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Por que não é fácil aceitarmos que não somos líderes perfeitos?


Por Renata Rivetti
Renata Rivetti. FOTO: FLAVIO TEPERMAN Foto: Estadão

Após analisar 180 times de engenharia e de vendas para um projeto intitulado de "Aristóteles", pesquisadores do Google concluíram que, para montar um time produtivo é mais importante como as pessoas trabalham em conjunto do que as suas habilidades individuais - assim como disse o filósofo: "o todo é maior do que a soma de suas partes". E que o principal fator para equipes produtivas é a segurança psicológica.

Segurança psicológica é quando o time se sente seguro para se expressar, correr riscos e compartilhar pensamentos sem medo de ser julgado, punido ou constrangido. Amy Edmondson, professora de Harvard especialista no assunto, cita exemplos das consequências desastrosas de times que não sentem a segurança psicológica e que, por isso, se mantêm em silêncio mesmo estando certos.

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Este é o caso de uma enfermeira que teve a percepção de que a dosagem do medicamento de um paciente estava alta, porém, estava sozinha no plantão e teve medo de ligar para o médico para checar a dosagem. Isso ocorreu, pois ela lembrou de outros momentos em que ligou para tirar dúvidas e seu superior reagiu de forma reativa, criticando e julgando suas decisões. Sendo assim, ela não ligou, mesmo estando certa. Outro caso é de um co-piloto que percebe que o piloto está errado, mas também não se sente à vontade para falar. Imaginem as consequências dessas duas situações de silêncio por medo?

Mas por que isso acontece? Por que, muitas vezes, os líderes não conseguem enxergar que a sua equipe não se sente segura para se expressar? E por que é tão difícil estes mesmos líderes assumirem as suas vulnerabilidades, sem fechar os olhos para os sentimentos de suas equipes?

Em muitos workshops percebo que as pessoas que ocupam altos cargos têm resistência em entender que as suas equipes podem sim ter medo de se expressar.

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Nesse contexto, quantas pessoas deixam de contar problemas pessoais para os líderes por medo de serem julgados? Ou de compartilharem ideias por acharem que não serão ouvidos? Ou até de assumirem quem são, vestindo máscaras sociais para agradar o líder?

A verdade é que, estes líderes muitas vezes não percebem isso. Não percebem que nunca tiveram uma escuta empática com as pessoas de sua equipe. Nunca perguntaram como eles se sentem e nunca se mostraram vulneráveis. Talvez por falta de tempo ou por achar que são ótimos líderes por, mensalmente, atingirem as metas da área.

E assim esquecem pontos essenciais da liderança, que são: criar ambientes seguros, relações empáticas e profundas, além de dar bons exemplos como profissionais e mostrar que, além de líderes, são seres humanos - que devem ajudar o time a encontrar seu máximo potencial e a se desenvolverem.

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Ser líder não é apenas bater metas e delegar tarefas. E está mais do que na hora de assumirmos que as nossas posturas e atitudes influenciam e transformam a vida de outras pessoas, seja para ajudá-las ou deixá-las doentes. Então, o que você vai escolher?

*Renata Rivetti, diretora e fundadora da Reconnect - Happiness At Work

Renata Rivetti. FOTO: FLAVIO TEPERMAN Foto: Estadão

Após analisar 180 times de engenharia e de vendas para um projeto intitulado de "Aristóteles", pesquisadores do Google concluíram que, para montar um time produtivo é mais importante como as pessoas trabalham em conjunto do que as suas habilidades individuais - assim como disse o filósofo: "o todo é maior do que a soma de suas partes". E que o principal fator para equipes produtivas é a segurança psicológica.

Segurança psicológica é quando o time se sente seguro para se expressar, correr riscos e compartilhar pensamentos sem medo de ser julgado, punido ou constrangido. Amy Edmondson, professora de Harvard especialista no assunto, cita exemplos das consequências desastrosas de times que não sentem a segurança psicológica e que, por isso, se mantêm em silêncio mesmo estando certos.

Este é o caso de uma enfermeira que teve a percepção de que a dosagem do medicamento de um paciente estava alta, porém, estava sozinha no plantão e teve medo de ligar para o médico para checar a dosagem. Isso ocorreu, pois ela lembrou de outros momentos em que ligou para tirar dúvidas e seu superior reagiu de forma reativa, criticando e julgando suas decisões. Sendo assim, ela não ligou, mesmo estando certa. Outro caso é de um co-piloto que percebe que o piloto está errado, mas também não se sente à vontade para falar. Imaginem as consequências dessas duas situações de silêncio por medo?

