ 580 mil no imóvel.

A Fazenda Recanto da Serra, propriedade de 1.030 hectares em Miranda, a 200 quilômetros de Campo Grande, também compõe o patrimônio do magistrado. Ele declarou ter comprado a fazenda por R$ 700 mil em 2008. Segundo a PF, a propriedade vale pelo menos R$ 30 milhões e pode custar até R$ 70 milhões.

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Outro bem declarado é um monomotor, modelo Cessna 182 Skylane. Paulo Afonso alega que pagou R$ 100 mil pela cota da aeronave, mas a Polícia Federal afirma que o modelo custa no mínimo R$ 750 mil.

Aeronave comprada pelo juiz vale mais do que valor declarado, segundo a PF. Foto: Reprodução/processo judicial

Paulo Afonso declarou salário mensal médio de R$ 69,8 mil entre 2016 e 2019. Com rendimentos totais de R$ 3.353.840,65 no período, ele ainda declarou rendimentos de R$ 688,7 mil com a atividade agropecuária.

As suspeitas levaram o STJ a afastar o juiz das funções.

COM A PALAVRA, O JUIZ PAULO AFONSO DE OLIVEIRA

A reportagem busca contato com o magistrado. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com, fausto.macedo@estadao.com).

Além de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, um juiz de primeira instância também está na mira da Polícia Federal na Operação Última Ratio – investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças na Corte estadual. É Paulo Afonso de Oliveira, da 2.ª Vara Cível de Campo Grande, magistrado com duas décadas de carreira.

O Estadão busca contato com a defesa.

Um caso antigo, que já havia sido investigado administrativamente e dado como encerrado, colocou o juiz no centro das suspeitas de venda de sentenças.

Em 2018, Paulo Afonso de Oliveira reconheceu uma dívida que nunca existiu, no valor de R$ 5 milhões, em nome de um engenheiro aposentado. Também mandou executar os bens e as contas bancárias dele para assegurar o pagamento. A decisão tomou como base notas promissórias falsas, ignorando alertas de fraude.

Posteriormente, ficou comprovado que o aposentado foi vítima de estelionatários, o que levou o juiz a reconhecer o “erro judicial”.

Para a Polícia Federal, houve mais do que um erro. Os investigadores da Operação Ultima Ratio estão convencidos de que o magistrado foi “corrompido” e de que esse não foi um caso “isolado”.

O golpe no aposentado foi operado pela advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, que chegou a ser presa na investigação. Ela foi condenada na primeira e na segunda instâncias, mas conseguiu reverter a sentença no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base em um critério técnico. O STJ reconheceu que não existe o crime de “estelionato judiciário”.

Os juízes Paulo Afonso de Oliveira e Aldo Ferreira da Silva Júnior compartilharam titularidade de conta bancária. Foto: Reprodução/processo judicial

A advogada é casada com o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Mato Grosso do Sul por suspeita de corrupção.

A Polícia Federal descobriu que os dois juízes, Paulo Afonso de Oliveira e Aldo Ferreira da Silva Júnior, têm amizade de longa data. Segundo a investigação, os dois chegaram a compartilhar a titularidade de uma conta no Banco do Brasil, entre 2003 e 2006.

Além da relação de “grande proximidade”, nas palavras da PF, outra descoberta em torno do processo chamou a atenção dos investigadores. Três dias após autorizar o saque de R$ 5 milhões do aposentado, o juiz recebeu em sua conta pessoal um depósito de R$ 100 mil em espécie. A origem e o portador do dinheiro ainda não foram identificados.

As movimentações financeiras do juiz Paulo Afonso de Oliveira também levantaram suspeitas de lavagem de dinheiro e sonegação. Segundo a PF, há registro de “movimentações vultosas em espécie” em um padrão “incomum para um servidor público”.

“Considerando a dificuldade de contar altos valores, risco quanto à segurança, sendo prática geralmente adotada por quem deseja ocultar a origem ou o destino do dinheiro, indicando a possibilidade de ilicitude”, afirma a Polícia Federal na representação que desencadeou a Operação Ultima Ratio.

Escritura de apartamento do juiz Paulo Afonso de Oliveira, investigado na Operação Ultima Ratio. Foto: Reprodução/Processo judicial

A PF decidiu analisar de perto o patrimônio do magistrado e identificou a compra de imóveis e até de uma aeronave com dinheiro vivo. Os bens teriam sido declarados à Receita Federal por valores menores do que efetivamente valem.

Um dos bens é um apartamento em Campo Grande, que segundo a escritura vale R$ 943 mil. Em 2017, o juiz declarou ter pago R$ 580 mil no imóvel.

A Fazenda Recanto da Serra, propriedade de 1.030 hectares em Miranda, a 200 quilômetros de Campo Grande, também compõe o patrimônio do magistrado. Ele declarou ter comprado a fazenda por R$ 700 mil em 2008. Segundo a PF, a propriedade vale pelo menos R$ 30 milhões e pode custar até R$ 70 milhões.

