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Opinião|Reflexões sobre o etarismo à luz da obra de Ernest Hemingway


A vida dos que buscam o bem e o bom é cheia de luta que, quando na plena velhice, recobre o coração com a experiência adquirida. Ainda bem que existem jovens idealistas que dão o devido valor e acreditam naqueles que viveram épocas priscas que, por via de consequência, resultam em ensinamentos preciosos para que os mais novos aprendam a pescar da forma correta

Por Flávio Nogueira

Relendo o conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, reflito sobre a fase política atual, em que floresce um etarismo, mormente em parte da mídia, tentando vitimar, e, às vezes, conseguindo, as pessoas de idade avançada, demonstrando preconceito intolerante contra elas.

Ao escrever aquele laureado conto, Hemingway, tal como o protagonista Santiago, velho pescador, era considerado um escritor em decadência que, na opinião de alguns, já estava acabado, com decrepitude motivada por ser um ancião. Todavia, é nessa fase etária bastante adiantada que ele escreveu “O Velho e o Mar”, a maior obra de sua vida – ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 1954. Idêntico a ele, o personagem Santiago consegue, naquela narrativa, pescar o maior peixe que já tinha conseguido (um marlim de 7 metros de comprimento). No conto, o personagem Santiago metaforiza o modo como a esperança pode ser mantida, apesar da alta idade, e como o otimismo e a fé do ancião levam-no à grande persistência, mesmo em momentos em que se encontra debilitado e luta intensamente pela manutenção da lucidez e no embate contra o cansaço.

Transpondo-nos para a realidade externa à do livro, sabemos que é comum haver dúvidas quanto ao bom sucesso do idoso em chegar ao fim da missão a que se empenha – dúvidas que são expressas, principalmente, pelas pessoas de idade mais jovem. Entretanto, muitas vezes, o homem consegue realizar a sua mais importante e produtiva obra na faixa da idade mais avançada de sua vida.

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Na vida pública, muitos somos pescadores de preciosos feitos: alguns tentam pescar nas confusas e contaminadas águas turvas, de onde, na maior parte das vezes, só se extraem indigestas e insalubres experiências; outros pescam na transparência das águas claras, que revelam a todos o que se está por conseguir; aqueloutros há que se dedicam às águas rasas, onde, geralmente, fisgam uma produção de pequena importância e pouca qualidade; contudo, por mais incrível que possa parecer, existem pessoas já bem idosas que possuem a rara maestria de pescarem em águas profundas, onde se encontra o pescado de tamanha qualidade e de maior importância, cujo conhecimento é capaz de fazer prosperar aqueles mais experientes e sábios, que trazem à tona o que apraz, de fato, a toda humanidade, em prol do bem comum e do progresso.

É verdade que parte dos analistas críticos considera decadentes os que se apresentam de velha idade, como se o fato de ser ancião fosse empecilho à possibilidade de apresentar bons frutos, que tragam o retorno de uma obra positiva. A vida dos que buscam o bem e o bom é cheia de luta que, quando na plena velhice, recobre o coração com a experiência adquirida com sensações e sentimentos pertinentes a cada um, porém capazes de transbordar na sua visão particular, a forma seletiva das coisas possíveis de se revelarem bem-aventuranças. Ainda bem que existem jovens idealistas que dão o devido valor e acreditam naqueles que viveram épocas priscas que, por via de consequência, resultam em ensinamentos preciosos para que os mais novos aprendam a pescar da forma correta.

Realmente, ocorrem fatos que desdouram homens públicos de idade muito avançada no afã de persistirem de forma inglória numa carreira comprometida pela decrepitude pessoal que impede a lucidez imprescindível para o exercício de cargos e funções que exijam o discurso e a prática calcada na realidade. Foi o que aconteceu recentemente no decorrer da disputa eleitoral à presidência dos Estados Unidos da América, ao se constatar impedimentos de sanidade em John Biden. No entanto, há de se atentar para o fato de que o motivo da retirada da sua candidatura não poder ser usado como munição para uso dos etaristas de plantão, visto que o candidato que se lhe opõe, o republicano Donald Trump, lhe regula em idade próxima, mas está longe de apresentar sintomas de falha de memória ou de qualquer demência que o impeça de concorrer ao cargo de presidente daquele país. Portanto, o que obstaculiza John Biden não é a idade avançada em si.

