Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Regras que blindam chefe da PF enfrentam resistência interna e podem chegar sem apoio ao Congresso


Principais associações de classe têm ressalvas à proposta de lei orgânica apresentada pelo diretor-geral da corporação

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo

A proposta de lei orgânica que vem sendo costurada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, para estruturar a rotina funcional e administrativa da corporação enfrenta forte resistência interna e pode chegar ao Congresso sem o apoio das principais associações de classe.

Em um aceno aos sindicatos, e após incorporar algumas sugestões das entidades ao texto, o chefe da PF enviou a versão final às associações e deu até 12 de agosto para que elas informem se apoiam ou não a proposta.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) foi uma das primeiras a rejeitar a iniciativa em votação interna. O placar foi de 413 votos contrários, 4 favoráveis e 12 favoráveis com ressalvas.

continua após a publicidade

Os sindicatos dos policiais federais em Pernambuco, Ceará, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul também se posicionaram contra o texto. As demais entidades de classe têm assembleias extraordinárias marcadas nos próximos dias para assentar uma posição.

Como a proposta está sendo construída do zero, era esperado algum grau de dissenso das associações, mas delegados ouvidos reservadamente pela reportagem projetam uma reação massiva contra o projeto.

A proposta procura blindar a corporação de ingerências políticas ao definir um mandato para o exercício do cargo de diretor-geral e proibir sua exoneração pelo presidente da República, salvo em situações excepcionais, como suspeita de crime, improbidade e nepotismo.

continua após a publicidade

Delegados da PF avaliam que, sem a previsão de eleições internas para definir uma lista tríplice de candidatos a diretor-geral, a exemplo do que acontece na Procuradoria-Geral da República, a mudança não será suficiente para barrar interferências internas.

Há insatisfação também com a regra que proíbe a filiação de policiais federais a partidos políticos e os obriga a pedir exoneração e aguardar seis meses para participar de atividades político-partidárias.

continua após a publicidade

Outro trecho que tem sido alvo de críticas é o que prevê que os nomes dos servidores sejam ocultados dos atos de pessoal, como nomeações para funções administrativas e promoções. Os policiais serão identificados apenas pela matrícula, o que compromete a transparência das movimentações e dificulta a fiscalização. Delegados ouvidos pelo blog avaliam que o sigilo é inconstitucional.

Além disso, havia expectativa entre os delegados de que fossem estabelecidos critérios mais objetivos para o preenchimento de cargos de adido e oficial de ligação, que segundo a proposta serão definidos por decreto.

O texto esbarra ainda em interesses conflitantes entre as carreiras da PF. Delegados estão insatisfeitos com o espaço para servidores administrativos e policiais assumirem cargos de coordenação, o que veem como uma afronta à hierarquia. Os policiais federais, por sua vez, afirmam que o texto cria uma supremacia dos delegados sobre os demais quadros da corporação.

continua após a publicidade
Proposta de lei orgânica da PF precisa ser enviada pelo governo ao Congresso e aprovada pelos parlamentares para entrar em vigor. Foto: Divulgação/Agência Brasil

O sindicato de policiais federais em São Paulo divulgou um comunicado que resume as queixas dos agentes: “A proposta fecha as portas para qualquer crescimento na carreira em relação aos cargos, já que engessa e reserva toda a direção, de todas as atividades da PF, ao cargo de delegado”.

A criação da modalidade de promoção por merecimento também foi mal recebida. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirma que o critério viola os princípios da impessoalidade e da moralidade.

continua após a publicidade

O texto consolida regras de organização e funcionamento interno, estabelece critérios para o preenchimento de cargos e aposentadorias, define direitos e atribuições dos agentes, escrivães e delegados, entre outros pontos.

Veja os principais pontos propostos no projeto de lei orgânica:

  • Mandato de três anos para o diretor-geral, prorrogável por mais um;
  • Restrições para a exoneração do diretor-geral, que só pode ser substituído pelo presidente se houver indícios de conflito de interesse, improbidade administrativa, infração penal, ato tipificado como causa de inelegibilidade ou nepotismo;
  • Proibição ao envolvimento de policiais federais da ativa em atividades político-partidárias;
  • Policiais federais devem cumprir regras internas, que ainda serão definidas, para o uso das redes sociais;
  • Mulheres devem ser indicadas para cargos comissionados pelo menos na mesma proporção que ocupam cargos efetivos;
  • Direito a uma hora de expediente para a prática de atividade física;
  • Indenização pelas horas de sobreaviso quando não forem acionados;
  • Benefícios como ajuda de custo para despesas de transporte e mudança, auxílio-moradia, salário-família, gratificação por ano de serviço e indenização por “exercício em localidades estratégicas”;
  • Atos de pessoal relativos a nomeações em cargos ou designações para funções, promoção funcional de classe, afastamentos do País, entre outros, conterão apenas matrícula, com ocultação do nome do servidor.

