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Opinião|Seguindo Forrest... mas por que mesmo?


O uso das plataformas digitais e mídias sociais trouxe inúmeras e fantásticas vantagens, mas, como tudo que é posto à disposição do homem e criado ou não por ele, pode ser utilizado de forma benéfica em proveito de pessoa, grupo de pessoas ou da sociedade como um todo ou ser utilizado promovendo malefícios ou prejuízos de um, de uns ou de toda a sociedade

Por Menildo Jesus de Sousa Freitas

Começo o presente artigo citando trecho do livro O Adolescente do célebre escritor Fiódor Dostoiévski. “Os dias de hoje são a época da mediocridade e da insensibilidade, da paixão pela preguiça, pela incapacidade de agir e pela necessidade de agir e pela necessidade de tudo pronto. Ninguém faz uma reflexão; seria raro alguém capaz de suportar uma ideia.” O livro foi publicado pela primeira vez em 1875, Século XIX. Estamos no Século XXI e, passados mais de duzentos anos, o sentimento é de que nada mudou ou até piorou com a disseminação de plataformas digitais e as chamadas mídias sociais ali instaladas.

O título remete ao belo e laureado filme norte-americano de 1994 Forrest Gump, dirigido por Robert Zemeckis e estrelado pelo brilhante ator Tom Hanks. Nele se pode acompanhar décadas da vida do personagem Forrest e perpassar por momentos marcante da história dos EUA no fim do século XX como, por exemplo, a guerra do Vietnam e o caso Watergate.

Valho-me do filme, mais precisamente da icônica cena do personagem que corre e atravessa o pais ao longo de três anos, o que atrai a atenção da imprensa que o lança em horário nobre do jornalismo ou telejornais e, como ocorre normalmente, movidos pelo destaque e fama súbita daquele corredor milhares de pessoas passam a segui-lo, mesmo não sabendo de quem se trata, qual sua origem ou da sua história e, principalmente, acerca do real motivo que o levou a correr, mesmo assim o seguem.

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Um dia ele resolve parar e as centenas de pessoas que o seguem, param atrás dele e, um tanto decepcionadas se dispersam. Diversos repórteres ao entrevistá-lo indagam acerca do motivo dele estar correndo, supondo-se os mais diversos motivos: pela paz mundial? Pelos desabrigados? Pelos direitos da mulher? Pelo meio ambiente? Etc. O personagem, pessoa simples que é, de forma direta diz que não existia nenhuma razão especial, mas o fez simplesmente pela vontade de correr.

Diante da multiplicação de variadas formas de comunicação, notadamente como já dito do uso das plataformas digitais e mídias sociais ali alocadas que, reconhecidamente nos trouxeram inúmeras e fantásticas vantagens, mas, como tudo que é posto à disposição do homem e criado ou não por ele, pode ser utilizado de forma benéfica em proveito de pessoa, grupo de pessoas ou da sociedade como um todo ou ser utilizado promovendo malefícios ou prejuízos de um, de uns ou de toda a sociedade.

Vivenciamos a utilização das chamadas mídias sociais por inúmeros personagens que vendem os mais diversos produtos e ideias, desde o mais simples até os mais complexos, brotando todos os dias o que se notabilizou pela alcunha de influencers. Ao dizer que brotam quis, de forma deliberada, fazer analogia com a agricultura ou a flora, pois como na agricultura ou na flora em geral, brotam plantas e árvores que beneficiam o entorno, o ser humano e animais, o solo, o clima etc., mas brotam também as ervas daninhas algumas das quais muito se beneficiam parasitariamente de plantas e árvores sadias prejudicando seu desenvolvimento. O fato foi utilizado metaforicamente até na bíblia, dizendo-se ali ser necessário separar o joio do trigo, posto que o primeiro não oferece benefícios o segundo possibilita a produção de alimentos como o pão.