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É fato notório que muitos velhos conseguem lutar, enfrentando adversidades pelo bem dos outros (basta mirarmo-nos em grandes vultos longevos como Konrad Adenauer e Winston Churchill) e que, infelizmente, há jovens homens públicos que, embora bem intencionados, desprezam a aprendizagem necessária para lograr atingir os seus objetivos, não conseguindo ir até o fim de suas metas, naufragando em um mar de vicissitudes (haja vista o ocorrido com os ex-presidentes Jânio Quadros, João Goulart e Fernando Collor). Especialmente porque, mesmo quando realizam produtivos benefícios, não faltam os tubarões que buscam oportunisticamente destruírem as boas ações, derrotando, portanto, os homens públicos de bem. Contudo, ao contrário de alguns jovens carentes de habilidade, há velhos que até mesmo são destruídos, mas nunca derrotados.

A exaustão da luta contra as intempéries mostra até que ponto chegam as limitações advindas na perseverança e no senso de responsabilidade que cada um tem em relação às suas próprias opções, todavia, deve ser motivo de respeito por uma história de vida pessoal solidária para com as outras criaturas.

A vida engajada em ideais é bela como os encantos do mar, ainda que possa ser cruel a ponto de requerer coragem e virtude. A coragem e a virtude de, muitas vezes, admirar os adversários com que se luta na defesa dos seus pontos de vista. Enfim, isso é a vida renhida na conquista dos objetivos traçados, assim como é o mar encapelado e a dignidade de alguns adversários que, tais quais os grandes peixes, têm, inevitavelmente, de ser enfrentados.

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Assim, da releitura do conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, enuncio essas minhas observações numa época de predominância do etarismo, principalmente na política, quando valiosas carreiras de extensa idade são questionadas, tencionando-se a fabricação de vetos a pessoas de memorável história pessoal.

Relendo o conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, reflito sobre a fase política atual, em que floresce um etarismo, mormente em parte da mídia, tentando vitimar, e, às vezes, conseguindo, as pessoas de idade avançada, demonstrando preconceito intolerante contra elas.

Ao escrever aquele laureado conto, Hemingway, tal como o protagonista Santiago, velho pescador, era considerado um escritor em decadência que, na opinião de alguns, já estava acabado, com decrepitude motivada por ser um ancião. Todavia, é nessa fase etária bastante adiantada que ele escreveu “O Velho e o Mar”, a maior obra de sua vida – ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 1954. Idêntico a ele, o personagem Santiago consegue, naquela narrativa, pescar o maior peixe que já tinha conseguido (um marlim de 7 metros de comprimento). No conto, o personagem Santiago metaforiza o modo como a esperança pode ser mantida, apesar da alta idade, e como o otimismo e a fé do ancião levam-no à grande persistência, mesmo em momentos em que se encontra debilitado e luta intensamente pela manutenção da lucidez e no embate contra o cansaço.

Transpondo-nos para a realidade externa à do livro, sabemos que é comum haver dúvidas quanto ao bom sucesso do idoso em chegar ao fim da missão a que se empenha – dúvidas que são expressas, principalmente, pelas pessoas de idade mais jovem. Entretanto, muitas vezes, o homem consegue realizar a sua mais importante e produtiva obra na faixa da idade mais avançada de sua vida.

Na vida pública, muitos somos pescadores de preciosos feitos: alguns tentam pescar nas confusas e contaminadas águas turvas, de onde, na maior parte das vezes, só se extraem indigestas e insalubres experiências; outros pescam na transparência das águas claras, que revelam a todos o que se está por conseguir; aqueloutros há que se dedicam às águas rasas, onde, geralmente, fisgam uma produção de pequena importância e pouca qualidade; contudo, por mais incrível que possa parecer, existem pessoas já bem idosas que possuem a rara maestria de pescarem em águas profundas, onde se encontra o pescado de tamanha qualidade e de maior importância, cujo conhecimento é capaz de fazer prosperar aqueles mais experientes e sábios, que trazem à tona o que apraz, de fato, a toda humanidade, em prol do bem comum e do progresso.

