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Opinião|Por uma infância mais sustentável e livre do consumismo


Outubro se aproxima e, com ele, a data comemorativa do Dia das Crianças, em que o mercado se anima ainda mais com publicidades insistentes. A ideia de trocar brinquedos é uma saída ao impasse do brinquedo “novo”, porque traz consigo a ideia de partilha, de circularidade dos objetos de consumo, de reaproveitamento e da novidade, que tanto instiga as crianças

Por Silvia Adrião

Desde muito pequenas, as crianças são impactadas por inúmeras ofertas e anúncios que induzem ao consumo e a falsa necessidade de ter, mais e mais, brinquedos e outros objetos. A indústria do consumo sabe que a criança é o ponto mais “fraco” nesta disputa por atenção e compras, que as famílias vivenciam diretamente.

O que precisamos é, em primeiro lugar, desmistificar esta ideia de que quanto mais, melhor. As crianças precisam, sim, de mais espaços verdes, mais tempo para brincar e de objetos e brinquedos que estimulem a imaginação e a interação. Educar crianças para a criatividade, para o bem conviver e de forma equilibrada, passa por ações conectadas às relações positivas e ambientes seguros e afetivos de crescimento. Esta abordagem de desenvolvimento, afetiva e mais protegida dos excessos da vida moderna, ajudam as crianças a desenvolverem boa autoestima, regulação emocional e capacidade de lidar com as demandas que surgirão ao longo da vida. Ou seja, educar para o melhor desempenho e qualidade de vida, não tem nenhuma conexão com a quantidade e frequência de compras de brinquedos e objetos supérfluos.

Porém, ainda assim, para a criança é satisfatório ter um brinquedo ou um jogo diferente para experimentar e criar novas brincadeiras. Aqui, entra o segundo ponto: as crianças gostam de novidade! Novidade não necessariamente significa algum produto novo. Já vivemos um tempo de escassez dos recursos naturais e é desde a infância que devemos criar novos padrões, mais conscientes e sustentáveis, de consumo. Como uma das possibilidades, em resposta ao dilema “infância e consumo”, vejo com bons olhos, há alguns anos, a prática da troca de brinquedos usados.

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Outubro se aproxima e, com ele, a data comemorativa do Dia das Crianças, em que o mercado se anima ainda mais com publicidades insistentes. A ideia de trocar brinquedos é uma resposta e uma saída ao impasse do brinquedo “novo”, porque traz consigo a ideia de partilha, de circularidade dos objetos de consumo, de reaproveitamento e da novidade, que tanto instiga as crianças. Esta prática é fomentada por movimentos pelos direitos das crianças como a Rebrinc, Rede Brasileira de Infância e Consumo, onde sou colunista, e a Aliança pela Infância, movimento do qual eu também faço parte. Ambos são movimentos de fomento ao consumo consciente e a infância vivida em sua integralidade e atuo, como todos os membros, de forma voluntária.

De acordo com a pesquisa e material organizado pelo Instituto Alana, o consumismo é um hábito que se forma a partir de valores materialistas e que traz sérios problemas para a sustentabilidade e para a vida do sujeito. Boa parte deste hábito, se dá por contato direto com as mídias. O Brasil é um dos países em que as crianças passam mais tempo utilizando telas, sejam smartphones ou outros dispositivos eletrônicos, como tablets e videogames. Para crianças e adolescentes, há uma série de riscos associados a esse hábito, assim como o acesso precoce à Internet. Essa exposição excessiva contribui para o consumismo, além de comprometer outros aspectos do desenvolvimento infantil, como a sociabilidade e até mesmo o desempenho motor.