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O uso de forma nociva e até criminosa na difusão de falsas informações, promovendo-se os mais diversos golpes com a atração de pessoas de boa-fé, geralmente de pouca instrução que, embora alertados pelos diversos meios de comunicação, deixam-se levar e perdem os parcos recursos que dispunham, muitas das situações criadas ocorrem em razão da própria ganância e da ilusão de ganho fácil de quem se deixou cair no golpe. Além dos criminosos golpistas, aliam-se a eles pessoas que recebem a alcunha de influencers e se tornam porta-vozes dos golpes e dos golpistas. Quando não envolvidos diretamente são cumplices, posto que incentivam seus incautos seguidores a se utilizarem dos meios que são colocados pelos golpistas para, por exemplo, o ganho fácil de prêmios na forma de bens materiais duráveis ou de consumo ou dinheiro.

Tão ou mais nocivo que os golpes praticados acima descritos, são os criminosos que se utilizam dos meios de comunicação ou mídias sociais para propalar inverdades, detentores ou não a alcunha de influencers, cujo objetivo não é outro senão beneficiar a si próprio, pessoa ou grupo de pessoas, mas geralmente, na sua grande maioria, a serviço de pessoa ou pessoas que buscam ascender ao poder ou cargo de agente político ou buscam desestabilizar quem já exerce cargo político, fato que se acentuou nos últimos sete anos no Brasil.

A falsa notícia e sua difusão, as chamadas Fake News, podem provocar mortes, danos morais ou materiais irreparáveis àqueles que são vítimas do criminoso e odioso ato, seja provocado diretamente pelo mal caráter que o cria ou, o que é mais comum, indiretamente por sua propagação por parte de pessoas também mal-intencionadas ou por pura ignorância. Pode-se citar, a título de exemplo dois casos: o primeiro ocorrido há dez anos na cidade Guarujá, litoral paulista, quando Fabiane Maria de Jesus foi espancada até a morte em razão da divulgação de falso retrato falado, nesse caso utilizaram-se do Facebook, onde fora apontada como sequestradora de crianças para rituais de magia negra; o segundo de 2022 em que um homem, um turista, foi linchado e queimados vivo no interior do México, tudo em virtude de rumores disseminados via WhatsApp de que se tratava de um ladrão de crianças.

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Recentemente certo empresário e candidato ao mais alto cargo político nos EUA, divulgou de forma premeditada, visando angariar votos em razão de ideias que defende e propala abertamente de cunho racista ou xenófobo, que imigrantes de determinado país caribenho, refugiados naquele país em razão de tragédias naturais, como terremotos e, também, pela bestialidade de uma interminável guerra civil, estariam se alimentado de gatos e cães, mais precisamente em cidade do estado de Ohio. Tudo foi originado por mensagens anônimas e inescrupulosas na Internet que o candidato, como é da sua índole e mesmo ciente da infundada notícia, utilizou-se dela novamente em debate com sua opositora transmitido em horário nobre e em cadeia nacional.

Valiosos são os pensamentos expostos por René Descartes em sua célebre obra Discurso do Método, aqui adotados por corroborarem com o que se expõe: , “...aprendi a não crer demasiado firmemente em nada do que me fora inculcado só pelo exemplo e pelo costume; e, assim, pouco a pouco, livrei-me de muitos erros que podem ofuscar a nossa luz natural e nos tornar menos capazes de ouvir a razão.”; [...] pensava já conhecer bastante o que valiam, para não mais estar exposto a ser enganado, nem pelas promessas de um alquimista, nem pelas predições de um astrólogo, nem pelas imposturas de um mágico, nem pelos artifícios ou jactâncias de qualquer dos que fazem profissão de saber mais do que sabe.”.

Apesar de tudo milhares de pessoas continuam seguindo Forrest cegamente, sem buscar saber quem de fato é a pessoa que estão seguindo, quais seus reais propósitos e o que elas próprias buscam ao segui-lo. Certo é que o saber e a cultura levam à liberdade, conduzem o ser ao rompimento das correntes formadas pela ignorância, crendices, enfim por ideias tolas, torpes ou de caráter e fins duvidosos. Tal liberdade deve se dar por meio de continua promoção da educação formal e de qualidade por ser dever constitucional do Estado, bem como por meio de órgãos de comunicação legalmente instituídos e pessoas sérias e comprometidas com a difusão de fatos comprovadamente ocorridos. Todos quando detentores do real saber acerca de fato, objeto ou matéria posta em discussão instados a manifestar ou não, devem buscar transmitir e difundir o efetivo saber e conhecimento, desde que a opinião ou exposição de ideias e motivos estejam alicerçadas na verdade, ou seja, tenham sustentáculo comprovável.

