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Yanomamis: Procuradoria vê 'tragédia humanitária' por omissão e alerta para responsabilização internacional com 'genocídio'


Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal diz que governo Jair Bolsonaro adotou 'providências limitadas' sobre proteção da terra indígena

Por Pepita Ortega
Ilegal, o garimpo em terras indígenas cresceu 495% entre 2010 e 2020. Foto: Hutukara Associação Yanomami

A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal aponta que a 'grave situação' de saúde e segurança alimentar vivida pelo povo Yanomami é resultado da omissão do Estado em assegurar a proteção da terra indígena, tendo o governo Jair Bolsonaro adotado 'providências limitadas' sobre o tema. Em nota pública, a Procuradoria alerta para 'verdadeira tragédia humanitária' e possível caracterização de genocídio, inclusive com eventual responsabilização internacional do Estado.

As ponderações do MPF foram divulgadas nesta segunda-feira, 23, mesmo dia em que o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino determinou à Polícia Federal que abra uma investigação sobre possíveis crimes de genocídio, omissão de socorro e crime ambiental. Ao fundamentar o pedido de instauração do inquérito, Dino citou 'incentivo político a garimpos ilegais em terras indígenas, abandono no que tange à disponibilização de ações e serviços de saúde, e ausência de estratégias para garantia da segurança alimentar aos Yanomami'.

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O ofício à PF fala em 'cenário de possível desmonte intencional contra os indígenas Yanomami ou genocídio'. "Os reiterados pedidos de ajuda contra a violência decorrente do garimpo ilegal, bem como a ausência de efetivas ações e serviços de saúde à disposição dos Yanomami frisam possível intenção de causar lesão grave à integridade ou mesmo provocar a extinção do referido grupo originário", ressaltou Dino determinar a abertura das apurações sobre a crise na terra indígena Yanomami.

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A Procuradoria destacou ações adotadas em meio ao governo Jair Bolsonaro para cobrar providências do Estado ante a expansão do garimpo ilegal e a precariedade dos serviços de saúde prestados ao povo Yanomami. O órgão citou processos movidos, em primeiro grau e na esfera cível, para garantir a instalação de Bases de Proteção Etnoambiental em pontos estratégicos da terra indígena e para elaboração de um plano emergencial de combate a crimes ambientais e retirada de invasores em meio à pandemia da covid-19.

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LEIA A NOTA DO MPF

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Em novembro, o MPF oficiou o governo de transição informando sobre o 'cenário calamitoso' na terra indígena Yanomami, que 'configuraria verdadeira tragédia humanitária e indicaria um processo em curso que, caso não imediatamente freado, poderá caracterizar hipótese de genocídio, inclusive passível, em tese, de responsabilização internacional do Estado'.

No mesmo mês, a Polícia Federal e a Procuradoria da República em Roraima chegaram a deflagrar uma operação contra esquema de desvio de medicamentos do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. Os investigadores suspeitavam que 30% dos mais de 90 tipos de remédios contratados pelos indígenas teriam sido devidamente entregues, deixando crianças desassistidas - somente com relação ao tratamento de verminoses, o desvio teria impactado o tratamento de 10 mil crianças.

Considerando os danos causados pelo garimpo na terra indígena Yanomami, a Procuradoria ainda chamou atenção para a tramitação do projeto de lei que objetiva legalizar a exploração mineral e de recursos hídricos nas terras indígenas. O Ministério Público Federal já apontou a inconstitucionalidade do texto. Segundo a Hutukara Associação Yanomami, houve um crescimento 'alarmante' do número de garimpeiros na terra indígena, estimado em mais de 20 mil.

Ilegal, o garimpo em terras indígenas cresceu 495% entre 2010 e 2020. Foto: Hutukara Associação Yanomami

A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal aponta que a 'grave situação' de saúde e segurança alimentar vivida pelo povo Yanomami é resultado da omissão do Estado em assegurar a proteção da terra indígena, tendo o governo Jair Bolsonaro adotado 'providências limitadas' sobre o tema. Em nota pública, a Procuradoria alerta para 'verdadeira tragédia humanitária' e possível caracterização de genocídio, inclusive com eventual responsabilização internacional do Estado.

As ponderações do MPF foram divulgadas nesta segunda-feira, 23, mesmo dia em que o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino determinou à Polícia Federal que abra uma investigação sobre possíveis crimes de genocídio, omissão de socorro e crime ambiental. Ao fundamentar o pedido de instauração do inquérito, Dino citou 'incentivo político a garimpos ilegais em terras indígenas, abandono no que tange à disponibilização de ações e serviços de saúde, e ausência de estratégias para garantia da segurança alimentar aos Yanomami'.