A proposta de lei orgânica que vem sendo costurada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, para estruturar a rotina funcional e administrativa da corporação enfrenta forte resistência interna e pode chegar ao Congresso sem o apoio das principais associações de classe.

Em um aceno aos sindicatos, e após incorporar algumas sugestões das entidades ao texto, o chefe da PF enviou a versão final às associações e deu até 12 de agosto para que elas informem se apoiam ou não a proposta.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) foi uma das primeiras a rejeitar a iniciativa em votação interna. O placar foi de 413 votos contrários, 4 favoráveis e 12 favoráveis com ressalvas.

Os sindicatos dos policiais federais em Pernambuco, Ceará, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul também se posicionaram contra o texto. As demais entidades de classe têm assembleias extraordinárias marcadas nos próximos dias para assentar uma posição.

Como a proposta está sendo construída do zero, era esperado algum grau de dissenso das associações, mas delegados ouvidos reservadamente pela reportagem projetam uma reação massiva contra o projeto.

A proposta procura blindar a corporação de ingerências políticas ao definir um mandato para o exercício do cargo de diretor-geral e proibir sua exoneração pelo presidente da República, salvo em situações excepcionais, como suspeita de crime, improbidade e nepotismo.

Delegados da PF avaliam que, sem a previsão de eleições internas para definir uma lista tríplice de candidatos a diretor-geral, a exemplo do que acontece na Procuradoria-Geral da República, a mudança não será suficiente para barrar interferências internas.

Há insatisfação também com a regra que proíbe a filiação de policiais federais a partidos políticos e os obriga a pedir exoneração e aguardar seis meses para participar de atividades político-partidárias.

Outro trecho que tem sido alvo de críticas é o que prevê que os nomes dos servidores sejam ocultados dos atos de pessoal, como nomeações para funções administrativas e promoções. Os policiais serão identificados apenas pela matrícula, o que compromete a transparência das movimentações e dificulta a fiscalização. Delegados ouvidos pelo blog avaliam que o sigilo é inconstitucional.

Além disso, havia expectativa entre os delegados de que fossem estabelecidos critérios mais objetivos para o preenchimento de cargos de adido e oficial de ligação, que segundo a proposta serão definidos por decreto.

O texto esbarra ainda em interesses conflitantes entre as carreiras da PF. Delegados estão insatisfeitos com o espaço para servidores administrativos e policiais assumirem cargos de coordenação, o que veem como uma afronta à hierarquia. Os policiais federais, por sua vez, afirmam que o texto cria uma supremacia dos delegados sobre os demais quadros da corporação.

Proposta de lei orgânica da PF precisa ser enviada pelo governo ao Congresso e aprovada pelos parlamentares para entrar em vigor. Foto: Divulgação/Agência Brasil

O sindicato de policiais federais em São Paulo divulgou um comunicado que resume as queixas dos agentes: “A proposta fecha as portas para qualquer crescimento na carreira em relação aos cargos, já que engessa e reserva toda a direção, de todas as atividades da PF, ao cargo de delegado”.

A criação da modalidade de promoção por merecimento também foi mal recebida. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirma que o critério viola os princípios da impessoalidade e da moralidade.

O texto consolida regras de organização e funcionamento interno, estabelece critérios para o preenchimento de cargos e aposentadorias, define direitos e atribuições dos agentes, escrivães e delegados, entre outros pontos.

Veja os principais pontos propostos no projeto de lei orgânica:

  • Mandato de três anos para o diretor-geral, prorrogável por mais um;
  • Restrições para a exoneração do diretor-geral, que só pode ser substituído pelo presidente se houver indícios de conflito de interesse, improbidade administrativa, infração penal, ato tipificado como causa de inelegibilidade ou nepotismo;
  • Proibição ao envolvimento de policiais federais da ativa em atividades político-partidárias;
  • Policiais federais devem cumprir regras internas, que ainda serão definidas, para o uso das redes sociais;
  • Mulheres devem ser indicadas para cargos comissionados pelo menos na mesma proporção que ocupam cargos efetivos;
  • Direito a uma hora de expediente para a prática de atividade física;
  • Indenização pelas horas de sobreaviso quando não forem acionados;
  • Benefícios como ajuda de custo para despesas de transporte e mudança, auxílio-moradia, salário-família, gratificação por ano de serviço e indenização por “exercício em localidades estratégicas”;
  • Atos de pessoal relativos a nomeações em cargos ou designações para funções, promoção funcional de classe, afastamentos do País, entre outros, conterão apenas matrícula, com ocultação do nome do servidor.