Também é fundamental que, até os 12 anos, as crianças sejam protegidas dos apelos para o consumo e que aprendam a lidar com o consumo sempre com a mediação de adultos, para que possam desenvolver a criticidade. Se estimuladas a consumir sem condições de refletir sobre escolhas e seus resultados, haverá um impacto negativo ainda maior em problemas que já afligem a sociedade como o aumento da geração de resíduos plásticos; obesidade infantil; adultização da infância e erotização precoce; consumo precoce de álcool e tabaco, entre outras consequências - também dados presentes em uma importante cartilha do Alana sobre o tema.

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Como educadora e gestora de escola, procuro discutir estas temáticas com a equipe docente e trazer alternativas e reflexões que se expressam em escolhas curriculares e ações que possam engajar as crianças e famílias em novas práticas de consumo. A troca de brinquedos usados é uma destas ações que organizamos, trazendo esta problemática para um campo mais palpável às crianças e, até mesmo, de forma divertida.

Ações como esta, podem semear melhores maneiras de nos relacionarmos com a natureza, com o que é necessário e possível de comprar, contribuindo para a formação de uma cidadania mais comprometida com a sustentabilidade. Neste mês de outubro, faço um convite às famílias para que fujam dos shoppings, levem as crianças aos parques, praças, praias e procurem as feiras de trocas - acreditem, há muitas delas! - onde poderão encontrar outros espaços que também promovem trocas de brinquedos, de forma gratuita.

Desde muito pequenas, as crianças são impactadas por inúmeras ofertas e anúncios que induzem ao consumo e a falsa necessidade de ter, mais e mais, brinquedos e outros objetos. A indústria do consumo sabe que a criança é o ponto mais “fraco” nesta disputa por atenção e compras, que as famílias vivenciam diretamente.

O que precisamos é, em primeiro lugar, desmistificar esta ideia de que quanto mais, melhor. As crianças precisam, sim, de mais espaços verdes, mais tempo para brincar e de objetos e brinquedos que estimulem a imaginação e a interação. Educar crianças para a criatividade, para o bem conviver e de forma equilibrada, passa por ações conectadas às relações positivas e ambientes seguros e afetivos de crescimento. Esta abordagem de desenvolvimento, afetiva e mais protegida dos excessos da vida moderna, ajudam as crianças a desenvolverem boa autoestima, regulação emocional e capacidade de lidar com as demandas que surgirão ao longo da vida. Ou seja, educar para o melhor desempenho e qualidade de vida, não tem nenhuma conexão com a quantidade e frequência de compras de brinquedos e objetos supérfluos.

Porém, ainda assim, para a criança é satisfatório ter um brinquedo ou um jogo diferente para experimentar e criar novas brincadeiras. Aqui, entra o segundo ponto: as crianças gostam de novidade! Novidade não necessariamente significa algum produto novo. Já vivemos um tempo de escassez dos recursos naturais e é desde a infância que devemos criar novos padrões, mais conscientes e sustentáveis, de consumo. Como uma das possibilidades, em resposta ao dilema “infância e consumo”, vejo com bons olhos, há alguns anos, a prática da troca de brinquedos usados.

Outubro se aproxima e, com ele, a data comemorativa do Dia das Crianças, em que o mercado se anima ainda mais com publicidades insistentes. A ideia de trocar brinquedos é uma resposta e uma saída ao impasse do brinquedo “novo”, porque traz consigo a ideia de partilha, de circularidade dos objetos de consumo, de reaproveitamento e da novidade, que tanto instiga as crianças. Esta prática é fomentada por movimentos pelos direitos das crianças como a Rebrinc, Rede Brasileira de Infância e Consumo, onde sou colunista, e a Aliança pela Infância, movimento do qual eu também faço parte. Ambos são movimentos de fomento ao consumo consciente e a infância vivida em sua integralidade e atuo, como todos os membros, de forma voluntária.

