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Mãe Bernadete foi executada por tentar conter avanço do tráfico, diz Promotoria ao acusar cinco


Ministério Público da Bahia denunciou grupo que invadiu casa da líder quilombola, em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, no dia 17 de agosto e a fuzilou com 25 tiros

Por Pepita Ortega
Atualização:
Mãe Bernadete era uma liderança quilombola na Bahia Foto: Arquivo Pessoal

O Ministério Público da Bahia denunciou cinco homens pelo assassinato da ialorixá e líder quilombola Maria Bernadete Pacífico Moreira, a Mãe Bernadete, de 72 anos. O grupo é acusado de homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima. O crime ocorreu no dia 17 de agosto e, segundo a Promotoria, foi motivado pela conduta de Mãe Bernadete de ‘conter a expansão do tráfico na região’.

Dois dos acusados invadiram a casa da ialorixá em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, e a fuzilaram. Ao todo, foram 25 disparos contra a líder quilombola, ‘demonstrando crueldade’, de acordo com a Promotoria. Na ocasião, estavam com a vítima os netos Marcelo (7 anos), Ana Flávia (13 anos) e Wellignton (23 anos).

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A acusação foi levada à Justiça baiana na última segunda-feira, 13, e atinge:

  • Arielson da Conceição Santos - autor e coautor do homicídio qualificado;
  • Josevan Dionísio dos Santos (BZ) - autor e coautor do homicídio qualificado;
  • Sérgio Ferreira de Jesus - partícipe no homicídio, por ter orientado os executores da melhor forma de chegarem à casa da vítima;
  • Marílio dos Santos (Maquinista) - autor intelectual do homicídio e responsável pela ordem de assassinato;
  • Ydney Carlos dos Santos de Jesus (Café) - autor intelectual do homicídio, que teria discutido com Mãe Bernadete sobre o tráfico na região do quilombo;
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Os dois primeiros já estão presos. Marílio e Josevam, foragidos. O MP ainda pediu a prisão preventiva de Ydney ao denunciar o grupo pelo homicídio.

As investigações sobre a morte de Mãe Bernadete foram concluídas após a Polícia Civil ouvir mais de 80 pessoas, elaborar 14 laudos periciais e 17 relatórios técnicos e de apuração.

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A denúncia indica dois executores do crime contra Mãe Bernadete: Arielson e Bz. Segundo a denúncia, este último atirou na região toráxica de Mãe Bernadete após ela não obedecer uma ordem para que se sentasse no sofá de sua casa. O primeiro admitiu que matou a líder quilombola e explicou à Polícia toda dinâmica do crime.

Investigadores mapearam posicionamento de assassinos de Mãe Bernadete Foto: Reprodução

Já a ‘motivação imoral’ do assassinato está ligada com o tráfico de drogas, explicou o MP. A Promotoria diz que os mandantes do crime ‘determinaram a concretização do homicídio em razão da postura ética e corajosa de Mãe Bernadete em conter a expansão do tráfico na região’.

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Dos denunciados, Marílio, o ‘maquinista’, é apontado como líder do tráfico em Simões Filho. Seu braço direito é Ydney, o ‘café’, diz o MP. Ambos são denunciados como mandantes do crime.

De acordo com a Promotoria, o grupo de traficantes pretendia expandir as suas ações para dentro da comunidade a partir de Arielson, um dos executores do assassinato. Ele ‘seria o elo entre o grupo criminoso e a comunidade do quilombo haja vista que seus familiares residem no local’.

“Os executores do homicídio receberam uma ordem direta do líder do tráfico de drogas local, Marílio dos Santos, ‘Maquinista’, e, sem questionar, mataram a vítima conforme instruções por ele passadas”, registra o MP.

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“As provas alcançadas deixaram muito claro que, para ‘Maquinista’, os ideais de Maria Bernadete Pacífico e a sua luta para a manutenção da ordem dentro da comunidade quilombola passou a conflitar com os seus projetos dos líderes do tráfico de drogas local, mormente relacionados à expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios rentáveis no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental, tal como a barraca ‘Point Pitanga City’ ”, segue a denúncia.