O ofício à PF fala em 'cenário de possível desmonte intencional contra os indígenas Yanomami ou genocídio'. "Os reiterados pedidos de ajuda contra a violência decorrente do garimpo ilegal, bem como a ausência de efetivas ações e serviços de saúde à disposição dos Yanomami frisam possível intenção de causar lesão grave à integridade ou mesmo provocar a extinção do referido grupo originário", ressaltou Dino determinar a abertura das apurações sobre a crise na terra indígena Yanomami.

A Procuradoria destacou ações adotadas em meio ao governo Jair Bolsonaro para cobrar providências do Estado ante a expansão do garimpo ilegal e a precariedade dos serviços de saúde prestados ao povo Yanomami. O órgão citou processos movidos, em primeiro grau e na esfera cível, para garantir a instalação de Bases de Proteção Etnoambiental em pontos estratégicos da terra indígena e para elaboração de um plano emergencial de combate a crimes ambientais e retirada de invasores em meio à pandemia da covid-19.

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Em novembro, o MPF oficiou o governo de transição informando sobre o 'cenário calamitoso' na terra indígena Yanomami, que 'configuraria verdadeira tragédia humanitária e indicaria um processo em curso que, caso não imediatamente freado, poderá caracterizar hipótese de genocídio, inclusive passível, em tese, de responsabilização internacional do Estado'.

No mesmo mês, a Polícia Federal e a Procuradoria da República em Roraima chegaram a deflagrar uma operação contra esquema de desvio de medicamentos do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. Os investigadores suspeitavam que 30% dos mais de 90 tipos de remédios contratados pelos indígenas teriam sido devidamente entregues, deixando crianças desassistidas - somente com relação ao tratamento de verminoses, o desvio teria impactado o tratamento de 10 mil crianças.

Considerando os danos causados pelo garimpo na terra indígena Yanomami, a Procuradoria ainda chamou atenção para a tramitação do projeto de lei que objetiva legalizar a exploração mineral e de recursos hídricos nas terras indígenas. O Ministério Público Federal já apontou a inconstitucionalidade do texto. Segundo a Hutukara Associação Yanomami, houve um crescimento 'alarmante' do número de garimpeiros na terra indígena, estimado em mais de 20 mil.

Ilegal, o garimpo em terras indígenas cresceu 495% entre 2010 e 2020. Foto: Hutukara Associação Yanomami

A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal aponta que a 'grave situação' de saúde e segurança alimentar vivida pelo povo Yanomami é resultado da omissão do Estado em assegurar a proteção da terra indígena, tendo o governo Jair Bolsonaro adotado 'providências limitadas' sobre o tema. Em nota pública, a Procuradoria alerta para 'verdadeira tragédia humanitária' e possível caracterização de genocídio, inclusive com eventual responsabilização internacional do Estado.

As ponderações do MPF foram divulgadas nesta segunda-feira, 23, mesmo dia em que o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino determinou à Polícia Federal que abra uma investigação sobre possíveis crimes de genocídio, omissão de socorro e crime ambiental. Ao fundamentar o pedido de instauração do inquérito, Dino citou 'incentivo político a garimpos ilegais em terras indígenas, abandono no que tange à disponibilização de ações e serviços de saúde, e ausência de estratégias para garantia da segurança alimentar aos Yanomami'.

O ofício à PF fala em 'cenário de possível desmonte intencional contra os indígenas Yanomami ou genocídio'. "Os reiterados pedidos de ajuda contra a violência decorrente do garimpo ilegal, bem como a ausência de efetivas ações e serviços de saúde à disposição dos Yanomami frisam possível intenção de causar lesão grave à integridade ou mesmo provocar a extinção do referido grupo originário", ressaltou Dino determinar a abertura das apurações sobre a crise na terra indígena Yanomami.

A Procuradoria destacou ações adotadas em meio ao governo Jair Bolsonaro para cobrar providências do Estado ante a expansão do garimpo ilegal e a precariedade dos serviços de saúde prestados ao povo Yanomami. O órgão citou processos movidos, em primeiro grau e na esfera cível, para garantir a instalação de Bases de Proteção Etnoambiental em pontos estratégicos da terra indígena e para elaboração de um plano emergencial de combate a crimes ambientais e retirada de invasores em meio à pandemia da covid-19.