Começo o presente artigo citando trecho do livro O Adolescente do célebre escritor Fiódor Dostoiévski. “Os dias de hoje são a época da mediocridade e da insensibilidade, da paixão pela preguiça, pela incapacidade de agir e pela necessidade de agir e pela necessidade de tudo pronto. Ninguém faz uma reflexão; seria raro alguém capaz de suportar uma ideia.” O livro foi publicado pela primeira vez em 1875, Século XIX. Estamos no Século XXI e, passados mais de duzentos anos, o sentimento é de que nada mudou ou até piorou com a disseminação de plataformas digitais e as chamadas mídias sociais ali instaladas.

O título remete ao belo e laureado filme norte-americano de 1994 Forrest Gump, dirigido por Robert Zemeckis e estrelado pelo brilhante ator Tom Hanks. Nele se pode acompanhar décadas da vida do personagem Forrest e perpassar por momentos marcante da história dos EUA no fim do século XX como, por exemplo, a guerra do Vietnam e o caso Watergate.

Valho-me do filme, mais precisamente da icônica cena do personagem que corre e atravessa o pais ao longo de três anos, o que atrai a atenção da imprensa que o lança em horário nobre do jornalismo ou telejornais e, como ocorre normalmente, movidos pelo destaque e fama súbita daquele corredor milhares de pessoas passam a segui-lo, mesmo não sabendo de quem se trata, qual sua origem ou da sua história e, principalmente, acerca do real motivo que o levou a correr, mesmo assim o seguem.

Um dia ele resolve parar e as centenas de pessoas que o seguem, param atrás dele e, um tanto decepcionadas se dispersam. Diversos repórteres ao entrevistá-lo indagam acerca do motivo dele estar correndo, supondo-se os mais diversos motivos: pela paz mundial? Pelos desabrigados? Pelos direitos da mulher? Pelo meio ambiente? Etc. O personagem, pessoa simples que é, de forma direta diz que não existia nenhuma razão especial, mas o fez simplesmente pela vontade de correr.

Diante da multiplicação de variadas formas de comunicação, notadamente como já dito do uso das plataformas digitais e mídias sociais ali alocadas que, reconhecidamente nos trouxeram inúmeras e fantásticas vantagens, mas, como tudo que é posto à disposição do homem e criado ou não por ele, pode ser utilizado de forma benéfica em proveito de pessoa, grupo de pessoas ou da sociedade como um todo ou ser utilizado promovendo malefícios ou prejuízos de um, de uns ou de toda a sociedade.

Vivenciamos a utilização das chamadas mídias sociais por inúmeros personagens que vendem os mais diversos produtos e ideias, desde o mais simples até os mais complexos, brotando todos os dias o que se notabilizou pela alcunha de influencers. Ao dizer que brotam quis, de forma deliberada, fazer analogia com a agricultura ou a flora, pois como na agricultura ou na flora em geral, brotam plantas e árvores que beneficiam o entorno, o ser humano e animais, o solo, o clima etc., mas brotam também as ervas daninhas algumas das quais muito se beneficiam parasitariamente de plantas e árvores sadias prejudicando seu desenvolvimento. O fato foi utilizado metaforicamente até na bíblia, dizendo-se ali ser necessário separar o joio do trigo, posto que o primeiro não oferece benefícios o segundo possibilita a produção de alimentos como o pão.

O uso de forma nociva e até criminosa na difusão de falsas informações, promovendo-se os mais diversos golpes com a atração de pessoas de boa-fé, geralmente de pouca instrução que, embora alertados pelos diversos meios de comunicação, deixam-se levar e perdem os parcos recursos que dispunham, muitas das situações criadas ocorrem em razão da própria ganância e da ilusão de ganho fácil de quem se deixou cair no golpe. Além dos criminosos golpistas, aliam-se a eles pessoas que recebem a alcunha de influencers e se tornam porta-vozes dos golpes e dos golpistas. Quando não envolvidos diretamente são cumplices, posto que incentivam seus incautos seguidores a se utilizarem dos meios que são colocados pelos golpistas para, por exemplo, o ganho fácil de prêmios na forma de bens materiais duráveis ou de consumo ou dinheiro.