De acordo com a pesquisa e material organizado pelo Instituto Alana, o consumismo é um hábito que se forma a partir de valores materialistas e que traz sérios problemas para a sustentabilidade e para a vida do sujeito. Boa parte deste hábito, se dá por contato direto com as mídias. O Brasil é um dos países em que as crianças passam mais tempo utilizando telas, sejam smartphones ou outros dispositivos eletrônicos, como tablets e videogames. Para crianças e adolescentes, há uma série de riscos associados a esse hábito, assim como o acesso precoce à Internet. Essa exposição excessiva contribui para o consumismo, além de comprometer outros aspectos do desenvolvimento infantil, como a sociabilidade e até mesmo o desempenho motor.

Também é fundamental que, até os 12 anos, as crianças sejam protegidas dos apelos para o consumo e que aprendam a lidar com o consumo sempre com a mediação de adultos, para que possam desenvolver a criticidade. Se estimuladas a consumir sem condições de refletir sobre escolhas e seus resultados, haverá um impacto negativo ainda maior em problemas que já afligem a sociedade como o aumento da geração de resíduos plásticos; obesidade infantil; adultização da infância e erotização precoce; consumo precoce de álcool e tabaco, entre outras consequências - também dados presentes em uma importante cartilha do Alana sobre o tema.

Como educadora e gestora de escola, procuro discutir estas temáticas com a equipe docente e trazer alternativas e reflexões que se expressam em escolhas curriculares e ações que possam engajar as crianças e famílias em novas práticas de consumo. A troca de brinquedos usados é uma destas ações que organizamos, trazendo esta problemática para um campo mais palpável às crianças e, até mesmo, de forma divertida.

Ações como esta, podem semear melhores maneiras de nos relacionarmos com a natureza, com o que é necessário e possível de comprar, contribuindo para a formação de uma cidadania mais comprometida com a sustentabilidade. Neste mês de outubro, faço um convite às famílias para que fujam dos shoppings, levem as crianças aos parques, praças, praias e procurem as feiras de trocas - acreditem, há muitas delas! - onde poderão encontrar outros espaços que também promovem trocas de brinquedos, de forma gratuita.

Desde muito pequenas, as crianças são impactadas por inúmeras ofertas e anúncios que induzem ao consumo e a falsa necessidade de ter, mais e mais, brinquedos e outros objetos. A indústria do consumo sabe que a criança é o ponto mais “fraco” nesta disputa por atenção e compras, que as famílias vivenciam diretamente.

O que precisamos é, em primeiro lugar, desmistificar esta ideia de que quanto mais, melhor. As crianças precisam, sim, de mais espaços verdes, mais tempo para brincar e de objetos e brinquedos que estimulem a imaginação e a interação. Educar crianças para a criatividade, para o bem conviver e de forma equilibrada, passa por ações conectadas às relações positivas e ambientes seguros e afetivos de crescimento. Esta abordagem de desenvolvimento, afetiva e mais protegida dos excessos da vida moderna, ajudam as crianças a desenvolverem boa autoestima, regulação emocional e capacidade de lidar com as demandas que surgirão ao longo da vida. Ou seja, educar para o melhor desempenho e qualidade de vida, não tem nenhuma conexão com a quantidade e frequência de compras de brinquedos e objetos supérfluos.

Porém, ainda assim, para a criança é satisfatório ter um brinquedo ou um jogo diferente para experimentar e criar novas brincadeiras. Aqui, entra o segundo ponto: as crianças gostam de novidade! Novidade não necessariamente significa algum produto novo. Já vivemos um tempo de escassez dos recursos naturais e é desde a infância que devemos criar novos padrões, mais conscientes e sustentáveis, de consumo. Como uma das possibilidades, em resposta ao dilema “infância e consumo”, vejo com bons olhos, há alguns anos, a prática da troca de brinquedos usados.

