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Opinião|Seca lá e cá


Mais da metade do planeta enfrentou condições de fluxo de rios secos em 2023, quando tiveram início os efeitos do El Niño, que causa a elevação das temperaturas. Constatou-se que na Amazônia e no Lago Titicaca, entre Peru e Bolívia, registraram-se os níveis de água mais baixos já observados em toda a História

Por José Renato Nalini

Como seria bom poder afirmar que a seca não nos atingirá. Só que é impossível ser ufanista no momento em que o planeta enfrenta incrível falta d’água. Durante a COP16 sobre a desertificação, a ONU anunciou que as secas custam mais de trezentos bilhões de dólares, ou quase dois trilhões de reais, para o mundo inteiro.

As secas não são naturais. Elas são causadas pela destruição humana do meio ambiente. Se grande parte do planeta já enfrenta os rigores da falta d’água, isso vai piorar daqui por diante. Em 2050, mais de setenta e cinco por cento da população estará a padecer com a escassez hídrica.

O custo da crise é de trezentos e sete bilhões de dólares por ano. O clamor por soluções baseadas na natureza não é ouvido pelos governos e pela parcela da sociedade que teria condições de fazer a diferença na escala necessária para evitar o caos. Todos sabem como frear a desertificação: reflorestar, gerir pastagens e administrar, restaurar e conservar as bacias hidrográficas.

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Se 2023 quebrou os recordes quanto à temperatura elevada, 2024 será ainda pior. As secas devastaram partes do Brasil, do Equador, da Namíbia, Malauí e a bacia do Mediterrâneo. O custo econômico supera as perdas agrícolas imediatas. Toda a cadeia de suprimentos resta impactada. O PIB se reduz, os meios de subsistência também, a fome, o desemprego, a migração, os refugiados climáticos. É uma sequência de fatos desastrosos, um desafio para a segurança humana e a certeza de conflitos que poderiam ter sido evitados, não fora a cupidez humana. A busca de lucro, a atuação irresponsável de grandes lideranças políticas e econômicas, a insensibilidade geral em relação ao meio ambiente.

O apelo é destinado a todas as pessoas de boa-fé. Os “homens de boa-vontade” do Evangelho. Cada qual pode fazer alguma coisa, por mínima que seja, para poupar água. Banhos mais rápidos. Torneiras fechadas enquanto se escovam os dentes. Vedar as lavagens de calçadas, de áreas externas dos prédios, abolir o uso da “vassoura hidráulica”, as mangueiras ligadas e utilizadas para trazer um pequeno objeto, uma folha, um pedaço de papel, até o ponto de recolha. Isso pode ser feito pela vassoura comum. Não é preciso usar água para isso.

Mas outras atitudes devem ser estimuladas: recompor as matas ciliares. Plantar nos morros, pois eles ficam sem verde e a chuva contribui para que as águas assoreiem os córregos. Plantar árvores em todo espaço que a construção civil não utilizou, na sanha de concretar cada centímetro quadrado de solo, o que é insano, irracional e nefasto.

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A agência meteorológica da ONU comunica que 2023 foi o ano mais seco em mais de três décadas para todos os rios do mundo. O recorde de calor sustentou uma seca dos fluxos d’água e contribuiu para estiagens prolongadas em muitos lugares do planeta. É o cenário que reflete a aceleração das mudanças climáticas geradas pelo aquecimento global.

O drama é que os glaciares que alimentam os rios em inúmeros países sofreram a maior perda de massa dos últimos cinquenta anos. O derretimento do gelo pode ameaçar a segurança hídrica a longo prazo, para milhões de pessoas. Mais da metade do planeta enfrentou condições de fluxo de rios secos em 2023, quando tiveram início os efeitos do El Niño, que causa a elevação das temperaturas. Constatou-se que na Amazônia e no Lago Titicaca, entre Peru e Bolívia, registraram-se os níveis de água mais baixos já observados em toda a História.

Enquanto isso, continuam as reuniões, as promessas, os compromissos descumpridos. O relatório da COP16 sobre a desertificação coincide com a 16ª reunião da UNCCD, e, Riad, na Arábia Saudita. É um encontro para buscar medidas de proteção e restauração da terra e respostas para as secas. Na última reunião-conferência, realizada em 2022, na Costa do Marfim, houve o compromisso de acelerar a restauração de bilhões de hectares de terras degradadas pela atividade humana. Desmatamento, contaminação, grilagem, exploração ilegal de minérios. Tudo vale quando se cuida de produzir deserto, missão da qual a humanidade se desincumbe com eficiência crescente.

