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PF vai investigar se Bolsonaro tentou se antecipar a pedido de prisão ao passar 2 dias em embaixada


Ex-presidente se hospedou entre 12 e 14 de fevereiro na Embaixada da Hungria, após ter sido obrigado pelo STF a entregar passaportes; defesa nega que visita tenha relação com busca por asilo político

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

A Polícia Federal (PF) vai investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou articular alguma manobra diplomática para evitar ser preso no inquérito que apura uma tentativa de golpe. As suspeitas surgiram depois que Bolsonaro admitiu ter passado dois dias na Embaixada da Hungria em Brasília, entre 12 e 14 de fevereiro, após ter sido obrigado a entregar os passaportes na investigação. A revelação foi feita pelo jornal americano New York Times.

Os policiais federais querem saber se Bolsonaro pediu asilo político, o que a defesa do ex-presidente nega. Os advogados alegam que ele esteve no prédio para “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

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A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, sustenta a defesa do ex-presidente.

Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após ter passaporte apreendido, diz NYT. Foto: REPRODUÇÃO / NYT
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O embaixador da Hungria e o próprio Bolsonaro devem ser intimados a prestar depoimento. O diplomata deve ser ouvido na qualidade de testemunha. Nesse caso, por ter imunidade diplomática, não é obrigado a comparecer.

Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que o ex-presidente pode ser preso preventivamente na investigação se ficar comprovado que ele tentou se antecipar a um eventual mandado de prisão, o que poderia configurar uma tentativa de impedir a aplicação da lei penal.

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As embaixadas têm o status de território diplomático, o que significa que qualquer decisão judicial, inclusive do STF, precisa de autorização do país que representam para ser cumprida nos limites do prédio.

Bolsonaro é investigado por suspeita de montar um plano golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, atribuiu ao ex-presidente a articulação de reuniões com comandantes das Forças Armadas para discutir “hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral”.

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O ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, também relatou à Polícia Federal que Bolsonaro aventou a possibilidade de golpe. Em outro trecho do depoimento, afirmou que se retirou de uma reunião com o ex-presidente e se recusou a receber uma proposta de decreto golpista.

Além dos depoimentos, outro indício complica a situação do ex-presidente: um áudio enviado por Mauro Cid que sugere que Bolsonaro ajudou a redigir e editar uma minuta de golpe.

A Polícia Federal (PF) vai investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou articular alguma manobra diplomática para evitar ser preso no inquérito que apura uma tentativa de golpe. As suspeitas surgiram depois que Bolsonaro admitiu ter passado dois dias na Embaixada da Hungria em Brasília, entre 12 e 14 de fevereiro, após ter sido obrigado a entregar os passaportes na investigação. A revelação foi feita pelo jornal americano New York Times.

Os policiais federais querem saber se Bolsonaro pediu asilo político, o que a defesa do ex-presidente nega. Os advogados alegam que ele esteve no prédio para “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, sustenta a defesa do ex-presidente.

Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após ter passaporte apreendido, diz NYT. Foto: REPRODUÇÃO / NYT

O embaixador da Hungria e o próprio Bolsonaro devem ser intimados a prestar depoimento. O diplomata deve ser ouvido na qualidade de testemunha. Nesse caso, por ter imunidade diplomática, não é obrigado a comparecer.

Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que o ex-presidente pode ser preso preventivamente na investigação se ficar comprovado que ele tentou se antecipar a um eventual mandado de prisão, o que poderia configurar uma tentativa de impedir a aplicação da lei penal.

As embaixadas têm o status de território diplomático, o que significa que qualquer decisão judicial, inclusive do STF, precisa de autorização do país que representam para ser cumprida nos limites do prédio.

Bolsonaro é investigado por suspeita de montar um plano golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, atribuiu ao ex-presidente a articulação de reuniões com comandantes das Forças Armadas para discutir “hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral”.

O ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, também relatou à Polícia Federal que Bolsonaro aventou a possibilidade de golpe. Em outro trecho do depoimento, afirmou que se retirou de uma reunião com o ex-presidente e se recusou a receber uma proposta de decreto golpista.

Além dos depoimentos, outro indício complica a situação do ex-presidente: um áudio enviado por Mauro Cid que sugere que Bolsonaro ajudou a redigir e editar uma minuta de golpe.

A Polícia Federal (PF) vai investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou articular alguma manobra diplomática para evitar ser preso no inquérito que apura uma tentativa de golpe. As suspeitas surgiram depois que Bolsonaro admitiu ter passado dois dias na Embaixada da Hungria em Brasília, entre 12 e 14 de fevereiro, após ter sido obrigado a entregar os passaportes na investigação. A revelação foi feita pelo jornal americano New York Times.

Os policiais federais querem saber se Bolsonaro pediu asilo político, o que a defesa do ex-presidente nega. Os advogados alegam que ele esteve no prédio para “manter contatos com autoridades do país” e atualizar os representantes húngaros sobre o “cenário político das duas nações”.

A casa de Bolsonaro no bairro Jardim Botânico, em Brasília, fica a 12 quilômetros da embaixada húngara. A distância pode ser percorrida de carro em 16 minutos, segundo estimativa do Google.

“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, sustenta a defesa do ex-presidente.

Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após ter passaporte apreendido, diz NYT. Foto: REPRODUÇÃO / NYT

O embaixador da Hungria e o próprio Bolsonaro devem ser intimados a prestar depoimento. O diplomata deve ser ouvido na qualidade de testemunha. Nesse caso, por ter imunidade diplomática, não é obrigado a comparecer.

Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que o ex-presidente pode ser preso preventivamente na investigação se ficar comprovado que ele tentou se antecipar a um eventual mandado de prisão, o que poderia configurar uma tentativa de impedir a aplicação da lei penal.

As embaixadas têm o status de território diplomático, o que significa que qualquer decisão judicial, inclusive do STF, precisa de autorização do país que representam para ser cumprida nos limites do prédio.

Bolsonaro é investigado por suspeita de montar um plano golpista para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, atribuiu ao ex-presidente a articulação de reuniões com comandantes das Forças Armadas para discutir “hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral”.

O ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, também relatou à Polícia Federal que Bolsonaro aventou a possibilidade de golpe. Em outro trecho do depoimento, afirmou que se retirou de uma reunião com o ex-presidente e se recusou a receber uma proposta de decreto golpista.

Além dos depoimentos, outro indício complica a situação do ex-presidente: um áudio enviado por Mauro Cid que sugere que Bolsonaro ajudou a redigir e editar uma minuta de golpe.

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