A proposta de lei orgânica que vem sendo costurada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, para estruturar a rotina funcional e administrativa da corporação enfrenta forte resistência interna e pode chegar ao Congresso sem o apoio das principais associações de classe.

Em um aceno aos sindicatos, e após incorporar algumas sugestões das entidades ao texto, o chefe da PF enviou a versão final às associações e deu até 12 de agosto para que elas informem se apoiam ou não a proposta.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) foi uma das primeiras a rejeitar a iniciativa em votação interna. O placar foi de 413 votos contrários, 4 favoráveis e 12 favoráveis com ressalvas.

Os sindicatos dos policiais federais em Pernambuco, Ceará, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul também se posicionaram contra o texto. As demais entidades de classe têm assembleias extraordinárias marcadas nos próximos dias para assentar uma posição.

Como a proposta está sendo construída do zero, era esperado algum grau de dissenso das associações, mas delegados ouvidos reservadamente pela reportagem projetam uma reação massiva contra o projeto.

A proposta procura blindar a corporação de ingerências políticas ao definir um mandato para o exercício do cargo de diretor-geral e proibir sua exoneração pelo presidente da República, salvo em situações excepcionais, como suspeita de crime, improbidade e nepotismo.

Delegados da PF avaliam que, sem a previsão de eleições internas para definir uma lista tríplice de candidatos a diretor-geral, a exemplo do que acontece na Procuradoria-Geral da República, a mudança não será suficiente para barrar interferências internas.

Há insatisfação também com a regra que proíbe a filiação de policiais federais a partidos políticos e os obriga a pedir exoneração e aguardar seis meses para participar de atividades político-partidárias.

Outro trecho que tem sido alvo de críticas é o que prevê que os nomes dos servidores sejam ocultados dos atos de pessoal, como nomeações para funções administrativas e promoções. Os policiais serão identificados apenas pela matrícula, o que compromete a transparência das movimentações e dificulta a fiscalização. Delegados ouvidos pelo blog avaliam que o sigilo é inconstitucional.

Além disso, havia expectativa entre os delegados de que fossem estabelecidos critérios mais objetivos para o preenchimento de cargos de adido e oficial de ligação, que segundo a proposta serão definidos por decreto.

O texto esbarra ainda em interesses conflitantes entre as carreiras da PF. Delegados estão insatisfeitos com o espaço para servidores administrativos e policiais assumirem cargos de coordenação, o que veem como uma afronta à hierarquia. Os policiais federais, por sua vez, afirmam que o texto cria uma supremacia dos delegados sobre os demais quadros da corporação.

Proposta de lei orgânica da PF precisa ser enviada pelo governo ao Congresso e aprovada pelos parlamentares para entrar em vigor. Foto: Divulgação/Agência Brasil

O sindicato de policiais federais em São Paulo divulgou um comunicado que resume as queixas dos agentes: “A proposta fecha as portas para qualquer crescimento na carreira em relação aos cargos, já que engessa e reserva toda a direção, de todas as atividades da PF, ao cargo de delegado”.

A criação da modalidade de promoção por merecimento também foi mal recebida. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirma que o critério viola os princípios da impessoalidade e da moralidade.

O texto consolida regras de organização e funcionamento interno, estabelece critérios para o preenchimento de cargos e aposentadorias, define direitos e atribuições dos agentes, escrivães e delegados, entre outros pontos.

Veja os principais pontos propostos no projeto de lei orgânica:

  • Mandato de três anos para o diretor-geral, prorrogável por mais um;
  • Restrições para a exoneração do diretor-geral, que só pode ser substituído pelo presidente se houver indícios de conflito de interesse, improbidade administrativa, infração penal, ato tipificado como causa de inelegibilidade ou nepotismo;
  • Proibição ao envolvimento de policiais federais da ativa em atividades político-partidárias;
  • Policiais federais devem cumprir regras internas, que ainda serão definidas, para o uso das redes sociais;
  • Mulheres devem ser indicadas para cargos comissionados pelo menos na mesma proporção que ocupam cargos efetivos;
  • Direito a uma hora de expediente para a prática de atividade física;
  • Indenização pelas horas de sobreaviso quando não forem acionados;
  • Benefícios como ajuda de custo para despesas de transporte e mudança, auxílio-moradia, salário-família, gratificação por ano de serviço e indenização por “exercício em localidades estratégicas”;
  • Atos de pessoal relativos a nomeações em cargos ou designações para funções, promoção funcional de classe, afastamentos do País, entre outros, conterão apenas matrícula, com ocultação do nome do servidor.

