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Opinião|Ser político nesta era


Nabuco não era um homem de partido, como salientou Graça Aranha, “mas um homem de ideias políticas”. Sua concepção de política era a de que “os cargos públicos não são monopólios do partido que está no poder e devem ser confiados a quem melhor os pode desempenhar”

Por José Renato Nalini

A política é um exercício patriótico, imprescindível para concretizar a missão impossível de edificar uma sociedade justa, fraterna e solidária, como se prometeu em 5.10.1988. Mercê de um conjunto de fatores adversos, é quase utopia acreditar no aprimoramento contínuo do convívio. Há declínio dos valores, a agonia da moral, o velório da ética.

Mas é preciso acreditar que a boa-fé renasça qual fênix, a partir de bons exemplos. São mais fáceis de se encontrar no passado do que no ambíguo presente da opaca e nefasta polarização que contaminou a sociedade tupiniquim.

Pense-se no padrão de conduta política de Joaquim Nabuco. Participar da vida pública, para ele, era resultado de um atavismo. “Descendente de uma família que havia três gerações fornecia homens públicos ao país, ainda nos bancos acadêmicos essa tendência abrolhou, prenunciando a esplêndida floração futura. Mas a política em que acreditava e para a qual sentia o seu espírito tender era bem diversa daquela que, na realidade, o esperava e cujo travo bem cedo experimentou. Por isso não tardou em desiludir-se, como o prova o seguinte trecho de uma carta ao seu amigo, o Barão de Penedo: “Não é preciso, porém, ficar muito tempo na política para conceber por ela um profundo desgosto e um invencível aborrecimento”.

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Foi muito generoso Mestre Nabuco, nesse trecho rememorado por Oscar Mendes, no elogio que lhe fez num dos “Cadernos de Cultura” em bons tempos publicados pelo MEC. E porque Nabuco se desiludiu da política? É que “ele trazia para a política todo um conjunto de princípios de honestidade, de lealdade, de liberdade e de amor à coisa pública, que não tardaram em entrar em choque com a realidade ambiente. Para uma política sem ideias, e quase sem ideais, trazia ele um corpo de doutrinas e princípios. Para uma política de conquista desenfreada do poder, de perseguição ao adversário, de intolerância e de ódios, queria ele contribuir com os ensinamentos e exemplos da política inglesa, apreendidos nos livros dos grandes tratadistas políticos da era vitoriana”.

Nabuco chegou a vivenciar a contradição entre os propósitos apregoados pelo partido e a conduta partidária de busca de satisfação de interesses pessoais, não apenas divorciados da profissão de fé constante nos estatutos, mas direcionada à obtenção de benesses nem sempre lícitas.

Por isso é que Nabuco não era um homem de partido, como salientou Graça Aranha, “mas um homem de ideias políticas”. Sua concepção de política era a de que “os cargos públicos não são monopólios do partido que está no poder e devem ser confiados a quem melhor os pode desempenhar”. Não deveria existir o loteamento de cargos, que faz, não raro, confiar setores sensíveis a incompetentes ou, pior ainda, mal intencionados.

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Por isso é que Nabuco foi um político atípico. “Na verdade, era um ser estranho em meio de uma grei que perdera o alto senso da verdadeira política, contentando-se com as aparências da legalidade e da honestidade. O sistema eleitoral vigente lhe merecia a repulsa pelo que nele havia de vicioso, de corrupto, de intrinsecamente mau e de abusivo das boas práticas de uma política elevada e digna. Ao voto comprado, pedinchado, obrigado, preferia ele o voto consciente”.

O tênue fio de esperança que deve alimentar os democratas é que esse proceder não desapareceu de todo. Há políticos que acreditam na política e se comportam bem. Há pessoas providas de olhos e inteligência bem abertos para a realidade. E movidas por intuito de modificá-la, melhorá-la, fazê-la frutificar e produzir.

É preciso que a lucidez residual no eleitorado saiba identificar quem é que desfralda essa bandeira e honrá-lo com seu apoio, adesão e voto. Não é impossível distinguir quem realmente merece nossa confiança. Ainda há bons políticos no Brasil. Não é uma raça em extinção. Mas ela se apequena diante da preponderância dos maus exemplos e piores práticas. Um brasileiro consciente precisa munir-se de consciência heroica e honrar quem merece, banindo da vida pública aqueles que já se mostraram ser indignos dela.