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Em novembro, o MPF oficiou o governo de transição informando sobre o 'cenário calamitoso' na terra indígena Yanomami, que 'configuraria verdadeira tragédia humanitária e indicaria um processo em curso que, caso não imediatamente freado, poderá caracterizar hipótese de genocídio, inclusive passível, em tese, de responsabilização internacional do Estado'.

No mesmo mês, a Polícia Federal e a Procuradoria da República em Roraima chegaram a deflagrar uma operação contra esquema de desvio de medicamentos do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. Os investigadores suspeitavam que 30% dos mais de 90 tipos de remédios contratados pelos indígenas teriam sido devidamente entregues, deixando crianças desassistidas - somente com relação ao tratamento de verminoses, o desvio teria impactado o tratamento de 10 mil crianças.

Considerando os danos causados pelo garimpo na terra indígena Yanomami, a Procuradoria ainda chamou atenção para a tramitação do projeto de lei que objetiva legalizar a exploração mineral e de recursos hídricos nas terras indígenas. O Ministério Público Federal já apontou a inconstitucionalidade do texto. Segundo a Hutukara Associação Yanomami, houve um crescimento 'alarmante' do número de garimpeiros na terra indígena, estimado em mais de 20 mil.

Ilegal, o garimpo em terras indígenas cresceu 495% entre 2010 e 2020. Foto: Hutukara Associação Yanomami

A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal aponta que a 'grave situação' de saúde e segurança alimentar vivida pelo povo Yanomami é resultado da omissão do Estado em assegurar a proteção da terra indígena, tendo o governo Jair Bolsonaro adotado 'providências limitadas' sobre o tema. Em nota pública, a Procuradoria alerta para 'verdadeira tragédia humanitária' e possível caracterização de genocídio, inclusive com eventual responsabilização internacional do Estado.

As ponderações do MPF foram divulgadas nesta segunda-feira, 23, mesmo dia em que o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino determinou à Polícia Federal que abra uma investigação sobre possíveis crimes de genocídio, omissão de socorro e crime ambiental. Ao fundamentar o pedido de instauração do inquérito, Dino citou 'incentivo político a garimpos ilegais em terras indígenas, abandono no que tange à disponibilização de ações e serviços de saúde, e ausência de estratégias para garantia da segurança alimentar aos Yanomami'.

O ofício à PF fala em 'cenário de possível desmonte intencional contra os indígenas Yanomami ou genocídio'. "Os reiterados pedidos de ajuda contra a violência decorrente do garimpo ilegal, bem como a ausência de efetivas ações e serviços de saúde à disposição dos Yanomami frisam possível intenção de causar lesão grave à integridade ou mesmo provocar a extinção do referido grupo originário", ressaltou Dino determinar a abertura das apurações sobre a crise na terra indígena Yanomami.

A Procuradoria destacou ações adotadas em meio ao governo Jair Bolsonaro para cobrar providências do Estado ante a expansão do garimpo ilegal e a precariedade dos serviços de saúde prestados ao povo Yanomami. O órgão citou processos movidos, em primeiro grau e na esfera cível, para garantir a instalação de Bases de Proteção Etnoambiental em pontos estratégicos da terra indígena e para elaboração de um plano emergencial de combate a crimes ambientais e retirada de invasores em meio à pandemia da covid-19.

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Em novembro, o MPF oficiou o governo de transição informando sobre o 'cenário calamitoso' na terra indígena Yanomami, que 'configuraria verdadeira tragédia humanitária e indicaria um processo em curso que, caso não imediatamente freado, poderá caracterizar hipótese de genocídio, inclusive passível, em tese, de responsabilização internacional do Estado'.

No mesmo mês, a Polícia Federal e a Procuradoria da República em Roraima chegaram a deflagrar uma operação contra esquema de desvio de medicamentos do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. Os investigadores suspeitavam que 30% dos mais de 90 tipos de remédios contratados pelos indígenas teriam sido devidamente entregues, deixando crianças desassistidas - somente com relação ao tratamento de verminoses, o desvio teria impactado o tratamento de 10 mil crianças.

Considerando os danos causados pelo garimpo na terra indígena Yanomami, a Procuradoria ainda chamou atenção para a tramitação do projeto de lei que objetiva legalizar a exploração mineral e de recursos hídricos nas terras indígenas. O Ministério Público Federal já apontou a inconstitucionalidade do texto. Segundo a Hutukara Associação Yanomami, houve um crescimento 'alarmante' do número de garimpeiros na terra indígena, estimado em mais de 20 mil.

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