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Segurança pública em foco: como a tecnologia ajuda a combater a criminalidade no País


Por Luciano Leiro
Luciano Leiro. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A criminalidade figura sempre entre as principais preocupações dos brasileiros, antes mesmo até de questões envolvendo saúde, educação, entre outros. Uma pesquisa internacional publicada em junho deste ano revelou que o Brasil possui um alto grau de medo de violência, com quase 83% da população afirmando temer ser vítima de um crime violento. Os dados são do Global Peace Index (Índice de Paz Global), divulgado todos os anos pelo Instituto para Economia e Paz, e que revela ainda que o Brasil ocupa a posição constrangedora de número 128 no ranking da paz, envolvendo 163 países.

O Brasil tem avançado neste combate. Os dados da Polícia Federal, por exemplo, mostram isso. Pesquisa do CNJ aponta que 94,67% dos crimes de corrupção são solucionados pela PF e na totalidade das demais infrações o número chega a 70%. Várias secretarias de segurança nos estados possuem também números crescentes de redução da criminalidade.

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E por que esta diferença? Em grande parte, a melhoria dos índices é proporcional ao investimento em tecnologia. E não é para menos, com toda essa sensação de insegurança, investir mais em tecnologia no combate ao crime tem se tornado uma preocupação crescente.

Mas ainda é preciso avançar muito.. Não há como ter policiais em todos os lugares e ao mesmo tempo. Nossos estados, nossas cidades são enormes. Nossas fronteiras são gigantescas e precisam de monitoramento. O mundo virtual então nem se fala, já que crimes cibernéticos estão cada vez mais estruturados. E o Estado tem dificuldade e escassez de recursos humanos. Por isso, sem dúvida alguma, é a tecnologia que vai nos ajudar a otimizar esse quadro e a chegar onde o Estado muitas vezes não consegue. Neste sentido, é de suma importância apoiar, modernizar e facilitar as ações das polícias e, para isso, a integração tecnológica é essencial.

Hoje temos exemplos bem interessantes no país de como a tecnologia é uma grande aliada na redução e no controle das taxas de criminalidade, como na cidade de Aparecida de Goiânia onde há um sistema de videomonitoramento com mais de 650 câmeras externas e outras 1,91 mil câmeras internadas instaladas em órgãos públicos como escolas e unidades de saúde.

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O uso das câmeras inteligentes para identificar nas ruas, em segundos, procurados pela polícia também já chegou ao Brasil em cidades como Campinas (SP) e Rio de Janeiro. No Rio, além do monitoramento interligado ao centro de controle instalado para a Copa do Mundo e a Olimpíada, o governo realizou, em 2019, testes com dezenas de câmeras de tecnologia de reconhecimento facial. Foram presos 63 procurados em quatro meses de utilização.

A mesma solução foi avaliada em Campinas com servidores voluntários do município. A cidade mantém, desde 2015, o Sistema Inteligente de Monitoramento Veicular (SIMVECAMP), que faz a leitura das placas dos veículos nas ruas e compara quase em tempo real com o banco de dados de carros roubados ou procurados e, em caso de "match", soa um alarme na central de monitoramento.

No Rio de Janeiro também foi implementado um sistema chamado de Sistema de Detecção de Disparos de Armas de Fogo (SDD). Por meio de um conjunto de sensores de áudio acústicos camuflados e instalados em diversas regiões de áreas urbanas, capta as ondas e identifica de onde tiros são disparados. O sistema é inteligente e possui mecanismos de assinaturas acústicas para distinguir disparos de armas de fogo de outros barulhos "semelhantes", como fogos de artifício.

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Oportunidades e avanços

É claro que ainda falta muito investimento para permitir os avanços na área da tecnologia, mas, como uma forma de debater e expor novas tecnologias a especialistas e empresas de tecnologia do mundo inteiro, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal criou o Simpósio Internacional de Segurança, que chega em sua 4ª edição em 2021, entre os dias 30 de agosto e 02 de setembro, em Brasília. Com o tema "As Inovações Tecnológicas no Combate à Criminalidade", o evento é uma oportunidade para que as boas práticas tecnológicas já implantadas no Brasil e no mundo sejam acessíveis e que os gestores do país tenham conhecimento delas.

Não há como pensar em segurança pública e em inteligência no Brasil sem pensar em tecnologia. Ainda precisamos avançar muito nesta área. Como investimos nela, a criminalidade também. É preciso correr contra o tempo, sermos ágeis, trabalhar a favor do bem mais precioso que temos que é a vida. A tecnologia se torna obsoleta em um piscar de olhos. Portanto, quando falarmos em Segurança Pública, esqueçamos a palavra gasto, vamos usar sempre investimento. E sempre com a esperança de termos dias melhores.