Outubro se aproxima e, com ele, a data comemorativa do Dia das Crianças, em que o mercado se anima ainda mais com publicidades insistentes. A ideia de trocar brinquedos é uma resposta e uma saída ao impasse do brinquedo “novo”, porque traz consigo a ideia de partilha, de circularidade dos objetos de consumo, de reaproveitamento e da novidade, que tanto instiga as crianças. Esta prática é fomentada por movimentos pelos direitos das crianças como a Rebrinc, Rede Brasileira de Infância e Consumo, onde sou colunista, e a Aliança pela Infância, movimento do qual eu também faço parte. Ambos são movimentos de fomento ao consumo consciente e a infância vivida em sua integralidade e atuo, como todos os membros, de forma voluntária.

De acordo com a pesquisa e material organizado pelo Instituto Alana, o consumismo é um hábito que se forma a partir de valores materialistas e que traz sérios problemas para a sustentabilidade e para a vida do sujeito. Boa parte deste hábito, se dá por contato direto com as mídias. O Brasil é um dos países em que as crianças passam mais tempo utilizando telas, sejam smartphones ou outros dispositivos eletrônicos, como tablets e videogames. Para crianças e adolescentes, há uma série de riscos associados a esse hábito, assim como o acesso precoce à Internet. Essa exposição excessiva contribui para o consumismo, além de comprometer outros aspectos do desenvolvimento infantil, como a sociabilidade e até mesmo o desempenho motor.

Também é fundamental que, até os 12 anos, as crianças sejam protegidas dos apelos para o consumo e que aprendam a lidar com o consumo sempre com a mediação de adultos, para que possam desenvolver a criticidade. Se estimuladas a consumir sem condições de refletir sobre escolhas e seus resultados, haverá um impacto negativo ainda maior em problemas que já afligem a sociedade como o aumento da geração de resíduos plásticos; obesidade infantil; adultização da infância e erotização precoce; consumo precoce de álcool e tabaco, entre outras consequências - também dados presentes em uma importante cartilha do Alana sobre o tema.

Como educadora e gestora de escola, procuro discutir estas temáticas com a equipe docente e trazer alternativas e reflexões que se expressam em escolhas curriculares e ações que possam engajar as crianças e famílias em novas práticas de consumo. A troca de brinquedos usados é uma destas ações que organizamos, trazendo esta problemática para um campo mais palpável às crianças e, até mesmo, de forma divertida.

Ações como esta, podem semear melhores maneiras de nos relacionarmos com a natureza, com o que é necessário e possível de comprar, contribuindo para a formação de uma cidadania mais comprometida com a sustentabilidade. Neste mês de outubro, faço um convite às famílias para que fujam dos shoppings, levem as crianças aos parques, praças, praias e procurem as feiras de trocas - acreditem, há muitas delas! - onde poderão encontrar outros espaços que também promovem trocas de brinquedos, de forma gratuita.

Desde muito pequenas, as crianças são impactadas por inúmeras ofertas e anúncios que induzem ao consumo e a falsa necessidade de ter, mais e mais, brinquedos e outros objetos. A indústria do consumo sabe que a criança é o ponto mais “fraco” nesta disputa por atenção e compras, que as famílias vivenciam diretamente.

O que precisamos é, em primeiro lugar, desmistificar esta ideia de que quanto mais, melhor. As crianças precisam, sim, de mais espaços verdes, mais tempo para brincar e de objetos e brinquedos que estimulem a imaginação e a interação. Educar crianças para a criatividade, para o bem conviver e de forma equilibrada, passa por ações conectadas às relações positivas e ambientes seguros e afetivos de crescimento. Esta abordagem de desenvolvimento, afetiva e mais protegida dos excessos da vida moderna, ajudam as crianças a desenvolverem boa autoestima, regulação emocional e capacidade de lidar com as demandas que surgirão ao longo da vida. Ou seja, educar para o melhor desempenho e qualidade de vida, não tem nenhuma conexão com a quantidade e frequência de compras de brinquedos e objetos supérfluos.