É verdade que parte dos analistas críticos considera decadentes os que se apresentam de velha idade, como se o fato de ser ancião fosse empecilho à possibilidade de apresentar bons frutos, que tragam o retorno de uma obra positiva. A vida dos que buscam o bem e o bom é cheia de luta que, quando na plena velhice, recobre o coração com a experiência adquirida com sensações e sentimentos pertinentes a cada um, porém capazes de transbordar na sua visão particular, a forma seletiva das coisas possíveis de se revelarem bem-aventuranças. Ainda bem que existem jovens idealistas que dão o devido valor e acreditam naqueles que viveram épocas priscas que, por via de consequência, resultam em ensinamentos preciosos para que os mais novos aprendam a pescar da forma correta.

Realmente, ocorrem fatos que desdouram homens públicos de idade muito avançada no afã de persistirem de forma inglória numa carreira comprometida pela decrepitude pessoal que impede a lucidez imprescindível para o exercício de cargos e funções que exijam o discurso e a prática calcada na realidade. Foi o que aconteceu recentemente no decorrer da disputa eleitoral à presidência dos Estados Unidos da América, ao se constatar impedimentos de sanidade em John Biden. No entanto, há de se atentar para o fato de que o motivo da retirada da sua candidatura não poder ser usado como munição para uso dos etaristas de plantão, visto que o candidato que se lhe opõe, o republicano Donald Trump, lhe regula em idade próxima, mas está longe de apresentar sintomas de falha de memória ou de qualquer demência que o impeça de concorrer ao cargo de presidente daquele país. Portanto, o que obstaculiza John Biden não é a idade avançada em si.

É fato notório que muitos velhos conseguem lutar, enfrentando adversidades pelo bem dos outros (basta mirarmo-nos em grandes vultos longevos como Konrad Adenauer e Winston Churchill) e que, infelizmente, há jovens homens públicos que, embora bem intencionados, desprezam a aprendizagem necessária para lograr atingir os seus objetivos, não conseguindo ir até o fim de suas metas, naufragando em um mar de vicissitudes (haja vista o ocorrido com os ex-presidentes Jânio Quadros, João Goulart e Fernando Collor). Especialmente porque, mesmo quando realizam produtivos benefícios, não faltam os tubarões que buscam oportunisticamente destruírem as boas ações, derrotando, portanto, os homens públicos de bem. Contudo, ao contrário de alguns jovens carentes de habilidade, há velhos que até mesmo são destruídos, mas nunca derrotados.

A exaustão da luta contra as intempéries mostra até que ponto chegam as limitações advindas na perseverança e no senso de responsabilidade que cada um tem em relação às suas próprias opções, todavia, deve ser motivo de respeito por uma história de vida pessoal solidária para com as outras criaturas.

A vida engajada em ideais é bela como os encantos do mar, ainda que possa ser cruel a ponto de requerer coragem e virtude. A coragem e a virtude de, muitas vezes, admirar os adversários com que se luta na defesa dos seus pontos de vista. Enfim, isso é a vida renhida na conquista dos objetivos traçados, assim como é o mar encapelado e a dignidade de alguns adversários que, tais quais os grandes peixes, têm, inevitavelmente, de ser enfrentados.

Assim, da releitura do conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, enuncio essas minhas observações numa época de predominância do etarismo, principalmente na política, quando valiosas carreiras de extensa idade são questionadas, tencionando-se a fabricação de vetos a pessoas de memorável história pessoal.

Relendo o conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, reflito sobre a fase política atual, em que floresce um etarismo, mormente em parte da mídia, tentando vitimar, e, às vezes, conseguindo, as pessoas de idade avançada, demonstrando preconceito intolerante contra elas.