A proposta de lei orgânica que vem sendo costurada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, para estruturar a rotina funcional e administrativa da corporação enfrenta forte resistência interna e pode chegar ao Congresso sem o apoio das principais associações de classe.

Em um aceno aos sindicatos, e após incorporar algumas sugestões das entidades ao texto, o chefe da PF enviou a versão final às associações e deu até 12 de agosto para que elas informem se apoiam ou não a proposta.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) foi uma das primeiras a rejeitar a iniciativa em votação interna. O placar foi de 413 votos contrários, 4 favoráveis e 12 favoráveis com ressalvas.

Os sindicatos dos policiais federais em Pernambuco, Ceará, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul também se posicionaram contra o texto. As demais entidades de classe têm assembleias extraordinárias marcadas nos próximos dias para assentar uma posição.

Como a proposta está sendo construída do zero, era esperado algum grau de dissenso das associações, mas delegados ouvidos reservadamente pela reportagem projetam uma reação massiva contra o projeto.

A proposta procura blindar a corporação de ingerências políticas ao definir um mandato para o exercício do cargo de diretor-geral e proibir sua exoneração pelo presidente da República, salvo em situações excepcionais, como suspeita de crime, improbidade e nepotismo.

Delegados da PF avaliam que, sem a previsão de eleições internas para definir uma lista tríplice de candidatos a diretor-geral, a exemplo do que acontece na Procuradoria-Geral da República, a mudança não será suficiente para barrar interferências internas.

Há insatisfação também com a regra que proíbe a filiação de policiais federais a partidos políticos e os obriga a pedir exoneração e aguardar seis meses para participar de atividades político-partidárias.

Outro trecho que tem sido alvo de críticas é o que prevê que os nomes dos servidores sejam ocultados dos atos de pessoal, como nomeações para funções administrativas e promoções. Os policiais serão identificados apenas pela matrícula, o que compromete a transparência das movimentações e dificulta a fiscalização. Delegados ouvidos pelo blog avaliam que o sigilo é inconstitucional.

Além disso, havia expectativa entre os delegados de que fossem estabelecidos critérios mais objetivos para o preenchimento de cargos de adido e oficial de ligação, que segundo a proposta serão definidos por decreto.

O texto esbarra ainda em interesses conflitantes entre as carreiras da PF. Delegados estão insatisfeitos com o espaço para servidores administrativos e policiais assumirem cargos de coordenação, o que veem como uma afronta à hierarquia. Os policiais federais, por sua vez, afirmam que o texto cria uma supremacia dos delegados sobre os demais quadros da corporação.

Proposta de lei orgânica da PF precisa ser enviada pelo governo ao Congresso e aprovada pelos parlamentares para entrar em vigor. Foto: Divulgação/Agência Brasil

O sindicato de policiais federais em São Paulo divulgou um comunicado que resume as queixas dos agentes: “A proposta fecha as portas para qualquer crescimento na carreira em relação aos cargos, já que engessa e reserva toda a direção, de todas as atividades da PF, ao cargo de delegado”.

A criação da modalidade de promoção por merecimento também foi mal recebida. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirma que o critério viola os princípios da impessoalidade e da moralidade.

O texto consolida regras de organização e funcionamento interno, estabelece critérios para o preenchimento de cargos e aposentadorias, define direitos e atribuições dos agentes, escrivães e delegados, entre outros pontos.

Veja os principais pontos propostos no projeto de lei orgânica:

  • Mandato de três anos para o diretor-geral, prorrogável por mais um;
  • Restrições para a exoneração do diretor-geral, que só pode ser substituído pelo presidente se houver indícios de conflito de interesse, improbidade administrativa, infração penal, ato tipificado como causa de inelegibilidade ou nepotismo;
  • Proibição ao envolvimento de policiais federais da ativa em atividades político-partidárias;
  • Policiais federais devem cumprir regras internas, que ainda serão definidas, para o uso das redes sociais;
  • Mulheres devem ser indicadas para cargos comissionados pelo menos na mesma proporção que ocupam cargos efetivos;
  • Direito a uma hora de expediente para a prática de atividade física;
  • Indenização pelas horas de sobreaviso quando não forem acionados;
  • Benefícios como ajuda de custo para despesas de transporte e mudança, auxílio-moradia, salário-família, gratificação por ano de serviço e indenização por “exercício em localidades estratégicas”;
  • Atos de pessoal relativos a nomeações em cargos ou designações para funções, promoção funcional de classe, afastamentos do País, entre outros, conterão apenas matrícula, com ocultação do nome do servidor.