Tão ou mais nocivo que os golpes praticados acima descritos, são os criminosos que se utilizam dos meios de comunicação ou mídias sociais para propalar inverdades, detentores ou não a alcunha de influencers, cujo objetivo não é outro senão beneficiar a si próprio, pessoa ou grupo de pessoas, mas geralmente, na sua grande maioria, a serviço de pessoa ou pessoas que buscam ascender ao poder ou cargo de agente político ou buscam desestabilizar quem já exerce cargo político, fato que se acentuou nos últimos sete anos no Brasil.

A falsa notícia e sua difusão, as chamadas Fake News, podem provocar mortes, danos morais ou materiais irreparáveis àqueles que são vítimas do criminoso e odioso ato, seja provocado diretamente pelo mal caráter que o cria ou, o que é mais comum, indiretamente por sua propagação por parte de pessoas também mal-intencionadas ou por pura ignorância. Pode-se citar, a título de exemplo dois casos: o primeiro ocorrido há dez anos na cidade Guarujá, litoral paulista, quando Fabiane Maria de Jesus foi espancada até a morte em razão da divulgação de falso retrato falado, nesse caso utilizaram-se do Facebook, onde fora apontada como sequestradora de crianças para rituais de magia negra; o segundo de 2022 em que um homem, um turista, foi linchado e queimados vivo no interior do México, tudo em virtude de rumores disseminados via WhatsApp de que se tratava de um ladrão de crianças.

Recentemente certo empresário e candidato ao mais alto cargo político nos EUA, divulgou de forma premeditada, visando angariar votos em razão de ideias que defende e propala abertamente de cunho racista ou xenófobo, que imigrantes de determinado país caribenho, refugiados naquele país em razão de tragédias naturais, como terremotos e, também, pela bestialidade de uma interminável guerra civil, estariam se alimentado de gatos e cães, mais precisamente em cidade do estado de Ohio. Tudo foi originado por mensagens anônimas e inescrupulosas na Internet que o candidato, como é da sua índole e mesmo ciente da infundada notícia, utilizou-se dela novamente em debate com sua opositora transmitido em horário nobre e em cadeia nacional.

Valiosos são os pensamentos expostos por René Descartes em sua célebre obra Discurso do Método, aqui adotados por corroborarem com o que se expõe: , “...aprendi a não crer demasiado firmemente em nada do que me fora inculcado só pelo exemplo e pelo costume; e, assim, pouco a pouco, livrei-me de muitos erros que podem ofuscar a nossa luz natural e nos tornar menos capazes de ouvir a razão.”; [...] pensava já conhecer bastante o que valiam, para não mais estar exposto a ser enganado, nem pelas promessas de um alquimista, nem pelas predições de um astrólogo, nem pelas imposturas de um mágico, nem pelos artifícios ou jactâncias de qualquer dos que fazem profissão de saber mais do que sabe.”.

Apesar de tudo milhares de pessoas continuam seguindo Forrest cegamente, sem buscar saber quem de fato é a pessoa que estão seguindo, quais seus reais propósitos e o que elas próprias buscam ao segui-lo. Certo é que o saber e a cultura levam à liberdade, conduzem o ser ao rompimento das correntes formadas pela ignorância, crendices, enfim por ideias tolas, torpes ou de caráter e fins duvidosos. Tal liberdade deve se dar por meio de continua promoção da educação formal e de qualidade por ser dever constitucional do Estado, bem como por meio de órgãos de comunicação legalmente instituídos e pessoas sérias e comprometidas com a difusão de fatos comprovadamente ocorridos. Todos quando detentores do real saber acerca de fato, objeto ou matéria posta em discussão instados a manifestar ou não, devem buscar transmitir e difundir o efetivo saber e conhecimento, desde que a opinião ou exposição de ideias e motivos estejam alicerçadas na verdade, ou seja, tenham sustentáculo comprovável.