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O mundo já perdeu quarenta por cento de suas terras. Como se falar em segurança alimentar e evitar o fenômeno dos refugiados climáticos? Alguma ideia melhor do que reuniões periódicas, proclamações, advertências e discursos que cairão no vazio?

Como seria bom poder afirmar que a seca não nos atingirá. Só que é impossível ser ufanista no momento em que o planeta enfrenta incrível falta d’água. Durante a COP16 sobre a desertificação, a ONU anunciou que as secas custam mais de trezentos bilhões de dólares, ou quase dois trilhões de reais, para o mundo inteiro.

As secas não são naturais. Elas são causadas pela destruição humana do meio ambiente. Se grande parte do planeta já enfrenta os rigores da falta d’água, isso vai piorar daqui por diante. Em 2050, mais de setenta e cinco por cento da população estará a padecer com a escassez hídrica.

O custo da crise é de trezentos e sete bilhões de dólares por ano. O clamor por soluções baseadas na natureza não é ouvido pelos governos e pela parcela da sociedade que teria condições de fazer a diferença na escala necessária para evitar o caos. Todos sabem como frear a desertificação: reflorestar, gerir pastagens e administrar, restaurar e conservar as bacias hidrográficas.

Se 2023 quebrou os recordes quanto à temperatura elevada, 2024 será ainda pior. As secas devastaram partes do Brasil, do Equador, da Namíbia, Malauí e a bacia do Mediterrâneo. O custo econômico supera as perdas agrícolas imediatas. Toda a cadeia de suprimentos resta impactada. O PIB se reduz, os meios de subsistência também, a fome, o desemprego, a migração, os refugiados climáticos. É uma sequência de fatos desastrosos, um desafio para a segurança humana e a certeza de conflitos que poderiam ter sido evitados, não fora a cupidez humana. A busca de lucro, a atuação irresponsável de grandes lideranças políticas e econômicas, a insensibilidade geral em relação ao meio ambiente.

O apelo é destinado a todas as pessoas de boa-fé. Os “homens de boa-vontade” do Evangelho. Cada qual pode fazer alguma coisa, por mínima que seja, para poupar água. Banhos mais rápidos. Torneiras fechadas enquanto se escovam os dentes. Vedar as lavagens de calçadas, de áreas externas dos prédios, abolir o uso da “vassoura hidráulica”, as mangueiras ligadas e utilizadas para trazer um pequeno objeto, uma folha, um pedaço de papel, até o ponto de recolha. Isso pode ser feito pela vassoura comum. Não é preciso usar água para isso.

Mas outras atitudes devem ser estimuladas: recompor as matas ciliares. Plantar nos morros, pois eles ficam sem verde e a chuva contribui para que as águas assoreiem os córregos. Plantar árvores em todo espaço que a construção civil não utilizou, na sanha de concretar cada centímetro quadrado de solo, o que é insano, irracional e nefasto.

A agência meteorológica da ONU comunica que 2023 foi o ano mais seco em mais de três décadas para todos os rios do mundo. O recorde de calor sustentou uma seca dos fluxos d’água e contribuiu para estiagens prolongadas em muitos lugares do planeta. É o cenário que reflete a aceleração das mudanças climáticas geradas pelo aquecimento global.

O drama é que os glaciares que alimentam os rios em inúmeros países sofreram a maior perda de massa dos últimos cinquenta anos. O derretimento do gelo pode ameaçar a segurança hídrica a longo prazo, para milhões de pessoas. Mais da metade do planeta enfrentou condições de fluxo de rios secos em 2023, quando tiveram início os efeitos do El Niño, que causa a elevação das temperaturas. Constatou-se que na Amazônia e no Lago Titicaca, entre Peru e Bolívia, registraram-se os níveis de água mais baixos já observados em toda a História.

Enquanto isso, continuam as reuniões, as promessas, os compromissos descumpridos. O relatório da COP16 sobre a desertificação coincide com a 16ª reunião da UNCCD, e, Riad, na Arábia Saudita. É um encontro para buscar medidas de proteção e restauração da terra e respostas para as secas. Na última reunião-conferência, realizada em 2022, na Costa do Marfim, houve o compromisso de acelerar a restauração de bilhões de hectares de terras degradadas pela atividade humana. Desmatamento, contaminação, grilagem, exploração ilegal de minérios. Tudo vale quando se cuida de produzir deserto, missão da qual a humanidade se desincumbe com eficiência crescente.