Ao escrever aquele laureado conto, Hemingway, tal como o protagonista Santiago, velho pescador, era considerado um escritor em decadência que, na opinião de alguns, já estava acabado, com decrepitude motivada por ser um ancião. Todavia, é nessa fase etária bastante adiantada que ele escreveu “O Velho e o Mar”, a maior obra de sua vida – ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 1954. Idêntico a ele, o personagem Santiago consegue, naquela narrativa, pescar o maior peixe que já tinha conseguido (um marlim de 7 metros de comprimento). No conto, o personagem Santiago metaforiza o modo como a esperança pode ser mantida, apesar da alta idade, e como o otimismo e a fé do ancião levam-no à grande persistência, mesmo em momentos em que se encontra debilitado e luta intensamente pela manutenção da lucidez e no embate contra o cansaço.

Transpondo-nos para a realidade externa à do livro, sabemos que é comum haver dúvidas quanto ao bom sucesso do idoso em chegar ao fim da missão a que se empenha – dúvidas que são expressas, principalmente, pelas pessoas de idade mais jovem. Entretanto, muitas vezes, o homem consegue realizar a sua mais importante e produtiva obra na faixa da idade mais avançada de sua vida.

Na vida pública, muitos somos pescadores de preciosos feitos: alguns tentam pescar nas confusas e contaminadas águas turvas, de onde, na maior parte das vezes, só se extraem indigestas e insalubres experiências; outros pescam na transparência das águas claras, que revelam a todos o que se está por conseguir; aqueloutros há que se dedicam às águas rasas, onde, geralmente, fisgam uma produção de pequena importância e pouca qualidade; contudo, por mais incrível que possa parecer, existem pessoas já bem idosas que possuem a rara maestria de pescarem em águas profundas, onde se encontra o pescado de tamanha qualidade e de maior importância, cujo conhecimento é capaz de fazer prosperar aqueles mais experientes e sábios, que trazem à tona o que apraz, de fato, a toda humanidade, em prol do bem comum e do progresso.

É verdade que parte dos analistas críticos considera decadentes os que se apresentam de velha idade, como se o fato de ser ancião fosse empecilho à possibilidade de apresentar bons frutos, que tragam o retorno de uma obra positiva. A vida dos que buscam o bem e o bom é cheia de luta que, quando na plena velhice, recobre o coração com a experiência adquirida com sensações e sentimentos pertinentes a cada um, porém capazes de transbordar na sua visão particular, a forma seletiva das coisas possíveis de se revelarem bem-aventuranças. Ainda bem que existem jovens idealistas que dão o devido valor e acreditam naqueles que viveram épocas priscas que, por via de consequência, resultam em ensinamentos preciosos para que os mais novos aprendam a pescar da forma correta.

Realmente, ocorrem fatos que desdouram homens públicos de idade muito avançada no afã de persistirem de forma inglória numa carreira comprometida pela decrepitude pessoal que impede a lucidez imprescindível para o exercício de cargos e funções que exijam o discurso e a prática calcada na realidade. Foi o que aconteceu recentemente no decorrer da disputa eleitoral à presidência dos Estados Unidos da América, ao se constatar impedimentos de sanidade em John Biden. No entanto, há de se atentar para o fato de que o motivo da retirada da sua candidatura não poder ser usado como munição para uso dos etaristas de plantão, visto que o candidato que se lhe opõe, o republicano Donald Trump, lhe regula em idade próxima, mas está longe de apresentar sintomas de falha de memória ou de qualquer demência que o impeça de concorrer ao cargo de presidente daquele país. Portanto, o que obstaculiza John Biden não é a idade avançada em si.

É fato notório que muitos velhos conseguem lutar, enfrentando adversidades pelo bem dos outros (basta mirarmo-nos em grandes vultos longevos como Konrad Adenauer e Winston Churchill) e que, infelizmente, há jovens homens públicos que, embora bem intencionados, desprezam a aprendizagem necessária para lograr atingir os seus objetivos, não conseguindo ir até o fim de suas metas, naufragando em um mar de vicissitudes (haja vista o ocorrido com os ex-presidentes Jânio Quadros, João Goulart e Fernando Collor). Especialmente porque, mesmo quando realizam produtivos benefícios, não faltam os tubarões que buscam oportunisticamente destruírem as boas ações, derrotando, portanto, os homens públicos de bem. Contudo, ao contrário de alguns jovens carentes de habilidade, há velhos que até mesmo são destruídos, mas nunca derrotados.

