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‘Proposta de negócio’, rotina de viagens; assista ao que dizem suspeitos de ligação com o Hezbollah


Lucas Passos Lima e Jean Carlos de Souza, presos na Operação Trapiche, contrapõem versão da Polícia Federal e negam à Justiça envolvimento em atos preparatórios de terrorismo contra alvos da comunidade judaica no Brasil

Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:
Lucas Passos Lima e Jean Carlos de Souza foram presos temporariamente na Operação Trapiche e dizem que são inocentes. Foto: Reprodução/Justiça Federal

Os dois homens presos pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o Hezbollah, grupo paramilitar xiita do Líbano, negaram, em audiência de custódia na 5.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, participação em planos terroristas.

As prisões temporárias foram decretadas pela Justiça Federal de Belo Horizonte na Operação Trapiche.

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Os presos são o autônomo Lucas Passos Lima, 35, detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando voltava do Líbano, e o técnico em plásticos Jean Carlos de Souza, 38, preso próximo a um hotel onde estava hospedado no centro da capital paulista.

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Morador de Brasília, Lucas narrou que viajou ao Líbano porque recebeu uma proposta de “crescimento de negócio”. Ele contou que estudou até o oitavo ano e trabalha com regularização de imóveis, corretagem e venda de grãos.

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“Atribuir a alguém falando ‘você foi até lá e conheceu tal pessoa, você fez tal crime’, não tem como fazer isso, você pegar e ter essa direção. Você sair de um lugar, com a idade que tem, para fazer parte de um grupo que está em guerra”, afirmou.

Jean Carlos mora em Joinville (SC). Ele afirmou, na audiência de custódia, que vive uma rotina de viagens e, por isso, já foi parado e revistado inúmeras vezes pela Polícia Federal (PF).

“Sair de uma acusação de um tráfico, aonde você vai esclarecer na hora, e me jogar em terrorismo é algo muito sério”, afirmou. Ele prometeu cooperar com a investigação e passou a senha do celular, que foi apreendido. “Vou ficar 30 dias respondendo por algo absurdo, que não vai dar em nada.”

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A audiência de custódia serve para analisar se a prisão foi legal ou se o preso sofreu algum tipo de violência. As prisões de Lucas e Jean Carlos foram mantidas.

Investigação

As primeiras informações divulgadas pela Polícia Federal indicam que os presos e outros brasileiros investigados planejavam ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil. A PF afirma que sinagogas estavam sendo monitoradas e fotografadas.

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O inquérito foi aberto a partir de um alerta dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel. Como mostrou o repórter Marcelo Godoy, do Estadão, a general americana Laura Richardson havia alertado para “intenções malignas” do Hezbollah no Brasil.

A Operação Trapiche provocou uma crise entre o Ministério da Justiça e o embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, que deu declarações públicas sobre a suposta presença de representantes do Hezbollah no Brasil. O ministro Flávio Dino reagiu e afirmou que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal” e que o caso está sob investigação.

Lucas Passos Lima e Jean Carlos de Souza foram presos temporariamente na Operação Trapiche e dizem que são inocentes. Foto: Reprodução/Justiça Federal

Os dois homens presos pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o Hezbollah, grupo paramilitar xiita do Líbano, negaram, em audiência de custódia na 5.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, participação em planos terroristas.

As prisões temporárias foram decretadas pela Justiça Federal de Belo Horizonte na Operação Trapiche.

Os presos são o autônomo Lucas Passos Lima, 35, detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando voltava do Líbano, e o técnico em plásticos Jean Carlos de Souza, 38, preso próximo a um hotel onde estava hospedado no centro da capital paulista.

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Morador de Brasília, Lucas narrou que viajou ao Líbano porque recebeu uma proposta de “crescimento de negócio”. Ele contou que estudou até o oitavo ano e trabalha com regularização de imóveis, corretagem e venda de grãos.

“Atribuir a alguém falando ‘você foi até lá e conheceu tal pessoa, você fez tal crime’, não tem como fazer isso, você pegar e ter essa direção. Você sair de um lugar, com a idade que tem, para fazer parte de um grupo que está em guerra”, afirmou.