A barraca que traficantes planejavam usar para vender drogas na área quilombola na Bahia Foto: Reprodu

O que colocou Mãe Bernadete na mira do grupo denunciado foi a conduta de barrar o crime no quilombo. A ialorixá se ‘insurgiu contra a construção de uma barraca edificada na barragem de Pitanga de Palmares pelos líderes do tráfico “Maquinista” e “Café” e não hesitou em expor a sua insatisfação e o desejo de tomar as medidas necessárias para fazer cessar a ilegalidade’.

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Outro denunciado pelo é Sérgio, que, segundo o MP, ‘queria a morte de Bernadete por insatisfações e usou o tráfico de drogas para concretizar os seus planos escusos’. No celular dele foi encontrado um áudio no qual ele avisa um traficante de drogas que Bernadete iria mandar a polícia prender todos os traficantes no dia da festa de inauguração da barraca Pitanga Point City.

Trecho da denúncia sobre a morte de Mãe Bernadete Foto: Reprodução

A Promotoria exalta a ‘forte liderança’ de Bernadete na localidade de Quilombo dos Palmares e Pitanga dos Palmares. Segundo o MP, ela acompanhava os acontecimentos na região e ‘denunciando atos ilícitos que ocorriam no local às autoridades responsáveis’.

Em razão de tal atuação, a líder quilombola ‘relatava medo em sofrer retaliações por parte de traficantes, principalmente porque não permitia a venda de entorpecentes na comunidade, evitando, assim, o domínio do tráfico de drogas naquele local’.

Mãe Bernadete, liderança quilombola, é morta a tiros na região metropolitana de Salvador nesta quinta-feira, 17. Foto: Conaq/Divulgação
Mãe Bernadete era uma liderança quilombola na Bahia Foto: Arquivo Pessoal

O Ministério Público da Bahia denunciou cinco homens pelo assassinato da ialorixá e líder quilombola Maria Bernadete Pacífico Moreira, a Mãe Bernadete, de 72 anos. O grupo é acusado de homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima. O crime ocorreu no dia 17 de agosto e, segundo a Promotoria, foi motivado pela conduta de Mãe Bernadete de ‘conter a expansão do tráfico na região’.

Dois dos acusados invadiram a casa da ialorixá em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, e a fuzilaram. Ao todo, foram 25 disparos contra a líder quilombola, ‘demonstrando crueldade’, de acordo com a Promotoria. Na ocasião, estavam com a vítima os netos Marcelo (7 anos), Ana Flávia (13 anos) e Wellignton (23 anos).

A acusação foi levada à Justiça baiana na última segunda-feira, 13, e atinge:

  • Arielson da Conceição Santos - autor e coautor do homicídio qualificado;
  • Josevan Dionísio dos Santos (BZ) - autor e coautor do homicídio qualificado;
  • Sérgio Ferreira de Jesus - partícipe no homicídio, por ter orientado os executores da melhor forma de chegarem à casa da vítima;
  • Marílio dos Santos (Maquinista) - autor intelectual do homicídio e responsável pela ordem de assassinato;
  • Ydney Carlos dos Santos de Jesus (Café) - autor intelectual do homicídio, que teria discutido com Mãe Bernadete sobre o tráfico na região do quilombo;

Os dois primeiros já estão presos. Marílio e Josevam, foragidos. O MP ainda pediu a prisão preventiva de Ydney ao denunciar o grupo pelo homicídio.

As investigações sobre a morte de Mãe Bernadete foram concluídas após a Polícia Civil ouvir mais de 80 pessoas, elaborar 14 laudos periciais e 17 relatórios técnicos e de apuração.

A denúncia indica dois executores do crime contra Mãe Bernadete: Arielson e Bz. Segundo a denúncia, este último atirou na região toráxica de Mãe Bernadete após ela não obedecer uma ordem para que se sentasse no sofá de sua casa. O primeiro admitiu que matou a líder quilombola e explicou à Polícia toda dinâmica do crime.

Investigadores mapearam posicionamento de assassinos de Mãe Bernadete Foto: Reprodução

Já a ‘motivação imoral’ do assassinato está ligada com o tráfico de drogas, explicou o MP. A Promotoria diz que os mandantes do crime ‘determinaram a concretização do homicídio em razão da postura ética e corajosa de Mãe Bernadete em conter a expansão do tráfico na região’.