Porém, ainda assim, para a criança é satisfatório ter um brinquedo ou um jogo diferente para experimentar e criar novas brincadeiras. Aqui, entra o segundo ponto: as crianças gostam de novidade! Novidade não necessariamente significa algum produto novo. Já vivemos um tempo de escassez dos recursos naturais e é desde a infância que devemos criar novos padrões, mais conscientes e sustentáveis, de consumo. Como uma das possibilidades, em resposta ao dilema “infância e consumo”, vejo com bons olhos, há alguns anos, a prática da troca de brinquedos usados.

Outubro se aproxima e, com ele, a data comemorativa do Dia das Crianças, em que o mercado se anima ainda mais com publicidades insistentes. A ideia de trocar brinquedos é uma resposta e uma saída ao impasse do brinquedo “novo”, porque traz consigo a ideia de partilha, de circularidade dos objetos de consumo, de reaproveitamento e da novidade, que tanto instiga as crianças. Esta prática é fomentada por movimentos pelos direitos das crianças como a Rebrinc, Rede Brasileira de Infância e Consumo, onde sou colunista, e a Aliança pela Infância, movimento do qual eu também faço parte. Ambos são movimentos de fomento ao consumo consciente e a infância vivida em sua integralidade e atuo, como todos os membros, de forma voluntária.

De acordo com a pesquisa e material organizado pelo Instituto Alana, o consumismo é um hábito que se forma a partir de valores materialistas e que traz sérios problemas para a sustentabilidade e para a vida do sujeito. Boa parte deste hábito, se dá por contato direto com as mídias. O Brasil é um dos países em que as crianças passam mais tempo utilizando telas, sejam smartphones ou outros dispositivos eletrônicos, como tablets e videogames. Para crianças e adolescentes, há uma série de riscos associados a esse hábito, assim como o acesso precoce à Internet. Essa exposição excessiva contribui para o consumismo, além de comprometer outros aspectos do desenvolvimento infantil, como a sociabilidade e até mesmo o desempenho motor.

Também é fundamental que, até os 12 anos, as crianças sejam protegidas dos apelos para o consumo e que aprendam a lidar com o consumo sempre com a mediação de adultos, para que possam desenvolver a criticidade. Se estimuladas a consumir sem condições de refletir sobre escolhas e seus resultados, haverá um impacto negativo ainda maior em problemas que já afligem a sociedade como o aumento da geração de resíduos plásticos; obesidade infantil; adultização da infância e erotização precoce; consumo precoce de álcool e tabaco, entre outras consequências - também dados presentes em uma importante cartilha do Alana sobre o tema.

Como educadora e gestora de escola, procuro discutir estas temáticas com a equipe docente e trazer alternativas e reflexões que se expressam em escolhas curriculares e ações que possam engajar as crianças e famílias em novas práticas de consumo. A troca de brinquedos usados é uma destas ações que organizamos, trazendo esta problemática para um campo mais palpável às crianças e, até mesmo, de forma divertida.

Ações como esta, podem semear melhores maneiras de nos relacionarmos com a natureza, com o que é necessário e possível de comprar, contribuindo para a formação de uma cidadania mais comprometida com a sustentabilidade. Neste mês de outubro, faço um convite às famílias para que fujam dos shoppings, levem as crianças aos parques, praças, praias e procurem as feiras de trocas - acreditem, há muitas delas! - onde poderão encontrar outros espaços que também promovem trocas de brinquedos, de forma gratuita.

Desde muito pequenas, as crianças são impactadas por inúmeras ofertas e anúncios que induzem ao consumo e a falsa necessidade de ter, mais e mais, brinquedos e outros objetos. A indústria do consumo sabe que a criança é o ponto mais “fraco” nesta disputa por atenção e compras, que as famílias vivenciam diretamente.