A política é um exercício patriótico, imprescindível para concretizar a missão impossível de edificar uma sociedade justa, fraterna e solidária, como se prometeu em 5.10.1988. Mercê de um conjunto de fatores adversos, é quase utopia acreditar no aprimoramento contínuo do convívio. Há declínio dos valores, a agonia da moral, o velório da ética.

Mas é preciso acreditar que a boa-fé renasça qual fênix, a partir de bons exemplos. São mais fáceis de se encontrar no passado do que no ambíguo presente da opaca e nefasta polarização que contaminou a sociedade tupiniquim.

Pense-se no padrão de conduta política de Joaquim Nabuco. Participar da vida pública, para ele, era resultado de um atavismo. “Descendente de uma família que havia três gerações fornecia homens públicos ao país, ainda nos bancos acadêmicos essa tendência abrolhou, prenunciando a esplêndida floração futura. Mas a política em que acreditava e para a qual sentia o seu espírito tender era bem diversa daquela que, na realidade, o esperava e cujo travo bem cedo experimentou. Por isso não tardou em desiludir-se, como o prova o seguinte trecho de uma carta ao seu amigo, o Barão de Penedo: “Não é preciso, porém, ficar muito tempo na política para conceber por ela um profundo desgosto e um invencível aborrecimento”.

Foi muito generoso Mestre Nabuco, nesse trecho rememorado por Oscar Mendes, no elogio que lhe fez num dos “Cadernos de Cultura” em bons tempos publicados pelo MEC. E porque Nabuco se desiludiu da política? É que “ele trazia para a política todo um conjunto de princípios de honestidade, de lealdade, de liberdade e de amor à coisa pública, que não tardaram em entrar em choque com a realidade ambiente. Para uma política sem ideias, e quase sem ideais, trazia ele um corpo de doutrinas e princípios. Para uma política de conquista desenfreada do poder, de perseguição ao adversário, de intolerância e de ódios, queria ele contribuir com os ensinamentos e exemplos da política inglesa, apreendidos nos livros dos grandes tratadistas políticos da era vitoriana”.

Nabuco chegou a vivenciar a contradição entre os propósitos apregoados pelo partido e a conduta partidária de busca de satisfação de interesses pessoais, não apenas divorciados da profissão de fé constante nos estatutos, mas direcionada à obtenção de benesses nem sempre lícitas.

Por isso é que Nabuco não era um homem de partido, como salientou Graça Aranha, “mas um homem de ideias políticas”. Sua concepção de política era a de que “os cargos públicos não são monopólios do partido que está no poder e devem ser confiados a quem melhor os pode desempenhar”. Não deveria existir o loteamento de cargos, que faz, não raro, confiar setores sensíveis a incompetentes ou, pior ainda, mal intencionados.

Por isso é que Nabuco foi um político atípico. “Na verdade, era um ser estranho em meio de uma grei que perdera o alto senso da verdadeira política, contentando-se com as aparências da legalidade e da honestidade. O sistema eleitoral vigente lhe merecia a repulsa pelo que nele havia de vicioso, de corrupto, de intrinsecamente mau e de abusivo das boas práticas de uma política elevada e digna. Ao voto comprado, pedinchado, obrigado, preferia ele o voto consciente”.

O tênue fio de esperança que deve alimentar os democratas é que esse proceder não desapareceu de todo. Há políticos que acreditam na política e se comportam bem. Há pessoas providas de olhos e inteligência bem abertos para a realidade. E movidas por intuito de modificá-la, melhorá-la, fazê-la frutificar e produzir.

É preciso que a lucidez residual no eleitorado saiba identificar quem é que desfralda essa bandeira e honrá-lo com seu apoio, adesão e voto. Não é impossível distinguir quem realmente merece nossa confiança. Ainda há bons políticos no Brasil. Não é uma raça em extinção. Mas ela se apequena diante da preponderância dos maus exemplos e piores práticas. Um brasileiro consciente precisa munir-se de consciência heroica e honrar quem merece, banindo da vida pública aqueles que já se mostraram ser indignos dela.