Dos denunciados, Marílio, o ‘maquinista’, é apontado como líder do tráfico em Simões Filho. Seu braço direito é Ydney, o ‘café’, diz o MP. Ambos são denunciados como mandantes do crime.

De acordo com a Promotoria, o grupo de traficantes pretendia expandir as suas ações para dentro da comunidade a partir de Arielson, um dos executores do assassinato. Ele ‘seria o elo entre o grupo criminoso e a comunidade do quilombo haja vista que seus familiares residem no local’.

“Os executores do homicídio receberam uma ordem direta do líder do tráfico de drogas local, Marílio dos Santos, ‘Maquinista’, e, sem questionar, mataram a vítima conforme instruções por ele passadas”, registra o MP.

“As provas alcançadas deixaram muito claro que, para ‘Maquinista’, os ideais de Maria Bernadete Pacífico e a sua luta para a manutenção da ordem dentro da comunidade quilombola passou a conflitar com os seus projetos dos líderes do tráfico de drogas local, mormente relacionados à expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios rentáveis no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental, tal como a barraca ‘Point Pitanga City’ ”, segue a denúncia.

A barraca que traficantes planejavam usar para vender drogas na área quilombola na Bahia Foto: Reprodu

O que colocou Mãe Bernadete na mira do grupo denunciado foi a conduta de barrar o crime no quilombo. A ialorixá se ‘insurgiu contra a construção de uma barraca edificada na barragem de Pitanga de Palmares pelos líderes do tráfico “Maquinista” e “Café” e não hesitou em expor a sua insatisfação e o desejo de tomar as medidas necessárias para fazer cessar a ilegalidade’.

Outro denunciado pelo é Sérgio, que, segundo o MP, ‘queria a morte de Bernadete por insatisfações e usou o tráfico de drogas para concretizar os seus planos escusos’. No celular dele foi encontrado um áudio no qual ele avisa um traficante de drogas que Bernadete iria mandar a polícia prender todos os traficantes no dia da festa de inauguração da barraca Pitanga Point City.

Trecho da denúncia sobre a morte de Mãe Bernadete Foto: Reprodução

A Promotoria exalta a ‘forte liderança’ de Bernadete na localidade de Quilombo dos Palmares e Pitanga dos Palmares. Segundo o MP, ela acompanhava os acontecimentos na região e ‘denunciando atos ilícitos que ocorriam no local às autoridades responsáveis’.

Em razão de tal atuação, a líder quilombola ‘relatava medo em sofrer retaliações por parte de traficantes, principalmente porque não permitia a venda de entorpecentes na comunidade, evitando, assim, o domínio do tráfico de drogas naquele local’.

Mãe Bernadete, liderança quilombola, é morta a tiros na região metropolitana de Salvador nesta quinta-feira, 17. Foto: Conaq/Divulgação
Mãe Bernadete era uma liderança quilombola na Bahia Foto: Arquivo Pessoal

O Ministério Público da Bahia denunciou cinco homens pelo assassinato da ialorixá e líder quilombola Maria Bernadete Pacífico Moreira, a Mãe Bernadete, de 72 anos. O grupo é acusado de homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima. O crime ocorreu no dia 17 de agosto e, segundo a Promotoria, foi motivado pela conduta de Mãe Bernadete de ‘conter a expansão do tráfico na região’.

Dois dos acusados invadiram a casa da ialorixá em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, e a fuzilaram. Ao todo, foram 25 disparos contra a líder quilombola, ‘demonstrando crueldade’, de acordo com a Promotoria. Na ocasião, estavam com a vítima os netos Marcelo (7 anos), Ana Flávia (13 anos) e Wellignton (23 anos).