O que precisamos é, em primeiro lugar, desmistificar esta ideia de que quanto mais, melhor. As crianças precisam, sim, de mais espaços verdes, mais tempo para brincar e de objetos e brinquedos que estimulem a imaginação e a interação. Educar crianças para a criatividade, para o bem conviver e de forma equilibrada, passa por ações conectadas às relações positivas e ambientes seguros e afetivos de crescimento. Esta abordagem de desenvolvimento, afetiva e mais protegida dos excessos da vida moderna, ajudam as crianças a desenvolverem boa autoestima, regulação emocional e capacidade de lidar com as demandas que surgirão ao longo da vida. Ou seja, educar para o melhor desempenho e qualidade de vida, não tem nenhuma conexão com a quantidade e frequência de compras de brinquedos e objetos supérfluos.

Porém, ainda assim, para a criança é satisfatório ter um brinquedo ou um jogo diferente para experimentar e criar novas brincadeiras. Aqui, entra o segundo ponto: as crianças gostam de novidade! Novidade não necessariamente significa algum produto novo. Já vivemos um tempo de escassez dos recursos naturais e é desde a infância que devemos criar novos padrões, mais conscientes e sustentáveis, de consumo. Como uma das possibilidades, em resposta ao dilema “infância e consumo”, vejo com bons olhos, há alguns anos, a prática da troca de brinquedos usados.

Outubro se aproxima e, com ele, a data comemorativa do Dia das Crianças, em que o mercado se anima ainda mais com publicidades insistentes. A ideia de trocar brinquedos é uma resposta e uma saída ao impasse do brinquedo “novo”, porque traz consigo a ideia de partilha, de circularidade dos objetos de consumo, de reaproveitamento e da novidade, que tanto instiga as crianças. Esta prática é fomentada por movimentos pelos direitos das crianças como a Rebrinc, Rede Brasileira de Infância e Consumo, onde sou colunista, e a Aliança pela Infância, movimento do qual eu também faço parte. Ambos são movimentos de fomento ao consumo consciente e a infância vivida em sua integralidade e atuo, como todos os membros, de forma voluntária.

De acordo com a pesquisa e material organizado pelo Instituto Alana, o consumismo é um hábito que se forma a partir de valores materialistas e que traz sérios problemas para a sustentabilidade e para a vida do sujeito. Boa parte deste hábito, se dá por contato direto com as mídias. O Brasil é um dos países em que as crianças passam mais tempo utilizando telas, sejam smartphones ou outros dispositivos eletrônicos, como tablets e videogames. Para crianças e adolescentes, há uma série de riscos associados a esse hábito, assim como o acesso precoce à Internet. Essa exposição excessiva contribui para o consumismo, além de comprometer outros aspectos do desenvolvimento infantil, como a sociabilidade e até mesmo o desempenho motor.

Também é fundamental que, até os 12 anos, as crianças sejam protegidas dos apelos para o consumo e que aprendam a lidar com o consumo sempre com a mediação de adultos, para que possam desenvolver a criticidade. Se estimuladas a consumir sem condições de refletir sobre escolhas e seus resultados, haverá um impacto negativo ainda maior em problemas que já afligem a sociedade como o aumento da geração de resíduos plásticos; obesidade infantil; adultização da infância e erotização precoce; consumo precoce de álcool e tabaco, entre outras consequências - também dados presentes em uma importante cartilha do Alana sobre o tema.

Como educadora e gestora de escola, procuro discutir estas temáticas com a equipe docente e trazer alternativas e reflexões que se expressam em escolhas curriculares e ações que possam engajar as crianças e famílias em novas práticas de consumo. A troca de brinquedos usados é uma destas ações que organizamos, trazendo esta problemática para um campo mais palpável às crianças e, até mesmo, de forma divertida.

Ações como esta, podem semear melhores maneiras de nos relacionarmos com a natureza, com o que é necessário e possível de comprar, contribuindo para a formação de uma cidadania mais comprometida com a sustentabilidade. Neste mês de outubro, faço um convite às famílias para que fujam dos shoppings, levem as crianças aos parques, praças, praias e procurem as feiras de trocas - acreditem, há muitas delas! - onde poderão encontrar outros espaços que também promovem trocas de brinquedos, de forma gratuita.

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