O desembargador Kassio Nunes Marques, indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que apoia todas as operações feitas no País quando questionado sobre a Lava Jato. Ele ponderou, no entanto, que "correções precisam ser feitas" se houver ilegalidades nessas investigações. O magistrado é sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
"Não há um brasileiro, membro do Ministério Público ou magistrado que não reconhece os méritos de qualquer operação do Brasil", afirmou o magistrado, declarando que as ações são legitimadas com a participação do MP, do Judiciário e de autoridades policiais. Ele disse ainda que, se houver ilegalidade, "essas correções podem ser feitas". "Nada é imutável", declarou Nunes após questionamentos do senador Lasier Martins (Pode-RS).
A indicação do desembargador para o Supremo foi criticada pela ala lavajatista do Senado, que viu na escolha do presidente Jair Bolsonaro uma tentativa para aumentar o quadro do STF crítico à Lava Jato.
O desembargador evitou se posicionar se é favorável ou não a uma revisão na prisão após condenação em segunda instância - possibilidade derrubada pelo STF. "O quadro atual é de devolução dessa matéria para o Congresso Nacional. Talvez seria muita pretensão da minha parte tentar, a não ser que seja convidado para uma comissão ou foro específico, dar colaboração jurídica para construção dessa norma."
Bolsonaro disse ter 'acabado com a Lava Jato'
No dia 7, Bolsonaro disse ter "acabado com a Lava Jato" porque, segundo ele, "Não há mais corrupção no governo". A declaração foi justamente uma resposta às críticas de lavajatistas por ter se aproximado de ministros do Supremo Tribunal Federal que se posicionam contrários à operação tocada pelo ex-juiz Sérgio Moro.
Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli chancelaram o nome do desembargador Kassio Marques para a vaga na Corte.