A acusação foi levada à Justiça baiana na última segunda-feira, 13, e atinge:

  • Arielson da Conceição Santos - autor e coautor do homicídio qualificado;
  • Josevan Dionísio dos Santos (BZ) - autor e coautor do homicídio qualificado;
  • Sérgio Ferreira de Jesus - partícipe no homicídio, por ter orientado os executores da melhor forma de chegarem à casa da vítima;
  • Marílio dos Santos (Maquinista) - autor intelectual do homicídio e responsável pela ordem de assassinato;
  • Ydney Carlos dos Santos de Jesus (Café) - autor intelectual do homicídio, que teria discutido com Mãe Bernadete sobre o tráfico na região do quilombo;

Os dois primeiros já estão presos. Marílio e Josevam, foragidos. O MP ainda pediu a prisão preventiva de Ydney ao denunciar o grupo pelo homicídio.

As investigações sobre a morte de Mãe Bernadete foram concluídas após a Polícia Civil ouvir mais de 80 pessoas, elaborar 14 laudos periciais e 17 relatórios técnicos e de apuração.

A denúncia indica dois executores do crime contra Mãe Bernadete: Arielson e Bz. Segundo a denúncia, este último atirou na região toráxica de Mãe Bernadete após ela não obedecer uma ordem para que se sentasse no sofá de sua casa. O primeiro admitiu que matou a líder quilombola e explicou à Polícia toda dinâmica do crime.

Investigadores mapearam posicionamento de assassinos de Mãe Bernadete Foto: Reprodução

Já a ‘motivação imoral’ do assassinato está ligada com o tráfico de drogas, explicou o MP. A Promotoria diz que os mandantes do crime ‘determinaram a concretização do homicídio em razão da postura ética e corajosa de Mãe Bernadete em conter a expansão do tráfico na região’.

Dos denunciados, Marílio, o ‘maquinista’, é apontado como líder do tráfico em Simões Filho. Seu braço direito é Ydney, o ‘café’, diz o MP. Ambos são denunciados como mandantes do crime.

De acordo com a Promotoria, o grupo de traficantes pretendia expandir as suas ações para dentro da comunidade a partir de Arielson, um dos executores do assassinato. Ele ‘seria o elo entre o grupo criminoso e a comunidade do quilombo haja vista que seus familiares residem no local’.

“Os executores do homicídio receberam uma ordem direta do líder do tráfico de drogas local, Marílio dos Santos, ‘Maquinista’, e, sem questionar, mataram a vítima conforme instruções por ele passadas”, registra o MP.

“As provas alcançadas deixaram muito claro que, para ‘Maquinista’, os ideais de Maria Bernadete Pacífico e a sua luta para a manutenção da ordem dentro da comunidade quilombola passou a conflitar com os seus projetos dos líderes do tráfico de drogas local, mormente relacionados à expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios rentáveis no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental, tal como a barraca ‘Point Pitanga City’ ”, segue a denúncia.

A barraca que traficantes planejavam usar para vender drogas na área quilombola na Bahia Foto: Reprodu

O que colocou Mãe Bernadete na mira do grupo denunciado foi a conduta de barrar o crime no quilombo. A ialorixá se ‘insurgiu contra a construção de uma barraca edificada na barragem de Pitanga de Palmares pelos líderes do tráfico “Maquinista” e “Café” e não hesitou em expor a sua insatisfação e o desejo de tomar as medidas necessárias para fazer cessar a ilegalidade’.

Outro denunciado pelo é Sérgio, que, segundo o MP, ‘queria a morte de Bernadete por insatisfações e usou o tráfico de drogas para concretizar os seus planos escusos’. No celular dele foi encontrado um áudio no qual ele avisa um traficante de drogas que Bernadete iria mandar a polícia prender todos os traficantes no dia da festa de inauguração da barraca Pitanga Point City.

Trecho da denúncia sobre a morte de Mãe Bernadete Foto: Reprodução

A Promotoria exalta a ‘forte liderança’ de Bernadete na localidade de Quilombo dos Palmares e Pitanga dos Palmares. Segundo o MP, ela acompanhava os acontecimentos na região e ‘denunciando atos ilícitos que ocorriam no local às autoridades responsáveis’.

Em razão de tal atuação, a líder quilombola ‘relatava medo em sofrer retaliações por parte de traficantes, principalmente porque não permitia a venda de entorpecentes na comunidade, evitando, assim, o domínio do tráfico de drogas naquele local’.

Mãe Bernadete, liderança quilombola, é morta a tiros na região metropolitana de Salvador nesta quinta-feira, 17. Foto: Conaq/Divulgação

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