Começo o presente artigo citando trecho do livro O Adolescente do célebre escritor Fiódor Dostoiévski. “Os dias de hoje são a época da mediocridade e da insensibilidade, da paixão pela preguiça, pela incapacidade de agir e pela necessidade de agir e pela necessidade de tudo pronto. Ninguém faz uma reflexão; seria raro alguém capaz de suportar uma ideia.” O livro foi publicado pela primeira vez em 1875, Século XIX. Estamos no Século XXI e, passados mais de duzentos anos, o sentimento é de que nada mudou ou até piorou com a disseminação de plataformas digitais e as chamadas mídias sociais ali instaladas.

O título remete ao belo e laureado filme norte-americano de 1994 Forrest Gump, dirigido por Robert Zemeckis e estrelado pelo brilhante ator Tom Hanks. Nele se pode acompanhar décadas da vida do personagem Forrest e perpassar por momentos marcante da história dos EUA no fim do século XX como, por exemplo, a guerra do Vietnam e o caso Watergate.

Valho-me do filme, mais precisamente da icônica cena do personagem que corre e atravessa o pais ao longo de três anos, o que atrai a atenção da imprensa que o lança em horário nobre do jornalismo ou telejornais e, como ocorre normalmente, movidos pelo destaque e fama súbita daquele corredor milhares de pessoas passam a segui-lo, mesmo não sabendo de quem se trata, qual sua origem ou da sua história e, principalmente, acerca do real motivo que o levou a correr, mesmo assim o seguem.

Um dia ele resolve parar e as centenas de pessoas que o seguem, param atrás dele e, um tanto decepcionadas se dispersam. Diversos repórteres ao entrevistá-lo indagam acerca do motivo dele estar correndo, supondo-se os mais diversos motivos: pela paz mundial? Pelos desabrigados? Pelos direitos da mulher? Pelo meio ambiente? Etc. O personagem, pessoa simples que é, de forma direta diz que não existia nenhuma razão especial, mas o fez simplesmente pela vontade de correr.

Diante da multiplicação de variadas formas de comunicação, notadamente como já dito do uso das plataformas digitais e mídias sociais ali alocadas que, reconhecidamente nos trouxeram inúmeras e fantásticas vantagens, mas, como tudo que é posto à disposição do homem e criado ou não por ele, pode ser utilizado de forma benéfica em proveito de pessoa, grupo de pessoas ou da sociedade como um todo ou ser utilizado promovendo malefícios ou prejuízos de um, de uns ou de toda a sociedade.

Vivenciamos a utilização das chamadas mídias sociais por inúmeros personagens que vendem os mais diversos produtos e ideias, desde o mais simples até os mais complexos, brotando todos os dias o que se notabilizou pela alcunha de influencers. Ao dizer que brotam quis, de forma deliberada, fazer analogia com a agricultura ou a flora, pois como na agricultura ou na flora em geral, brotam plantas e árvores que beneficiam o entorno, o ser humano e animais, o solo, o clima etc., mas brotam também as ervas daninhas algumas das quais muito se beneficiam parasitariamente de plantas e árvores sadias prejudicando seu desenvolvimento. O fato foi utilizado metaforicamente até na bíblia, dizendo-se ali ser necessário separar o joio do trigo, posto que o primeiro não oferece benefícios o segundo possibilita a produção de alimentos como o pão.

O uso de forma nociva e até criminosa na difusão de falsas informações, promovendo-se os mais diversos golpes com a atração de pessoas de boa-fé, geralmente de pouca instrução que, embora alertados pelos diversos meios de comunicação, deixam-se levar e perdem os parcos recursos que dispunham, muitas das situações criadas ocorrem em razão da própria ganância e da ilusão de ganho fácil de quem se deixou cair no golpe. Além dos criminosos golpistas, aliam-se a eles pessoas que recebem a alcunha de influencers e se tornam porta-vozes dos golpes e dos golpistas. Quando não envolvidos diretamente são cumplices, posto que incentivam seus incautos seguidores a se utilizarem dos meios que são colocados pelos golpistas para, por exemplo, o ganho fácil de prêmios na forma de bens materiais duráveis ou de consumo ou dinheiro.