Outro bem declarado é um monomotor, modelo Cessna 182 Skylane. Paulo Afonso alega que pagou R$ 100 mil pela cota da aeronave, mas a Polícia Federal afirma que o modelo custa no mínimo R$ 750 mil.

Aeronave comprada pelo juiz vale mais do que valor declarado, segundo a PF. Foto: Reprodução/processo judicial

Paulo Afonso declarou salário mensal médio de R$ 69,8 mil entre 2016 e 2019. Com rendimentos totais de R$ 3.353.840,65 no período, ele ainda declarou rendimentos de R$ 688,7 mil com a atividade agropecuária.

As suspeitas levaram o STJ a afastar o juiz das funções.

COM A PALAVRA, O JUIZ PAULO AFONSO DE OLIVEIRA

A reportagem busca contato com o magistrado. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com, fausto.macedo@estadao.com).

Além de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, um juiz de primeira instância também está na mira da Polícia Federal na Operação Última Ratio – investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças na Corte estadual. É Paulo Afonso de Oliveira, da 2.ª Vara Cível de Campo Grande, magistrado com duas décadas de carreira.

O Estadão busca contato com a defesa.

Um caso antigo, que já havia sido investigado administrativamente e dado como encerrado, colocou o juiz no centro das suspeitas de venda de sentenças.

Em 2018, Paulo Afonso de Oliveira reconheceu uma dívida que nunca existiu, no valor de R$ 5 milhões, em nome de um engenheiro aposentado. Também mandou executar os bens e as contas bancárias dele para assegurar o pagamento. A decisão tomou como base notas promissórias falsas, ignorando alertas de fraude.

Posteriormente, ficou comprovado que o aposentado foi vítima de estelionatários, o que levou o juiz a reconhecer o “erro judicial”.

Para a Polícia Federal, houve mais do que um erro. Os investigadores da Operação Ultima Ratio estão convencidos de que o magistrado foi “corrompido” e de que esse não foi um caso “isolado”.

O golpe no aposentado foi operado pela advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, que chegou a ser presa na investigação. Ela foi condenada na primeira e na segunda instâncias, mas conseguiu reverter a sentença no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base em um critério técnico. O STJ reconheceu que não existe o crime de “estelionato judiciário”.

Os juízes Paulo Afonso de Oliveira e Aldo Ferreira da Silva Júnior compartilharam titularidade de conta bancária. Foto: Reprodução/processo judicial

A advogada é casada com o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Mato Grosso do Sul por suspeita de corrupção.

A Polícia Federal descobriu que os dois juízes, Paulo Afonso de Oliveira e Aldo Ferreira da Silva Júnior, têm amizade de longa data. Segundo a investigação, os dois chegaram a compartilhar a titularidade de uma conta no Banco do Brasil, entre 2003 e 2006.

Além da relação de “grande proximidade”, nas palavras da PF, outra descoberta em torno do processo chamou a atenção dos investigadores. Três dias após autorizar o saque de R$ 5 milhões do aposentado, o juiz recebeu em sua conta pessoal um depósito de R$ 100 mil em espécie. A origem e o portador do dinheiro ainda não foram identificados.

As movimentações financeiras do juiz Paulo Afonso de Oliveira também levantaram suspeitas de lavagem de dinheiro e sonegação. Segundo a PF, há registro de “movimentações vultosas em espécie” em um padrão “incomum para um servidor público”.

“Considerando a dificuldade de contar altos valores, risco quanto à segurança, sendo prática geralmente adotada por quem deseja ocultar a origem ou o destino do dinheiro, indicando a possibilidade de ilicitude”, afirma a Polícia Federal na representação que desencadeou a Operação Ultima Ratio.

Escritura de apartamento do juiz Paulo Afonso de Oliveira, investigado na Operação Ultima Ratio. Foto: Reprodução/Processo judicial

A PF decidiu analisar de perto o patrimônio do magistrado e identificou a compra de imóveis e até de uma aeronave com dinheiro vivo. Os bens teriam sido declarados à Receita Federal por valores menores do que efetivamente valem.

Um dos bens é um apartamento em Campo Grande, que segundo a escritura vale R$ 943 mil. Em 2017, o juiz declarou ter pago R$ 580 mil no imóvel.

A Fazenda Recanto da Serra, propriedade de 1.030 hectares em Miranda, a 200 quilômetros de Campo Grande, também compõe o patrimônio do magistrado. Ele declarou ter comprado a fazenda por R$ 700 mil em 2008. Segundo a PF, a propriedade vale pelo menos R$ 30 milhões e pode custar até R$ 70 milhões.

Outro bem declarado é um monomotor, modelo Cessna 182 Skylane. Paulo Afonso alega que pagou R$ 100 mil pela cota da aeronave, mas a Polícia Federal afirma que o modelo custa no mínimo R$ 750 mil.

Aeronave comprada pelo juiz vale mais do que valor declarado, segundo a PF. Foto: Reprodução/processo judicial

Paulo Afonso declarou salário mensal médio de R$ 69,8 mil entre 2016 e 2019. Com rendimentos totais de R$ 3.353.840,65 no período, ele ainda declarou rendimentos de R$ 688,7 mil com a atividade agropecuária.