A proposta de lei orgânica que vem sendo costurada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, para estruturar a rotina funcional e administrativa da corporação enfrenta forte resistência interna e pode chegar ao Congresso sem o apoio das principais associações de classe.

Em um aceno aos sindicatos, e após incorporar algumas sugestões das entidades ao texto, o chefe da PF enviou a versão final às associações e deu até 12 de agosto para que elas informem se apoiam ou não a proposta.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) foi uma das primeiras a rejeitar a iniciativa em votação interna. O placar foi de 413 votos contrários, 4 favoráveis e 12 favoráveis com ressalvas.

Os sindicatos dos policiais federais em Pernambuco, Ceará, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul também se posicionaram contra o texto. As demais entidades de classe têm assembleias extraordinárias marcadas nos próximos dias para assentar uma posição.

Como a proposta está sendo construída do zero, era esperado algum grau de dissenso das associações, mas delegados ouvidos reservadamente pela reportagem projetam uma reação massiva contra o projeto.

A proposta procura blindar a corporação de ingerências políticas ao definir um mandato para o exercício do cargo de diretor-geral e proibir sua exoneração pelo presidente da República, salvo em situações excepcionais, como suspeita de crime, improbidade e nepotismo.

Delegados da PF avaliam que, sem a previsão de eleições internas para definir uma lista tríplice de candidatos a diretor-geral, a exemplo do que acontece na Procuradoria-Geral da República, a mudança não será suficiente para barrar interferências internas.

Há insatisfação também com a regra que proíbe a filiação de policiais federais a partidos políticos e os obriga a pedir exoneração e aguardar seis meses para participar de atividades político-partidárias.

Outro trecho que tem sido alvo de críticas é o que prevê que os nomes dos servidores sejam ocultados dos atos de pessoal, como nomeações para funções administrativas e promoções. Os policiais serão identificados apenas pela matrícula, o que compromete a transparência das movimentações e dificulta a fiscalização. Delegados ouvidos pelo blog avaliam que o sigilo é inconstitucional.

Além disso, havia expectativa entre os delegados de que fossem estabelecidos critérios mais objetivos para o preenchimento de cargos de adido e oficial de ligação, que segundo a proposta serão definidos por decreto.

O texto esbarra ainda em interesses conflitantes entre as carreiras da PF. Delegados estão insatisfeitos com o espaço para servidores administrativos e policiais assumirem cargos de coordenação, o que veem como uma afronta à hierarquia. Os policiais federais, por sua vez, afirmam que o texto cria uma supremacia dos delegados sobre os demais quadros da corporação.

Proposta de lei orgânica da PF precisa ser enviada pelo governo ao Congresso e aprovada pelos parlamentares para entrar em vigor. Foto: Divulgação/Agência Brasil

O sindicato de policiais federais em São Paulo divulgou um comunicado que resume as queixas dos agentes: “A proposta fecha as portas para qualquer crescimento na carreira em relação aos cargos, já que engessa e reserva toda a direção, de todas as atividades da PF, ao cargo de delegado”.

A criação da modalidade de promoção por merecimento também foi mal recebida. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirma que o critério viola os princípios da impessoalidade e da moralidade.

O texto consolida regras de organização e funcionamento interno, estabelece critérios para o preenchimento de cargos e aposentadorias, define direitos e atribuições dos agentes, escrivães e delegados, entre outros pontos.

Veja os principais pontos propostos no projeto de lei orgânica:

  • Mandato de três anos para o diretor-geral, prorrogável por mais um;
  • Restrições para a exoneração do diretor-geral, que só pode ser substituído pelo presidente se houver indícios de conflito de interesse, improbidade administrativa, infração penal, ato tipificado como causa de inelegibilidade ou nepotismo;
  • Proibição ao envolvimento de policiais federais da ativa em atividades político-partidárias;
  • Policiais federais devem cumprir regras internas, que ainda serão definidas, para o uso das redes sociais;
  • Mulheres devem ser indicadas para cargos comissionados pelo menos na mesma proporção que ocupam cargos efetivos;
  • Direito a uma hora de expediente para a prática de atividade física;
  • Indenização pelas horas de sobreaviso quando não forem acionados;
  • Benefícios como ajuda de custo para despesas de transporte e mudança, auxílio-moradia, salário-família, gratificação por ano de serviço e indenização por “exercício em localidades estratégicas”;
  • Atos de pessoal relativos a nomeações em cargos ou designações para funções, promoção funcional de classe, afastamentos do País, entre outros, conterão apenas matrícula, com ocultação do nome do servidor.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.