A política é um exercício patriótico, imprescindível para concretizar a missão impossível de edificar uma sociedade justa, fraterna e solidária, como se prometeu em 5.10.1988. Mercê de um conjunto de fatores adversos, é quase utopia acreditar no aprimoramento contínuo do convívio. Há declínio dos valores, a agonia da moral, o velório da ética.

Mas é preciso acreditar que a boa-fé renasça qual fênix, a partir de bons exemplos. São mais fáceis de se encontrar no passado do que no ambíguo presente da opaca e nefasta polarização que contaminou a sociedade tupiniquim.

Pense-se no padrão de conduta política de Joaquim Nabuco. Participar da vida pública, para ele, era resultado de um atavismo. “Descendente de uma família que havia três gerações fornecia homens públicos ao país, ainda nos bancos acadêmicos essa tendência abrolhou, prenunciando a esplêndida floração futura. Mas a política em que acreditava e para a qual sentia o seu espírito tender era bem diversa daquela que, na realidade, o esperava e cujo travo bem cedo experimentou. Por isso não tardou em desiludir-se, como o prova o seguinte trecho de uma carta ao seu amigo, o Barão de Penedo: “Não é preciso, porém, ficar muito tempo na política para conceber por ela um profundo desgosto e um invencível aborrecimento”.

Foi muito generoso Mestre Nabuco, nesse trecho rememorado por Oscar Mendes, no elogio que lhe fez num dos “Cadernos de Cultura” em bons tempos publicados pelo MEC. E porque Nabuco se desiludiu da política? É que “ele trazia para a política todo um conjunto de princípios de honestidade, de lealdade, de liberdade e de amor à coisa pública, que não tardaram em entrar em choque com a realidade ambiente. Para uma política sem ideias, e quase sem ideais, trazia ele um corpo de doutrinas e princípios. Para uma política de conquista desenfreada do poder, de perseguição ao adversário, de intolerância e de ódios, queria ele contribuir com os ensinamentos e exemplos da política inglesa, apreendidos nos livros dos grandes tratadistas políticos da era vitoriana”.

Nabuco chegou a vivenciar a contradição entre os propósitos apregoados pelo partido e a conduta partidária de busca de satisfação de interesses pessoais, não apenas divorciados da profissão de fé constante nos estatutos, mas direcionada à obtenção de benesses nem sempre lícitas.

Por isso é que Nabuco não era um homem de partido, como salientou Graça Aranha, “mas um homem de ideias políticas”. Sua concepção de política era a de que “os cargos públicos não são monopólios do partido que está no poder e devem ser confiados a quem melhor os pode desempenhar”. Não deveria existir o loteamento de cargos, que faz, não raro, confiar setores sensíveis a incompetentes ou, pior ainda, mal intencionados.

Por isso é que Nabuco foi um político atípico. “Na verdade, era um ser estranho em meio de uma grei que perdera o alto senso da verdadeira política, contentando-se com as aparências da legalidade e da honestidade. O sistema eleitoral vigente lhe merecia a repulsa pelo que nele havia de vicioso, de corrupto, de intrinsecamente mau e de abusivo das boas práticas de uma política elevada e digna. Ao voto comprado, pedinchado, obrigado, preferia ele o voto consciente”.

O tênue fio de esperança que deve alimentar os democratas é que esse proceder não desapareceu de todo. Há políticos que acreditam na política e se comportam bem. Há pessoas providas de olhos e inteligência bem abertos para a realidade. E movidas por intuito de modificá-la, melhorá-la, fazê-la frutificar e produzir.

É preciso que a lucidez residual no eleitorado saiba identificar quem é que desfralda essa bandeira e honrá-lo com seu apoio, adesão e voto. Não é impossível distinguir quem realmente merece nossa confiança. Ainda há bons políticos no Brasil. Não é uma raça em extinção. Mas ela se apequena diante da preponderância dos maus exemplos e piores práticas. Um brasileiro consciente precisa munir-se de consciência heroica e honrar quem merece, banindo da vida pública aqueles que já se mostraram ser indignos dela.

