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Porcos-espinhos em home office: produtividade e isolamento social


Por Lilian Cidreira
Lilian Cidreira. FOTO: DIVULGAÇÃO  Foto: Estadão

O Dilema do Porco-Espinho é uma pequena metáfora escrita pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que viveu entre 1788 e 1860. O conceito publicado em 1851 em forma de parábola na sua obra Parerga und Paralipomena conta sobre um grupo de porcos-espinhos que, na intenção de se esquentar durante o inverno, buscam se aproximar um do outro, contudo sofrem com os ferimentos causados pelos próprios espinhos. Caso se afastem, passam frio, caso se aproximem demais, acabam feridos. Após várias tentativas, percebem que podem manter certa distância uns dos outros sem se dispersarem. É uma metáfora direta à vida e às relações humanas, não só à necessidade de se esquentar no inverno, mas de se relacionar com o outro. Ao afirmar que o homem é um animal político, Aristóteles não só se baseava na necessidade humana de discurso, mas também na de comunidade. Dessa forma, como os porco-espinhos, muitos vezes preferimos nos machucar a ficarmos distantes um dos outros.

Mas agora os espinhos são outros. No cenário causado pelo coronavírus, a determinação de quarentena foi uma das medidas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a proliferação do vírus. A necessidade dessa determinação é indiscutível, mas os efeitos sobre as pessoas são inegáveis. O home office já vinha se consolidando como uma prática usual no ambiente corporativo em casos específicos, mas no cenário atual, passou a ser uma obrigação. A prática reúne inúmeras vantagens, como: trabalhar no conforto de casa poupar o tempo de deslocamento e, consequentemente, ter mais tempo para outras atividades e cuidados pessoais. No entanto, a grande questão do trabalho remoto é que ele faz parte de uma série de determinações que nos levam ao isolamento social. Portanto, além de se preocupar com a produtividade no trabalho, as pessoas devem se atentar a saúde mental e, sendo assim, como faremos para que essas pessoas não virem solitários porcos-espinhos em home office necessariamente imposto?

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A organização mental é um ponto essencial para que os indivíduos mantenham o controle das suas tarefas. Além, disso, cada vez mais as empresas notam a relevância do equilíbrio emocional e sua relação direta com desenvolvimento de soluções, aumento da produtividade e redução de conflitos. No entanto, a mudança de hábitos é inevitável e passa pelo horário de despertar, pelas refeições e, principalmente, atividades que antes eram externas ao ambiente domiciliar. Para isso, desenvolver uma nova rotina de atividades, não só no horário de trabalho, mas também nas atividades de casa, pode ser uma ideia que auxilia nesse processo de concentração e organização de pensamentos.

É claro que a mudança de hábito não é uma ação simples, segundo Paulo Knapp, psiquiatra e terapeuta cognitivo-comportamental, o nosso cérebro tende a reagir sempre da mesma forma, ou seja, estando em casa, vamos ter o impulso de realizar atividades usuais ligadas ao nosso lar, como descansar e assistir um filme. Incluir o trabalho nessa rotina demanda atenção e esforço. Pedro Calabrez, pesquisador do Laboratório de Neurociências Clínicas da Unifesp, explica que o hábito tem três dimensões: a ação em si, a recompensa e um gatilho. Para mudarmos de hábito precisamos alterar um desses fatores. Estabelecer alguns horários para pausas durante a jornada de trabalho, além de ajudar com a descompressão mental, oferece uma recompensa ao nosso cérebro, o que ajuda a estabelecer aquela ação como hábito. Além disso, ter um local em casa específico para o trabalho, cria um gatilho, quando você estiver nesse ambiente, vai saber que é para um momento de trabalho, e quando estiver  fora dele, de descanso.

Mas, quando falamos de inteligência emocional, é evidente que devemos considerar as particularidades de cada indivíduo. Existe um grupo de pessoas que psicologicamente irá se adaptar melhor a esse ambiente de isolamento, e existem pessoas que terão dificuldades. Contudo, há problemáticas que se aplicam a ambos os casos, como a necessidade de movimentação. É muito importante sempre manter o cuidado pessoal, trabalhar uma boa alimentação, fazer meditação ou qualquer pausa mental, e criar uma sequência de horários para se exercitar e movimentar o corpo. Essas são atividades que apoiam a descompressão psicológica.

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Por fim, uma vez que nossos espinhos não conseguem se encostar presencialmente, uma solução é buscar outros meios de interação remota. Participar de grupos no whatsapp, webinários e ações virtuais, são soluções que vão além de atividades individuais como assistir filmes, jogar vídeo game e ler livros, pois promovem a interação interpessoal. Desenvolver um equilíbrio entre as atividades citadas é uma boa maneira de lidar com o isolamento, buscar a interação social em um momento, ver um filme no horário seguinte.

