Relatório da Polícia Federal, elaborado em 2016, no âmbito da Operação Lava Jato, mostra imagens do interior do triplex 164-A, no Guarujá, litoral de São Paulo. O imóvel foi o pivô da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1.ª instância, por corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz federal Sérgio Moro impôs ao petista uma pena de nove anos e seis meses de prisão, em julho de 2017.
Documento
O TRIPLEXO documento indica que 'a unidade 164-A do condomínio Solaris foi reformada depois da conclusão do edifício'.
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A Lava Jato atribui a Lula a propriedade do triplex. O petista, que nega ser o dono do imóvel, foi condenado por supostamente receber propinas da empreiteira OAS por meio de obras de ampliação e melhorias do apartamento do Guarujá.
Nesta quarta-feira, 24, os recursos de Lula e de outros seis condenados na ação penal do triplex - inclusive o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro - serão julgados pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), o Tribunal da Lava Jato.
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O relatório da perícia da PF identificou 'um elevador interno privativo' que percorre os três andares do imóvel e que 'não consta no projeto original do apartamento e não é verificado nas demais unidades triplex vistoriadas'.
"Há ainda restos de materiais de construção no interior do apartamento 164-A, que também aponta para ocorrência de reforma no local depois da entrega do edifício", afirmou a PF na época.
"O imóvel examinado tem leiautes diferentes dos projetados e também dos de outras unidades triplex do mesmo edifício que, por estarem abertas e sendo também submetidas a obras de reforma, puderam ser vistoriadas pelos signatários."
A PF identificou ainda que havia no 164-A móveis novos e fabricados sob medida. Segundo o relatório, 'foram mobiliados a cozinha, a área de serviço, quatro dormitórios, dois banheiros e um lavabo e a churrasqueira'.
Os peritos destacaram, na época, 'o precário estado de conservação do imóvel'.
"Durante a vistoria puderam ser observados diversos pontos de infiltração, tanto pela cobertura da laje impermeabilizada quanto pela porta do elevador no último pavimento", destaca o relatório.