A advogada Viviani de Brito Souza, ex-secretária de Administração de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, é suspeita de fraudar licitações da prefeitura para favorecer empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Pressionada pelas investigações do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), ela foi exonerada em agosto do ano passado.
O Estadão busca contato com Viviani. O espaço está aberto para manifestação.
A ex-secretária foi denunciada à Justiça por indícios de irregularidades em uma licitação de R$ 5,5 milhões para a contratação de serviços de controle e fiscalização de portarias e edifícios. Os investigadores acreditam que outros editais tenham sido manipulados em favor do PCC com a participação dela.
Mensagens obtidas no inquérito acenderam o alerta nos promotores do MP. Em conversa com Antônio Carlos de Morais, descrito nas investigações como uma espécie de testa de ferro e operador do esquema do PCC junto às prefeituras, Viviani encaminha uma lista com quatro empresas e pergunta: “Qual a melhor?” Segundo o Ministério Público, a então secretária queria saber qual empresa ligada à facção deveria escolher para vencer uma licitação.
Leia também
Mensagens trocadas também indicam que Morais teve acesso privilegiado a informações de editais antes mesmo da publicação e que cláusulas foram ajustadas para favorecer empresas do grupo.
“De forma explícita, Viviani repassava as informações de outros setores da prefeitura, dirigindo as licitações em favor do grupo criminoso”, afirma o MP na denúncia que atingiu a ex-secretária. A acusação formal foi levada à Justiça na semana passada.
A investigação faz parte da Operação Munditia, que revelou infiltrados da facção em diversas prefeituras de São Paulo. O inquérito detalhou como o PCC teria subornado agentes públicos para vencer licitações e usado contratos para lavar dinheiro do tráfico de drogas. As denúncias vêm sendo fatiadas pelo Ministério Público, por causa do volume de investigados e contratos suspeitos.