*Lilian Cidreira, CEO e fundadora da Future Minds e do RH Que Inspira

Lilian Cidreira. FOTO: DIVULGAÇÃO  Foto: Estadão

O Dilema do Porco-Espinho é uma pequena metáfora escrita pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que viveu entre 1788 e 1860. O conceito publicado em 1851 em forma de parábola na sua obra Parerga und Paralipomena conta sobre um grupo de porcos-espinhos que, na intenção de se esquentar durante o inverno, buscam se aproximar um do outro, contudo sofrem com os ferimentos causados pelos próprios espinhos. Caso se afastem, passam frio, caso se aproximem demais, acabam feridos. Após várias tentativas, percebem que podem manter certa distância uns dos outros sem se dispersarem. É uma metáfora direta à vida e às relações humanas, não só à necessidade de se esquentar no inverno, mas de se relacionar com o outro. Ao afirmar que o homem é um animal político, Aristóteles não só se baseava na necessidade humana de discurso, mas também na de comunidade. Dessa forma, como os porco-espinhos, muitos vezes preferimos nos machucar a ficarmos distantes um dos outros.

Mas agora os espinhos são outros. No cenário causado pelo coronavírus, a determinação de quarentena foi uma das medidas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a proliferação do vírus. A necessidade dessa determinação é indiscutível, mas os efeitos sobre as pessoas são inegáveis. O home office já vinha se consolidando como uma prática usual no ambiente corporativo em casos específicos, mas no cenário atual, passou a ser uma obrigação. A prática reúne inúmeras vantagens, como: trabalhar no conforto de casa poupar o tempo de deslocamento e, consequentemente, ter mais tempo para outras atividades e cuidados pessoais. No entanto, a grande questão do trabalho remoto é que ele faz parte de uma série de determinações que nos levam ao isolamento social. Portanto, além de se preocupar com a produtividade no trabalho, as pessoas devem se atentar a saúde mental e, sendo assim, como faremos para que essas pessoas não virem solitários porcos-espinhos em home office necessariamente imposto?

A organização mental é um ponto essencial para que os indivíduos mantenham o controle das suas tarefas. Além, disso, cada vez mais as empresas notam a relevância do equilíbrio emocional e sua relação direta com desenvolvimento de soluções, aumento da produtividade e redução de conflitos. No entanto, a mudança de hábitos é inevitável e passa pelo horário de despertar, pelas refeições e, principalmente, atividades que antes eram externas ao ambiente domiciliar. Para isso, desenvolver uma nova rotina de atividades, não só no horário de trabalho, mas também nas atividades de casa, pode ser uma ideia que auxilia nesse processo de concentração e organização de pensamentos.

É claro que a mudança de hábito não é uma ação simples, segundo Paulo Knapp, psiquiatra e terapeuta cognitivo-comportamental, o nosso cérebro tende a reagir sempre da mesma forma, ou seja, estando em casa, vamos ter o impulso de realizar atividades usuais ligadas ao nosso lar, como descansar e assistir um filme. Incluir o trabalho nessa rotina demanda atenção e esforço. Pedro Calabrez, pesquisador do Laboratório de Neurociências Clínicas da Unifesp, explica que o hábito tem três dimensões: a ação em si, a recompensa e um gatilho. Para mudarmos de hábito precisamos alterar um desses fatores. Estabelecer alguns horários para pausas durante a jornada de trabalho, além de ajudar com a descompressão mental, oferece uma recompensa ao nosso cérebro, o que ajuda a estabelecer aquela ação como hábito. Além disso, ter um local em casa específico para o trabalho, cria um gatilho, quando você estiver nesse ambiente, vai saber que é para um momento de trabalho, e quando estiver  fora dele, de descanso.

Mas, quando falamos de inteligência emocional, é evidente que devemos considerar as particularidades de cada indivíduo. Existe um grupo de pessoas que psicologicamente irá se adaptar melhor a esse ambiente de isolamento, e existem pessoas que terão dificuldades. Contudo, há problemáticas que se aplicam a ambos os casos, como a necessidade de movimentação. É muito importante sempre manter o cuidado pessoal, trabalhar uma boa alimentação, fazer meditação ou qualquer pausa mental, e criar uma sequência de horários para se exercitar e movimentar o corpo. Essas são atividades que apoiam a descompressão psicológica.

Por fim, uma vez que nossos espinhos não conseguem se encostar presencialmente, uma solução é buscar outros meios de interação remota. Participar de grupos no whatsapp, webinários e ações virtuais, são soluções que vão além de atividades individuais como assistir filmes, jogar vídeo game e ler livros, pois promovem a interação interpessoal. Desenvolver um equilíbrio entre as atividades citadas é uma boa maneira de lidar com o isolamento, buscar a interação social em um momento, ver um filme no horário seguinte.

