O auditório do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) estava lotado de procuradores que acompanharam a posse administrativa de Paulo Sérgio de Oliveira e Costa como o novo procurador-geral de Justiça. Houve quem ficasse de pé para assistir a solenidade. Uma ausência, no entanto, chamou a atenção. O procurador Antonio Carlos Da Ponte, seu adversário, que concorreu pela oposição não compareceu ao evento. Questionado pela reportagem, Da Ponte não comentou por que não se animou em prestigiar a ascensão do adversário ao topo da instituição.
Da Ponte foi o segundo colocado na lista tríplice enviada ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que escolheu Paulo Sérgio, o terceiro mais votado nas eleições internas.
O pleito voltou a ser disputado após a hegemonia do ex-procurador Mario Sarrubbo, que concorreu à reeleição sem oposição em 2022. Ele deixou o segundo mandato antes do fim, para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, e apoiou Paulo Sérgio.
É a segunda vez que Da Ponte chega à lista tríplice, mas é preterido no momento de indicação. Em 2020, foi o mais votado nas eleições internas, mas o então governador João Doria indicou Sarrubbo. Em 2022, abriu mão da candidatura, convicto de que, se triunfasse, não seria a escolha de Rodrigo Garcia, ex-vice de Doria.
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O novo PGJ também teve o apoio do secretário de Governo, Gilberto Kassab, nome forte da gestão Tarcísio, e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seu discurso de posse, o procurador-geral de Justiça fez um aceno aos adversários na eleição. “A presença de todos (os candidatos) fortaleceu e qualificou ainda mais o instante democrático. Foram ricos os debates de ideias e de projetos institucionais”, afirmou. “Superado o período eleitoral, é hora de administrar coletivamente.”
A eleição, no entanto, deixou mágoas entre os preteridos. Como mostrou o Estadão, procurador José Carlos Cosenzo, primeiro da lista, fez um desabafo aos colegas em um grupo no WhatsApp. “Minha decepção é com gente próxima, que não se encontra mais no grupo, mas me disse apoiar enquanto cumpria determinação de pessoa fora da instituição.”