A política é um exercício patriótico, imprescindível para concretizar a missão impossível de edificar uma sociedade justa, fraterna e solidária, como se prometeu em 5.10.1988. Mercê de um conjunto de fatores adversos, é quase utopia acreditar no aprimoramento contínuo do convívio. Há declínio dos valores, a agonia da moral, o velório da ética.

Mas é preciso acreditar que a boa-fé renasça qual fênix, a partir de bons exemplos. São mais fáceis de se encontrar no passado do que no ambíguo presente da opaca e nefasta polarização que contaminou a sociedade tupiniquim.

Pense-se no padrão de conduta política de Joaquim Nabuco. Participar da vida pública, para ele, era resultado de um atavismo. “Descendente de uma família que havia três gerações fornecia homens públicos ao país, ainda nos bancos acadêmicos essa tendência abrolhou, prenunciando a esplêndida floração futura. Mas a política em que acreditava e para a qual sentia o seu espírito tender era bem diversa daquela que, na realidade, o esperava e cujo travo bem cedo experimentou. Por isso não tardou em desiludir-se, como o prova o seguinte trecho de uma carta ao seu amigo, o Barão de Penedo: “Não é preciso, porém, ficar muito tempo na política para conceber por ela um profundo desgosto e um invencível aborrecimento”.

Foi muito generoso Mestre Nabuco, nesse trecho rememorado por Oscar Mendes, no elogio que lhe fez num dos “Cadernos de Cultura” em bons tempos publicados pelo MEC. E porque Nabuco se desiludiu da política? É que “ele trazia para a política todo um conjunto de princípios de honestidade, de lealdade, de liberdade e de amor à coisa pública, que não tardaram em entrar em choque com a realidade ambiente. Para uma política sem ideias, e quase sem ideais, trazia ele um corpo de doutrinas e princípios. Para uma política de conquista desenfreada do poder, de perseguição ao adversário, de intolerância e de ódios, queria ele contribuir com os ensinamentos e exemplos da política inglesa, apreendidos nos livros dos grandes tratadistas políticos da era vitoriana”.

Nabuco chegou a vivenciar a contradição entre os propósitos apregoados pelo partido e a conduta partidária de busca de satisfação de interesses pessoais, não apenas divorciados da profissão de fé constante nos estatutos, mas direcionada à obtenção de benesses nem sempre lícitas.

Por isso é que Nabuco não era um homem de partido, como salientou Graça Aranha, “mas um homem de ideias políticas”. Sua concepção de política era a de que “os cargos públicos não são monopólios do partido que está no poder e devem ser confiados a quem melhor os pode desempenhar”. Não deveria existir o loteamento de cargos, que faz, não raro, confiar setores sensíveis a incompetentes ou, pior ainda, mal intencionados.

Por isso é que Nabuco foi um político atípico. “Na verdade, era um ser estranho em meio de uma grei que perdera o alto senso da verdadeira política, contentando-se com as aparências da legalidade e da honestidade. O sistema eleitoral vigente lhe merecia a repulsa pelo que nele havia de vicioso, de corrupto, de intrinsecamente mau e de abusivo das boas práticas de uma política elevada e digna. Ao voto comprado, pedinchado, obrigado, preferia ele o voto consciente”.

O tênue fio de esperança que deve alimentar os democratas é que esse proceder não desapareceu de todo. Há políticos que acreditam na política e se comportam bem. Há pessoas providas de olhos e inteligência bem abertos para a realidade. E movidas por intuito de modificá-la, melhorá-la, fazê-la frutificar e produzir.

É preciso que a lucidez residual no eleitorado saiba identificar quem é que desfralda essa bandeira e honrá-lo com seu apoio, adesão e voto. Não é impossível distinguir quem realmente merece nossa confiança. Ainda há bons políticos no Brasil. Não é uma raça em extinção. Mas ela se apequena diante da preponderância dos maus exemplos e piores práticas. Um brasileiro consciente precisa munir-se de consciência heroica e honrar quem merece, banindo da vida pública aqueles que já se mostraram ser indignos dela.

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