Jean Carlos mora em Joinville (SC). Ele afirmou, na audiência de custódia, que vive uma rotina de viagens e, por isso, já foi parado e revistado inúmeras vezes pela Polícia Federal (PF).

“Sair de uma acusação de um tráfico, aonde você vai esclarecer na hora, e me jogar em terrorismo é algo muito sério”, afirmou. Ele prometeu cooperar com a investigação e passou a senha do celular, que foi apreendido. “Vou ficar 30 dias respondendo por algo absurdo, que não vai dar em nada.”

A audiência de custódia serve para analisar se a prisão foi legal ou se o preso sofreu algum tipo de violência. As prisões de Lucas e Jean Carlos foram mantidas.

Investigação

As primeiras informações divulgadas pela Polícia Federal indicam que os presos e outros brasileiros investigados planejavam ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil. A PF afirma que sinagogas estavam sendo monitoradas e fotografadas.

O inquérito foi aberto a partir de um alerta dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel. Como mostrou o repórter Marcelo Godoy, do Estadão, a general americana Laura Richardson havia alertado para “intenções malignas” do Hezbollah no Brasil.

A Operação Trapiche provocou uma crise entre o Ministério da Justiça e o embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, que deu declarações públicas sobre a suposta presença de representantes do Hezbollah no Brasil. O ministro Flávio Dino reagiu e afirmou que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal” e que o caso está sob investigação.

Lucas Passos Lima e Jean Carlos de Souza foram presos temporariamente na Operação Trapiche e dizem que são inocentes. Foto: Reprodução/Justiça Federal

Os dois homens presos pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o Hezbollah, grupo paramilitar xiita do Líbano, negaram, em audiência de custódia na 5.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, participação em planos terroristas.

As prisões temporárias foram decretadas pela Justiça Federal de Belo Horizonte na Operação Trapiche.

Os presos são o autônomo Lucas Passos Lima, 35, detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando voltava do Líbano, e o técnico em plásticos Jean Carlos de Souza, 38, preso próximo a um hotel onde estava hospedado no centro da capital paulista.

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Morador de Brasília, Lucas narrou que viajou ao Líbano porque recebeu uma proposta de “crescimento de negócio”. Ele contou que estudou até o oitavo ano e trabalha com regularização de imóveis, corretagem e venda de grãos.

“Atribuir a alguém falando ‘você foi até lá e conheceu tal pessoa, você fez tal crime’, não tem como fazer isso, você pegar e ter essa direção. Você sair de um lugar, com a idade que tem, para fazer parte de um grupo que está em guerra”, afirmou.

Jean Carlos mora em Joinville (SC). Ele afirmou, na audiência de custódia, que vive uma rotina de viagens e, por isso, já foi parado e revistado inúmeras vezes pela Polícia Federal (PF).

“Sair de uma acusação de um tráfico, aonde você vai esclarecer na hora, e me jogar em terrorismo é algo muito sério”, afirmou. Ele prometeu cooperar com a investigação e passou a senha do celular, que foi apreendido. “Vou ficar 30 dias respondendo por algo absurdo, que não vai dar em nada.”

A audiência de custódia serve para analisar se a prisão foi legal ou se o preso sofreu algum tipo de violência. As prisões de Lucas e Jean Carlos foram mantidas.

Investigação

As primeiras informações divulgadas pela Polícia Federal indicam que os presos e outros brasileiros investigados planejavam ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil. A PF afirma que sinagogas estavam sendo monitoradas e fotografadas.

O inquérito foi aberto a partir de um alerta dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel. Como mostrou o repórter Marcelo Godoy, do Estadão, a general americana Laura Richardson havia alertado para “intenções malignas” do Hezbollah no Brasil.

A Operação Trapiche provocou uma crise entre o Ministério da Justiça e o embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, que deu declarações públicas sobre a suposta presença de representantes do Hezbollah no Brasil. O ministro Flávio Dino reagiu e afirmou que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal” e que o caso está sob investigação.

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