A exaustão da luta contra as intempéries mostra até que ponto chegam as limitações advindas na perseverança e no senso de responsabilidade que cada um tem em relação às suas próprias opções, todavia, deve ser motivo de respeito por uma história de vida pessoal solidária para com as outras criaturas.

A vida engajada em ideais é bela como os encantos do mar, ainda que possa ser cruel a ponto de requerer coragem e virtude. A coragem e a virtude de, muitas vezes, admirar os adversários com que se luta na defesa dos seus pontos de vista. Enfim, isso é a vida renhida na conquista dos objetivos traçados, assim como é o mar encapelado e a dignidade de alguns adversários que, tais quais os grandes peixes, têm, inevitavelmente, de ser enfrentados.

Assim, da releitura do conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, enuncio essas minhas observações numa época de predominância do etarismo, principalmente na política, quando valiosas carreiras de extensa idade são questionadas, tencionando-se a fabricação de vetos a pessoas de memorável história pessoal.

Relendo o conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, reflito sobre a fase política atual, em que floresce um etarismo, mormente em parte da mídia, tentando vitimar, e, às vezes, conseguindo, as pessoas de idade avançada, demonstrando preconceito intolerante contra elas.

Ao escrever aquele laureado conto, Hemingway, tal como o protagonista Santiago, velho pescador, era considerado um escritor em decadência que, na opinião de alguns, já estava acabado, com decrepitude motivada por ser um ancião. Todavia, é nessa fase etária bastante adiantada que ele escreveu “O Velho e o Mar”, a maior obra de sua vida – ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 1954. Idêntico a ele, o personagem Santiago consegue, naquela narrativa, pescar o maior peixe que já tinha conseguido (um marlim de 7 metros de comprimento). No conto, o personagem Santiago metaforiza o modo como a esperança pode ser mantida, apesar da alta idade, e como o otimismo e a fé do ancião levam-no à grande persistência, mesmo em momentos em que se encontra debilitado e luta intensamente pela manutenção da lucidez e no embate contra o cansaço.

Transpondo-nos para a realidade externa à do livro, sabemos que é comum haver dúvidas quanto ao bom sucesso do idoso em chegar ao fim da missão a que se empenha – dúvidas que são expressas, principalmente, pelas pessoas de idade mais jovem. Entretanto, muitas vezes, o homem consegue realizar a sua mais importante e produtiva obra na faixa da idade mais avançada de sua vida.

Na vida pública, muitos somos pescadores de preciosos feitos: alguns tentam pescar nas confusas e contaminadas águas turvas, de onde, na maior parte das vezes, só se extraem indigestas e insalubres experiências; outros pescam na transparência das águas claras, que revelam a todos o que se está por conseguir; aqueloutros há que se dedicam às águas rasas, onde, geralmente, fisgam uma produção de pequena importância e pouca qualidade; contudo, por mais incrível que possa parecer, existem pessoas já bem idosas que possuem a rara maestria de pescarem em águas profundas, onde se encontra o pescado de tamanha qualidade e de maior importância, cujo conhecimento é capaz de fazer prosperar aqueles mais experientes e sábios, que trazem à tona o que apraz, de fato, a toda humanidade, em prol do bem comum e do progresso.

É verdade que parte dos analistas críticos considera decadentes os que se apresentam de velha idade, como se o fato de ser ancião fosse empecilho à possibilidade de apresentar bons frutos, que tragam o retorno de uma obra positiva. A vida dos que buscam o bem e o bom é cheia de luta que, quando na plena velhice, recobre o coração com a experiência adquirida com sensações e sentimentos pertinentes a cada um, porém capazes de transbordar na sua visão particular, a forma seletiva das coisas possíveis de se revelarem bem-aventuranças. Ainda bem que existem jovens idealistas que dão o devido valor e acreditam naqueles que viveram épocas priscas que, por via de consequência, resultam em ensinamentos preciosos para que os mais novos aprendam a pescar da forma correta.