*Lilian Cidreira, CEO e fundadora da Future Minds e do RH Que Inspira

Lilian Cidreira. FOTO: DIVULGAÇÃO  Foto: Estadão

O Dilema do Porco-Espinho é uma pequena metáfora escrita pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que viveu entre 1788 e 1860. O conceito publicado em 1851 em forma de parábola na sua obra Parerga und Paralipomena conta sobre um grupo de porcos-espinhos que, na intenção de se esquentar durante o inverno, buscam se aproximar um do outro, contudo sofrem com os ferimentos causados pelos próprios espinhos. Caso se afastem, passam frio, caso se aproximem demais, acabam feridos. Após várias tentativas, percebem que podem manter certa distância uns dos outros sem se dispersarem. É uma metáfora direta à vida e às relações humanas, não só à necessidade de se esquentar no inverno, mas de se relacionar com o outro. Ao afirmar que o homem é um animal político, Aristóteles não só se baseava na necessidade humana de discurso, mas também na de comunidade. Dessa forma, como os porco-espinhos, muitos vezes preferimos nos machucar a ficarmos distantes um dos outros.

Mas agora os espinhos são outros. No cenário causado pelo coronavírus, a determinação de quarentena foi uma das medidas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a proliferação do vírus. A necessidade dessa determinação é indiscutível, mas os efeitos sobre as pessoas são inegáveis. O home office já vinha se consolidando como uma prática usual no ambiente corporativo em casos específicos, mas no cenário atual, passou a ser uma obrigação. A prática reúne inúmeras vantagens, como: trabalhar no conforto de casa poupar o tempo de deslocamento e, consequentemente, ter mais tempo para outras atividades e cuidados pessoais. No entanto, a grande questão do trabalho remoto é que ele faz parte de uma série de determinações que nos levam ao isolamento social. Portanto, além de se preocupar com a produtividade no trabalho, as pessoas devem se atentar a saúde mental e, sendo assim, como faremos para que essas pessoas não virem solitários porcos-espinhos em home office necessariamente imposto?

A organização mental é um ponto essencial para que os indivíduos mantenham o controle das suas tarefas. Além, disso, cada vez mais as empresas notam a relevância do equilíbrio emocional e sua relação direta com desenvolvimento de soluções, aumento da produtividade e redução de conflitos. No entanto, a mudança de hábitos é inevitável e passa pelo horário de despertar, pelas refeições e, principalmente, atividades que antes eram externas ao ambiente domiciliar. Para isso, desenvolver uma nova rotina de atividades, não só no horário de trabalho, mas também nas atividades de casa, pode ser uma ideia que auxilia nesse processo de concentração e organização de pensamentos.

É claro que a mudança de hábito não é uma ação simples, segundo Paulo Knapp, psiquiatra e terapeuta cognitivo-comportamental, o nosso cérebro tende a reagir sempre da mesma forma, ou seja, estando em casa, vamos ter o impulso de realizar atividades usuais ligadas ao nosso lar, como descansar e assistir um filme. Incluir o trabalho nessa rotina demanda atenção e esforço. Pedro Calabrez, pesquisador do Laboratório de Neurociências Clínicas da Unifesp, explica que o hábito tem três dimensões: a ação em si, a recompensa e um gatilho. Para mudarmos de hábito precisamos alterar um desses fatores. Estabelecer alguns horários para pausas durante a jornada de trabalho, além de ajudar com a descompressão mental, oferece uma recompensa ao nosso cérebro, o que ajuda a estabelecer aquela ação como hábito. Além disso, ter um local em casa específico para o trabalho, cria um gatilho, quando você estiver nesse ambiente, vai saber que é para um momento de trabalho, e quando estiver  fora dele, de descanso.

Mas, quando falamos de inteligência emocional, é evidente que devemos considerar as particularidades de cada indivíduo. Existe um grupo de pessoas que psicologicamente irá se adaptar melhor a esse ambiente de isolamento, e existem pessoas que terão dificuldades. Contudo, há problemáticas que se aplicam a ambos os casos, como a necessidade de movimentação. É muito importante sempre manter o cuidado pessoal, trabalhar uma boa alimentação, fazer meditação ou qualquer pausa mental, e criar uma sequência de horários para se exercitar e movimentar o corpo. Essas são atividades que apoiam a descompressão psicológica.

Por fim, uma vez que nossos espinhos não conseguem se encostar presencialmente, uma solução é buscar outros meios de interação remota. Participar de grupos no whatsapp, webinários e ações virtuais, são soluções que vão além de atividades individuais como assistir filmes, jogar vídeo game e ler livros, pois promovem a interação interpessoal. Desenvolver um equilíbrio entre as atividades citadas é uma boa maneira de lidar com o isolamento, buscar a interação social em um momento, ver um filme no horário seguinte.

*Lilian Cidreira, CEO e fundadora da Future Minds e do RH Que Inspira

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