Tão ou mais nocivo que os golpes praticados acima descritos, são os criminosos que se utilizam dos meios de comunicação ou mídias sociais para propalar inverdades, detentores ou não a alcunha de influencers, cujo objetivo não é outro senão beneficiar a si próprio, pessoa ou grupo de pessoas, mas geralmente, na sua grande maioria, a serviço de pessoa ou pessoas que buscam ascender ao poder ou cargo de agente político ou buscam desestabilizar quem já exerce cargo político, fato que se acentuou nos últimos sete anos no Brasil.

A falsa notícia e sua difusão, as chamadas Fake News, podem provocar mortes, danos morais ou materiais irreparáveis àqueles que são vítimas do criminoso e odioso ato, seja provocado diretamente pelo mal caráter que o cria ou, o que é mais comum, indiretamente por sua propagação por parte de pessoas também mal-intencionadas ou por pura ignorância. Pode-se citar, a título de exemplo dois casos: o primeiro ocorrido há dez anos na cidade Guarujá, litoral paulista, quando Fabiane Maria de Jesus foi espancada até a morte em razão da divulgação de falso retrato falado, nesse caso utilizaram-se do Facebook, onde fora apontada como sequestradora de crianças para rituais de magia negra; o segundo de 2022 em que um homem, um turista, foi linchado e queimados vivo no interior do México, tudo em virtude de rumores disseminados via WhatsApp de que se tratava de um ladrão de crianças.

Recentemente certo empresário e candidato ao mais alto cargo político nos EUA, divulgou de forma premeditada, visando angariar votos em razão de ideias que defende e propala abertamente de cunho racista ou xenófobo, que imigrantes de determinado país caribenho, refugiados naquele país em razão de tragédias naturais, como terremotos e, também, pela bestialidade de uma interminável guerra civil, estariam se alimentado de gatos e cães, mais precisamente em cidade do estado de Ohio. Tudo foi originado por mensagens anônimas e inescrupulosas na Internet que o candidato, como é da sua índole e mesmo ciente da infundada notícia, utilizou-se dela novamente em debate com sua opositora transmitido em horário nobre e em cadeia nacional.

Valiosos são os pensamentos expostos por René Descartes em sua célebre obra Discurso do Método, aqui adotados por corroborarem com o que se expõe: , “...aprendi a não crer demasiado firmemente em nada do que me fora inculcado só pelo exemplo e pelo costume; e, assim, pouco a pouco, livrei-me de muitos erros que podem ofuscar a nossa luz natural e nos tornar menos capazes de ouvir a razão.”; [...] pensava já conhecer bastante o que valiam, para não mais estar exposto a ser enganado, nem pelas promessas de um alquimista, nem pelas predições de um astrólogo, nem pelas imposturas de um mágico, nem pelos artifícios ou jactâncias de qualquer dos que fazem profissão de saber mais do que sabe.”.

Apesar de tudo milhares de pessoas continuam seguindo Forrest cegamente, sem buscar saber quem de fato é a pessoa que estão seguindo, quais seus reais propósitos e o que elas próprias buscam ao segui-lo. Certo é que o saber e a cultura levam à liberdade, conduzem o ser ao rompimento das correntes formadas pela ignorância, crendices, enfim por ideias tolas, torpes ou de caráter e fins duvidosos. Tal liberdade deve se dar por meio de continua promoção da educação formal e de qualidade por ser dever constitucional do Estado, bem como por meio de órgãos de comunicação legalmente instituídos e pessoas sérias e comprometidas com a difusão de fatos comprovadamente ocorridos. Todos quando detentores do real saber acerca de fato, objeto ou matéria posta em discussão instados a manifestar ou não, devem buscar transmitir e difundir o efetivo saber e conhecimento, desde que a opinião ou exposição de ideias e motivos estejam alicerçadas na verdade, ou seja, tenham sustentáculo comprovável.

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