Realmente, ocorrem fatos que desdouram homens públicos de idade muito avançada no afã de persistirem de forma inglória numa carreira comprometida pela decrepitude pessoal que impede a lucidez imprescindível para o exercício de cargos e funções que exijam o discurso e a prática calcada na realidade. Foi o que aconteceu recentemente no decorrer da disputa eleitoral à presidência dos Estados Unidos da América, ao se constatar impedimentos de sanidade em John Biden. No entanto, há de se atentar para o fato de que o motivo da retirada da sua candidatura não poder ser usado como munição para uso dos etaristas de plantão, visto que o candidato que se lhe opõe, o republicano Donald Trump, lhe regula em idade próxima, mas está longe de apresentar sintomas de falha de memória ou de qualquer demência que o impeça de concorrer ao cargo de presidente daquele país. Portanto, o que obstaculiza John Biden não é a idade avançada em si.

É fato notório que muitos velhos conseguem lutar, enfrentando adversidades pelo bem dos outros (basta mirarmo-nos em grandes vultos longevos como Konrad Adenauer e Winston Churchill) e que, infelizmente, há jovens homens públicos que, embora bem intencionados, desprezam a aprendizagem necessária para lograr atingir os seus objetivos, não conseguindo ir até o fim de suas metas, naufragando em um mar de vicissitudes (haja vista o ocorrido com os ex-presidentes Jânio Quadros, João Goulart e Fernando Collor). Especialmente porque, mesmo quando realizam produtivos benefícios, não faltam os tubarões que buscam oportunisticamente destruírem as boas ações, derrotando, portanto, os homens públicos de bem. Contudo, ao contrário de alguns jovens carentes de habilidade, há velhos que até mesmo são destruídos, mas nunca derrotados.

A exaustão da luta contra as intempéries mostra até que ponto chegam as limitações advindas na perseverança e no senso de responsabilidade que cada um tem em relação às suas próprias opções, todavia, deve ser motivo de respeito por uma história de vida pessoal solidária para com as outras criaturas.

A vida engajada em ideais é bela como os encantos do mar, ainda que possa ser cruel a ponto de requerer coragem e virtude. A coragem e a virtude de, muitas vezes, admirar os adversários com que se luta na defesa dos seus pontos de vista. Enfim, isso é a vida renhida na conquista dos objetivos traçados, assim como é o mar encapelado e a dignidade de alguns adversários que, tais quais os grandes peixes, têm, inevitavelmente, de ser enfrentados.

Assim, da releitura do conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, enuncio essas minhas observações numa época de predominância do etarismo, principalmente na política, quando valiosas carreiras de extensa idade são questionadas, tencionando-se a fabricação de vetos a pessoas de memorável história pessoal.

Relendo o conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, reflito sobre a fase política atual, em que floresce um etarismo, mormente em parte da mídia, tentando vitimar, e, às vezes, conseguindo, as pessoas de idade avançada, demonstrando preconceito intolerante contra elas.

Ao escrever aquele laureado conto, Hemingway, tal como o protagonista Santiago, velho pescador, era considerado um escritor em decadência que, na opinião de alguns, já estava acabado, com decrepitude motivada por ser um ancião. Todavia, é nessa fase etária bastante adiantada que ele escreveu “O Velho e o Mar”, a maior obra de sua vida – ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura de 1954. Idêntico a ele, o personagem Santiago consegue, naquela narrativa, pescar o maior peixe que já tinha conseguido (um marlim de 7 metros de comprimento). No conto, o personagem Santiago metaforiza o modo como a esperança pode ser mantida, apesar da alta idade, e como o otimismo e a fé do ancião levam-no à grande persistência, mesmo em momentos em que se encontra debilitado e luta intensamente pela manutenção da lucidez e no embate contra o cansaço.

Transpondo-nos para a realidade externa à do livro, sabemos que é comum haver dúvidas quanto ao bom sucesso do idoso em chegar ao fim da missão a que se empenha – dúvidas que são expressas, principalmente, pelas pessoas de idade mais jovem. Entretanto, muitas vezes, o homem consegue realizar a sua mais importante e produtiva obra na faixa da idade mais avançada de sua vida.