O mundo já perdeu quarenta por cento de suas terras. Como se falar em segurança alimentar e evitar o fenômeno dos refugiados climáticos? Alguma ideia melhor do que reuniões periódicas, proclamações, advertências e discursos que cairão no vazio?

Como seria bom poder afirmar que a seca não nos atingirá. Só que é impossível ser ufanista no momento em que o planeta enfrenta incrível falta d’água. Durante a COP16 sobre a desertificação, a ONU anunciou que as secas custam mais de trezentos bilhões de dólares, ou quase dois trilhões de reais, para o mundo inteiro.

As secas não são naturais. Elas são causadas pela destruição humana do meio ambiente. Se grande parte do planeta já enfrenta os rigores da falta d’água, isso vai piorar daqui por diante. Em 2050, mais de setenta e cinco por cento da população estará a padecer com a escassez hídrica.

O custo da crise é de trezentos e sete bilhões de dólares por ano. O clamor por soluções baseadas na natureza não é ouvido pelos governos e pela parcela da sociedade que teria condições de fazer a diferença na escala necessária para evitar o caos. Todos sabem como frear a desertificação: reflorestar, gerir pastagens e administrar, restaurar e conservar as bacias hidrográficas.

Se 2023 quebrou os recordes quanto à temperatura elevada, 2024 será ainda pior. As secas devastaram partes do Brasil, do Equador, da Namíbia, Malauí e a bacia do Mediterrâneo. O custo econômico supera as perdas agrícolas imediatas. Toda a cadeia de suprimentos resta impactada. O PIB se reduz, os meios de subsistência também, a fome, o desemprego, a migração, os refugiados climáticos. É uma sequência de fatos desastrosos, um desafio para a segurança humana e a certeza de conflitos que poderiam ter sido evitados, não fora a cupidez humana. A busca de lucro, a atuação irresponsável de grandes lideranças políticas e econômicas, a insensibilidade geral em relação ao meio ambiente.

O apelo é destinado a todas as pessoas de boa-fé. Os “homens de boa-vontade” do Evangelho. Cada qual pode fazer alguma coisa, por mínima que seja, para poupar água. Banhos mais rápidos. Torneiras fechadas enquanto se escovam os dentes. Vedar as lavagens de calçadas, de áreas externas dos prédios, abolir o uso da “vassoura hidráulica”, as mangueiras ligadas e utilizadas para trazer um pequeno objeto, uma folha, um pedaço de papel, até o ponto de recolha. Isso pode ser feito pela vassoura comum. Não é preciso usar água para isso.

Mas outras atitudes devem ser estimuladas: recompor as matas ciliares. Plantar nos morros, pois eles ficam sem verde e a chuva contribui para que as águas assoreiem os córregos. Plantar árvores em todo espaço que a construção civil não utilizou, na sanha de concretar cada centímetro quadrado de solo, o que é insano, irracional e nefasto.

A agência meteorológica da ONU comunica que 2023 foi o ano mais seco em mais de três décadas para todos os rios do mundo. O recorde de calor sustentou uma seca dos fluxos d’água e contribuiu para estiagens prolongadas em muitos lugares do planeta. É o cenário que reflete a aceleração das mudanças climáticas geradas pelo aquecimento global.

O drama é que os glaciares que alimentam os rios em inúmeros países sofreram a maior perda de massa dos últimos cinquenta anos. O derretimento do gelo pode ameaçar a segurança hídrica a longo prazo, para milhões de pessoas. Mais da metade do planeta enfrentou condições de fluxo de rios secos em 2023, quando tiveram início os efeitos do El Niño, que causa a elevação das temperaturas. Constatou-se que na Amazônia e no Lago Titicaca, entre Peru e Bolívia, registraram-se os níveis de água mais baixos já observados em toda a História.

Enquanto isso, continuam as reuniões, as promessas, os compromissos descumpridos. O relatório da COP16 sobre a desertificação coincide com a 16ª reunião da UNCCD, e, Riad, na Arábia Saudita. É um encontro para buscar medidas de proteção e restauração da terra e respostas para as secas. Na última reunião-conferência, realizada em 2022, na Costa do Marfim, houve o compromisso de acelerar a restauração de bilhões de hectares de terras degradadas pela atividade humana. Desmatamento, contaminação, grilagem, exploração ilegal de minérios. Tudo vale quando se cuida de produzir deserto, missão da qual a humanidade se desincumbe com eficiência crescente.

O mundo já perdeu quarenta por cento de suas terras. Como se falar em segurança alimentar e evitar o fenômeno dos refugiados climáticos? Alguma ideia melhor do que reuniões periódicas, proclamações, advertências e discursos que cairão no vazio?

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