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*Luciano Leiro, delegado federal. Vice-presidente da Associação Nacional de Delegados da PF e diretor regional da Associação no Distrito Federal. Coordenador do Simpósio Internacional de Segurança, que chega à quarta edição em 2021

Luciano Leiro. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A criminalidade figura sempre entre as principais preocupações dos brasileiros, antes mesmo até de questões envolvendo saúde, educação, entre outros. Uma pesquisa internacional publicada em junho deste ano revelou que o Brasil possui um alto grau de medo de violência, com quase 83% da população afirmando temer ser vítima de um crime violento. Os dados são do Global Peace Index (Índice de Paz Global), divulgado todos os anos pelo Instituto para Economia e Paz, e que revela ainda que o Brasil ocupa a posição constrangedora de número 128 no ranking da paz, envolvendo 163 países.

O Brasil tem avançado neste combate. Os dados da Polícia Federal, por exemplo, mostram isso. Pesquisa do CNJ aponta que 94,67% dos crimes de corrupção são solucionados pela PF e na totalidade das demais infrações o número chega a 70%. Várias secretarias de segurança nos estados possuem também números crescentes de redução da criminalidade.

E por que esta diferença? Em grande parte, a melhoria dos índices é proporcional ao investimento em tecnologia. E não é para menos, com toda essa sensação de insegurança, investir mais em tecnologia no combate ao crime tem se tornado uma preocupação crescente.

Mas ainda é preciso avançar muito.. Não há como ter policiais em todos os lugares e ao mesmo tempo. Nossos estados, nossas cidades são enormes. Nossas fronteiras são gigantescas e precisam de monitoramento. O mundo virtual então nem se fala, já que crimes cibernéticos estão cada vez mais estruturados. E o Estado tem dificuldade e escassez de recursos humanos. Por isso, sem dúvida alguma, é a tecnologia que vai nos ajudar a otimizar esse quadro e a chegar onde o Estado muitas vezes não consegue. Neste sentido, é de suma importância apoiar, modernizar e facilitar as ações das polícias e, para isso, a integração tecnológica é essencial.

Hoje temos exemplos bem interessantes no país de como a tecnologia é uma grande aliada na redução e no controle das taxas de criminalidade, como na cidade de Aparecida de Goiânia onde há um sistema de videomonitoramento com mais de 650 câmeras externas e outras 1,91 mil câmeras internadas instaladas em órgãos públicos como escolas e unidades de saúde.

O uso das câmeras inteligentes para identificar nas ruas, em segundos, procurados pela polícia também já chegou ao Brasil em cidades como Campinas (SP) e Rio de Janeiro. No Rio, além do monitoramento interligado ao centro de controle instalado para a Copa do Mundo e a Olimpíada, o governo realizou, em 2019, testes com dezenas de câmeras de tecnologia de reconhecimento facial. Foram presos 63 procurados em quatro meses de utilização.

A mesma solução foi avaliada em Campinas com servidores voluntários do município. A cidade mantém, desde 2015, o Sistema Inteligente de Monitoramento Veicular (SIMVECAMP), que faz a leitura das placas dos veículos nas ruas e compara quase em tempo real com o banco de dados de carros roubados ou procurados e, em caso de "match", soa um alarme na central de monitoramento.

No Rio de Janeiro também foi implementado um sistema chamado de Sistema de Detecção de Disparos de Armas de Fogo (SDD). Por meio de um conjunto de sensores de áudio acústicos camuflados e instalados em diversas regiões de áreas urbanas, capta as ondas e identifica de onde tiros são disparados. O sistema é inteligente e possui mecanismos de assinaturas acústicas para distinguir disparos de armas de fogo de outros barulhos "semelhantes", como fogos de artifício.

Oportunidades e avanços

É claro que ainda falta muito investimento para permitir os avanços na área da tecnologia, mas, como uma forma de debater e expor novas tecnologias a especialistas e empresas de tecnologia do mundo inteiro, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal criou o Simpósio Internacional de Segurança, que chega em sua 4ª edição em 2021, entre os dias 30 de agosto e 02 de setembro, em Brasília. Com o tema "As Inovações Tecnológicas no Combate à Criminalidade", o evento é uma oportunidade para que as boas práticas tecnológicas já implantadas no Brasil e no mundo sejam acessíveis e que os gestores do país tenham conhecimento delas.

Não há como pensar em segurança pública e em inteligência no Brasil sem pensar em tecnologia. Ainda precisamos avançar muito nesta área. Como investimos nela, a criminalidade também. É preciso correr contra o tempo, sermos ágeis, trabalhar a favor do bem mais precioso que temos que é a vida. A tecnologia se torna obsoleta em um piscar de olhos. Portanto, quando falarmos em Segurança Pública, esqueçamos a palavra gasto, vamos usar sempre investimento. E sempre com a esperança de termos dias melhores.