Na vida pública, muitos somos pescadores de preciosos feitos: alguns tentam pescar nas confusas e contaminadas águas turvas, de onde, na maior parte das vezes, só se extraem indigestas e insalubres experiências; outros pescam na transparência das águas claras, que revelam a todos o que se está por conseguir; aqueloutros há que se dedicam às águas rasas, onde, geralmente, fisgam uma produção de pequena importância e pouca qualidade; contudo, por mais incrível que possa parecer, existem pessoas já bem idosas que possuem a rara maestria de pescarem em águas profundas, onde se encontra o pescado de tamanha qualidade e de maior importância, cujo conhecimento é capaz de fazer prosperar aqueles mais experientes e sábios, que trazem à tona o que apraz, de fato, a toda humanidade, em prol do bem comum e do progresso.

É verdade que parte dos analistas críticos considera decadentes os que se apresentam de velha idade, como se o fato de ser ancião fosse empecilho à possibilidade de apresentar bons frutos, que tragam o retorno de uma obra positiva. A vida dos que buscam o bem e o bom é cheia de luta que, quando na plena velhice, recobre o coração com a experiência adquirida com sensações e sentimentos pertinentes a cada um, porém capazes de transbordar na sua visão particular, a forma seletiva das coisas possíveis de se revelarem bem-aventuranças. Ainda bem que existem jovens idealistas que dão o devido valor e acreditam naqueles que viveram épocas priscas que, por via de consequência, resultam em ensinamentos preciosos para que os mais novos aprendam a pescar da forma correta.

Realmente, ocorrem fatos que desdouram homens públicos de idade muito avançada no afã de persistirem de forma inglória numa carreira comprometida pela decrepitude pessoal que impede a lucidez imprescindível para o exercício de cargos e funções que exijam o discurso e a prática calcada na realidade. Foi o que aconteceu recentemente no decorrer da disputa eleitoral à presidência dos Estados Unidos da América, ao se constatar impedimentos de sanidade em John Biden. No entanto, há de se atentar para o fato de que o motivo da retirada da sua candidatura não poder ser usado como munição para uso dos etaristas de plantão, visto que o candidato que se lhe opõe, o republicano Donald Trump, lhe regula em idade próxima, mas está longe de apresentar sintomas de falha de memória ou de qualquer demência que o impeça de concorrer ao cargo de presidente daquele país. Portanto, o que obstaculiza John Biden não é a idade avançada em si.

É fato notório que muitos velhos conseguem lutar, enfrentando adversidades pelo bem dos outros (basta mirarmo-nos em grandes vultos longevos como Konrad Adenauer e Winston Churchill) e que, infelizmente, há jovens homens públicos que, embora bem intencionados, desprezam a aprendizagem necessária para lograr atingir os seus objetivos, não conseguindo ir até o fim de suas metas, naufragando em um mar de vicissitudes (haja vista o ocorrido com os ex-presidentes Jânio Quadros, João Goulart e Fernando Collor). Especialmente porque, mesmo quando realizam produtivos benefícios, não faltam os tubarões que buscam oportunisticamente destruírem as boas ações, derrotando, portanto, os homens públicos de bem. Contudo, ao contrário de alguns jovens carentes de habilidade, há velhos que até mesmo são destruídos, mas nunca derrotados.

A exaustão da luta contra as intempéries mostra até que ponto chegam as limitações advindas na perseverança e no senso de responsabilidade que cada um tem em relação às suas próprias opções, todavia, deve ser motivo de respeito por uma história de vida pessoal solidária para com as outras criaturas.

A vida engajada em ideais é bela como os encantos do mar, ainda que possa ser cruel a ponto de requerer coragem e virtude. A coragem e a virtude de, muitas vezes, admirar os adversários com que se luta na defesa dos seus pontos de vista. Enfim, isso é a vida renhida na conquista dos objetivos traçados, assim como é o mar encapelado e a dignidade de alguns adversários que, tais quais os grandes peixes, têm, inevitavelmente, de ser enfrentados.

Assim, da releitura do conto “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, enuncio essas minhas observações numa época de predominância do etarismo, principalmente na política, quando valiosas carreiras de extensa idade são questionadas, tencionando-se a fabricação de vetos a pessoas de memorável história pessoal.

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