As suspeitas levaram o STJ a afastar o juiz das funções.

COM A PALAVRA, O JUIZ PAULO AFONSO DE OLIVEIRA

A reportagem busca contato com o magistrado. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com, fausto.macedo@estadao.com).

Além de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, um juiz de primeira instância também está na mira da Polícia Federal na Operação Última Ratio – investigação sobre suposto esquema de venda de sentenças na Corte estadual. É Paulo Afonso de Oliveira, da 2.ª Vara Cível de Campo Grande, magistrado com duas décadas de carreira.

O Estadão busca contato com a defesa.

Um caso antigo, que já havia sido investigado administrativamente e dado como encerrado, colocou o juiz no centro das suspeitas de venda de sentenças.

Em 2018, Paulo Afonso de Oliveira reconheceu uma dívida que nunca existiu, no valor de R$ 5 milhões, em nome de um engenheiro aposentado. Também mandou executar os bens e as contas bancárias dele para assegurar o pagamento. A decisão tomou como base notas promissórias falsas, ignorando alertas de fraude.

Posteriormente, ficou comprovado que o aposentado foi vítima de estelionatários, o que levou o juiz a reconhecer o “erro judicial”.

Para a Polícia Federal, houve mais do que um erro. Os investigadores da Operação Ultima Ratio estão convencidos de que o magistrado foi “corrompido” e de que esse não foi um caso “isolado”.

O golpe no aposentado foi operado pela advogada Emmanuelle Alves Ferreira da Silva, que chegou a ser presa na investigação. Ela foi condenada na primeira e na segunda instâncias, mas conseguiu reverter a sentença no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com base em um critério técnico. O STJ reconheceu que não existe o crime de “estelionato judiciário”.

Os juízes Paulo Afonso de Oliveira e Aldo Ferreira da Silva Júnior compartilharam titularidade de conta bancária. Foto: Reprodução/processo judicial

A advogada é casada com o juiz Aldo Ferreira da Silva Júnior, aposentado compulsoriamente pelo Tribunal de Mato Grosso do Sul por suspeita de corrupção.

A Polícia Federal descobriu que os dois juízes, Paulo Afonso de Oliveira e Aldo Ferreira da Silva Júnior, têm amizade de longa data. Segundo a investigação, os dois chegaram a compartilhar a titularidade de uma conta no Banco do Brasil, entre 2003 e 2006.

Além da relação de “grande proximidade”, nas palavras da PF, outra descoberta em torno do processo chamou a atenção dos investigadores. Três dias após autorizar o saque de R$ 5 milhões do aposentado, o juiz recebeu em sua conta pessoal um depósito de R$ 100 mil em espécie. A origem e o portador do dinheiro ainda não foram identificados.

As movimentações financeiras do juiz Paulo Afonso de Oliveira também levantaram suspeitas de lavagem de dinheiro e sonegação. Segundo a PF, há registro de “movimentações vultosas em espécie” em um padrão “incomum para um servidor público”.

“Considerando a dificuldade de contar altos valores, risco quanto à segurança, sendo prática geralmente adotada por quem deseja ocultar a origem ou o destino do dinheiro, indicando a possibilidade de ilicitude”, afirma a Polícia Federal na representação que desencadeou a Operação Ultima Ratio.

Escritura de apartamento do juiz Paulo Afonso de Oliveira, investigado na Operação Ultima Ratio. Foto: Reprodução/Processo judicial

A PF decidiu analisar de perto o patrimônio do magistrado e identificou a compra de imóveis e até de uma aeronave com dinheiro vivo. Os bens teriam sido declarados à Receita Federal por valores menores do que efetivamente valem.

Um dos bens é um apartamento em Campo Grande, que segundo a escritura vale R$ 943 mil. Em 2017, o juiz declarou ter pago R$ 580 mil no imóvel.

A Fazenda Recanto da Serra, propriedade de 1.030 hectares em Miranda, a 200 quilômetros de Campo Grande, também compõe o patrimônio do magistrado. Ele declarou ter comprado a fazenda por R$ 700 mil em 2008. Segundo a PF, a propriedade vale pelo menos R$ 30 milhões e pode custar até R$ 70 milhões.

Outro bem declarado é um monomotor, modelo Cessna 182 Skylane. Paulo Afonso alega que pagou R$ 100 mil pela cota da aeronave, mas a Polícia Federal afirma que o modelo custa no mínimo R$ 750 mil.

Aeronave comprada pelo juiz vale mais do que valor declarado, segundo a PF. Foto: Reprodução/processo judicial

Paulo Afonso declarou salário mensal médio de R$ 69,8 mil entre 2016 e 2019. Com rendimentos totais de R$ 3.353.840,65 no período, ele ainda declarou rendimentos de R$ 688,7 mil com a atividade agropecuária.

As suspeitas levaram o STJ a afastar o juiz das funções.

COM A PALAVRA, O JUIZ PAULO AFONSO DE OLIVEIRA

A reportagem busca contato com o magistrado. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com, fausto.macedo@estadao.com).

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