*Luciano Leiro, delegado federal. Vice-presidente da Associação Nacional de Delegados da PF e diretor regional da Associação no Distrito Federal. Coordenador do Simpósio Internacional de Segurança, que chega à quarta edição em 2021

Luciano Leiro. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A criminalidade figura sempre entre as principais preocupações dos brasileiros, antes mesmo até de questões envolvendo saúde, educação, entre outros. Uma pesquisa internacional publicada em junho deste ano revelou que o Brasil possui um alto grau de medo de violência, com quase 83% da população afirmando temer ser vítima de um crime violento. Os dados são do Global Peace Index (Índice de Paz Global), divulgado todos os anos pelo Instituto para Economia e Paz, e que revela ainda que o Brasil ocupa a posição constrangedora de número 128 no ranking da paz, envolvendo 163 países.

O Brasil tem avançado neste combate. Os dados da Polícia Federal, por exemplo, mostram isso. Pesquisa do CNJ aponta que 94,67% dos crimes de corrupção são solucionados pela PF e na totalidade das demais infrações o número chega a 70%. Várias secretarias de segurança nos estados possuem também números crescentes de redução da criminalidade.

E por que esta diferença? Em grande parte, a melhoria dos índices é proporcional ao investimento em tecnologia. E não é para menos, com toda essa sensação de insegurança, investir mais em tecnologia no combate ao crime tem se tornado uma preocupação crescente.

Mas ainda é preciso avançar muito.. Não há como ter policiais em todos os lugares e ao mesmo tempo. Nossos estados, nossas cidades são enormes. Nossas fronteiras são gigantescas e precisam de monitoramento. O mundo virtual então nem se fala, já que crimes cibernéticos estão cada vez mais estruturados. E o Estado tem dificuldade e escassez de recursos humanos. Por isso, sem dúvida alguma, é a tecnologia que vai nos ajudar a otimizar esse quadro e a chegar onde o Estado muitas vezes não consegue. Neste sentido, é de suma importância apoiar, modernizar e facilitar as ações das polícias e, para isso, a integração tecnológica é essencial.

Hoje temos exemplos bem interessantes no país de como a tecnologia é uma grande aliada na redução e no controle das taxas de criminalidade, como na cidade de Aparecida de Goiânia onde há um sistema de videomonitoramento com mais de 650 câmeras externas e outras 1,91 mil câmeras internadas instaladas em órgãos públicos como escolas e unidades de saúde.

O uso das câmeras inteligentes para identificar nas ruas, em segundos, procurados pela polícia também já chegou ao Brasil em cidades como Campinas (SP) e Rio de Janeiro. No Rio, além do monitoramento interligado ao centro de controle instalado para a Copa do Mundo e a Olimpíada, o governo realizou, em 2019, testes com dezenas de câmeras de tecnologia de reconhecimento facial. Foram presos 63 procurados em quatro meses de utilização.

A mesma solução foi avaliada em Campinas com servidores voluntários do município. A cidade mantém, desde 2015, o Sistema Inteligente de Monitoramento Veicular (SIMVECAMP), que faz a leitura das placas dos veículos nas ruas e compara quase em tempo real com o banco de dados de carros roubados ou procurados e, em caso de "match", soa um alarme na central de monitoramento.

No Rio de Janeiro também foi implementado um sistema chamado de Sistema de Detecção de Disparos de Armas de Fogo (SDD). Por meio de um conjunto de sensores de áudio acústicos camuflados e instalados em diversas regiões de áreas urbanas, capta as ondas e identifica de onde tiros são disparados. O sistema é inteligente e possui mecanismos de assinaturas acústicas para distinguir disparos de armas de fogo de outros barulhos "semelhantes", como fogos de artifício.

Oportunidades e avanços

É claro que ainda falta muito investimento para permitir os avanços na área da tecnologia, mas, como uma forma de debater e expor novas tecnologias a especialistas e empresas de tecnologia do mundo inteiro, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal criou o Simpósio Internacional de Segurança, que chega em sua 4ª edição em 2021, entre os dias 30 de agosto e 02 de setembro, em Brasília. Com o tema "As Inovações Tecnológicas no Combate à Criminalidade", o evento é uma oportunidade para que as boas práticas tecnológicas já implantadas no Brasil e no mundo sejam acessíveis e que os gestores do país tenham conhecimento delas.

Não há como pensar em segurança pública e em inteligência no Brasil sem pensar em tecnologia. Ainda precisamos avançar muito nesta área. Como investimos nela, a criminalidade também. É preciso correr contra o tempo, sermos ágeis, trabalhar a favor do bem mais precioso que temos que é a vida. A tecnologia se torna obsoleta em um piscar de olhos. Portanto, quando falarmos em Segurança Pública, esqueçamos a palavra gasto, vamos usar sempre investimento. E sempre com a esperança de termos dias melhores.

*Luciano Leiro, delegado federal. Vice-presidente da Associação Nacional de Delegados da PF e diretor regional da Associação no Distrito Federal. Coordenador do Simpósio Internacional de Segurança, que chega à quarta edição em 2021

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