Mas por que isso acontece? Por que, muitas vezes, os líderes não conseguem enxergar que a sua equipe não se sente segura para se expressar? E por que é tão difícil estes mesmos líderes assumirem as suas vulnerabilidades, sem fechar os olhos para os sentimentos de suas equipes?

Em muitos workshops percebo que as pessoas que ocupam altos cargos têm resistência em entender que as suas equipes podem sim ter medo de se expressar.

Nesse contexto, quantas pessoas deixam de contar problemas pessoais para os líderes por medo de serem julgados? Ou de compartilharem ideias por acharem que não serão ouvidos? Ou até de assumirem quem são, vestindo máscaras sociais para agradar o líder?

A verdade é que, estes líderes muitas vezes não percebem isso. Não percebem que nunca tiveram uma escuta empática com as pessoas de sua equipe. Nunca perguntaram como eles se sentem e nunca se mostraram vulneráveis. Talvez por falta de tempo ou por achar que são ótimos líderes por, mensalmente, atingirem as metas da área.

E assim esquecem pontos essenciais da liderança, que são: criar ambientes seguros, relações empáticas e profundas, além de dar bons exemplos como profissionais e mostrar que, além de líderes, são seres humanos - que devem ajudar o time a encontrar seu máximo potencial e a se desenvolverem.

Ser líder não é apenas bater metas e delegar tarefas. E está mais do que na hora de assumirmos que as nossas posturas e atitudes influenciam e transformam a vida de outras pessoas, seja para ajudá-las ou deixá-las doentes. Então, o que você vai escolher?

*Renata Rivetti, diretora e fundadora da Reconnect - Happiness At Work

Renata Rivetti. FOTO: FLAVIO TEPERMAN Foto: Estadão

Após analisar 180 times de engenharia e de vendas para um projeto intitulado de "Aristóteles", pesquisadores do Google concluíram que, para montar um time produtivo é mais importante como as pessoas trabalham em conjunto do que as suas habilidades individuais - assim como disse o filósofo: "o todo é maior do que a soma de suas partes". E que o principal fator para equipes produtivas é a segurança psicológica.

Segurança psicológica é quando o time se sente seguro para se expressar, correr riscos e compartilhar pensamentos sem medo de ser julgado, punido ou constrangido. Amy Edmondson, professora de Harvard especialista no assunto, cita exemplos das consequências desastrosas de times que não sentem a segurança psicológica e que, por isso, se mantêm em silêncio mesmo estando certos.

Este é o caso de uma enfermeira que teve a percepção de que a dosagem do medicamento de um paciente estava alta, porém, estava sozinha no plantão e teve medo de ligar para o médico para checar a dosagem. Isso ocorreu, pois ela lembrou de outros momentos em que ligou para tirar dúvidas e seu superior reagiu de forma reativa, criticando e julgando suas decisões. Sendo assim, ela não ligou, mesmo estando certa. Outro caso é de um co-piloto que percebe que o piloto está errado, mas também não se sente à vontade para falar. Imaginem as consequências dessas duas situações de silêncio por medo?

Mas por que isso acontece? Por que, muitas vezes, os líderes não conseguem enxergar que a sua equipe não se sente segura para se expressar? E por que é tão difícil estes mesmos líderes assumirem as suas vulnerabilidades, sem fechar os olhos para os sentimentos de suas equipes?

Em muitos workshops percebo que as pessoas que ocupam altos cargos têm resistência em entender que as suas equipes podem sim ter medo de se expressar.

Nesse contexto, quantas pessoas deixam de contar problemas pessoais para os líderes por medo de serem julgados? Ou de compartilharem ideias por acharem que não serão ouvidos? Ou até de assumirem quem são, vestindo máscaras sociais para agradar o líder?

A verdade é que, estes líderes muitas vezes não percebem isso. Não percebem que nunca tiveram uma escuta empática com as pessoas de sua equipe. Nunca perguntaram como eles se sentem e nunca se mostraram vulneráveis. Talvez por falta de tempo ou por achar que são ótimos líderes por, mensalmente, atingirem as metas da área.

E assim esquecem pontos essenciais da liderança, que são: criar ambientes seguros, relações empáticas e profundas, além de dar bons exemplos como profissionais e mostrar que, além de líderes, são seres humanos - que devem ajudar o time a encontrar seu máximo potencial e a se desenvolverem.

Ser líder não é apenas bater metas e delegar tarefas. E está mais do que na hora de assumirmos que as nossas posturas e atitudes influenciam e transformam a vida de outras pessoas, seja para ajudá-las ou deixá-las doentes. Então, o que você vai escolher?

*Renata Rivetti, diretora e fundadora da Reconnect - Happiness At Work

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